segunda-feira, 31 de maio de 2010

Crateras da Lua indicam novos asteroides

Um censo das crateras recentes abertas por impactos na Lua sugere que existe, ao redor da Terra, uma população ainda desconhecida de asteroides, alguns dos quais podem ser perigosos para o nosso planeta, diz um estudo realizado por pesquisadores no Japão e nos Estados Unidos e aceito para publicação no periódico Astronomy & Astrophysics.
lua
© NASA (Lua)
O trabalho, liderado por Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, analisou a diferença no número de impactos recentes, com menos de 800 milhões de anos, entre a face da Lua que aparece "de frente" no sentido da órbita do satélite e a face voltada para trás, com base em previsões teóricas feitas a partir de modelos da população conhecida de asteroides.
Cientistas esperavam que a face frontal tivesse mais marcas de impacto, já que funciona como uma espécie de escudo do satélite. A assimetria prevista com base nas populações conhecidas de asteroides, no entanto, mostrou-se muito menor que a verificada no levantamento dos números reais.
Para uma previsão teórica de 32% mais impactos na face dianteira, foi encontrada, de fato, uma diferença média de 65%.
"Nossos resultados sugerem a existência de uma população não detectada de projéteis de baixa velocidade de impacto praticamente na mesma órbita da Terra", escrevem eles, advertindo que mais observações da Lua são necessárias para confirmar a conclusão.
O fato desses asteroides, não terem sido detectados até agora não significa necessariamente que sejam pequenos demais, ou inofensivos, mas apenas que devem ser muito escuros e se mover muito devagar. Então, se um asteroide desse tipo atingir a Terra agora, ele pode causar algum desastre, dependendo de seu tamanho, material e local de impacto.
Até agora, segundo dados da Nasa, são conhecidos cerca de 7.000 asteroides próximos da Terra, dos quais cerca de 1.100 são considerados "potencialmente perigosos". Desses, o que tem mais chance de colidir conosco é 2007 VK184,  com probabilidade de impacto de 0,033%, no período 2048-2057.
Fonte: NASA

sábado, 29 de maio de 2010

Planeta realiza órbita em menos de 18 horas

Uma nova análise realizada por cientistas nos EUA mostra que um planeta consegue dar uma volta completa ao redor de seu sol em menos de 18 horas. O planeta, chamado 55 Cancri e, já era conhecido por cientistas há vários anos. Ele possui uma massa muito maior que a da Terra e orbita uma estrela como o Sol.
 55 cancri
© Reuters (planeta 55 Cancri e, concepção artística)
Pesquisadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica em Cambridge, em Massachusetts (EUA), descobriram que falhas em observações da órbita do planeta podem ter levado a conclusões erradas.
Pensava-se que 55 Cancri e levava três anos para orbitar seu sol, SWEEPS-10. A nova análise, porém, indica que o planeta leva 17 horas e 41 minutos.
Há indícios de que outro planeta no mesmo sistema possa realizar uma órbita em um tempo ainda menor, mas sua existência ainda não foi confirmada.
Se um planeta pudesse completar uma volta ao redor do Sol (do sistema solar terrestre) a uma distância equivalente ao raio do Sol sem queimar, esse planeta levaria três horas para completar uma volta.
Planetas orbitando astros mais compactos, como anãs brancas, pulsares e buracos negros, podem completar voltas em tempos menores, pois podem se aproximar mais desses objetos. Não há, contudo, confirmação da existência de planetas orbitando anãs brancas e buracos negros.
Fonte: New Scientist

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Explosão de raios-X devido à buraco negro

Um estudo que analisou imagens registradas em raio-X pelo telescópio Chandra em mais de 10 anos de um buraco negro no centro da galáxia de Andrômeda indica que de 1999 até janeiro de 2006 esse buraco negro passou por um período "calmo", mas, em 6 de janeiro de 2006, ele começou a aparecer 100 vezes mais brilhante nas imagens, o que indica uma explosão de raios-X. Segundo a pesquisa, essa mudança indica uma taxa relativamente alta de matéria sendo absorvida, ou seja, que o buraco negro estava capturando matéria.
andrômeda e buraco negro
© NASA/Chandra (galáxia de Andrômeda e buraco negro)
De acordo com a administração do Chandra, antes de 2006, eram claramente visíveis três fontes de matéria que era capturada pelo buraco negro, mas, após a mudança na intensidade, foi observado mais uma fonte produzida por essa matéria que estava sendo absorvida.
Após o evento, o buraco negro novamente entrou em um estado mais "calmo", mas ainda assim ele estava cerca de 10 vezes mais "brilhante" que antes de 2006. Segundo os cientistas, é a primeira vez que um evento desse tipo é observado em uma galáxia próxima à Via Láctea.
Assim como o buraco negro do centro de Andrômeda, o da Via Láctea é surpreendentemente calmo. Na verdade, de acordo com os pesquisadores, o buraco negro de Andrômeda é entre 100 e 1000 vezes mais fraco, quando observado em raio-X, do que os astrônomos esperavam.
Fonte: NASA

terça-feira, 25 de maio de 2010

Estrela de nêutrons é lançada por supernova

O telescópio Chandra captou uma imagem em raio-X da nebulosa N49 localizada na Grande Nuvem de Magalhães, que mostra uma estrela de nêutrons "em fuga" a 8 milhões de km/h após ser lançada pela explosão de uma estrela supermassiva (supernova). Os astrônomos da Universidade de Penn utilizaram o telescópio administrado pela Nasa e pela Universidade de Harvard.
nebulosa N49
© NASA/Chandra (nebulosa N49)
De acordo com os cientistas, o telescópio observou a N49 por cerca de 30 horas e identificou uma espécie de "bala" disparada após a supernova. Esse objeto é conhecido como estrela de nêutrons ou repetidor leve de raios gama (SGR, na sigla em inglês), uma fonte de raios gama e X.
Além disso, esses corpos possuem campos magnéticos muito poderosos e são muitas vezes criados nessas explosões, ou seja, o SGR certamente foi criado pela supernova. Esse fenômeno mostra como a explosão que destruiu a estrela mais velha foi altamente assimétrica.
Os dados do telescópio Chandra indicam que a nebulosa tem cerca de 5 mil anos e a energia da explosão é estimada em aproximadamente duas vezes o de uma supernova normal.
Fonte: NASA

Uma estrela vai invadir nosso sistema solar?

Um astrônomo russo deixou algumas pessoas preocupadas ao publicar um artigo dizendo que uma estrela anã, atualmente a 63 anos-luz de distância, poderá, muito provavelmente, entrar em nosso sistema solar em menos de 2 milhões de anos.
gliese 710 a
© ESO (Gliese 710, concepção artística)
Vadim Bobylev, do Observatório de Pulkovo, na Rússia, apresentou em Astronomy Letters uma lista de estrelas próximas que poderão fazer contatos imediatos com a nossa vizinhança solar. Ele descobriu que a Gliese 710, estrela com cerca da metade da massa do Sol, tem uma chance 86% de sair da nuvem de Oort (nuvem esférica de cometas no exterior do sistema solar) e entrar em nosso sistema daqui a cerca de 1,5 milhão de anos.
Em 1999 uma equipe de pesquisadores cruzou dados do satélite europeu Hipparcos, que catalogou a posição e o movimento de cerca de 120 mil estrelas na Via Láctea. A pesquisa, publicada no Astronomical Journal, constatou que Gliese 710 provavelmente esteve a uma distância cerca de 1,1 anos-luz do Sol. Os autores do estudo, concluíram que a "viagem" de Gliese 710 no passado ocorreu quando houve a dispersão de milhões de cometas, felizmente, porém, para fora de nosso sistema solar.
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© NASA (Gliese 710)
Sempre há noticias dramáticas, mas, como Bobylev observou, a futura "entrada" da Gliese 710 é conhecida há mais de uma década. E como foi apontado, o encontro poderá ser inofensivo.
Paul Weissman, cientista sênior no Jet Propulsion Laboratory da Nasa em Pasadena, Califórnia, e coautor do artigo original, diz que seria necessária uma aproximação muito maior da Gliese 710 ao Sol para iniciar uma chuva de cometas na Terra. "Isso não é impossível, dada a nossa incerteza sobre a movimentação da estrela, mas a pesquisa de Bobylev indica ser improvável", completa Weissman, notando uma boa dose de incerteza em relação à rota da estrela Gliese 710.
Mas mesmo se as gerações futuras, daqui a milhões de anos, possam sofrer com a queda de uma estrela-anã na Terra, não poderíamos fazer nada. Há 1,5 milhão de anos atrás, a espécie humana ainda não existia e o estágio da tecnologia do Homo erectus eram apenas ferramentas de pedra e, possivelmente, um fogo controlado. É de se esperar que, se a humanidade evoluiu tanto em poucos milhões de anos, no futuro os habitantes terrestres possam apenas apertar um botão e acabar com qualquer ameaça de apocalipse.
Fonte: Scientific American

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nebulosas Coração e Alma

A NASA (agência espacial americana) divulgou a imagem das nebulosas Coração e Alma captada pelo explorador com telescópios em infravermelho Wide (field Infrared Survey Explorer). A imagem cobre uma área do céu 10 vezes maior que a Lua cheia e está localizada a cerca de 6 mil anos-luz da Terra.
 nebulosa coração e alma
© NASA (nebulosas coração e alma)
As nebulosas Coração e Alma formam um vasto complexo de formação estelar que faz parte do braço espiral da constelação de Perseu, na nossa Via Láctea. A nebulosa à esquerda da imagem é o Coração, catalogado como IC 1805 e batizado por sua semelhança com um coração humano. À direita está a nebulosa da Alma, também conhecida como a nebulosa embrionária, IC 1848 ou W5.
O braço de Perseus fica mais longe do centro da Via Láctea do que o grupo que contém o nosso Sol. O local onde estão as nebulosas Coração e Alma estendem-se por 580 anos-luz de diâmetro, cobrindo uma pequena parcela do diâmetro da Via Láctea, que é cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro.
As nebulosas são duas fábricas de grandes estrelas, marcadas por bolhas fundidas na poeira por radiação e ventos das estrelas. A imagem infravermelha proporcionada pelo Wise permite ver as fendas envoltas em nuvens onde o gás e a poeira estão apenas começando a formar novas estrelas. Essas estrelas têm apenas alguns milhões de anos, ou seja, são jovens em comparação com estrelas como o nosso Sol que tem cerca de 5 bilhões de anos.
Também visível na parte inferior da imagem estão duas galáxias, a Maffei 1 e a Maffei 2. Ambas as galáxias contêm bilhões de estrelas e, com cerca de 10 milhões de anos-luz de distância, estão fora da nossa Via Láctea. A Maffei 1 é vista como um objeto azulado elíptico e a Maffei 2 é a galáxia espiral.
Todos os quatro detectores de infravermelho a bordo Wise foram usados para fazer esta imagem. Cada cor representa um comprimento de onda diferente. O azul e o turquesa representam a luz infravermelha em comprimentos de onda de 3,4 e 4,6 mícrons, que é dominado pela luz das estrelas. Verde e vermelho representam a luz aos 12 e 22 mícrons, que é principalmente emitido por poeira quente.
Fonte: NASA

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Hubble flagra estrela "devorando" planeta

O telescópio Hubble registrou o início da captura de um planeta por uma estrela na Via Láctea, através de um instrumento, o Cosmic Origins Spectrograph (COS), que é sensível na região ultravioleta do espectro. O planeta WASP-12 é o mais quente conhecido na nossa galáxia. Estima-se que vai demorar ainda cerca de 10 milhões de anos até que o planeta WASP-12b seja completamente devorado por sua estrela, a WASP-12.
wasp-12b
© NASA/ESA (WASP-12b, concepção artística)
O planeta está tão próximo de sua estrela que a temperatura nele passa dos 1,5 mil °C. Com uma massa 40% maior que a de Júpiter, o WASP-12b teve sua atmosfera expandida pela ação do calor e está jogando material na estrela.
A transferência de matéria entre dois corpos celestes é comum em um sistema binário, mas é a primeira vez que isso é registrado tão claramente acontecendo com um planeta. "Nós vemos uma grande nuvem de matéria ao redor do planeta, a qual está escapando e será capturada pela estrela. Nós temos também elementos químicos nunca antes vistos em planetas fora do nosso sistema solar", diz Carole Haswell, da Universidade Open, que liderou os astrônomos. Entre os elementos que a cientista afirma que são absorvidos, estão alumínio, estanho e manganês.
O pesquisador Shu-lin Li, da Universidade de Pequim, já havia teorizado em um artigo que a força gravitacional da estrela havia distorcido a forma do planeta e ele estava tão quente que sua atmosfera havia sido expandida. As observações feitas pelo Hubble confirmam essa teoria.
Os resultados foram publicados no The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: NASA

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Anã gigante é vista através de eclipse estelar

Astrofísicos da Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, afirmam ter identificado pela primeira vez duas estrelas anãs brancas em um sistema de eclipse binário, o que permitiu a primeira medição do raio de uma anã branca composta de hélio puro. Essa descoberta pode provar uma das principais teorias da Astronomia, de que estas estrelas não são tão "anãs" assim.
eclipse estelar binário
© Universidade da Califórnia (eclipse binário, concepção artística)
Os cientistas observavam a estrela NLTT 11748, uma das poucas anãs brancas com núcleo de hélio e pequena massa e que é estudada devido às suas variações de brilho. Rápidos registros da estrela, com cerca de um minuto de exposição cada, mostraram que ela parecia enfraquecida.
Na noite seguinte, os cientistas observaram eclipses de cerca de três minutos e identificaram o sistema estelar binário. Cinco semanas depois, eles utilizaram observações do telescópio Keck, no Havaí, para entender melhor o sistema da NLTT 11748 e de sua companheira, outra anã branca que é menos brilhante, mas tem maior massa.
Anãs brancas são os restos densos de estrelas como o Sol que tiveram seu combustível nuclear esgotado. Elas costumam ter dimensões parecidas com as da Terra e geralmente têm um núcleo denso e formado de carbono e oxigênio.
contudo, uma das estrelas, a NLTT 11748, é uma anã branca de núcleo de hélio, um tipo relativamente raro de estrela descoberto há mais de 20 anos. Teorias afirmam que esse tipo de estrela nasceria mais quente e maior que outras anãs brancas. Contudo, até agora, ninguém havia conseguido medir o seu tamanho, mas as observações dos astrônomos da Califórnia comprovariam essa teoria.
Enquanto a anã de hélio tem cerca de 10% a 20% da massa do Sol, a outra tem cerca de 70% da massa da nossa estrela, mas é composta basicamente de carbono e oxigênio. Por outro lado, a de hélio é muito maior que a segunda e é cerca de 30 vezes mais brilhante.
Segundo os cientistas, o aparecimento desse sistema seria resultado da interação entre as duas estrelas. "A formação deste sistema binário com uma anã branca de hélio com uma massa extremamente pequena teria que ser o resultado de interações e perda de massa entre as duas estrelas originais", diz o cientista Steve Howell.
"Uma possibilidade particularmente intrigante é ponderar o que irá acontecer entre 6 e 10 bilhões de anos. Este sistema binário está emitindo ondas gravitacionais a uma taxa que vai forçar as duas anãs brancas a fazerem contato”, diz o professor Lars Bildsten.
Fonte: UCLA e Portal Terra

Estudos sugerem um novo tipo de supernova

Dois estudos publicados na revista Nature sugerem a existência de um novo tipo de supernova (grande explosão estelar).
Até hoje dois tipos de supernova foram descritos. O primeiro (tipo Ia) é resultado de uma explosão termonuclear de uma anã branca (estrela velha e morta). O segundo tipo de supernova (tipo II) surge quando o combustível nuclear de uma estrela jovem e maciça implode sobre seu próprio peso.
supernova de kepler 
© Chandra/Hubble/Spitzer (supernova de Kepler)
Os pesquisadores analisaram as supernovas SN 2005E e SN 2005cz. Ao inspecionar SN 2005 E, um grupo de pesquisadores, liderado por Hagai Perets, do Instituto Weizmann de Ciência (Israel), notou que a quantidade de material espalhado pela supernova é muito pequena para ter sido originada por uma estrela jovem. Além disso, dizem os pesquisadores, SN 2005E encontra-se longe de locais de nascimento de estrelas, sugerindo que é uma estrela mais velha (tipo Ia).
Avaliando uma supernova muito parecida, chamada SN 2005cz, outro grupo chegou a conclusão oposta. A equipe, liderada por Koji Kawabata,da Universidade de Hiroshima (Japão), disse que as propriedades da supernova são mais bem explicadas assumindo-se que se trata de uma estrela pouco maciça que se encontra no espectro de estrelas maciças que explodem (mais próximo do tipo II).
Segundo Kawabata, a estrela que deu origem à supernova representaria um caso extremo entre estrelas que explodem (gerando supernovas) e estrelas que não explodem.
As inconsistências nas propriedades dessas supernovas parecem indicar a existênciade de um terceiro tipo de supernova, com propriedades diferentes.
O estudo de supernovas é importante porque praticamente todos os elementos químicos do Universo são produzidos nesse tipo de eventos estelares. A descoberta de um novo tipo de supernova provê uma nova visão de como os elementos químicos são reciclados no Universo.
Fonte: Nature

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Imagem em infravermelho da galáxia M83

O ESO (Observatório Europeu do Sul) divulgou uma imagem em infravermelho da galáxia Messier 83 capturada pelo Very Large Telescope (VLT), no Chile. Segundo o ESO, a imagem é uma das mais detalhadas já produzidas da superfície da Terra. Além disso, testa a capacidade do telescópio e mostra formas nunca vistas do conglomerado de estrelas.
M83
© ESO (galáxia M83)
A M83 fica a cerca de 15 milhões de anos-luz do nosso planeta, na constelação de Hidra. Ela tem apenas 40% do tamanho da Via Láctea, ou seja, 40 mil anos-luz, mas é, de muitas maneiras, similar a nossa galáxia, tanto no formato em espiral quanto em uma espécie de "barra" de estrelas que fica próxima ao seu centro.
A galáxia vizinha é famosa por ter várias supernovas (grandes explosões que marcam o fim da vida de muitas estrelas). Em um século de observações, foram registradas seis vezes esse fenômeno na M83. Além disso, o conglomerado de estrelas é um dos mais brilhantes na nossa vizinhança, podendo ser visto por astrônomos amadores apenas com o uso de binóculos.
Com a imagem registrada em infravermelho, boa parte da poeira que esconde a estrutura fica invisível. O gás brilhante que fica ao redor de estrelas também fica com uma luz menos intensa. Com essas observações, os astrônomos podem procurar, por exemplo, por berçários de estrelas que antes estavam escondidos. Comparado com imagens mais antigas, o equipamento consegue registrar também estrelas mais longínquas da galáxia.
Fonte: ESO

terça-feira, 18 de maio de 2010

Existência de mar supergelado em Titã

Um estudo de 15 cientistas da Alemanha e Estados Unidos, liderado por Katrin Stephan, do Instituto de Pesquisa Planetária de Berlim, indica que imagens feitas pela sonda Cassini em junho do ano passado realmente são de um mar na lua Titã, de Saturno, conforme se pensava. As imagens mostram reflexos do Sol no pólo norte da lua.
titã
© NASA (reflexos do Sol em Titã)
Se for confirmada a descoberta, Titã será o único corpo conhecido no sistema solar, fora a Terra, a ter uma superfície estável o suficiente para abrigar substâncias em estado líquido. O mar de Titã, contudo, não é de água. Os cientistas acreditam que ele seja composto de uma mistura de etano e metano e, talvez, nitrogênio líquido a uma temperatura de aproximadamente -184°C.
O estudo indica que o Kraken Mare, nome dado em relação ao gigantesco monstro da mitologia grega imortalizado no filme Fúria de Titãs, teria sido revelado por um fenômeno conhecido como reflexão especular. Assim como nos espelhos, ela ocorre quando os raios que atingem a superfície têm o mesmo ângulo que os refletidos, o que ocorre frequentemente em vidros, líquidos e metais.
As análises de quatro páginas dos cientistas afirmam que as imagens da Cassini mostram reflexão claramente especular, o que sugere "fortemente" que o Kraken Mare existe em estado líquido.
Fonte: NASA e The New York Times

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sonda da NASA revela estrela em fuga

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou imagens da sonda Wise mostrando a estrela Menkhib, uma das mais brilhantes da constelação de Perseu. A estrela, exibida na parte superior esquerda da imagem, próximo a uma nuvem vermelha de poeira, está cercada pela nebulosa Califórnia, na diagonal da imagem.
estrela menkhib
© NASA (estrela Menkhib na constelação de Perseu) 
Menkhib é uma das estrelas mais quentes visíveis à noite no céu. Sua temperatura de superfície é seis vezes maior que a temperatura do Sol. Devido a sua alta temperatura, a estrela apresenta uma cor entre azul e branca.
A estrela também possui 40 vezes a massa do Sol e emite 330 mil vezes sua quantidade de luz. A estrela está a cerca de 1.800 anos-luz da Terra.
Trata-se de uma estrela fugitiva, cujo vento estelar cria uma onda de choque. Essa onda de choque aquece a poeira cósmica nas imediações da estrela (área vermelha na parte superior esquerda) e é detectada pela sonda infravermelha Wise.
A sonda Wise ("Wide-field Infrared Survey Explorer" ou "Explorador para Pesquisa com Infravermelho em Campo Amplo" em tradução livre) começou a transmitir imagens no dia 14 de janeiro deste ano. A missão deve ser encerrada em outubro, quando o combustível que alimenta seus instrumentos deve acabar.
Fonte: NASA

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Encontradas galáxias modernas pós Big Bang

Imagem divulgada pela Nasa (agência espacial americana) mostra uma grande coleção de galáxias maduras formadas pouco depois do Big Bang. As galáxias (pontos vermelhos no centro da imagem) teriam sido formadas há 9,6 bilhões de anos, apenas 3 bilhões de anos após o Big Bang, evento que teria dado origem ao Universo.
galáxias modernas
© NASA
A imagem é composta por observações dos telescópios Spitzer, da Nasa, que detecta radiação infravermelha, e Subaru, do Japão, que detecta radiação visível.
A descoberta é surpreendente, pois astrônomos não esperavam encontrar grupos de galáxias tão desenvolvidos precocemente após o Big Bang. Outras galáxias do mesmo período tendem a ser muito menores.
Na imagem, a luz infravermelha do Spitzer é mostrada em vermelho para melhor visualização, e as observações do Subaru são exibidas em vermelho e azul. A camada púrpura é uma medida de densidade galáctica média e destaca a grande concentração de galáxias nessa região do espaço.
Fonte: NASA

Buraco negro enorme em fuga?

Ao realizar o seu projeto final de graduação, uma estudante universitária da Holanda descobriu um estranho objeto que pode ser um enorme buraco negro, se deslocando a uma velocidade de mais de 1 bilhão de quilômetros por hora e com uma massa mais de um bilhão de vezes maior do que a do Sol. Na foto do Hubble, um círculo vermelho indica um objeto em uma galáxia distante que poderia ser um buraco negro expulso.
buraco negro
© SRON (Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda)
Marianne Heida estava comparando milhares de fontes de raios X, escolhidas aleatoriamente, com a posição de galáxias, no Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda (SRON) quando percebeu um ponto luminoso "no lugar errado", nas margens de uma galáxia e não no centro. Normalmente, cada galáxia contém um imenso buraco negro no seu centro, que às vezes brilha sob raios X, mas quando dois buracos negros se fundem, podem surgir também novos buracos negros em recuo, que são expulsos da galáxia em alta velocidade.
O objeto encontrado em uma galáxia distante da Terra meio bilhão de anos-luz é tão brilhante, quando observado sob raios X, que só pode ser comparado com outros buracos negros super brilhantes localizados no centro do sistema. "Achamos aquele estranho tipo de fonte de raios X, mas para estes objetos, antes de mais nada precisamos precisamos de medidas precisas do satélite Chandra, da Nasa, para as localizarmos com mais detalhes", afirmou Heida.
Cientistas ainda têm pouco conhecimento sobre buracos negros em recuo e acreditam que isso pode ajudar a entender as características destes objetos antes de uma fusão entre dois deles. Os estudos podem ajudar a descobrir se os super buracos negros no centro de galáxias são o resultado da fusão de vários buracos negros menores. O trabalho de Marianne Heida no SRON foi publicado na revista especializada The Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Fonte: Royal Astronomical Society

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O desaparecimento da listra de Júpiter

O maior planeta do sistema solar, Júpiter,  perdeu uma de suas características listras, o que o deixou um pouco mais branco. O gigante gasoso é conhecido por ter duas listras mais escuras, ao norte e ao sul, e a segunda ainda era visível em 2009. O planeta passou um período muito próximo do Sol para ser observado, mas, quando voltou a um ponto visível, astrônomos amadores notaram que alguma coisa faltava.
júpiter
© NASA
Na imagem à esquerda, registrada neste ano, uma das faixas mais escuras de Júpiter não pode ser vista. Na direita, ela aparece onde normalmente deveria estar, no hemisfério sul, próxima do centro do planeta.
Apesar da surpresa, não é a primeira vez que essa listra desaparece. A primeira vez que se notou foi em 1973, quando a espaçonave Pioneer 10, da NASA (agência espacial americana), registrou as primeiras imagens próximas do planeta. No início dos anos 90 ela também desapareceu temporariamente.
Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, na Califórnia, Estados Unidos, diz à reportagem que essas faixas aparecem escuras simplesmente por causa de mais claras e altas não costumam ficar ali, ao contrário de outras regiões do planeta, e, portanto, são visíveis as nuvens escuras e mais baixas. "Você está olhando para diferentes camadas das estruturas de nuvens do planeta", afirma.
Segundo o cientista, o cinto escuro desaparece quando nuvens esbranquiçadas se formam naquela região e bloqueiam as mais escuras. Contudo, os cientistas ainda não entendem o que causa essa formação de nuvens no sul de Júpiter. Ela ocorre em um período generalizado e misterioso de mudanças no planeta, quando as cores de outras listras e pontos do planeta também mudam.
Fonte: New Scientist

terça-feira, 11 de maio de 2010

Telescópio encontra buraco no espaço

A ESA (agência espacial europeia) divulgou uma imagem gerada em infravermelho pelo telescópio espacial Herschel do que diz ser um buraco no espaço. Segundo a ESA, o buraco deu um "surpreendente vislumbre do final do processo de formação estelar".
nuvem ngc 1999
© ESA (nuvem NGC 1999 em verde)
As estrelas nascem em densas nuvens de gás e poeira. Apesar de jatos de gás terem sido vistos vindos de jovens estrelas no passado, os cientistas não entendem exatamente como a estrela joga para longe esse gás ao nascer. Agora, os cientistas acreditam que o Herschel registrou um passo inesperado nesse processo.
Os astrônomos decidiram direcionar o telescópio para uma nuvem de gás conhecida como NGC 1999, mais exatamente em uma parte que parecia escura ao olho humano. Por anos acreditou-se que esses trechos escuros dessas nuvens eram áreas mais densas de poeira e gás que impediam a passagem de luz, por isso apareciam negras. Contudo, o Herschel, que deveria registrar em infravermelho essas partes, não viu nada. De acordo com a ESA, mesmo se a nuvem estivesse imensamente densa, algo estava errado.
Em uma investigação mais detalhada, com a ajuda de telescópios na Terra, eles obtiveram os mesmos registros, ou seja, não conseguiam ver a nuvem que supostamente deveria estar ali. Contudo, eles chegaram à conclusão que esse trecho não estava escuro por causa da densidade da nuvem, mas porque estava realmente vazio.
Os astrônomos acreditam que o buraco foi aberto por jatos de gás de uma jovem estrela na região. Além disso, uma poderosa radiação de uma estrela mais madura pode ter ajudado a abrir o buraco. Apesar de misterioso, o buraco no céu pode ajudar os cientistas a entenderem melhor o processo de formação das estrelas.
Fonte: ESA

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Telescópios detectam estrela em fuga

Uma estrela recém-flagrada está fugindo da nebulosa 30 Doradus, zunindo rumo ao espaço a 400 mil quilômetros por hora, velocidade que levaria um ser humano à Lua e de volta à Terra em duas horas.
A descoberta foi feita por astrônomos liderados por Chris Evans, do Observatório Real de Edimburgo (Reino Unido), usando três telescópios, entre eles o Hubble. O grupo calcula que a estrela já esteja a 375 anos-luz (distância que a luz percorre em um ano, viajando a 300 mil quilômetros por segundo) de seu local, um aglomerado estelar chamado R136.
nebulosa de doradus
© ESA/NASA (nebulosa de Doradus)
Há duas maneiras de provocar a fuga de uma estrela. Ela pode encontrar duas irmãs mais maciças em um aglomerado denso e ser arremessada para fora. Ou pode ser expulsa pela explosão de uma supernova, se fizer parte de um sistema binário.
A estrela flagrada pelos britânicos provavelmente pertence à primeira categoria. "Supõe-se que o aglomerado R136 seja jovem o suficiente para que suas estrelas mais maciças ainda não tenham explodido como supernovas", diz Danny Lennon, do Space Telecope Institute.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Telescópio Herschel capta nascimento de estrela gigantesca

A ESA (agência espacial europeia) divulgou imagens captadas em infravermelho pelo telescópio espacial Herschel que mostram o processo de formação de estrelas. Em uma das imagens, o Herschel observa a nuvem RCW 120, que se desenvolve há 2,5 milhões de anos e revelou um embrião de estrela que quando nascer deve se transformar em uma das maiores e mais brilhantes da nossa galáxia.
RCW 120
© ESA (nuvem galáctica RCW 120)
O desenvolvimento da estrela ainda deve demorar algumas centenas de milhares de anos, mas o embrião já contém de oito a dez vezes a massa do Sol e a nuvem de gás e poeira que o cerca e que deve alimentá-lo tem cerca de 2 mil vezes a massa da nossa estrela.
A ESA afirma que estrelas desse tamanho são raras e não duram muito, por isso considera uma oportunidade de ouro para resolver um dos mais antigos paradoxos da astronomia. "De acordo com o nosso atual conhecimento, não seria possível a formação de estrelas maiores que oito vezes a massa do Sol", diz Annie Zavagno, do Laboratório de Astrofísica de Marseille, na França.
Isso acontece porque essas gigantes acabam por afastar as nuvens de gás e poeira necessárias ao seu nascimento antes que o suficiente seja acumulado. Contudo, de alguma maneira elas conseguem fazer esse acúmulo. Algumas dessas gigantes são conhecidas, tendo até 150 vezes a massa do Sol. Como a estrela encontrada está em um estágio inicial, os astrônomos podem usar as observações dela para entender esse fato.
Fonte: ESA

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Imagem de agrupamento de galáxias

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou uma imagem que registrou milhares de galáxias, inclusive um grupo massivo de galáxias conhecido como Abell 315. O que pode ser visto desse agrupamento é uma fração da matéria ordinária, assim como a maioria dos grupos de galáxias, seria dominado por matéria escura em sua formação. A imagem foi captada pelo observatório La Silla, no Chile, que é administrado pelo ESO.
agrupamento de galáxias
© ESO (agrupamento de galáxias)
A luz de alguns desses conglomerados de estrelas viajou 8 bilhões de anos até chegar a nós. Quando olhamos para o céu a olho nu podemos notar apenas as estrelas da Via Láctea e alguns de suas vizinhas mais próximas. Galáxias mais distantes apresentam um brilho muito fraco para serem percebidas pelo olho humano, mas, se pudéssemos vê-las, elas literalmente cobririam o céu.
A imagem divulgada pelo ESO mostra um campo vasto que passou por uma longa exposição para poder mostrar milhares de galáxias que enchem o céu em uma área que, do nosso ponto de vista, seria equivalente ao tamanho da Lua cheia.
Algumas galáxias estão relativamente próximas, o suficiente para distinguirmos seus braços em espiral ou halos elípticos, principalmente na área superior da imagem. As menores, que parecem apenas com gotículas, ou pontos, estão a uma distância de 8 bilhões de anos-luz.
O agrupamento de galáxias pode ser visto da região central descendo até um pouco para esquerda e abaixo, onde podem ser vistas diversas luzes amareladas, a dois bilhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cetus.
O ESO explica ainda essas galáxias são mantidas unidas pela gravidade para formar esses agrupamentos, que por sua vez são as maiores estruturas conhecidas no Universo. A parte visível das galáxias contribui com apenas 10% da massa desses agrupamentos, o gás quente que fica entre elas contribui com mais 10% e os 80% restantes seriam de matéria escura.
Apesar de não poder ser vista, a presença da matéria escura é revelada pelo efeito gravitacional, que atua na luz de galáxias que estão atrás do agrupamento, como se fosse um vidro gigantesco, e faz com que elas pareçam distorcidas ao serem observadas. É por causa dessa distorção que os astrônomos conseguem deduzir qual é a massa desses grupos de galáxias, mesmo que a maior parte da massa seja invisível.
Fonte: ESO

sábado, 1 de maio de 2010

Descobertos buracos negros remanescentes

Imagens dos telescópios Chandra, da Nasa, e XMM-Newton, da ESA, mostram indícios de dois buracos negros de massa intermediária que "sobreviveram" a um buraco negro supermassivo. Segundo os cientistas, estas descobertas podem ajudar a explicar o crescimento dos buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias, inclusive na Via Láctea.
buracos negros
© NASA (Registro de dois buracos negros pelo telescópio Chandra)
De acordo com a Nasa, é o primeiro caso em que há boas evidências para mais de um buraco negro de tamanho médio em uma única galáxia, no caso, a M82. Um deles, chamado de X42.3+59, tem uma massa estimada entre 12 mil e 43 mil vezes a do Sol e está a uma distância projetada em 290 anos-luz do centro do aglomerado de estrelas.
De acordo com os cientistas, a essa distância, se o buraco negro nasceu ao mesmo tempo que a galáxia e sua massa era de aproximadamente 30 mil vezes a do Sol, ele deveria ter sido atraído para o centro da galáxia, mas "escapou". O outro buraco negro, o X41.4+60, está a 600 anos-luz do centro da M82 e teria entre 200 e 800 vezes a massa do Sol.
Segundo a Nasa, o resultado é interessante porque pode ajudar a esclarecer como se formam os buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias. A M82 está a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e é o lugar mais próximo onde as condições são similares àqueles do Universo jovem, com uma grande quantidade de formação de estrelas.
Fonte: NASA e ESA