quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lua Azul ocorrerá na véspera de Ano-Novo

A véspera do Ano-Novo, 31 de dezembro de 2009, reserva grandes e belas surpresas. Nessa noite, ocorrerá um fenômeno chamado de Lua Azul. Segundo definição popular, uma Lua Azul é a segunda Lua Cheia em um mesmo mês. A frequência de acontecimento é de 1 vez a cada 2 ou 3 anos.
No entanto, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste e não têm nenhum significado astronômico. A Lua Cheia ocorreu em 2 de dezembro e aparecerá novamente a tempo de contagem regressiva do Ano-Novo, na quinta-feira.
lua cheia
© NASA
O fenômeno será visível nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e África. O hemisfério oriental poderá comemorar a virada do ano com um eclipse lunar parcial. O eclipse não será visível nas Américas.
O fenômeno é raro e não acontece todos os anos. A última vez ocorreu dia 31 de maio de 2007. Luas New Year's Eve azuis são ainda mais raras, ocorrendo a cada 19 anos. A última vez foi em 1990, o próximo será em 2028. O fato ocorre devido ao ciclo lunar de 29.5 dias, o que torna perfeitamente possível que em um mesmo mês sua fase se apresente cheia por duas vezes.
Fevereiro é o único mês impossível de se ter a Lua Azul, mesmo em anos bissextos. Inclusive é possível um ano não ter Lua Cheia no mês de fevereiro, nesses anos, acontece uma Lua Cheia no final de janeiro e a outra no início de março, ou seja, 2 Luas Azuis no mesmo ano, em janeiro e março. Isto ocorre em média a cada 35 anos.
O nome surgiu de uma interpretação errada da revista Sky & Telescope, em 1946. Naquele ano, o astrônomo James Hugh Pruett usou a expressão - até então utilizada apenas pelo "Almanaque do Fazendeiro do Maine" para designar a terceira Lua cheia de uma estação do ano - para dar o nome ao fenômeno.
Fonte: The Huffington Post e Portal Terra

sábado, 26 de dezembro de 2009

Descoberta a origem de estrelas azuis

Astrônomos anunciaram que desvendaram a origem de uma classe de objetos cósmicos que vinha intrigando a ciência: as estrelas errantes azuis.
Por serem portadoras de uma massa muito maior do que se previa para astros de sua categoria, seu mecanismo de formação não era bem entendido. Agora, dois estudos mostram que elas surgem tanto de colisões estelares quanto de sistemas em que uma estrela suga material de outra aos poucos.
estrelas errantes azuis
© B.R. Carlsen/Universidade de Wisconsin
O enigma das errantes azuis é que elas aparentam ter uma idade menor do que efetivamente possuem, um valor que pode ser inferido a partir da idade de outras estrelas próximas. Outra estrelas gigantes azuis em geral morrem e perdem brilho antes de suas "irmãs" nascidas num mesmo aglomerado, pois astros mais maciços consomem mais rápido seu material interno por meio de fusão nuclear.
Algumas errantes azuis, porém, chegam a ter 7 bilhões de anos, e são mais velhas até do que o Sol, que tem 5 bilhões.
Para explicar isso, cientistas vinham debatendo havia tempos as hipóteses da colisão e da matéria sugada. Esses eventos dariam a estrelas de vida curta um suprimento extra de matéria para fusão nuclear, prolongando assim seu tempo de brilho. Mas ninguém conseguia dizer qual das duas coisas estava efetivamente ocorrendo.
Em um par de estudos hoje na revista "Nature", astrofísicos da Universidade de Bolonha (Itália) e da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) mostram que uma hipótese não exclui a outra. Francesco Ferraro, autor principal do trabalho italiano, analisou diversas errantes azuis e descobriu que aquelas de tom azulado mais acentuado são as formadas em colisões. As outras, mais avermelhadas, surgem quando a gravidade de uma estrela rouba massa de outra próxima.
 Fonte: Nature

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mistério nos confins do Sistema Solar

Astrônomos dizem que o nosso Sistema Solar está atravessando uma nuvem de material interestelar que não deveria estar aqui. Mas as velhas sondas Voyager ajudaram a resolver o mistério. A nuvem é denominada "Nuvem Interestelar Local". Tem cerca de 30 anos-luz de diâmetro e contém uma insignificante mistura de átomos de hidrogênio e hélio.

nuvem local interestelar
© Linda Huff e Priscilla Frisch (concepção artística)
Estrelas vizinhas, que explodiram há cerca de 10 milhões de anos atrás, deveriam ter esmagado ou dispersado esta nuvem.
Então o que está mantendo esta nuvem no seu lugar?
Usando dados das Voyager, foi descoberto um forte campo magnético, além do Sistema Solar. "Este campo magnético sustenta a nuvem interestelar e resolve o antigo mistério da sua existência. A nuvem é muito mais magnetizada do que se pensava anteriormente. Este campo magnético pode dar a pressão extra necessária para resistir à destruição",  explicou Merav Opher, pesquisador convidado pela NASA, da Universidade George Mason.
Opher e seus colegas explicam a descoberta na edição de 24 de Dezembro da revista Nature.
As duas sondas Voyager da NASA já navegam para fora do Sistema Solar há mais de 30 anos. Estão agora bem além da órbita de Plutão e à beira do espaço interestelar. Durante a década de 90, a Voyager 1 tornou-se no objeto mais longínquo feito pelo Homem.
As duas Voyager, viajando em direções opostas, revelaram, entre outras coisas, que a bolha em torno do nosso Sistema Solar é achatada.
A nuvem interestelar local está mesmo além dos confins do Sistema Solar e é contida pelo campo magnético do Sol, que é "inchado" pelo vento solar numa espécie de bolha magnética com mais de 10 bilhões de quilômetros. Denominada "heliosfera", esta bolha protege o Sistema Solar interior dos raios cósmicos galáctios e das nuvens interestelares. As duas Voyager estão localizadas na camada exterior da helioesfera, onde o vento solar diminui de velocidade devido à pressão do gás interestelar.
A Voyager 1 entrou nesta região em Dezembro de 2004. A Voyager 2 seguiu-a em Agosto de 2007. Estas travessias providenciaram dados fundamentais para o novo estudo.
Outras nuvens interestelares podem também estar magnetizadas, assume Opher e seus colegas. E podemos eventualmente colidir com algumas.
"Os seus fortes campos magnéticos podem comprimir a helioesfera ainda mais do que está agora," afirma a NASA. "Uma maior compressão pode permitir com que um maior número de raios cósmicos alcancem o Sistema Solar interior, possivelmente afetando o clima terrestre e a capacidade dos astronautas viajarem em segurança pelo espaço."
Fonte: NASA

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Descoberto planeta parecido com a Terra

Um grupo de astrônomos descobriu um novo planeta muito parecido com a Terra, maior do que ela, e que poderia ter mais da metade de sua superfície coberta por água, mostra um estudo publicado na revista especializada Nature. A "Super-Terra", como está sendo chamado o planeta (cujo nome oficial é GJ 1214b), está a 42 anos-luz de distância em outro sistema solar, e seu raio é 2,7 vezes maior que o da Terra.
Sua descoberta, relatada no estudo do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, representa "um grande passo à frente" na busca por mundos semelhantes à Terra, estimou Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, que escreveu um comentário sobre a "Super-Terra" na Nature. O que ainda falta descobrir é a composição gasosa de seu entorno, destacou.
exoplaneta
© ESO (exoplaneta - ilustração)
O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, que foi vista pela primeira vez por oito telescópios terrestres comuns, não muito maiores daqueles usados por observadores amadores, de acordo com o Centro Harvard-Smithsonian.
Sua relativa proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera. "Isso faria dele a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada, mesmo que esta atmosfera provavelmente não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipe de pesquisa.
A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres. Sua densidade sugere que "é composto por cerca de três quartos de água e gelo, e um quarto é rocha", segundo a pesquisa. "Há também fortes indícios de que o planeta possua uma atmosfera gasosa".
O GJ 1214b possui uma temperatura entre 120 e 280 graus Celsius, apesar da estrela central de seu sistema solar ter cerca de um quinto do tamanho do Sol. "Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou indicações da presença do planeta.
"É muito menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro exoplaneta", indicou Berta em uma nota. Exoplaneta ou planeta extra-solar é qualquer um localizado fora do nosso Sistema Solar. Berta explicou que parte da água da "Super-Terra" provavelmente está em estado cristalino, que existe em ambientes com pressão atmosférica pelo menos 20 mil vezes superior à encontrada ao nível do mar em nosso planeta.
Entretanto, numa comparação com o CoRoT-7b, outro planeta descoberto pelos cientistas que apresenta semelhanças com a Terra, GJ 1214b é bem mais fresco, segundo os astrônomos. O CoRoT-7b, por outro lado, tem densidade próxima à da Terra (5,5 gramas por centímetro cúbico) e parece ser rochoso, enquanto o novo planeta aparenta ser bem menos denso, com 1,9 grama por centímetro cúbico.
"Para manter a densidade do planeta tão baixa assim é preciso que contenha grandes quantidades de água", afirmou Marcy. "Deve haver uma enorme quantidade de água, pelo menos 50% de sua massa".
Fonte: AFP e Nature

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Explosão da supernova SN2007bi

Astrônomos assistiram à morte violenta daquela que constituía provavelmente a estrela de maior massa que já foi detectada. A explosão da supernova, que durou meses, foi estimada como tendo gerado o equivalente a mais de 50 sóis de diferentes elementos, que no futuro poderão se tornar componentes na formação de novos sistemas solares.
A explosão designada SN2007bi foi avistada como parte de um levantamento digital cujo objetivo era a busca de supernovas, empreendido por astrônomos do Observatório de Palomar, perto de San Diego, Califórnia.
SN2007bi
© Nature (SN2007bi)
Uma das supernovas observadas era especialmente digna de atenção, recorda Avishay Gal-Yam, astrônomo do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, e membro da equipe que conduziu o levantamento.
A detonação foi observada pela primeira vez em 6 de abril de 2007 mas, diferentemente da maioria das supernovas, seu brilho não desapareceu em questão de semanas, e ela continuou queimando por meses, em ritmo muito forte.
"Foi um processo muito, muito lento", disse Gal-Yam. "Voltei a observar depois de uma semana, depois de duas semanas, depois de um mês e depois de cinco meses, e o brilho continuava mais ou menos o mesmo".
Observações posteriores com alguns dos mais poderosos telescópios disponíveis no planeta, entre os quais os do Observatório W. M. Keck, no topo do Mauna Kea, Havaí, e os do Observatório de Paranal, no Chile, revelaram uma supernova que diferia de todas as demais.
Em artigo para a revista Nature, Gal-Yam e seus colegas reportam que a explosão provavelmente envolveu uma estrela supermaciça, com pelo menos 200 vezes mais massa que o nosso Sol. O tipo de supernova produzido pela detonação, uma supernova de "instabilidade provocada por partes de partículas", já havia sido previsto em teoria, mas jamais observado.
A explosão gerou volume diversas vezes superior ao do Sol de níquel-56, radiativo, e vastas quantidades de elementos mais leves, como carbono e silício. O decaimento nuclear do níquel que manteve o brilho da explosão por meses.
"Trata-se definitivamente de algo que jamais havíamos visto no passado", diz Gal-Yam. "Não existem estrelas desse porte em nossa galáxia ou nas galáxias mais próximas. Tratava-se de uma estrela realmente espetacular".
Alguns astrônomos sugeriram que seria impossível que estrelas crescessem a tamanhos mais que 150 vezes maiores que a massa do Sol, em parte porque os poderosos ventos solares serviriam para dispersar o material excedente. Uma pesquisa com as estrelas de nossa galáxia, a Via Láctea, parecia sustentar essa ideia de que existe um limite para o tamanho das estrelas.
As estrelas da Via Láctea são feitas principalmente de hidrogênio e hélio, e contêm apenas um pequeno percentual de elementos atômicos mais pesados como parte de sua massa. No entanto, as estimativas quanto às estrelas de maior massa no universo são de que elas contenham proporções ainda menores de elementos mais pesados, o que permitiria que crescessem mais e tivessem brilhos muito superiores, antes de expirarem em forma de espetaculares supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas.
Os fótons gerados no interior da estrela exercem pressão para fora e impedem que essas gigantes entrem em colapso, pelo menos até que elas envelheçam a ponto de perder o brilho. Assim que a estrela começa a se contrair, sua temperatura interna sobe, o que faz com que os fótons se convertam em pares de elétrons e pósitrons (as antipartículas dos elétrons). Essas novas partículas não exercem a mesma pressão de expansão sobre a estrela que os fótons originais exerciam, e o resultado é um colapso cada vez mais acelerado, seguido por uma imensa explosão do núcleo estelar.
As supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas haviam sido previstas teoricamente décadas atrás mas nenhuma havia sido avistada até agora, disse Norbert Langer, astrofísico da Universidade de Bonn, na Alemanha.
Além de oferecer confirmação quanto a uma velha teoria, a nova supernova pode também permitir novas percepções sobre a juventude do universo. Os astrônomos acreditam que o universo fosse quase inteiramente formado de hidrogênio e hélio pouco antes do Big Bang. A ideia é de que esses elementos tenham formado estrelas gigantescas que arderam por breves períodos, com brilho intenso, antes de explodir, criando elementos mais pesados que no futuro viriam a resultar na formação de planetas, e pessoas.
"Existe um interesse já antigo na evolução e morte dessas primeiras estrelas", diz Langer. A morte da supernova pode propiciar algumas pistas.
E também suscita algumas questões, acrescenta Langer. A mais notável é que a supernova parecia não conter hidrogênio. Já que os elementos leves são considerados importantes em uma estrela como essa, é "algo de estranho" que o hidrogênio não esteja presente na supernova, disse Langer.
Gal-Yam concorda: "Deveríamos tê-lo detectado com certa facilidade", afirma. "Creio que tenha sido removido, com grande eficiência, por algum mecanismo (desconhecido)".
Fonte: Nature

domingo, 13 de dezembro de 2009

Blazar é o maior emissor de raios gama

O telescópio de raios gama Fermi (GLAST) observou que o blazar 3C 454.3 apresentou aumento repentino de brilho. Este blazar é uma galáxia que emite raios gama emanando jatos de partículas energéticas de um buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia que está na constelação de Pegasus à 7 bilhões de anos-luz da Terra. Na imagem a seguir observa-se a evolução de brilho entre os meses de novembro e dezembro deste ano.

blazar

© NASA (Blazar 3C 454.3)

O blazar excedeu em quase duas vezes o brilho do pulsar Vela que está localizado à mil anos-luz da Terra e é considerado a fonte mais energética de raios gama. O fluxo de raios gama no blazar aumentou por um fator de 3 entre 0.1-300 GeV (bilhão de elétrons-volt). O blazar 3C 454.3 está sendo monitorado em todos os comprimentos de onda para obtenção de uma curva de luz do evento.

Fonte: NASA e Fermi

sábado, 12 de dezembro de 2009

Colisão de galáxias ao redor de buraco negro

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou uma imagem que captou o choque de duas galáxias que giram em torno de um buraco negro.
A imagem foi feita por três telescópios espaciais da agência espacial e mostra as galáxias NGC 6872 e IC 4970.
Os dados do Observatório Chandra de Raios-X da Nasa são mostrados em púrpura. Já a contribuição via espectro infravermelho do Telescópio Espacial Spitzer está em vermelho.
Há também os dados ópticos do Very Large Telescope (VLT, na sigla em inglês, ou "Telescópio Muito Grande", em tradução livre), em um misto de cores vermelha, verde e azul, sendo que a identificação do verde não é precisa na imagem.
choque de galáxias
© NASA (NGC 6872 e IC 4970)
Astrônomos acreditam que buracos negros supermassivos existam no centro da maioria das galáxias.
Não apenas as galáxias e os buracos negros parecem coexistir, mas eles também parecem essencialmente vinculados à evolução delas.
Para melhor compreender esta relação simbiótica, os cientistas se voltaram para buracos negros em rápido crescimento, chamados Núcleos Galácticos Ativos (AGN, na sigla em inglês).
Com isso, buscam estudar como os buracos negros são afetados por seu ambiente galáctico.
Os últimos dados dos telescópios Chandra e Spitzer mostram que a IC 4970, a pequena galáxia no topo da imagem, contém um buraco negro AGN fortemente envolvido por gás e poeira.
Isto significa que, em telescópios de luz óptica, como o VLT, há pouco para ver. Já os raios-X e a luz infravermelha podem penetrar neste véu e revelar o show de luzes gerado enquanto materiais são aquecidos e antes de cair no buraco negro, visto como um ponto brilhante.
Apesar do gás e poeira escuros em volta da galáxia IC 4970, os dados do telescópio Chandra conseguem indicar que não há gás quente suficiente nessa galáxia para servir de combustível ao crescimento do buraco negro.
Assim, a fonte de alimento para esse buraco negro deve estar na galáxia parceira, a NGC 6872.
As duas galáxias estão no processo de uma colisão, e a atração gravitacional da IC provavelmente tragou algo do profundo reservatório de gás da galáxia NGC, vista principalmente pelos dados do telescópio Spitzer. Isso forneceria então o combustível para o buraco negro gigante.
Fonte: NASA

Telescópio Vista realiza sua primeira imagem

O Observatório Europeu do Sul, ESO, divulgou nesta sexta-feira a primeira imagem realizada pelo seu novo telescópio, o Vista. A imagem mostra uma estrela se formando na região conhecida como a Nebulosa da Chama, ou NGC 2024, na constelação de Órion (o caçador).

nebulosa chama

© ESO (NGC 2024)

Sem utilizar a luz infravermelha, o núcleo da nebulosa, repleto de estrelas jovens, fica completamente escondido atrás de uma nuvem de poeira. O amplo campo de visão do telescópio inclui na imagem o contorno fantasmagórico da Nebulosa Cabeça de Cavalo (Barnard 33) , no canto inferior direito, e a estrela azulada brilhante à direita é uma das três estrelas que formam o Cinturão de Órion.

O Vista é um telescópio de pesquisa que trabalha em comprimentos de onda infravermelhos e é o maior telescópio do mundo dedicado à cartografia do céu. Sua grande lente, seu amplo campo de visão e os detectores muito sensíveis são capazes de revelar imagens completamente novas do céu com resolução inédita.

 Fonte: ESO

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hubble captou galáxias mais antigas

O telescópio Hubble localizou as galáxias mais antigas já vistas no Universo, com o auxílio da nova câmera infravermelha instalada recentemente por astronautas da Nasa (agência espacial norte-americana), revelaram cientistas britânicos.
Na imagem divulgada, os objetos com luz mais fraca e vermelha são galáxias que se formaram na "infância" do Universo, 600 milhões de anos após o Big Bang, que teria ocorrido há 13,7 bilhões de anos. Assim, estes objetos estariam localizados por volta de 13,1 bilhões de anos-luz da Terra.
hubble deep field
© NASA/Hubble
A nova câmera usa raios infravermelhos, invisíveis ao olho humano e com comprimentos de onda por volta de duas vezes maiores que a luz visível. As imagens foram captadas em uma região do espaço chamada Campo Ultra Profundo, que começou a ser analisada pelos cientistas há cinco anos.
A câmera infravermelha foi instalada por astronautas da Nasa em maio passado, durante a missão de reparo e manutenção do telescópio Hubble, que já tem 19 anos de funcionamento.
As galáxias observadas são, provavelmente, as mais distantes já vistas até o momento.
 Fonte: NASA e ESA

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Estrela 35 vezes mais quente que o Sol

Astrônomos da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, descobriram uma das estrelas mais quentes da galáxia, com temperaturas 35 vezes maiores do que o Sol. Segundo os cientistas do centro de pesquisas Jodrell Bank Centre for Astrophysics da universidade, esta é a primeira vez que a estrela, que fica na nebulosa Bug, foi observada e retratada. A sua temperatura é superior a 200 mil graus Celsius.
"Esta estrela foi muito difícil de ser encontrada porque ela está escondida atrás de uma nuvem de poeira e gelo no meio da nebulosa", disse o professor Albert Zijlstra, da Universidade de Manchester. De acordo com ele, nebulosas planetárias como a Bug se formam quando estrelas que estão morrendo ejetam gás no espaço.
nebulosa bug
 © Jodrell Bank Centre for Astrophysics (nebulosa Bug)

Nosso Sol vai fazer isso em cerca de cinco bilhões de anos. A nebulosa Bug, que está a cerca de 35 mil anos luz na constelação de Escorpião, é uma das nebulosas planetárias mais espetaculares.
Zijlstra e sua equipe usaram o telescópio Hubble para encontrar a estrela. Em setembro, o telescópio foi reformado, com a instalação de mais uma câmera.
As imagens capturadas pelo Hubble serão publicadas na próxima semana na revista científica Astrophysical Journal. "Nós fomos extremamente sortudos que tivemos a oportunidade para capturar esta estrela próximo ao seu ponto mais quente. De agora em diante ela vai se resfriar na medida em que vai morrendo", disse o autor do artigo, Cezary Szyszka, que trabalha no European Southern Observatory.
"Este é um objeto verdadeiramente excepcional". Segundo o cientista Tim O'Brein, da Universidade de Manchester, ainda não se sabe como uma estrela do tipo ejeta sua massa para formação de nebulosas.
Fonte: BBC Brasil

sábado, 28 de novembro de 2009

Buracos negros gigantes

Um estudo feito nos Estados Unidos propõe uma nova teoria para a formação de buracos negros "supermassivos", com massas milhões ou até bilhões de vezes maiores que a do Sol, sugerindo que eles se formaram em "casulos" de gás dentro de estrelas.
O estudo, da Universidade do Colorado, na cidade de Boulder, apresenta uma alternativa à teoria mais aceita hoje em dia sobre a formação desses eventos cósmicos, a de que eles surgiram a partir da união de um grande número de buracos negros pequenos.
O astrônomo que liderou o estudo, Mitchell Begelman, analisou os buracos negros surgidos a partir de estrelas supermassivas surgidas nos primórdios do universo.
buraco negro M33 X-7v
© NASA (buraco negro M33 X-7v)
Segundo ele, em alguns casos, o núcleo dessas estrelas entra em colapso, formando buracos negros, que devido ao tamanho dessas estrelas, já nascem maiores que buracos negros comuns.
Em um segundo estágio de formação, esses buracos negros passam a engolir a matéria ao redor, dentro da estrela, formando um "casulo" e inchando até engolir o que restou do material que formava a estrela.
"O que é novo aqui é que acreditamos ter encontrado um novo mecanismo relativamente rápido de formação desses gigantes", disse Begelman.
Os buracos negros são objetos cósmicos extremamente densos formados, acredita-se, pelo colapso de estrelas, e com um campo gravitacional tão forte que nada, nem mesmo a luz, é capaz de escapar da sua atração.
Esses eventos não podem ser detectados diretamente pelos astrônomos, mas sim por sinais como movimento de matéria estelar girando em torno deles.
Fonte: NASA

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A maior aurora boreal do Sistema Solar

A sonda espacial Cassini detectou auroras boreais na atmosfera de Saturno que, de acordo com os cientistas, seriam as maiores já observadas no Sistema Solar. Imagens captadas pela Cassini mostraram as cortinas com cerca de 1,2 mil km de largura, sendo o dobro das maiores registradas na Terra, localizadas sobre o hemisfério norte do planeta.
saturno aurora boreal
 © NASA (Saturno - aurora boreal)
As auroras boreais são fenômenos ópticos que brilham em regiões próximas às zonas polares dos planetas. Na Terra, o fenômeno ocorre por causa do impacto de partículas oriundas da magnetosfera, que se introduzem na atmosfera superior terrestre.
Os cientistas da California Institute of Technology, responsável pelo estudo, informaram que as auroras boreais nunca haviam sido vistas em Saturno, apesar da suspeita de que sempre estiveram lá. Além disso, as observações podem ajudar a explicar melhor como elas se formam.
A altitude das auroras boreais de Saturno possuem diferenças em relação às da Terra, pois são compostas basicamente de hidrogênio. Já as da Terra são cheias de oxigênio e nitrogênio. Como o hidrogênio é um gás muito rápido, a atmosfera e as auroras alcançam distâncias maiores do planeta. Na Terra, o fenômeno tende a atingir entre 100 e 500 km.
Fonte: NASA

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tsunamis solares são reais

Os tsunamis solares são ondas inacreditavelmente poderosas de protoplasma que se propagam pela superfície do sol. Eles foram observados anos atrás, mas era considerado uma ilusão óptica. Cientistas confirmaram agora, entretanto, que eles são realmente reais, e uma das ondas proeminentes atingiu uma altitude maior que o diâmetro da Terra.
tsunami solar
 © NASA (Tsunami solar)
Foi descoberta ejeção de massa coronal em 1997 pelo SOHO (Solar and Heliospheric Observatory), mas não foi suficiente para caracterizá-la como um tsunami solar.
Observações recentes dos satélites gêmeos STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) da Nasa revelou que este fenômeno controverso não é uma ilusão, e confirmou a existência dos tsunamis através de imagens capturadas em fevereiro quando a mancha solar 11012 explodiu inesperadamente, lançando um bilhão de toneladas de nuvem de gás da massa coronal para o espaço. O STEREO registrou a onda de duas posições separadas por 90 graus, proporcionando uma visão sem precedente do evento. A onda propagou-se com velocidade de 250 Km/s atingindo 100.000 Km de altitude e acumulando uma energia de 2.400 megatons de TNT!
Tsunami solar
© NASA (Tsunami solar)
Apesar da enorme energia, os tsunamis solares não propiciam nenhuma ameça direta para a Terra. Identificando o local da explosão é possível antecipar quando uma tempestade de radiação chegará a Terra.
 Fonte: NASA

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A nebulosa Caranguejo: um ícone cósmico

A nebulosa Caranguejo (nuvem de poeira, hidrogênio e plasma), corpo celeste remanescente de uma supernova, é um poderoso gerador cósmico capaz de produzir energia equivalente a 100 mil vezes a taxa do Sol, segundo informações da Nasa (agência espacial americana). Uma imagem da intensa atividade registrada no interior da formação estelar, captada a partir de dados enviados pelas sondas espaciais Chandra X-ray, Hubble e Spitzer, foi divulgada no site da Nasa.
nebulosa caranguejo
 © NASA
A morte espetacular de uma estrela na constelação de Touro foi observada na Terra como sendo a supernova de 1054 D.C., criou uma gigantesca explosão que culminou com o nascimento de um objeto denso, chamado estrela de nêutrons. As partículas expelidas por este corpo cósmico possibilitaram o surgimento da nebulosa Caranguejo.
Na fotografia, os dados observados pelo observatório Chandra X-ray estão em azul, os do Hubble em amarelo e vermelho, e os do Spitzer em infravermelho. A nebulosa em questão, um dos objetos mais estudados do espaço, é considerada pelos astrônomos como um "verdadeiro ícone cósmico".
Fonte: NASA

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mistério sobre supernova Cassiopeia A

Dois astrofísicos acreditam que tenham resolvido o mistério que cercava um objeto que ocupa posição central entre os restos de uma supernova distante. Cerca de 330 anos atrás, explodiu uma grande estrela na constelação de Cassiopeia. Esta supernova - como são conhecidos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas - talvez tenha sido registrada por John Flamsteed, astrônomo real da Inglaterra, que observou, naquele ano, uma "estrela" que não corresponde a qualquer objeto registrado nas cartas celestes hoje conhecidas quanto àquela constelação.
Os restos da supernova, conhecida como Cassiopeia A, sempre representaram um certo mistério para os astrônomos. As supernovas normalmente deixam para trás um objeto de extrema densidade, como um buraco negro ou estrela de nêutrons. Mas ao longo de décadas de observação não foi avistado um objeto desse tipo no centro de Cassiopeia A.
Cassiopeia
© Nature
Em 1991, o Observatório de Raios-X Chandra por fim identificou um objeto compacto na área. No entanto, aquilo que foi avistado "não correspondia ao que os astrônomos imaginavam quanto à aparência de uma estrela de nêutrons", disse Craig Heinke, astrofísico da Universidade de Alberta, no Canadá.
As estrelas de nêutrons costumam apresentar fortes campos magnéticos, em rotação, que geram a impressão de que elas pulsam, mas o objeto identificado no centro de Cassiopeia A queima em ritmo constante. Além disso, a energia no espectro de raios-X que ele emite não se enquadra aos padrões esperados pelos astrônomos.
Agora, Heinke e seu colega Wynn Ho, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, acreditam ter uma explicação para o misterioso objeto. Eles propõem a interpretação de que Cassiopeia A contenha uma estrela de nêutrons, e que essa estrela esteja envolta em uma atmosfera de carbono.
A presença de uma atmosfera como essa faria com que os restos da estrela morta parecessem emitir um brilho azul profundo nas faixas de ondas da luz visível, o que explicaria as energias incomuns captadas pelos cientistas na banda de raio-X.
Heinke diz que a aparência incomum de Cassiopeia A pode se dever à juventude da estrela. Com o tempo, afirma, a estrela pode acumular hidrogênio e hélio e desenvolver uma rotação perceptível. Isso a tornaria mais parecida com outras estrelas de nêutrons conhecidas, e mais antigas.
"Acredito que seja uma interpretação interessante", disse Harvey Tananbaum, diretor do Centro de Raios-X Chandra, no Centro Harvard Smithsonian de Astrofísica, em Cambridge, Massachusetts.
Tanambaum afirma que o seu estudo não oferece provas irrefutáveis de que uma estrela de nêutrons envolta por uma atmosfera de carbono esteja posicionada no centro de Cassiopeia A, e observação posteriores poderão oferecer indicações melhores quanto à natureza do objeto.
Fonte: Nature

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Seja um Marciano!

A Nasa (agência espacial americana) e a Microsoft anunciaram a criação de um portal sobre Marte, que ajudará os internautas a conhecer e ajudar mais nas pesquisas sobre o conhecido "planeta vermelho".
marte
© NASA
O site, chamado "Be a Martian" ("Seja um Marciano"), permitirá que o público participe para melhorar os mapas de Marte e ajudar os cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).
"Estamos em um momento da história em que todos querem ser exploradores", comentou Doug McCuistion, diretor do programa de exploração de Marte, no escritório da agência espacial americana em Washington.
"Com tantos dados das missões enviadas a Marte e que estão à disposição de todos, explorar o planeta virou uma tarefa conjunta de todos os seres humanos", completou.
McCuistion informou que colaborações são esperadas de todas as partes do mundo. "Isto ajudará no trabalho de um grupo de cientistas especializados", ressaltou.
O JPL deu como exemplo a criação de mapas que permitirão interpretar as mudanças na superfície marciana.
"Líderes da indústria, como Nasa e Microsoft, têm uma responsabilidade social, assim como um interesse particular em impulsionar a ciência e a educação tecnológica", afirmou Walid Abu Hadba, vice de desenvolvimento de plataformas da empresa.
Além de ajudar nas pesquisas, os internautas poderão participar de salas de bate-papo, sugerindo perguntas e temas de discussão.
"Explorar Marte inspira pessoas de todas as idades. Estamos especialmente ansiosos para estimular os jovens a descobrirem mais sobre o planeta", afirmou Charles Elachi, diretor do JPL em Pasadena, no estado da Califórnia.
O endereço de acesso do site é: http://beamartian.jpl.nasa.gov/
Fonte: Efe / NASA

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Descoberta atmosfera de carbono em estrela de nêutrons

Uma estrela de nêutrons descoberta em 1999 intrigava os pesquisadores por suas estranhas características.
Agora, com dados do observatório de Raios-X Chandra, cientistas conseguiram explicar porque, aparentemente, ela não emitia nenhuma pulsação: tudo culpa de uma fina atmosfera de carbono, que faz com que as emissões sejam constantes e não variem com a rotação do astro.
New analysis of an extraordinarily deep Chandra image of Cassiopeia A shows that this supernova remnant accelerates electrons to enormous energies. The blue, wispy arcs reveal the acceleration is taking place in an expanding shock wave generated by the explosion that destroyed the progenitor star. This acceleration is close to the theoretical limit and provides strong evidence that supernova remnants are key sites for generating cosmic rays, mysterious high-energy particles that bombard the Earth.
© NASA
Localizada na constelação de Cassiopeia, a estrela de nêutrons está a 10 mil anos luz da Terra. Ela fica no meio dos restos da explosão de uma estrela de grande massa, uma estrutura com cerca de 14 anos-luz de largura.
As propriedades dessa atmosfera de carbono são bastante peculiares. Ela tem apenas dez centímetros de espessura, uma densidade similar ao diamante e pressão de mais de dez vezes aquela encontrada no centro da Terra.
Na imagem do Chandra (complementada com uma ilustração da estrela), os raios-X de baixa energia são representados pela cor vermelha, os de média energia pela cor verde e os de alta energia pela cor azul.
Fonte: NASA

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Produzido novo modelo do Universo usando supercomputador

Pesquisadores do Laboratório Nacional de Los Alamos (LANL), EUA, criaram um modelo espacial com uma das maiores simulações da distribuição de matéria no Universo, usando o Roadrunner, o supercomputador mais rápido do mundo.
IBM Roadrunner
© IBM (Supercomputador Roadrunner)
Em nota à imprensa, o cientista Salman Habib, do Laboratório Nuclear e Física de Partículas, Astrofísica e Cosmologia afirmou que o modelo de Universo criado pelo Roadrunner fornecerá uma descrição mais completa e mais precisa do universo observável, auxiliando na elaboração de futuros experimentos e na interpretação das pesquisas já em curso.
O Roadrunner, produzido pelo laboratório em parceria com a IBM e a NASA, foi o primeiro computador a quebrar a barreira do petaflop (um petaflop equivale a um quatrilhão de operações por segundo). Para se ter uma idéia da grandeza do projeto, a unidade básica do modelo é uma partícula com uma massa de cerca de um bilhão de sóis (uma galáxia possui a massa de cerca de um trilhão de sóis), e, ao todo, possui 64 bilhões ou mais dessas partículas.
O modelo ajudará ainda a entender a dinâmica e a distribuição da “matéria escura” e da “energia escura”, responsável por 74 por cento da massa total de energia do Universo, de acordo com o modelo padrão da cosmologia.
Na imagem abaixo, observa-se: Modelo padrão de cosmologia (à esquerda), Modelo com energia escura (centro) e Modelo com matéria escura (à direita).
simulação do universo
© Laboratório Nacional de Los Alamos
O novo modelo do universo baseia-se em um algoritmo hierarquizado de rede/partícula que melhor corresponde aos aspectos físicos da simulação oferecidos pela arquitetura híbrida do Roadrunner. A equipe de pesquisadores escreveu um código totalmente novo que explora de forma agressiva a arquitetura do supercomputador e faz pleno uso dos aceleradores computacionais 8i PowerXCell. Eles também criaram uma análise dedicada e um software de visualização para lidar com a enorme base de dados da simulação, que será um componente essencial para o estudo do Universo desconhecido nos próximos anos”, aposta Habib.
Fonte: LANL (Laboratório Nacional de Los Alamos)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Encontrado "esqueleto cósmico" do Universo

Uma gigantesca concentração de galáxias, que se localiza a sete bilhões de anos-luz da Terra, foi descoberta por uma equipe de pesquisadores do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). As galáxias estão interligadas através de filamentos, com milhões de anos-luz de extensão, criando gigantescas estruturas que assemelham a formação a uma espécie de "esqueleto cósmico", segundo os astrônomos.
esqueleto cósmico
© ESO
O achado foi possível graças à combinação de dados dos telescópios VLT, no deserto do Atacama (Chile), e do Subaru, no Observatório Mauna Kea (Japão).
De acordo com os cientistas, as galáxias estão encaixadas umas com as outras enquanto imensos agrupamentos cósmicos se formam em suas intersecções, alimentando-se de matéria escura. As dezenas de grupos de galáxias que rodeiam o cúmulo principal, cada uma delas é dez vezes mais maciça do que a Via Láctea, onde se encontra nosso planeta, e algumas até mil vezes mais.
"A matéria não está distribuída de forma uniforme no universo. Em nossa 'vizinhança cósmica', as estrelas formam galáxias e as galáxias formam  conglomerados", explicou Masayuki Tanaka, responsável pelo estudo. "A teoria mais aceita é que a matéria também pode se acumular nas chamadas 'redes cósmicas'", afirmou.
Os cientistas tentam agora determinar como nascem estes agrupamentos. Apesar de grandes estruturas deste tipo terem sido observadas perto da Terra, ainda não existiam provas sólidas de sua existência em regiões distantes.
Conforme o ESO, a descoberta permitirá aos investigadores aprofundar o conhecimento da rede de galáxias no universo. Para esclarecer este "esqueleto cósmico", o grupo de astrônomos mediu a distância que separa a Terra de 150 galáxias, obtendo uma reconstrução tridimensional da estrutura.
O estudo foi publicado no Astronomy & Astrophysics Journal. Em nosso entorno cósmico, as estrelas se formam nas galáxias e estas, por sua vez, formam grupos e cúmulos de galáxias em forma de filamentos. O último filamento localizado está a cerca de 6,7 bilhões de anos-luz de distância da Terra e se estende por pelo menos 60 milhões de anos-luz.
A estrutura recém descoberta provavelmente se estende além do campo investigado pela equipe. Por isso, já foram planejadas novas observações para obter uma medida definitiva de seu tamanho.
Fonte: ESO (Observatório Europeu Austral)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Astrônomos encontram objeto mais antigo do Universo

O objeto mais antigo do Universo foi observado por um grupo internacional de astrônomos. Trata-se de uma estrela que estava explodindo (e morrendo) na infância do cosmo, meros 630 milhões de anos após o Big Bang.
Se os 13,7 bilhões de anos de história do Universo fossem resumidos em um ano, essa explosão teria acontecido por volta do dia 15 de janeiro --a Terra surgiu só quase em agosto, e os humanos modernos, nos últimos 10 minutos do dia 31 de dezembro.
quasar
© NASA (GRB 090423)
A morte desse corpo celeste primordial foi violenta: sua luz foi emitida na forma de raios gama, a radiação mais energética que existe. Ela viajou esse tempo todo e só chega à Terra agora. A descoberta, dizem seus autores, pode mudar a compreensão do primeiro bilhão de anos do cosmo.
"É a última era do Universo que ainda é desconhecida pela ciência", disse à Folha Nial Tanvir, astrônomo da Universidade de Leicester (Inglaterra), um dos autores do estudo, publicado na revista "Nature".
Os cientistas sabem que, na sua infância, o Universo atravessou uma "Idade das Trevas", na qual a matéria se aglomerava, mas as primeiras estrelas ainda não haviam surgido. Não se sabe, porém, quando acabou a escuridão e se fez a luz: a detecção de objetos muito antigos é difícil. Até agora, os corpos celestes mais antigos datavam de 800 milhões a 900 milhões de anos após o Big Bang.
O novo objeto, que levou o nome pouco inspirado de GRB 090423 (sigla para Disparo de Raios Gama 090423), recua essa idade e deve permitir o estudo das estrelas pioneiras.
"Sabemos como era o Universo logo após o Big Bang. Temos também uma boa noção do Universo quando ele tinha 1 bilhão de anos, já vimos várias galáxias de então. A descoberta de agora preenche esse buraco inexplorado", diz Ruben Salvaterra, do Instituto Nacional de Astronomia da Itália, outro autor da descoberta. As observações foram feitas com o satélite Swift, da Nasa. Depois, por telescópios.
Para entender como os cientistas sabem a distância de um objeto, imagine o som de um carro se aproximando rápido. Ele é diferente do som do mesmo carro se afastando.
A luz de um objeto que se aproxima também é diferente da luz de um que se afasta, mas é preciso estar muito rápido para que se perceba.
Se a luz de uma estrela apresenta um desvio para o vermelho no espectro luminoso, é sinal de que está se afastando. Se o desvio é para o azul, está se aproximando. O GRB 090423 tem o maior desvio para o vermelho já observado.
"Vamos tentar conhecer a pequena galáxia na qual a estrela viveu. Pretendemos olhar profundamente para lá com o Hubble em 2010", diz Tanvir.
A ideia recente é procurar conhecer quais eram os vizinhos da GRB 090423!
Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Explosões de estrelas explicam "neblina" no centro da Via Láctea

O que causa uma misteriosa "neblina" de radiação no centro da Via Láctea? Pode ser um acúmulo de monstruosas explosões de estrelas, também conhecidas como supernovas. Sua radiação é, então, amplificada pelo magnetismo de ventos estelares e pela turbulência próxima ao âmago da galáxia.
No ano de 2003, a sonda WMAP encontrou vestígios de uma radiação de micro-onda especialmente energética no centro da nossa galáxia --batizada, então, de "neblina WMPA". À época, foi proposto que aquilo poderia ter sido causado por colisões de um novo tipo de partícula de matéria escura.
via láctea
© NASA (Via Láctea - concepção artística)
Em vez disso, o sinal pode ser produzido por uma ampliação de raios cósmicos amplificados quando estrelas grandes explodem, afirma Peter Biermann, do Instituto de Radioastronomia Max Planck, em Bonn, na Alemanha.
O centro da nossa galáxia tinha um alto número de estrelas massivas, quando comparadas com demais partes. Estas estrelas são rodeadas por ventos estelares particularmente fortes e magnéticos. Nas regiões polares das estrelas, os campos magéticos dos ventos são paralelos à direção da viagem de qualquer raio cósmico que saia da supernova. Esta configuração, mais a enorme turbulência no centro da galáxia causada pela enorme concentração de estrelas, pode aumentar a energia dos raios cósmicos, diz a equipe de Biermann. Eles publicaram o trabalho na revista "The Astrophysical Journal".
Dan Hooper, da Universidade de Chicago, dá o contraponto, observando que é prudente considerar outros cenários em que a matéria escura seja a causa, uma vez que muito pouco é conhecido sobre a região central da nossa galáxia e os campos magnéticos que ali existem.
wmap
© NASA (WMAP)
Fonte: New Scientist

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Encontrado o conglomerado de galáxias mais distante da Terra

O conglomerado de galáxias JKCS041 localiza-se a por volta de 10,2 bilhões de anos-luz da Terra, e bate o recorde anterior de distância da Terra em quase 1 bilhão de anos-luz.
O conglomerado foi encontrado ao se combinar dados do Observatório Chandra de Raios-X da Nasa (agência espacial americana), do telescópio óptico Very Large Telescope (VLT) --no Chile, operado pelo Observatório Europeu do Sul-- e do Digitized Sky Survey. Sua imagem observada é referente a quando o Universo tinha cerca de um quarto da idade atual.
Conglomerados de galáxias são os maiores objetos do Universo unidos gravitacionalmente. Encontrar uma estrutura tão grande, vista em época tão antiga, pode revelar informações importantes sobre como o Universo se desenvolveu.
"Este objeto está próximo à distância limite que se esperava para um conglomerado de galáxias", disse Stefano Andreon, do Instituto Nacional de Astrofísica (Inaf), em Milão, Itália.
 jkcs041
© NASA (Galáxias JKCS041)
O JKCS041 foi originalmente detectado em 2006, com observações do Telescópio de Infravermelho do Reino Unido (Ukirt). A distância até ele foi determinada por meio do Ukirt, do telescópio no Havaí de parceria Canadá-França-Havaí, além do Telescópio Espacial Spitzer da Nasa.
No entanto, os cientistas não tinham certeza se era um verdadeiro conglomerado de galáxias, o que foi confirmado com os dados do Observatório Chandra.
Fonte: NASA

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

NASA acha molécula orgânica em planeta fora do Sistema Solar

Pesquisadores da NASA (agência espacial norte-americana) anunciaram a descoberta de química básica para a vida em um segundo e novo planeta quente e gasoso, muito distante do nosso Sistema Solar. Feito na terça-feira (20), o anúncio da pesquisa também informa que isso permite aos astrônomos avançar quanto a identificar planetas onde a vida possa existir.
O planeta, que leva o nome de HD 209458b, não é habitável, mas possui a mesma química que, se encontrada em um planeta rochoso no futuro, pode indicar a presença de vida.
hd209458b
© NASA (Exoplaneta - concepção artística)
"É o segundo planeta fora do nosso Sistema Solar em que água, metano e dióxido de carbono foram encontrados elementos importantes para processos biológicos em planetas habitáveis", disse o pesquisador Mark Swain, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. "A descoberta de componentes orgânicos nos dois exoplanetas já traz a possibilidade de que será corriqueiro encontrar planetas com moléculas que podem ser vinculadas à vida."
Os pesquisadores usaram dados de dois observatórios em órbita: os telescópios espaciais Hubble e Spitzer, para estudar o HD 209458b que, além de quente e gasoso, é gigante (maior do que Júpiter) e orbita em uma estrela semelhante ao Sol por volta de 150 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pegasus.
A descoberta segue a uma outra, ocorrida em dezembro de 2008, que mostrou a presença de dióxido de carbono (CO2) em outro planeta do tamanho de Júpiter, o HD 189733b. Observações anteriores do Hubble e do Spitzer também tinham revelado que o planeta contém água em vapor e metano.
Para rastrear as moléculas orgânicas, a NASA usou espectroscópios, instrumentos que dividem a luz em componentes para mostrar a "assinatura" de diferentes elementos químicos. Dados da câmera infravermelha do Hubble e do espectrômetro de multiobjetos mostraram a presença de moléculas, e dados do fotômetro e do espectrômetro infravermelho do Spitzer mediram as respectivas quantidades.
"Isso demonstra que nós podemos identificar as moléculas importantes nos processos de vida", disse Swain. Os astrônomos podem, a partir de agora, comparar as duas atmosferas de ambos os planetas, pelas diferenças e similaridades. Por exemplo: as quantidades de água e dióxido de carbono relativas a ambos os planetas são similares, mas o planeta HD 209458b mostra ter metano em abundância, quando comparado com o HD 189733b. "A alta abundância de metano está nos dizendo alguma coisa", disse Swain. "Pode significar que houve algo especial sobre a formação deste planeta."
"A detecção de compostos orgânicos não significa necessariamente que há vida em um planeta, porque existem outras formas para a geração destas moléculas", disse Swain. "Se detectamos compostos químicos orgânicos em um planeta rochoso como a Terra, nós vamos entender o suficiente sobre o planeta para descartar processos sem vida que poderiam ter conduzido os elementos químicos até lá."
Fonte: NASA

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cientistas europeus anunciam a descoberta de 32 exoplanetas

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) anunciaram a descoberta de 32 novos exoplanetas orbitando em estrelas distantes, nesta segunda-feira (19).
O que é mais importante, segundo o jornal norte-americano "The Washington Post", é que os planetas foram encontrados em torno de uma variedade de estrelas, sugerindo que os planetas são comuns na nossa galáxia.
 exoplaneta
 © ESO (Exoplaneta - concepção artística)

Os planetas gigantes, compostos de gases, foram encontrados orbitando em torno de estrelas "pobres em metal" (que carecem mais em elementos como hidrogênio e hélio do que outras), que até então eram considerados lugares inóspitos para a formação de planetas.
O primeiro exoplaneta foi encontrado em 1995. Com a descoberta do ESO, a contagem total de exoplanetas sobe para 400. O planeta cuja massa é mais baixa tem por volta de cinco vezes a massa da Terra. Os astrônomos esperam, algum dia, encontrar um planeta com massa e órbita semelhantes à da Terra --circundando uma estrela de modo que haja possibilidade de encontrar água em estado líquido na sua superfície.
Os astrônomos que anunciaram a descoberta de hoje usaram um espectrográfico para estudar possíveis planetas próximos às estrelas. O instrumento mede leves mudanças causadas na luz das estrelas devido à órbita de um planeta, que não pode ser observado diretamente. Segundo o astrônomo Stephane Udry, da Universidade de Gênova, um novo instrumento está em desenvolvimento. Conhecido como Espectrográfico para Exoplanetas Rochosos e Observações Espectroscópicas Estáveis Echelle (Espresso, na sigla em inglês), "deve possibilitar a detecção de gêmeas da Terra em todos os tipos de estrelas solares, dentro de cinco ou dez anos".
Os exoplanetas estão em todos os lugares!
Fonte: Reuters

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Astrônomos descobrem anel gigante em torno de Saturno

Cientistas da Nasa (Agência Espacial americana) descobriram um anel gigante em torno de Saturno, em cujo espaço caberiam 1 bilhão de planetas do tamanho da Terra. Sua parte mais densa fica a cerca de 6 milhões de quilômetros de Saturno e se estende por outros 12 milhões de quilômetros, o que o torna o maior anel de Saturno. A altura do halo é 20 vezes maior que o diâmetro do planeta.
Planeta Saturno
© NASA (Saturno)
"Trata-se de um anel superdimensionado", definiu a astrônoma Anne Verbiscer, da Universidade da Virgínia em Charlottesville e uma das autoras de um artigo sobre a descoberta publicado na revista científica Nature. "Se ele fosse visível a partir da Terra, veríamos o anel com a largura de duas luas cheias, com Saturno no meio", comparou a cientista. Verbiscer e seus colegas utilizaram uma câmera de infravermelho a bordo do telescópio espacial Spitzer para fazer uma "leitura" de uma parte do espaço dentro da órbita de Phoebe, uma das luas de Saturno. Segundo a astrônoma, o anel é praticamente invisível por telescópios que utilizam luz, já que é formado por uma fina camada de gelo e por partículas de poeira bastante difusas. "As partículas estão tão distantes umas das outras que mesmo se você ficasse em pé em cima do anel, não o veria", disse Verbiscer.
Os cientistas acreditam que a lua Phoebe é que contribuiu com o material para a formação do anel gigante, ao ser atingida por cometas. A órbita do anel está a 27 graus de inclinação do eixo do principal e mais visível anel de Saturno. Os cientistas acreditam que a descoberta do anel poderá ajudar a desvendar um dos maiores mistérios da astronomia --a lua Iapetus, também de Saturno. A lua foi descoberta pelo astrônomo Giovanni Cassini em 1671, que percebeu que ela tinha um lado claro e outro bastante escuro, como o conhecido símbolo yin-yang. Segundo a equipe de Verbiscer, o anel gira na mesma direção de Phoebe e na direção oposta a Iapetus e às outras luas e anéis de Saturno. Com isso, o material do anel colide constantemente com a misteriosa lua, "como uma mosca contra uma janela".
Anel de Saturno
© NASA (Anel de Saturno)
Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Observatório divulga imagem de bolha cósmica

Dois grupos de astrônomos, trabalhando de forma independente, "co-descobriram" um corpo celeste inusitado e sem precedentes.
O novo objeto, que se parece com uma gigantesca bolha de sabão cósmica, foi catalogado como uma nebulosa planetária. Apesar do nome, nebulosas planetárias são formadas quando uma estrela com uma massa equivalente a até oito vezes a massa do Sol ejeta suas camadas externas na forma de um gás luminoso.
O novo objeto foi batizada de PN G75.5+1.7, mas já está sendo chamado de Bolha de Cisne, em referência à constelação onde ela se encontra, a 11 anos-luz da Terra.
bolha cósmica
© Keith B. Quattrocchi (Bolha de Cisne)
A bolha de sabão cósmica pode ser um cilindro, do qual estaríamos vendo apenas uma das extremidades. Existem nebulosas de diversos formatos, sendo que a maioria é elíptica. Quando a estrela ejeta seus gases a partir dos pólos, a nebulosa formada pode ter um aspecto cilíndrico.
Contudo, a Bolha de Cisne tem uma simetria muito grande, o que aumenta a probabilidade de que ela seja de fato uma bolha.
Revisando imagens de um mapeamento celeste feito há 16 anos, os pesquisadores perceberam que a Bolha de Cisne já estava nas fotografias. Contudo, ela passou despercebida devido ao seu brilho, que é muito tênue. Os cálculos indicam que hoje ela continua com a mesma luminosidade e o mesmo tamanho.
Ainda não está claro quem constará como descobridor da nebulosa-bolha-de-sabão. O astrônomo Dave Jurasevich, do Observatório Monte Wilson detectou o novo objeto mas, em seguida, descobriu-se um comunicado de duas outras astrônomas, Mel Helm e Keith Quattrocchi, que também o detectaram. Em seu site, Keith Quattrocchi reconhece a precedência da descoberta do Dr. Jurasevich, mas ainda não há uma definição formal da União Astronômica Internacional.
Segundo o NOAO (Observatório Óptico Nacional de Astronomia), a simetria esférica da "bolha" é notável e se parece muito com a também nebulosa planetária conhecida como Abell 39, localizada a 7 mil anos-luz da Terra.
nebulosa planetária
© University of Alaska Anchorage e NOAO (PN G75.5+1.7)
As nebulosas planetárias são constituídas por gases e plasma e se formam a partir de estrelas que estão no período final de vida. O fenômeno funciona como os resquícios da morte de uma estrela: na fase final, dependendo da massa, pode lançar ao espaço as camadas externas da estrela.
Fonte: NOAO (Observatório Óptico Nacional de Astronomia)