quinta-feira, 15 de julho de 2010

Maior explosão de raios-X detectada cega telescópio orbital

O feixe de raios X mais brilhante  já detectado vindo de fora da região da Via Láctea cegou, temporariamente, a câmera do Observatório Espacial Swift, da Nasa.
GRB 100621A
© Swift/NASA (fonte de raios X da GRB 100621A)
Os raios X viajaram pelo espaço por 5 bilhões de anos antes de atingir e sobrecarregar o telescópio de raios X do Swift, em 21 de junho. O feixe de radiação veio de uma explosão de raios gama, uma violenta erupção de energia gerada pela transformação de uma estrela em buraco negro.
"Esta explosão de raios gama é, de longe, a mais brilhante fonte de luz  nos comprimentos de onda dos raios X já vista a distâncias cosmológicas", disse David Burrows, principal cientista encarregado do telescópio de raios X do Swift.
Embora o satélite tenha sido projetado para estudar explosões de raios gama, seus instrumentos não foram criados para tolerar um feixe de raios X tão brilhante.
A explosão, batizada GRB 100621A, foi a fonte de raios X mais intensa já detectada pelo Swift desde o início das observações nessa faixa do espectro, em 2005.
"A explosão foi tão brilhante que quando irrompeu nosso software de análise de dados desligou-se", disse Phil Evans, que criou partes da programação do satélite. "Havia tantos fótons bombardeando o detector a cada segundo que ele simplesmente não era capaz de contá-los com velocidade suficiente".
O software voltou a funcionar pouco depois, capturando a evolução da explosão ao longo do tempo, e Evans recuperou os dados do período "cego". Os cientistas conseguiram então determinar que o fluxo de fótons, no brilho máximo, foi de 143.000 por segundo, mais de 140 vezes o brilho máximo da maior fonte contínua de raios X conhecida no céu, e que é uma estrela de nêutrons localizada muito mais perto da Terra que o ponto de origem da explosão.
Explosões de raios gama tipicamente começam com um flash súbito de raios gama e raios X, e em seguida perde intensidade até deixar para trás apenas um brilho tênue em frequências mais baixas, como o ultravioleta. Surpreendentemente, a explosão recorde em raios X teve apenas intensidade média em luz visível e ultravioleta.
Fonte: NASA

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