terça-feira, 31 de agosto de 2010

Detectado potássio na atmosfera de planetas

Duas equipes de astrônomos, da Universidade da Flórida (EUA) e da Universidade de Exeter (Reino Unido), informam ter encontrado sinais do elemento químico potássio na atmosfera de dois planetas de fora do Sistema Solar, HD 80606 b, a 190 anos-luz, e XO-2b, a 485 anos-luz.
O Gran Telescópio Canárias
© Miguel Briganti (O Gran Telescópio Canárias)
Ambos os planetas são gigantes gasosos e têm temperaturas extremamente altas, de 1.200º C e 926º C, respectivamente. Esse calor é suficiente para vaporizar o potássio, que na Terra é um metal prateado que se oxida rapidamente e reage de forma violenta com a água. Íons de potássio são fundamentais para a vida na Terra.
Modelos teóricos já previam a presença de potássio vaporizado na atmosfera de gigantes gasosos extremamente quentes, mas os dois trabalhos divulgados representam a primeira confirmação prática da previsão.
O pesquisador David Sing, da Universidade de Exeter, que lidera o grupo britânico, disse que a descoberta "vem em apoio a muitas teorias sobre os planetas desse tipo". Ele destacou ainda, que a detecção foi feita com o uso de uma nova técnica que poderá ajudar na compreensão e caracterização de outros planetas.
Segundo Eric Ford, da Universidade da Flórida, a técnica, chamada espectrometria de banda estreita de trânsito, "abre as portas" para a comparação da abundância de átomos e moléculas na atmosfera de diversos planetas.
Essa espectrometria funciona com a medição da luz que passou através das camadas superiores da atmosfera de um planeta, e o uso de equipamentos especialmente sensíveis para analisar os dados.
Ambos os estudos foram realizados com o uso do Gran Telescópio Canárias, localizado no pico de la palma, nas Ilhas Canárias. 
"Essa técnica só funciona para planetas que passam na frente de suas estrelas, como vistas da Terra", disse Ford, destacando ainda que, dos quase 500 planetas já descobertos, poucos são os que cumprem esse requisito e, menos ainda, os que orbitam estrelas brilhantes o suficiente para permitir observações com precisão.
Fonte: Universidade da Flórida

Colisão entre agrupamentos de galáxias

O Observatório Chandra, da Universidade de Harvard e da Nasa, nos Estados Unidos, divulgou imagem de uma colisão entre agrupamentos de galáxias menores ocorrida no agrupamento de galáxias Abell 1758, localizada a 3,2 bilhões de anos-luz da Terra.
 colisão de galáxias
© Chandra (colisão entre agrupamentos de galáxias)
Em azul, dados do Chandra mostram gás quente no agrupamento e, em rosa, dados do Telescópio Gigante de Ondas Métricas (GMRT, na sigla em inglês), na Índia, halo gerado por partículas e campos magnéticos em alta escala.
O estudo deste agrupamento e de 31 outros com utilização do Chandra e do GRMT mostram que ondas magnéticas são geradas durante colisões entre galáxias agrupadas. Isso significa que galáxias que não emitem essas ondas não acumulam grande quantidade de material, diferentemente aos agrupamentos que as emitem. Também significa que elétrons são acelerados pela turbulência gerada pela fusão de galáxias.
Agrupamentos de galáxias são as maiores estruturas do Universo que são conectadas por gravidade. São formadas quando pequenos grupos de galáxias ou agrupamentos menores se colidem e se fundem. Colisões de agrupamentos são consideradas os acontecimentos mais energéticos no Universo desde o Big Bang.
Fonte: NASA

sábado, 28 de agosto de 2010

Dois dos objetos mais escuros do Universo podem gerar "luz invisível"

Dois dos objetos mais escuros no Universo podem estar produzindo luz invisível (radiação). Quando jatos liberados pelo buraco negro supermaciço existente no centro de uma galáxia colidem com matéria escura, eles podem produzir raios gama detectáveis na Terra, evidência indireta da existência da tão falada matéria escura.
a galáxia Centaurus A de onde são enviados raios gama resultantes da fusão entre elétrons e matéria escura
© NASA (galáxia Centauro A)
Os jatos de partículas são liberados de buracos negros a velocidades próximas a da luz. Eles estariam relacionados a pedaços de matéria escura que teriam caído no buraco negro.
O pesquisador Stefano Profumo, da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e sua equipe calcularam como elétrons em um desses jatos interagiriam com a matéria escura circundante.
Eles focaram especificamente nos tipos de partículas de matéria escura previstas por duas grandes teorias: a superssimetria, que propõe que cada partícula ordinária possui um parceiro, e outra teoria que assume a existência de uma quarta dimensão no Universo.
A equipe descobriu que, em vez de simplesmente se chocarem, alguns dos elétrons e das partículas de matéria escura poderiam se fundir, transformando-se em uma única versão superssimétrica ou quadridimensional do elétron. Essa partícula seria pesada; a maioria da energia cinética do elétron (energia de movimento) seria usada na criação da nova partícula. Consequentemente, essa partícula ficaria quase parada.
Se a partícula decaísse de volta para a forma de um elétron e de uma partícula de matéria escura, o elétron liberaria raios gama. Ao contrário de uma partícula que se move rapidamente, como as dos jatos, essa partícula quase parada emitiria raios gama que poderiam viajar em qualquer direção. Isso potencialmente as tornaria mais fáceis de distinguir da montanha de fótons presentes no jato, diz o colaborador Mikhail Gorshteyn, da Universidade de Indiana, em Bloomington.
A ideia de que partículas de um buraco negro poderiam interagir com matéria escura para produzir raios gama já havia sido proposta, mas o estudo anterior sugeria que os raios seriam muito fracos para serem detectados na Terra.
Profumo e sua equipe, no entanto, descobriu que numa faixa estreita de energia dos elétrons, quase todos os elétrons colidindo com matéria escura irão se converter em uma versão superssimétrica ou quadridimensional. Esse efeito de "ressonância" produziria raios gama que poderiam ser detectados por telescópios orbitais, como o Telescópio Espacial Fermi, da Nasa (agência espacial americana).
A equipe calcula que o efeito poderia explicar as frequências de raios gama medidas pelo telescópio Fermi oriundas do buraco negro no centro da galáxia Centaurus A. Mas o espectro de frequência de raios gama de outra galáxia, Messier 87, não bate com seus cálculos. A massa do buraco negro central e raio de Schwarzschild na M87 é aproximadamente 100 vezes maior que a da Centaurus A.
"É preciso considerar esses resultados como muito prematuros", diz Lars Bergstrom, da Universidade de Estocolmo, na Suécia. Contudo, ele acrescenta que diferenças na distribuição da matéria escura nas duas galáxias pode explicar a discrepância.
Fonte: New Scientist

Nova imagem de cratera misteriosa de Marte

Orcus Patera é uma enigmática depressão de forma elíptica perto do equador de Marte, no hemisfério oriental do planeta, entre os vulcões Elysium e Olympus. Sua origem continua a ser um mistério. Uma nova imagem da estrutura foi divulgada apela Agência Espacial Europeia (ESA).
cratera Orcus Patera em Marte
© ESA (cratera Orcus Patera em Marte)
A depressão tem 380 km por 140 km, e uma borda que se eleva a até 1.800 metros sobre o terreno circundante. Seu fundo tem uma depressão que vai de 400 metros e 600 metros.
O termo "patera" é usado para crateras vulcânicas profundas e irregulares, mas não se sabe se Orcus realmente foi criada por um vulcão.
Entre as origens possíveis mencionadas na nota divulgada pela ESA, está a do impacto de um corpo vindo do espaço, que teria deixado uma cratera circular, posteriormente deformada por forças de compressão.
Uma alternativa seria a fusão de diferentes crateras de impacto, causada pela erosão do terreno entre elas.
A agência europeia considera como mais provável a hipótese de um impacto oblíquo, no qual um astro pequeno teria atingido a superfície num ângulo raso, muito próximo da horizontal.
Fonte: ESA

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estrela revela ter ciclo semelhante ao do Sol

Cientistas observaram, em uma estrela distante, um ciclo magnético semelhante ao ciclo de 11 anos na atividade do Sol. O trabalho foi realizado por uma equipe internacional de cientistas usando o satélite francês Corot.
estrela V838 Monocerotis
© NASA (estrela V838 Monocerotis)
Os pesquisadores estudaram a estrela HD49933, localizada a 100 anos-luz na constelação de Monoceros, o Unicórnio. A equipe analisou o astro usando uma técnica chamada "sismologia estelar" e detectou a assinatura de manchas estelares, áreas de intensa atividade magnética, semelhantes às manchas solares.
Embora ciclos já tenham sido encontrados em outras estrelas, esta é a primeira vez em que eles são detectados por meio de sismologia estelar.
Essencialmente, a estrela soa como um sino. "À medida que ele a se move ao longo do ciclo de manchas, o tom e o volume do toque muda num padrão bem específico, subindo de tom e baixando o volume no pico do ciclo",disse um dos autores do estudo, Travis Metcalfe. A seguir um gráfico mostrando a evolução temporal da amplitude e da mudança de frequência realizada pela estrela HD49933.
gráfico da amplitude e frequência em função do tempo
© Science (evolução temporal da amplitude e frequência)
O estudo de um grande número de estrelas por meio da sismologia estelar pode ajudar cientistas a entender como os ciclos de atividade magnética diferem entre os astros, e os processos por trás desses ciclos. O trabalho pode lançar luz sobre os processos magnéticos do Sol, que afetam vários fenômenos terrestres, como o clima e as telecomunicações.
Fonte: Science

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Kepler descobre dois planetas em trânsito

A sonda Kepler, da NASA, descobriu o primeiro sistema planetário confirmado com dois planetas em trânsito, isto é, passando pela linha de visão entre a Terra e sua estrela.
planetas ao redor da estrela
© NASA (ilustração de dois planetas ao redor de uma estrela)
As assinaturas de trânsito de dois planetas distintos aparecem nos dados de uma estrela semelhante ao Sol e apelidada Kepler-9. Os planetas foram chamados Kepler-9b e Kepler-9c. A descoberta, segundo nota divulgada pela Nasa, incorpora sete meses de observações de mais de 156.000 estrelas, como parte de uma busca por planetas de tamanho próximo ao da Terra.
A câmera do Kepler mediu pequenos decréscimos no brilho da estrela, causados pela passagem dos planetas durante o trânsito. O tamanho dos mundos pode ser estimado a partir dessa redução de brilho. A distância entre planeta e estrela pode ser calculada pelo intervalo entre sucessivas reduções.
Os cientistas usaram o Observatório Keck, no Havaí, para refinar as estimativas de massa dos planetas. As observações mostram que Kepler-9b é o maior dos dois, embora ambos tenham massa comparável à de Saturno. Kepler-9b também é o mais próximo da estrela, completando uma órbita a cada 19 dias, enquanto Kepler-9c faz uma volta completa a cada 38 dias.
Além dos dois planetas confirmados, os cientistas da missão Kepler também, identificaram o que parece ser um terceiro mundo, com uma assinatura de trânsito muito reduzida, consistente com um planeta com 1,5 raio terrestre numa órbita extremamente próxima à estrela, de menos de dois dias. De acordo com a Nasa , mais estudos serão necessários antes que esse possível terceiro planeta possa ser confirmado.
Fonte: Science

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Colisões de galáxias criaram primeiros buracos negros do Universo

Astrônomos acreditam ter descoberto a origem dos primeiros buracos negros supermassivos do Universo, que se formaram há cerca de 13 bilhões de anos. A descoberta, realizada por meio de simulações de computador pode vir a preencher uma lacuna da história primordial do Universo.
tempo de evolução do disco de gás nuclear
© Nature (tempo de evolução do disco de gás nuclear)
A imagem acime mostra o tempo de evolução do disco de gás nuclear.
A equipe do astrônomo Stelios Kazantzidis, da Universidade Estadual de Ohio, simulou condições que poderiam ter produzido buracos negros gigantes apenas 1 bilhão de anos após o Big Bang. Esse período é consistente com as observações das primeiras grandes galáxias conhecidas.
Durante décadas, cientistas acreditaram que as galáxias haviam evoluído hierarquicamente, isto é, com pequenos aglomerados de matéria crescendo gradualmente até atingir proporções galácticas.
A seguir um gráfico mostra a evolução da distribuição de massa da região do núcleo.
evolução da distribuição de massa da região do núcleo
© Nature (evolução da distribuição de massa da região do núcleo)
A simulação de Kazantzidis indica que o processo foi muito mais abrupto. "Junto com resultados anteriores, nosso trabalho mostra que grandes estruturas, tanto galáxias quanto buracos negros, cresceram rapidamente. Isso contraria a formação hierárquica", disse o pesquisador.
O aparente paradoxo se resolve com a percepção de que a matéria escura, um conjunto misterioso de partículas que não interage com a luz e que responderia pela maior parte da atração gravitacional no Universo, cresce de modo hierárquico, mas a matéria comum, não.
"A matéria normal que compõe as galáxias visíveis e os buracos negros supermassivos entra em colapso de modo mais eficiente, dando origem à formação anti-hierárquica".
Os cientistas iniciaram as simulações com duas galáxias primordiais gigantes, feitas de estrelas do tipo que existia no início do Universo. Os astrônomos acreditam que, naquela época, todas as estrelas tinham muito mais massa que as atuais: até 300 vezes a massa do Sol.
Em seguida, foram simuladas fusões e colisões galácticas, com o uso de supercomputadores. Os pesquisadores foram capazes de obter uma resolução de menos de 1 ano-luz, mostrando o que ocorre no núcleo das galáxias durante a fusão.
Duas coisas aconteceram: primeiro, gás e poeira no centro das galáxias se condensa, formando um disco denso. Em seguida o disco torna-se instável, o gás e a poeira contraem-se novamente, dando origem a um disco ainda mais denso, que por fim origina um buraco negro gigante.
Segundo Kazantzidis, esse resultado indica que a ideia de que as galáxias e seus buracos negros centrais crescem juntos pode estar errada: na simulação, o buraco negro cresce muito mais depressa e acaba dominando a galáxia. "Pode ser que a galáxia seja controlada pelo crescimento do buraco negro", disse.
Fonte: Nature

Luz do Sol cria e separa pares de asteroides

A luz do Sol faz com que asteroides se dividam em dois e depois se separem.
separação de par de asteroides
© NASA (separação de par de asteroides)
"Isto mostra que os asteroides não são corpos inertes, mortos e desinteressantes", disse um dos autores do estudo, Franck Marchis, da Universidade da Califórnia e da Busca por inteligência Extraterrestre (Seti). "De fato, os pequenos asteroides evoluem lentamente em binários e, por fim, em binários divorciados".
Marchis e o colega Brent Macomber analisaram dois pares de binários separados, pares de asteroides que não mantêm mais ligação gravitacional entre si. A seguir gráfico do período de rotação em relação à massa do par de asteroides.
gráfico período de rotação x massa do par de asteroides
© Nature (gráfico do período de rotação x massa)
O trabalho de ambos contribuiu para análise, realizada por astrônomos na República Checa, da evolução de 35 pares de binários divorciados. O líder do grupo,  Petr Pravec, de 25 coautores publicaram o resultado, mostrando que todos os pares têm massa e velocidade relativa similares, o que sugere uma origem comum.
Do total estimado em 1 milhão de asteroides com 1 km ou mais de diâmetro que orbita o Sol, muitos parecem ser "pilhas de entulho", aglomerados de rochas menores unidos pela gravidade. Pesquisas prévias mostraram que resíduos com menos de 10 km de diâmetro podem ter a rotação acelerada pelo chamado Efeito Yorp (de Yarkovsky-O'Keefe-Radzievskii-Paddack), um desequilíbrio no qual a diferença entre a luz absorvida por um lado de um asteroide e o calor irradiado pelo outro faz o astro girar.
O processo, que ocorre ao longo de milhões de anos, foi comparado a uma versão em câmera lenta da forma como um moinho de vento reage à passagem do ar.
À medida que o asteroide acelera na rotação, seu equador incha e as rochas no limite extremo acabam atingindo velocidade de escape e se desconectam. Essas rochas desconectadas se unem numa pequena lua e, ao longo de milhões de anos, asteroide e lua se separam.
Fonte: Nature

Observatório registra mancha solar maior que a Terra

As manchas solares são regiões com poderosos campos magnéticos emanados pelo Sol. Aparecem escuras por causa da diferença de temperatura com as regiões ao seu redor. Além disso, costumam desaparecer após alguns dias.
mancha solar
 © Observatório Big Bear (mancha solar)
O Observatório Big Bear, na Califórnia, Estados Unidos, divulgou a mais detalhada imagem já registrada de uma mancha solar em luz visível. A mancha tem cerca de 13 mil km de diâmetro (maior do que a Terra) e uma temperatura de 3,6 mil °C, muito mais baixa que as regiões ao redor, com 5,8 mil °C.
As formas irregulares ao redor da mancha são conhecidas como granulações e são formadas por gases quentes que são ejetados do Sol, cada uma com 1 mil km de comprimento. A imagem foi registrada pelo Novo Telescópio Solar, o qual utiliza lentes adaptativas, que corrigem distorções da atmosfera.
As estruturas magnéticas, como as manchas solares, são importantes para entendermos melhor a "meteorologia espacial", que se origina no Sol e tem influência direta na Terra. As tempestades solares, por exemplo, podem prejudicar a distribuição de energia e a comunicação, destruir satélites e até expor aviões à radiação.
Fonte: Observatório Big Bear

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Núcleo do aglomerado M 71 é fotografado

O Telescópio Espacial Hubble produziu uma imagem do centro do aglomerado globular Messier 71, uma enorme bola de antigas estrelas na borda da Via-Láctea, a cerca de 13.000 anos-luz da Terra. O aglomerado todo tem 27 anos-luz de diâmetro.
M 71
© NASA/ESA (aglomerado globular M 71)
Os aglomerados globulares são formados por um conjunto de estrelas que existem no limiar de galáxias. Esses aglomerados são fortemente unidos pela gravidade, o que lhes dá a forma esférica.
Sabe-se da existência de 150 desses aglomerados ao redor da Via-Láctea, cada um deles contendo centenas de milhares de estrelas. Messier 71 é conhecido há tempos, tendo sido observado pela primeira vez no século 18, pelo astrônomo suíço Jean-Philippe de Cheseaux.
Apesar de ser um objeto familiar, a natureza exata de Messier 71 era um  mistério até pouco tempo atrás. Seria ele um aglomerado aberto, um grupo de estrelas sem muita ligação umas com as outras?
Esta era a interpretação dominante até os anos 70, quando astrônomos passaram a encará-lo como um aglomerado globular, ainda que  excepcionalmente disperso.
As estrelas de Messier 71 são relativamente antigas, tendo de 9 bilhões a 10 bilhões de anos.
Fonte: NASA e ESA

Descoberto o mais rico sistema planetário

Astrônomos descobriram o sistema planetário mais rico fora do Sistema Solar já registrado. São pelo menos cinco planetas orbitando a estrela HD 10180, do mesmo tipo que o Sol, sendo que há evidências da existência de mais dois, o que tornaria o sistema muito parecido com o nosso, com apenas um planeta a menos. As informações são do ESO (Observatório Europeu do Sul).
sistema planetário ao redor da estrela HD 10180
© ESO (ilustração do sistema planetário ao redor de estrela)
O grupo de cientistas ainda descobriu mais uma semelhança com o Sistema Solar, a distância dos planetas para HD 10180 segue um padrão regular, assim como os nossos para com o Sol. "Descobrimos o que parece ser o sistema com mais planetas encontrado até agora", diz Christophe Lovis, autor principal do artigo científico que apresenta os resultados.
"Esta descoberta extraordinária também enfatiza o fato de estarmos entrando numa nova era da investigação de exoplanetas: o estudo de sistemas planetários complexos e não apenas de planetas individuais. Estudos dos movimentos planetários no novo sistema revelam interações gravitacionais complexas entre os planetas e dão informações sobre a evolução do sistema a longo prazo", diz o pesquisador.
O estudo do sistema durou seis anos e utilizou o espectrógrafo HARPS, do telescópio de 3,6 metros do ESO, em La Silla, no Chile. Os registros de 190 medições possibilitaram a observação de minúsculos movimentos na estrela, para a frente e para trás, causados pelas interações pelos planetas. Os cincos sinais mais fortes vinham de corpos com a massa do tipo de Netuno, entre 13 e 25 vezes a massa da Terra, e com órbitas que duram entre seis e 600 dias terrestres.
A distância desses planetas até sua estrela fica entre 0,06 e 1,4 vezes a distância da Terra ao Sol. A HD 10180 está situado a 127 anos-luz na constelação de Hidra.
"Temos também boas razões para acreditar que mais dois planetas estejam presentes", diz Lovis. "Um será do tipo de Saturno (com uma massa mínima de 65 massas terrestres) com órbita de 2.200 dias. O outro será o exoplaneta de menor massa descoberto até agora, com uma massa de cerca de 1,4 vezes a massa da Terra. Encontra-se muito próximo da estrela hospedeira, a apenas 2% da distância Terra-Sol. Um ano neste planeta durará somente 1,18 dias terrestres", diz o astrônomo.
"Este objeto origina uma oscilação na estrela de apenas 3 km/h, mais devagar que a velocidade do simples movimento de andar a pé, e este movimento é bastante difícil de medir", diz o membro da equipe Damien Ségransan. Se confirmado, este corpo poderá ser outro exemplo de um planeta quente rochoso, semelhante a Corot-7b.
Apesar das semelhanças com o Sistema Solar, o sistema de HD 10180 é único em vários aspectos, como, por exemplo, o fato de ter cinco planetas do mesmo tipo que Netuno localizados em uma órbita parecida com a de Marte. Além disso, ele é mais povoado que o nosso sistema na sua região interior, com mais planetas e estes sendo de grande massa. Além disso, as órbitas desses corpos parecem ser praticamente circulares.
Já foram descobertos, até agora, 15 sistemas com pelo menos três planetas, sendo 55 Cancri o mais rico até então, com cinco planetas, sendo dois gigantes. "Sistemas com planetas de pequena massa como o que se encontra em torno de HD 10180, parecem ser muito comuns, mas a sua história de formação permanece um mistério", diz Lovis.
O ESO destaca duas importantes descobertas feitas por esse estudo. Primeiro, os astrônomos encontraram um equivalente da lei de Titius-Bode existente no nosso sistema solar, que diz que as distâncias dos planetas às suas estrelas seguem um padrão regular, "o que pode ser uma assinatura do processo de formação destes sistemas planetários", diz o membro da equipe Michel Mayor.
Além disso, os astrônomos afirmam ter descoberto a existência de uma relação entre a massa de um sistema planetário e a massa e a composição química de sua estrela. Eles chegaram a essa conclusão após observações anteriores indicarem que sistemas planetários de grande massa são encontrados em torno de estrelas de grande massa e ricas em metais, enquanto que os sistemas de menor massa ficam em torno de estrelas de menor massa e pobres em metais, o que confirma os modelos teóricos mais aceitos atualmente.
Fonte: ESO

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Achado restos de colisão de planetas

Astrônomos observaram com o telescópio espacial Spitzer inesperados discos de poeira em um sistema estelar duplo maduro. Os cientistas, após analisarem os dados, acreditam que a poeira, que não deveria estar lá, pode ter sido resultado de colisões entre planetas.
colisão de planetas
© NASA (concepção artística da colisão de planetas em RS CVns)
"Isto é ficção científica na vida real", diz o pesquisador Jeremy Drake, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. "Nossos dados dizem que os planetas neste sistema talvez não tenham tido muita sorte - colisões podem ter sido comuns. É teoricamente possível que planetas habitáveis tenham existido ao redor desse tipo de estrelas, se isso aconteceu para alguma vida lá, ela pode ter sido condenada".
Segundo a administração do Spitzer (da Nasa e do Instituto de Tecnologia da Califórnia), os cientistas observaram o par de estrelas RS Canum Venaticorums. Curiosamente, as duas estrelas são separadas "apenas" por 3,2 milhões de km, o equivalente a 2% da distância da Terra até o Sol. Os dois astros terminam sua órbita ao redor um do outro em poucos dias.
O tamanho de cada uma das estrelas é similar ao do Sol e sua idade é de provavelmente 1 bilhão ou poucos bilhões de anos, apesar de não ser um cálculo muito preciso, indica que elas teriam a idade aproximada da nossa estrela quando a vida surgiu na Terra. Contudo, esses dois astros orbitam muito rapidamente, o que gera campos magnéticos gigantescos e ventos estelares muito poderosos.
Esses ventos, segundos os astrônomos, mantêm as estrelas próximas. Como essa proximidade, a influência gravitacional está em constante mudança e isso pode causar distúrbios nos planetas, que podem acabar sendo "expulsos" do sistema ou colidindo uns contra os outros. Os distúrbios podem ter ocorrido inclusive na zona habitável do sistema, onde as temperaturas podem permitir a existência de água no estado líquido.
Segundo os astrônomos, a poeira nesse tipo de sistema é dissipada pelas próprias estrelas em seu estágio maduro. Os cientistas acreditam que algo deve ter sido responsável pelo aparecimento da poeira do sistema. Além disso, o fato de quatro discos de poeira terem sido encontrados indicam que algo muito caótico ocorreu, ou ainda está acontecendo em RS Canum Venaticorums, como a colisão de planetas.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

Sistema Solar é mais velho do que se pensava

O Sistema Solar acaba de ficar centenas de milhares de anos mais velho. Baseados em um meteorito que caiu na África, cientistas concluíram que o Sistema Solar tem 4,5682 bilhões de anos de idade.
gases na formação do sistema solar
© NASA (gases na formação do Sistema Solar)
A nova estimativa está entre 0,3 e 1,9 milhões de anos maior que as anteriores, que se basearam nos meteoritos Efremovka e Allende, encontrados no Cazaquistão em 1962 e no México em 1969, respectivamente.
Para deduzir quando as primeiras partículas sólidas do Sistema Solar se formaram, pesquisadores analisaram estruturas de até um centímetro encontradas nos meteoritos, conhecidas como "inclusões".
Elas foram criadas quando gases esfriaram para formar o Sol e planetas, e estão entre os mais antigos sólidos do Sistema Solar.
Agora, Audrey Bouvier, na Universidade do Estado do Arizona, e colegas, analisaram essas partículas produzidas em um meteorito que caiu na Terra no Noroeste da África, em 2004.
Eles se basearam no decaimento dos isótopos (átomos de massas diferentes) urânio-238 e 235, para os isótopos-filhos chumbo-207 e 206.
Pode parecer uma diferença trivial para algo de bilhões de anos de idade, mas na verdade isso pode fazer uma diferença quando se verificam as condições que levaram à formação do Sistema Solar, diz Bouvier. O mesmo se aplicaria às condições necessárias para a formação de outros sistemas com planetas habitáveis.
"Estudos como este nos contam o que ativou a formação do Sistema Solar, e como esse processo ocorreu", concorda Ray Burgess, geoquímico da Universidade de Manchester, Reino Unido.
"Eles podem nos contar como nosso planeta se formou, e por que ele tem a estrutura que possui", completa.
Acredita-se que o meteorito Allende tenha passado por grande aquecimento e deformação antes de aterrissar na Terra.
Burgess diz que o meteorito africano quase certamente experimentou distúrbios menores em sua estrutura isotópica, propiciando dados mais confiáveis.
O estudo foi publicado na revista "Nature Geoscience".
Fonte: New Scientist

domingo, 22 de agosto de 2010

O que é o Objeto de Hoag?

Esta estranha galáxia foi descoberta em 1950 pelo astrônomo Art Hoag, que imaginou o objeto como sendo uma nebulosa planetária, remanescente da expansão de uma estrela.
IDL TIFF file
© NASA/Hubble (Objeto de Hoag)
Mas ele logo descartou a possibilidade, sugerindo que o objeto fosse na verdade uma galáxia. Observações mais detalhadas realizadas em 1970 confirmaram a hipótese, embora muitas das características do Objeto de Hoag ainda permaneçam um mistério. Esta estrutura, localizada na a 600 milhões de anos-luz de distância na constelação da Serpente, é um anel quase perfeito de estrelas azuis e jovens orbitando em torno de um núcleo amarelo da galáxia, que possui cerca de 120.000 anos-luz de diâmetro, ligeiramente maior que a Via Láctea. O anel azulado, composto principalmente por aglomerados de estrelas jovens e massivas, contrasta com o núcleo amarelado de estrelas mais antigas. A região entre o anel e o núcleo deve conter aglomerados de estrelas de baixa luminosidade. Galáxias em formato de anel podem ser formadas de diversas maneiras. Uma das possibilidades é a da formação através da colisão com uma outra galáxia, porém neste caso seria deixado vestígios de estrelas em formação, o que não se observa. Uma outra hipótese, mais aceitável, é a que o anel de estrelas azuis tenha sido formado por remanescentes de uma galáxia próxima. Estimativas prevêem que o encontro tenha ocorrido entre 2 e 3 bilhões de anos atrás.
Fonte: Cosmo Novas

sábado, 21 de agosto de 2010

Aglomerado de galáxias mais antigo ainda está em atividade

Astrônomos da Universidade Texas A&M estudaram a imagem de um aglomerado de galáxias conhecido como CLG J02182-05102, cuja radiação infravermelha demorou 10 bilhões de anos para chegar à Terra e ainda forma novas estrelas.
CLG J02182-05102
© NASA/JPL-Caltech (aglomerado de galáxias CLG J02182-05102)
O fato do aglomerado ainda estar em atividade chamou a atenção no estudo coordenado por Kim-Vy Tran, astrônoma do departamento de Física e Astronomia da Universidade, que contou com um grupo internacional de cientistas, trabalhando durante 4 meses.
A aparência "moderna" do objeto chamou a atenção da equipe de pesquisadores e foi possível estimar que até hoje são produzidas centenas de milhares de novas estrelas todo ano. Observações em aglomerados de galáxias mais próximos identificaram estrelas com idades entre 8 e 10 bilhões de anos, o que pode indicar que CLG J02182-05102 estaria no fim do período de grande produção de estrelas.
Identificado pela primeira vez em maio de 2010 por meio do trabalho do astrônomo Casey Papovich, a coleção de 60 galáxias é o aglomerado mais antigo conhecido, formado apenas 4 bilhões de anos após o Big Bang.
Segundo a equipe coordenada por Tran, o inusitado no caso do aglomerado de galáxias é que o centro produz mais estrelas do que as bordas, o inverso do observado nas galáxias do Grupo Local, aglomerado no qual a Via Láctea está inserida.
As cores da fotografia são artificiais. Para os comprimentos de onda captados pelo Telescópio Spitzer, entre 4,5 e 24 mícrons, os tons usados são verde e vermelho, nesta ordem. O telescópio Subaru, equipamento japonês instalado em Mauna Kea, no Havaí, contribuiu registrando a parte azul da imagem, com comprimentos de 0,7 mícrons.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Hubble é usado para estudar a energia escura

Pela primeira vez, cientistas utilizando o Telescópio Espacial Hubble conseguiram tirar vantagem de uma lente de aumento espacial, um enorme aglomerado de galáxias cuja gravidade concentra a luz emitida por corpos mais afastados, para obter informações sobre a natureza da misteriosa energia escura que está acelerando a expansão do Universo.
lente gravitacional de Abell 1689
© NASA/ESA (lente gravitacional de Abell 1689)
Os cálculos feitos a partir dos dados do Hubble, juntamente informações obtidas por outros meios, aumentou de forma significativa a precisão das medições da energia escura, diz nota divulgada pelos responsáveis pelo telescópio espacial.
Cientistas não sabem o que a energia escura é, mas sabem que ela é o principal componente do Universo, cerca de 72%. A matéria escura, perfaz 24% e também é misteriosa, mas mais fácil de estudar, porque influencia gravitacionalmente a matéria comum, que responde por apenas 4%.
No novo estudo, a equipe de cientistas usou imagens do Hubble para analisar um grande aglomerado de galáxias, Abell 1689. A gravidade do aglomerado faz com que galáxias localizadas no pano de fundo apareçam em imagens múltiplas e distorcidas.
Usando essas imagens distorcidas, cientistas foram capazes de determinar como a luz das galáxias do pano de fundo foi distorcida pelo aglomerado, uma característica que depende das propriedades da energia escura. O método também depende de medições, feitas aqui na Terra, da distância que nos separa dessas galáxias e da velocidade com que elas se afastam de nós.
Fonte: Science

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Energia de buraco negro impede formação de estrelas

Um gigantesco buraco negro no centro da galáxia M87 está soprando poeira e gás para longe, impedindo assim a formação de novas estrelas. Imagem composta por dados coletados pelo Telescópio de Raios X Chandra e pelo conjunto de radiotelescópios VLA registra o processo violento.
M 87
© Chandra/VLA (galáxia M87)
A uma distância de 50 milhões de anos luz, M87 está relativamente próxima da Terra e fica no centro do aglomerado de Virgem, que contém milhares de galáxias. A localização de M87, combinada ao longo período de atividade do Chandra, fez com que a galáxia fosse um excelente alvo de observação.
"Nossos resultados mostram em grande detalhe como o buraco negro supermassivo tem um controle surpreendentemente bom sobre a evolução da galáxia onde vive", disse Norbert Werner, do Instituto Kavli de Astrofísica de partículas e Cosmologia da Universidade Stanford e do Laboratório Nacional de Acelerador SLAC.
O aglomerado ao redor da M87 brilha em luz de raios X, que é captada pelo Chandra. À medida que se resfria, o gás pode cair na direção do centro da galáxia, onde poderia continuar a se resfriar ainda mais e formar novas estrelas.
No entanto, observações de rádio feitas pelo VLA indicam que os jatos de partículas altamente energéticas produzidos pelo buraco negro da M87 interrompe o processo. Esses jatos erguem o gás relativamente frio perto do centro da galáxia e produzem ondas de choque na atmosfera galáctica, por conta de sua velocidade supersônica.
Os cientistas envolvidos na pesquisa consideraram que a interação dessa "erupção" cósmica com o ambiente galáctico é muito semelhante à do vulcão islandês Eyjafjallajokull, que forçou o fechamento de boa parte dos aeroportos da Europa há alguns meses.
Com o Eyjafjallajokull, bolsões de gás quente irrompiam pela superfície da lava, gerando ondas de choque que podem ser vistas passando através da fumaça cinzenta. O gás aquecido se eleva pela atmosfera, arrastando a poeira cinzenta atrás de si. 
Em analogia com o vulcão, as partículas energéticas produzidas na vizinhança do buraco negro elevam-se através da atmosfera que emite raios X, fazendo elevar-se o gás mais frio perto do centro  da M87, de modo semelhante ao arrasto das nuvens de cinza vulcânica visto na Terra.
Na galáxia M87, as plumas de gás mais frio que são erguidas contêm tanta massa quanto todo o gás contido num raio de 12.000 anos-luz do centro do aglomerado de galáxias.
"Esse gás teria formado centenas de milhões de estrelas se o buraco negro não o tivesse retirado do centro da galáxia", disse um dos autores de um dos dois artigos que descrevem a dinâmica da M87, Evan Milion, de Stanford.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

A Lua pode estar encolhendo

O raio da Lua provavelmente perdeu cerca de 100 metros em algum momento do último bilhão de anos, e é possível que o satélite ainda venha a encolher mais, diz o pesquisador Thomas Watters, do Smithsonian Institution, baseado na análise de imagens produzidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa.
escarpa lunar
© NASA (escarpa lunar)
Em órbita lunar desde  junho de 2009, a LRO encontrou, espalhados pela Lua, novos exemplares de um tipo especial de elevação avistado anteriormente por três missões Apollo - 15, 16 e 17 -, mas exclusivamente na região do equador. Watters descreve essas formações como estruturas "principalmente lineares, que se parecem com um degrau baixo na paisagem". Têm menos de 100 metros de altura, e poucos quilômetros de extensão.
Essas elevações, ou escarpas, descobertas pela LRO encontram-se em áreas da Lua afastadas da zona equatorial onde os exemplos iniciais tinham sido vistos pelas três Apollo, o que sugere que podem estar igualmente distribuídas por todo o globo lunar.
A distribuição regular sugere, de acordo com os pesquisadores, que escarpas seriam como cicatrizes deixadas pelo encolhimento da Lua, ocorrido à medida que o satélite perdia seu calor original para o espaço.
"O interior da Lua vem se resfriando devagar", explica Watters. "À medida que esfria, ele se contrai, fazendo com que a crosta se ajuste à redução do volume interior".
O encolhimento, de acordo com o cientista, teria ocorrido em saltos, possivelmente associados a "lunamotos".
As escarpas também parecem jovens, em termos da história da Lua, teriam menos de 1 bilhão de anos, o que indica que o encolhimento que as provocou foi bem recente. "A pequena idade aparente das escarpas deixa aberta a possibilidade que a Lua ainda seja tectonicamente ativa e ainda esteja encolhendo", disse Watters.
Fonte: Science

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Magnetar deveria ser um buraco negro

Astrônomos europeus afirmam ter demonstrado a partir de observações do Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês) que uma estrela magnética (magnetar), um tipo de estrela de nêutrons com poderoso campo magnético, se formou a partir de uma estrela com pelo menos 40 vezes a massa do Sol.
magnetar
© ESO (ilustração de uma magnetar)
O resultado desafia as atuais teorias sobre evolução estelar, já que um astro com tanta massa deveria ter se transformado em um buraco negro. Além disso, a descoberta levanta uma nova questão: qual é a massa necessária para dar origem a um buraco negro?
Os astrônomos fizeram observações de Westerlund 1, a 16 mil anos-luz da Terra, na constelação do Altar, que é o mais próximo super agrupamento estelar conhecido e contém centenas de estrelas de grande massa. Algumas delas têm luminosidade 1 milhão de vezes maior que a do Sol e outras têm 2 mil vezes o seu diâmetro.
"Se o Sol estivesse situado no centro deste agrupamento, o nosso céu noturno estaria repleto de centenas de estrelas tão brilhantes como a Lua cheia", diz Ben Richie, autor principal do estudo. Apesar da diversidade e da grande população de estrelas, chama a atenção em Westerlund 1 que todas têm aproximadamente a mesma idade, estimada entre 3,5 milhões e 5 milhões de anos, pois o agrupamento se formou a partir de um único evento.
Os astrônomos estudaram mais exatamente uma estrela magnética, que é uma estrela de nêutrons (astros formados a partir de uma explosão de estrela de grande massa, evento conhecido como supernova) com campo magnético extremamente forte, que é trilhões de vezes mais poderoso que o da Terra.
posição da magnetar
© ESO (posição da magnetar)
Westerlund 1 tem uma das poucas estrelas magnéticas conhecidas na Via Láctea e, a partir do estudo desta estrela e das que a circundam, foi possível descobrir como era o astro que deu origem a ela. Uma vez que as estrelas do agrupamento têm aproximadamente a mesma idade, a que explodiu deve ter tido uma vida mais curta, o que indica qual era o seu tamanho.
O tempo de vida de uma estrela está diretamente relacionado com a sua massa, quanto mais massa tem uma estrela, mais curta é a sua vida. Se for medida a massa de qualquer uma das estrelas sobreviventes é possível saber com certeza que a estrela de vida mais curta que deu origem à estrela magnética deve ter tido ainda mais massa. "Isto é extremamente importante, já que não existe nenhuma teoria aceita sobre como se formam estes objetos extremamente magnéticos", diz o coautor e líder da equipe que realizou o estudo, Simon Clark..
As teorias mais aceitas até agora afirmam que estrelas com massa entre 10 e 25 vezes a massa do Sol explodirão como supernovas no final de sua vida e darão origem a estrelas de nêutrons, enquanto aquelas com massa inicial superior a 25 vezes a do Sol se transformarão em buracos negros.
"Estas estrelas têm que se ver livres de mais de nove décimos das suas massas antes de explodirem como supernovas, caso contrário darão antes origem a um buraco negro", diz o coautor Ignacio Negueruela. "Perdas de massa tão elevadas antes da explosão apresentam um grande desafio às atuais teorias de evolução estelar".
Contudo, os astrônomos também pensam em uma possibilidade para o surgimento de uma estrela magnética a partir de um astro com tanta massa. O mecanismo de formação preferido dos astrônomos postula que a estrela que se transforma em estrela magnética tenha nascido com uma companheira estelar. A interação entre as duas causa grande ejeção de matéria por parte da progenitora, o que explicaria como ela não se transformou em um buraco negro.
Embora hoje não se observe nenhuma estrela que teria sido companheira da progenitora, os astrônomos afirmam que há a possibilidade de, durante a explosão da supernova, ela ter "expulsado" a estrela companheira do agrupamento a alta velocidade, deslocando mais de mais de 95% da sua massa inicial.
Fonte: Astronomy and Astrophysics

Eclipse de pulsar testa teoria de Einstein

Usando o satélite Explorador de Raios X Rossi, da Nasa, astrônomos descobriram o primeiro pulsar rápido de raios X a ser eclipsado por uma estrela companheira. Estudos mais detalhados desse sistema permitirão realizar novos testes da teoria da relatividade de Albert Einstein.
sistema binário com pulsar e estrela
© NASA (ilustração de um sistema binário com pulsar e estrela)
O pulsar é uma estrela de nêutrons em rápida rotação, com o núcleo esmagado de uma estrela que explodiu como supernova. Estrelas de nêutrons concentram massa superior à solar numa esfera com menos de um milésimo do tamanho do Sol.
"É difícil estabelecer a massa das estrelas de nêutrons, especialmente no extremo mais alto da gama de massas prevista pela teoria", disse Craig Markwardt, da Nasa. "Como resultado, não conhecemos a estrutura interna ou o tamanho delas tão bem quanto gostaríamos. Esse sistema nos leva um passo além nesse sentido".
Conhecido como Swift J1749.4-2807, ou apenas  J1749, o sistema lançou uma explosão de raios X em abril. Durante o evento, o Rossi observou três eclipses, detectou pulsos de raios X que identificaram a estrela como um pulsar e registrou variações de pulso que indicam o movimento orbital da estrela.
J1749 foi descoberta em junho de 2006, quando uma explosão menor chamou a atenção do satélite Swift. Observações subsequentes revelaram que a fonte era um sistema binário a 22.000 anos-luz de distância, na constelação de Sagitário, e que a estrela de nêutrons estava absorvendo massa de sua companheira.  O gás atraído se acumula num disco em torno da estrela de nêutrons.
"Como muitos sistemas binários, J1749 tem explosões quando instabilidades do disco permitem que parte do gás colida com a estrela", explicou Tod Strohmayer, cientista ligado ao Rossi.
O pulsar J1749 gira 518 vezes por segundo, e seu movimento orbital produz mudanças pequenas, mas regulares, na frequência dos raios X. Essas mudanças sugerem que as estrelas do par giram uma em torno da outra a cada 8,8 horas.
"Esta é a primeira vez em que detectamos eclipses de raios X num pulsar rápido que também está absorvendo gás", disse Markwardt. "Com essas informações, agora sabemos o tamanho e  a massa da estrela companheira com precisão sem precedentes". 
Escrevendo sobre suas descobertas no periódico The Astrophysical Journal Letters, Markwardt e Strohmayer destacam que têm praticamente toda a informação necessária para determinar a massa do pulsar, estimada entre 1,4 e 2,2 massas solares. para isso, é preciso localizar, por meio de telescópios normais ou de infravermelho, a estrela companheira.
Mas a teoria da relatividade pode tornar essa observação desnecessária: uma consequência da teoria é que um sinal, como ondas de rádio ou raios X, sofre um pequeno atraso ao passar muito perto de um objeto de grande massa. Esse atraso já foi demonstrado diversas vezes em experimentos.
"Medições de alta precisão os raios X antes e depois do eclipse podem fornecer um retrato detalhado de todo o sistema", disse Strohmayer. Para J1749, o atraso previsto é de 21 microssegundos, dentro da capacidade de detecção do Rossi.
Com apenas três eclipses observados em 2010, o satélite não captou dados suficientes para revelar um grande atraso. Mas, da próxima vez que o pulsar produzir uma explosão, será possível determinar o valor, afirma Markwardt.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Omega Centauri pode ser uma galáxia?

O telescópio orbital Wise, da Nasa, fotografou um alvo predileto dos astrônomos amadores, o aglomerado de estrelas Omega Centauri, também conhecido como  NGC 5139, e que pode ser observado a olho nu no hemisfério sul, na constelação do Centauro.
omega centauri
© NASA (Omega Centauri)
Omega Centauri contém aproximadamente 10 milhões de estrelas e fica a cerca de 16.000 anos-luz da Terra. A imagem do Wise cobre uma área do céu equivalente à 60 milhões de km².
O astrônomo da Antiguidade Ptolomeu acreditava que Omega Centauri era uma estrela, e Edmond Halley identificou-a como uma nebulosa em 1677. na década de 1830, John Herschel determinou que se tratava de um aglomerado globular de estrelas. Aglomerados globulares são grupos esféricos de estrelas unidas pela gravidade.
Omega Centauri é uma espécie de "ovelha negra" dos aglomerados globulares, já que tem diversas características que o diferenciam dos demais. Por exemplo, tem dez vezes a massa de um aglomerado típico e agrega estrelas de diferentes idades, enquanto que os outros aglomerados são compostos por uma única geração de astros.
Pesquisas recentes indicam que existe um buraco negro no centro de Omega Centauri. Isso sugere que o aglomerado é, na verdade, uma galáxia anã que de algum modo perdeu suas estrelas mais externas.
Fonte: NASA

Asteroide é encontrado em zona morta gravitacional

Um grupo de astrônomos descobriu um objeto celeste em uma região da órbita de Netuno considerada uma "zona morta gravitacional", os chamados pontos de Lagrange, na qual até hoje nenhum corpo astronômico havia sido observado.
pontos de lagrange em Netuno
© Scott Sheppard (pontos de Lagrange em Netuno)
O objeto, denominado 2008 LC18, é um asteroide troiano, um tipo de asteroide que divide a órbita de um planeta, posicionando-se à frente ou atrás desse planeta em uma localização estável. O nome deriva da Guerra de Troia, que teria ocorrido entre gregos e troianos por volta de 1.300 a.C.
Como os asteroides troianos compartilham a órbita de seus planetas, eles são sensíveis à formação e migração destes. Por conta disso, a descoberta poderá ajudar a compreender melhor questões fundamentais sobre a formação e movimentos dos planetas.
Júpiter é o planeta do Sistema Solar com o maior número de asteroides troianos conhecidos: mais de 4 mil. Há quatro troianos conhecidos em Marte e outros seis em Netuno, mas nenhum na região em que agora foi encontrado o sétimo.
Até então, não se descobriu esses tipos de asteroides nos demais planetas do Sistema Solar, apesar de os cientistas estimarem tal existência.
Os astrônomos Scott Sheppard, da Instituição Carnegie, e Chad Trujillo, do Observatório Gemini, utilizaram uma nova técnica observacional, que aproveita a formação de grandes nuvens escuras de poeira no espaço para poder bloquear a luz de fundo no plano galáctico.
Essa "janela observacional" foi empregada com o auxílio do telescópio japonês Subaru, com espelho de 8,2 metros de diâmetro, instalado no Havaí. A órbita do 2008 LC18 foi determinada com os telescópios Magalhães, de espelhos com 6,5 metros, instalados no Chile.
"Estimamos que o novo troiano em Netuno tenha um diâmetro de cerca de 100 quilômetros e que há cerca de 150 outros asteroides do tipo na região em que observamos o 2008 LC18". Há menos troianos conhecidos em Netuno simplesmente por que eles são mais difíceis de serem descobertos, uma vez que estão tão longe da Terra", disse Sheppard.
Isso implicaria que há mais asteroides troianos em Netuno do que o número desses objetos no principal cinturão entre Marte e Júpiter.
Fonte: Science

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sistema Einstein@home descobre novo pulsar

Três voluntários que doam tempo ocioso de seus computadores para pesquisas científicas descobriram um novo pulsar nos dados obtidos pelo radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico. A descoberta, feita por um alemão e dois americanos, foi a primeira realizada pelo sistema Einstein@home, que usa tempo doado por computadores de 250.000 pessoas de 192 países.
 pulsar de rádio
© AEI Hannover (pulsar de rádio)
Os voluntários que receberam crédito pela descoberta são o casal Chris e Helen Colvin, dos EUA, e Daniel Gebhardt, da Alemanha. Seus computadores, juntamente com meio milhão de outros aparelhos de todo o mundo, analisam dados para o Einstein@home.
O novo pulsar, chamado PSR J2007+2722, é uma estrela de nêutrons que gira 41 vezes por segundo. Fica na Via Láctea, a aproximadamente 17.000 anos-luz da Terra. Diferentemente da maioria dos pulsares que giram de forma tão rápida e precisa, e PSR J2007+2722 está sozinho no espaço, sem uma estrela companheira em sua órbita.
Astrônomos consideram-no especialmente interessante, já que ele provavelmente é um pulsar antigo que perdeu o companheiro. Mas não se pode descartar a hipótese de que seja um pulsar jovem nascido com um campo magnético excepcionalmente fraco.
O Eisntein@home, baseado na Universidade de Wisconsin (EUA) e no Instituto Max Planck de Física Gravitacional (Alemanha) vem buscando sinais de ondas gravitacionais nos dados do observatório americano LIGO desde 2005. Desde 2009, o sistema também passou a procurar sinais de pulsares em dados de Arecibo.
radiotelescópio de Arecibo
© NAIC (radiotelescópio de Arecibo)
"Este é um momento emocionante para o Einstein@home e nossos voluntários. Prova que a participação pública pode descobrir novas coisas no Universo. Espero que inspire mais pessoas a se juntar a nós", disse o líder do projeto, Bruce Allen, do Instituto Max Planck.
Fonte: Science

Detectados raios gama emitidos por nova pela primeira vez

Astrônomos usando Telescópio Espacial Fermi detectaram, pela primeira vez, raios gama emitidos por um tipo de estrela variável conhecido como nova, fenômeno que surpreendeu os cientistas. A descoberta derruba a ideia de que explosões nova não têm energia suficiente para produzir esse tipo de emissão.
nova cygni 2010
© NASA/Fermi (nova V407 Cyg)
Uma nova é um ganho súbito de brilho de uma estrela normalmente tênue. A explosão ocorre quando uma estrela anã branca, em um sistema binário, irrompe numa explosão termonuclear.
"Em termos humanos, foi uma erupção imensamente poderosa, equivalente a cerca de 1.000 vezes a energia emitida pelo Sol a cada ano", disse a pesquisadora da Nasa Elizabeth Hays. "Mas, em comparação com outros eventos que o Fermi vê, foi bem modesta. Ficamos surpresos quando o Fermi a detectou com tanta força".
Raios gama são a forma mais energética de luz, e o Telescópio de Grande área do Fermi captou a nova por 15 dias. Cientistas acreditam que a emissão surgiu quando uma onda de choque, movendo-se a mais de um milhão de quilômetros por hora, partiu do local da explosão.
A detecção ocorreu na constelação de Cygnus, o Cisne. O sistema envolvido é conhecido como V407 Cyg, e fica a 9.000 anos-luz da Terra. É formado por uma anã branca e uma gigante vermelha com cerca de 500 vezes o tamanho do Sol.
"A gigante vermelha está tão inchada que sua atmosfera exterior vaza para o espaço", disse Adam Hill, da Universidade Joseph Fourier, na França. "A cada década, a gigante vermelha elimina hidrogênio suficiente para igualar a massa da Terra".
A anã branca captura parte desse gás, que se acumula em sua superfície. À medida que o gás se concentra, ao longo de décadas ou séculos, ele acaba ficando denso e quente o bastante para se fundir, produzindo hélio. A fusão libera energia suficiente para detonar todo o gás acumulado. A anã branca em si, no entanto, permanece intacta.
A explosão criou uma camada densa em expansão, chamada frente de choque, composta de partículas de alta velocidade, gás ionizado e campos magnéticos.
Os campos magnéticos aprisionam as partículas na camada e as excitam a energias tremendas. Antes de escapar, as partículas atingem velocidades próximas às da luz. Os pesquisadores dizem que os raios gama provavelmente surgem quando essas partículas colidem com o gás do vento da gigante vermelha. Até então, cientistas não imaginavam que uma nova fosse capaz de acelerar partículas com tanta intensidade.
Fonte: Science

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Chuva de meteoros Perseidas

A passagem da Terra por uma zona repleta de detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle oferecerá a observadores um verdadeiro espetáculo no céu.
meteoros perseídas
© NASA (meteoros Perseidas)
No hemisfério norte, o show tem seu auge entre as 22h do dia 12 e a madrugada do dia 13, quando a frequência de meteoros poderá alcançar dezenas por hora.
Embora seja um fenômeno melhor observável no hemisfério norte, a chuva de meteoros Perseidas também pode ser vista no Brasil. Aqui a constelação de Perseu estará muito baixa no horizonte na direção norte-nordeste. e o melhor horário para se assistir ao show no céu será entre 1h00 e 3h00 da madrugada do dia 13. A chuva de meteoros terá uma taxa de 50 a 100 "estrelas cadentes" por hora.
A cada 133 anos, o enorme cometa cruza o Sistema Solar e deixa para trás um rastro de poeira e detritos. Quando a Terra passa pela região, os fragmentos se chocam com a atmosfera a aproximadamente 225.000 km/h e se desintegram gerando rastros de luz na atmosfera.
A zona de detritos deixada pelo cometa é tão larga que a Terra passa semanas dentro dela. Observadores já estão avistando Perseidas ocasionais há alguns dias. Segundo a Nasa, essa "garoa" de meteoros pode virar um verdadeiro temporal entre os dias 11 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela zona de maior concentração de detritos. O espetáculo anual de meteoros Perseidas estará particularmente bonito em 2010 porque a Lua, em fase crescente, não vai estar muito visível no período de maior atividade.
O brilho lunar pode apagar uma boa chuva de meteoros, mas não será o caso dessa vez. O melhor período para observação são as horas mais escuras da noite, quando a maioria dos observadores no hemisfério norte poderá ver dezenas de Perseidas por hora.
Para ver melhor, é bom evitar as luzes da cidade. A escuridão do campo, por exemplo, aumenta entre três e dez vezes o número de meteoros que podem ser avistados. Lembrando que esta madrugada é apenas o pico da chuva, que poderá ser vista ainda nos próximos dias.
A tabela a seguir mostra algumas das principais chuvas de meteoros que ocorrem ao longo do ano.

Nome Máximo Taxa Horária Constelação
Quadrantídeas 04 Jan 95 Bootes
Lirídeas 22 Abr 15 Lyra
Eta-Aquarídeas 05 Mai 30 Aquarius
Delta-Aquarídeas 29 Jul 20 Aquarius
Perseídeas 13 Ago 95 Perseus
Orionídeas 22 Out 20 Orion
Taurídeas 03 - 13 Nov 15 Taurus
Leonídeas 18 Nov 12 Leo
Geminídeas 14 Dez 90 Gemini
Fonte: NASA

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Festa dos Astros!

A RBA (Rede Brasileira de Astronomia), da qual faço parte, convida toda a comunidade astronômica brasileira para participar, na primeira quinzena de Agosto, da campanha de observação astronômica "Festa dos Astros". Durante esse período, nas primeiras horas após o por do Sol será possível observar os planetas Vênus, Marte e Saturno muito próximos, com Mercúrio um pouco mais próximo ao horizonte.
conjunção dos astros
© RBA (conjunção dos astros)
A conjunção pode ser observada a olho nu, com binóculos ou com telescópios. Os planetas e a Lua estarão separados por meros 11 graus no céu. Mesmo pequenos telescópios podem mostrar as crateras da Lua, as fases de Vênus, os anéis de Saturno e as calotas polares de Marte.
O fenômeno culmina nas noites de 12 e 13 de Agosto, quando a Lua crescente chega para participar dessa festa no céu.
Esta conjunção é uma excelente oportunidade para mostrar as belezas do céu e dos astros para a população. Instrumentos modestos como binóculos e pequenos telescópios podem fornecer imagens inesquecíveis do encontro desses planetas.
Para celebrar esse espetáculo, a RBA promove o concurso fotográfico "Conjunção de Agosto", que premiará as 10 melhores fotos da conjunção. As imagens selecionadas serão presenteadas com um exemplar do livro "Fascínio do Universo" e um DVD "De Olho no Céu".
Consulte o regulamento do concurso clicando aqui.
Fonte: RBA (Rede Brasileira de Astronomia)

Nova imagem da Nebulosa da Tarântula

Uma nova imagem da Nebulosa da Tarântula, localizada na Grande Nuvem de Magalhães, marca o início de um estudo detalhado das duas Nuvens de Magalhães, galáxias vizinhas à Via Láctea, conduzido pelo Observatório Europeu Sul (ESO), baseado no Chile.
nebulosa da tarântula
© ESO (nebulosa da Tarântula)
A líder da equipe de pesquisa, Maria-Rosa Cioni, da Universidade de  Hertfordshire, no reino Unido, diz, em nota, que a Tarântula, oficialmente chamada 30 Doradus, é um berçário de estrelas e contém um grande aglomerado, chamado RMC 136, que inclui algumas das estrelas de maior massa conhecidas.
O telescópio responsável pelo estudo das Nuvens de Magalhães, o Vista, é um novo instrumento capaz de detectar luz na região do espectro infravermelho próxima ao limite da luz visível.
A luz infravermelha é invisível para o olho humano, mas consegue passar através de boa parte da poeira que, em condições normais, bloquearia a visão. Isso a torna particularmente útil para o estudo de estrelas jovens, que ainda se encontram encapsuladas em casulos de poeira espacial.
O levantamento das Nuvens de Magalhães vai varrer uma área do céu de 184 graus quadrados, o equivalente a mil luas cheias. Os pesquisadores esperam obter com isso um estudo detalhado da história de formação das estrelas e um mapa 3D da estrutura nas Nuvens.
Fonte: ESO

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nasa divulga imagem da galáxia NGC 4911

O telescópio espacial Hubble da NASA, agência espacial americana, divulgou a imagem majestosa de uma galáxia espiral localizada dentro do aglomerado de galáxias Coma, que está a 320 milhões de anos-luz de distância da Terra, ao norte da constelação Coma Berenices.
NGC 4911
© NASA (galáxia NGC4911)
A galáxia, conhecida como NGC 4911, contém círculos de poeira e gás perto de seu centro. Os círculos aparecem recortados contra brilhantes aglomerados de estrelas recém-nascidas e nuvens de hidrogênio na cor rosa que, segundo astrônomos, indica a que a formação de estrelas está em curso no local.
O Hubble também conseguiu captar os braços espirais exteriores da NGC 4911, e milhares de outras galáxias de tamanhos variados. A alta resolução das câmeras do Hubble, combinada à uma exposição consideravelmente longa, tornou possível observar todos esses detalhes.
Fonte: NASA

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Novos registros de colisão de galáxias

A administração do telescópio Chandra divulgou novos registros da colisão das galáxias Antena, que teria começado há mais de 100 milhões de anos e continua ocorrendo.
colisão das galáxias Antena
© NASA (colisão das galáxias Antena)
O choque causou a formação de milhões de estrelas em nuvens de gás e poeira de ambas as galáxias. Dentre estas jovens estrelas, as com maior massa se desenvolveram e, em alguns milhões de anos, explodiram como supernovas.
A imagem em raio-X do Chandra mostra grandes nuvens de gás interestelar quente que foram ejetadas pelas supernovas. Essas nuvens incluem elementos ricos como oxigênio, ferro, magnésio e silício, que irão ser incorporados em planetas e estrelas que se formarem nessas nuvens.
Os pontos mais brilhantes da imagem em raio-X são produzidos por material caindo em buracos negros e por estrelas de nêutrons, que são remanescentes de estrelas massivas após essas explodirem como supernovas.
A imagem acima combina o raio-X com o registro em infravermelho do telescópio Spitzer, que mostra nuvens quentes de poeira que foram aquecidas por jovens estrelas, sendo que as nuvens mais brilhantes ficam na região onde as duas galáxias se sobrepõem. A imagem também possui o registro óptico do telescópio Hubble, que mostra velhas estrelas e regiões de formação de novas em dourado e branco, sendo que os filamentos de poeira aparecem em marrom. Muitos dos objetos de brilho mais fraco do registro óptico são agrupamentos que contêm milhares de estrelas.
Fonte: NASA

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Imagem de explosão de supernova em 3D

Astrônomos utilizaram o Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), para capturar a primeira imagem tridimensional de uma explosão estelar, também conhecida como supernova.
supernova SN 1987A
© ESO (supernova SN1987A)
A escolhida foi a SN 1987A, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha à nossa. Essa supernova foi descoberta em 1987 e foi a primeira a ser vista a olho nu em 383 anos.
As estrelas de grande massa morrem de uma maneira particular, através de uma gigantesca explosão, arremessando uma grande quantidade de material no espaço. A descoberta de SN 1987A permitiu aos astrônomos estudarem melhor esse fenômeno com detalhes nunca antes vistos.
O estudo dessa supernova permitiu, por exemplo, a primeira detecção de neutrinos do núcleo interno da estrela, de elementos radioativos produzidos durante a explosão, a formação de poeira após o fenômeno, entre muitas outras descobertas sobre a morte das grandes estrelas.
Com as novas observações do VLT, o ESO afirma que os astrônomos serão capazes de reconstruir em 3D as partes centrais da explosão. Os cientistas já descobriram que a explosão foi mais forte e rápida em determinadas direções do que em outras, o que levou a um formato irregular, com algumas partes se alongando mais.
O primeiro material ejetado da supernova viajou a 100 milhões de km/h, cerca de 10% da velocidade da luz e 100 mil vezes mais rápido que um jato de passageiros. Apesar da velocidade, esse material demorou 10 anos para atingir o anel de gás e poeira que é formado na fase final da vida da estrela. As imagens indicam que outra onda de material emitido pela explosão viaja cerca de 10 vezes mais lentamente e é aquecido pelos elementos radioativos criados pelo fenômeno.
"Calculamos a distribuição de velocidades do material ejetado pela Supernova 1987A", diz a autora principal do estudo Karina Kjær. "Ainda não compreendemos bem como explode uma supernova, mas o modo como a estrela explodiu encontra-se imprimido no material mais interior. Podemos ver que este material não foi ejetado simetricamente em todas as direções, mas parece ter uma direção privilegiada. Além disso, essa direção é diferente daquela que esperávamos, baseados na posição do anel."
As observações comprovariam modelos feitos em computador de como explodem essas estrelas. Esses modelos já mostravam o comportamento assimétrico e também indicavam instabilidades de larga escala na supernova.
Fonte: ESO

Descoberta pulsação na aurora de Saturno

Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo britânico  Jonathan Nichols, da Universidade de Leicester, descobriu que a aurora de Saturno, um tênue brilho em radiação ultravioleta que ilumina a atmosfera superior do planeta junto aos polos, pulsa num ritmo aproximado de uma vez ao dia.
Saturno em ultravioleta
© NASA/ESA (Saturno em ultravioleta, com o brilho das auroras)
A duração do dia de Saturno tem sido objeto de muita discussão, desde que se descobriu que o "relógio" tradicional usado para medir a rotação do planeta, um gigante gasoso sem uma superfície sólida para servir de referência, aparentemente não é muito preciso.
Saturno, como todos os planetas magnetizados, emite ondas de rádio a partir de suas regiões polares. Essas emissões pulsam com um período próximo a 11 horas, e o intervalo dos pulsos foi presumido, durante a época das sondas Voyager, representante da rotação do planeta. No entanto, ao longo dos anos, o período da pulsação da emissão de rádio tem variado. Como a rotação de um planeta não muda facilmente, a caçada pela fonte da variação do rádio se tornou um problema significativo para ao estudo do planeta.
Agora, a equipe de Nichols se vale de imagens do Telescópio Espacial Hubble para mostrar que não apenas as emissões de rádio pulsam, mas as auroras também, e de forma sincronizada.
Segundo Nichols, o resultado é importante por fornecer um elo entre as auroras e as emissões de rádio, além de fornecer mais um dado para um possível diagnóstico da irregularidade das pulsações.
Fonte: Geophysical Research Letters

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ondas gravitacionais primordiais do Universo

As ondulações no tecido do espaço-tempo poderão algum dia fornecer provas observáveis das atividades dos instantes iniciais do Universo, revelando processos de alta energia atualmente inacessíveis até mesmo para os colisores de partículas.
antena espacial de interferômetro a laser
© NASA (antena espacial de interferômetro a laser)
As chamadas ondas gravitacionais estão previstas na teoria geral da relatividade de Albert Einstein, onde objetos em movimento perturbam o espaço-tempo, gerando ondas semelhantes às de um barco navegando em um lago. Mas elas tendem a ser sutis e apenas os peso-pesados celestes produziriam efeitos detectáveis. Até hoje se encontraram somente evidências indiretas das ondas gravitacionais, apesar da construção de detectores extremamente sensíveis destinados a investigar provas mais diretas na forma de ondas que emanam de cataclismos próximos, como a colisão de duas estrelas de nêutron ultradensas.
Uma resenha publicada na revista Science apresenta as perspectivas de detecção de mais ondas gravitacionais primordiais, aquelas produzidas no Universo inicial e que talvez ainda possam ser detectadas pela marca que deixaram há bilhões de anos ou pelas ondulações que persistem até hoje.
Tais ondas primordiais poderiam constituir o melhor meio de se testar modelos cosmológicos como o da inflação, que sustenta que o Universo recém-nascido inflou de um minúsculo ponto para algo cerca de 1026 vezes maior em apenas um átimo de segundo. "É difícil imaginar um mecanismo que nos abra uma janela direta para um tempo próximo ao instante da criação", diz Lawrence Krauss, físico teórico da Universidade do Estado do Arizona e co-autor do estudo.
O primeiro lugar para se procurar a marca das ondas gravitacionais é no Fundo Cósmico de Microondas (CMB, na sigla em inglês), radiação remanescente de apenas 380 mil anos após o Big Bang e cujas flutuações de temperatura mapeiam regiões de maior e menor densidade do Universo jovem, fornecendo pistas importantes sobre sua formação e suas estruturas componentes. A mensuração dessas flutuações, iniciada pela Nasa por meio da Sonda Anisotrópica de Microondas Wilkinson (WMPA, na sigla em inglês), foi aprimorada em 2009 com o lançamento do satélite Planck pela Agência Espacial Europeia.
Os mapas do CMB feitos pelo WMPA deram impulso à teoria da inflação cósmica, confirmando amplamente as predições do modelo inflacionário sobre a aparência do Universo inicial, e medições mais precisas poderão trazer novas confirmações. "Os mesmos eventos que acreditamos terem formado os hot spots do fundo cósmico de microondas podem ter produzido ondas gravitacionais, cuja magnitude podemos estimar. A próxima geração de satélites talvez nos permita ao menos observar seus efeitos", diz Krauss.
Richard Easther, cosmólogo da Yale University, observa que as medições do CMB já estão fornecendo pistas, embora não completas, sobre a alvorada do Universo. "Na verdade, alguns cenários inflacionários já foram descartados porque produziriam mais ondas gravitacionais do que as mensurações atuais permitem, principalmente as da missão WMAP", diz. O Planck e outros experimentos agora estão trabalhando para superar limites ainda mais estritos. "Se a natureza nos ajudar, poderemos ter a primeira evidência das ondas gravitacionais inflacionárias já nos próximos anos", diz Easther. Mas se o Planck e seus contemporâneos não obtiverem essas provas, uma missão mais especializada de mensuração da polarização poderá ser necessária.
Fonte: Scientific American Brasil

Sol dispara jato de plasma para a Terra

Depois de um longo período de calmaria, o Sol está acordando, fato identificado no dia primeiro deste mês pelos astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA). A superfície da estrela entrou em erupção e lançou toneladas de plasma no espaço interplanetário, que está vindo em nossa direção.
imagem do Sol em raios X
© NASA (imagem do Sol em raios X feita pela sonda SDO)
"Esta erupção está apontada diretamente para nós, e espera-se que chegue no dia 4 de agosto", disse, o astrônomo  Leon Golub. "É a primeira grande erupção voltada para a Terra em um bom tempo".
A erupção, chamada ejeção de massa coronal, foi registrada pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da Nasa, lançado ao espaço em fevereiro deste ano e que produz imagens de alta definição do Sol em várias frequências.
Quando uma ejeção de massa coronal atinge a Terra, ela interage com o campo magnético e pode criar uma tempestade geomagnética, onde partículas do Sol fluem pelas linhas de força do campo magnético na direção dos polos terrestres e colidem com os átomos da atmosfera. Esses fenômenos, conhecidos como auroras, normalmente só são visíveis em altas latitudes, em locais afastados do equador.
O Sol passa por um ciclo de atividade de cerca de 11 anos. A última máxima de atividade solar ocorreu em 2001, e a mínima mais recente foi particularmente prolongada. A erupção pode ser um sinal de que o Sol finalmente retomou sua ativadade.
Fonte: NASA

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

IceCube detecta padrão inexplicável de raios cósmicos

O Observatório de Neutrinos IceCube, localizado nas profundezas de gelo do Pólo Sul, embora ainda esteja em fase de construção, já está produzindo resultados científicos.
O mais impressionante é que, ao contrário dos achados iniciais do LHC, que validaram as teorias fundamentais da Física, o IceCube descobriu um fenômeno para o qual o inusitado telescópio sequer foi projetado para estudar.
O "mapa do céu" parcial gerado por seus dados mostra a intensidade relativa dos raios cósmicos que atingem diretamente o Hemisfério Sul da Terra.
mapa gerado pelo IceCube
© IceCube (dados obtidos da intensidade relativa de raios cósmicos)
Ao contrário do previsto, o mapa mostra um padrão incomum de raios cósmicos, com uma abundância (cores mais quentes) detectada em uma parte do céu e uma escassez (cores mais frias) em outro.
O IceCube é um telescópio que capta partículas subatômicas chamadas neutrinos, especialmente neutrinos de alta energia que atravessam a Terra, fornecendo informações sobre eventos cósmicos distantes como supernovas e buracos negros; os eventos detectados no Pólo Sul acontecem no âmbito do espaço visível do Hemisfério Norte.
laboratório IceCube
© IceCube Lab (localização na Antártida)
Entretanto, um dos desafios de detectar essas partículas relativamente raras é que o telescópio é constantemente bombardeado por outras partículas, incluindo muitas geradas pela interação dos raios cósmicos com a atmosfera da Terra sobre a metade sul do céu.
Para a maioria dos físicos da equipe do IceCube estas partículas são simplesmente ruído de fundo. Mas pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, identificaram uma oportunidade de pesquisa nesses dados de raios cósmicos.
"O IceCube não foi construído para observar raios cósmicos. Raios cósmicos são considerados ruído de fundo. No entanto, temos bilhões de eventos de fundo nesses raios cósmicos que acabaram se mostrando muito emocionantes," explica Rasha Abbasi, que fez a descoberta juntamente com seus colegas Paolo Desiati e Juan Carlos Díaz-Vélez.
Eles identificaram um padrão incomum na intensidade relativa dos raios cósmicos incidentes sobre o hemisfério Sul da Terra, com um excesso de raios cósmicos detectados em uma parte do céu e um défice em outro.
Segundo a cientista, essa "anisotropia" vem confirmar experimentos anteriores feitos no Hemisfério Norte, servindo mesmo para validá-los, mas a fonte dessa desigualdade ainda é um mistério.
"Observar esta anisotropia se estendendo também pelo céu do Hemisfério Sul é mais uma peça do quebra-cabeças em torno deste efeito enigmático, se é devido ao campo magnético ao nosso redor ou é o efeito dos restos de uma supernova nas proximidades, nós não sabemos," disse Abbasi.
Uma das hipóteses para o padrão irregular nos raios cósmicos pode estar nos restos de uma supernova que explodiu há relativamente pouco tempo nas proximidades do Sistema Solar, cuja localização corresponde a uma das concentrações de raios cósmicos registradas no mapa anisotrópico.
A outra é que o padrão de raios cósmicos revela detalhes sobre os campos magnéticos interestelares produzido por gases de partículas eletricamente carregadas em movimento perto da Terra, que são difíceis de estudar e, por isso mesmo, pouco compreendidos.
Em vez de uma gigantesca lente dirigida para os céus, o telescópio IceCube consiste de longas "cordas", cada uma contendo 60 sensores ópticos, mergulhadas em furos que atingem mais de 1,5 km de profundidade.
estrutura do IceCube
© Abbasi et al. (estrutura telescópio IceCube)
A imagem mostra o telescópio IceCube comparado com a torre Eiffel com 324 metros de altura. No topo central está o laboratório IceCube.
No topo de cada corda contendo os detectores de profundidade estão um par de tanques, chamados IceTop, contendo dois detectores principais.
Quando estiver concluído, em 2011, o IceCube terá 86 dessas "linhas de sensores", ocupando um quilômetro cúbico de gelo da Antártida, somando mais de 5 mil sensores digitais ópticos.
Por incrível que pareça, mesmo estando nas profundezas do Pólo Sul, são necessárias sete semanas para que a água dos tanques congele perfeitamente, sem bolhas e nem trincas, que poderiam obstruir os minúsculos flashes gerados quando as partículas atravessam o gelo.
Os neutrinos estão entre os constituintes da matéria mais fundamentais. Como não têm carga e interagem muito pouco com a matéria, essas partículas podem viajar distâncias astronômicas sem se chocarem com nada, um neutrino tem tão pouca massa que ele pode atravessar um cubo de chumbo com um ano-luz de aresta, sem se chocar com nenhum átomo de chumbo.
O estudo recém-publicado foi baseado em dados obtidos quando o IceCube tinha apenas 22 linhas de detectores ópticos. Os cientistas agora estão analisando dados obtidos por 59 e por 79 linhas, que deverão aumentar enormemente a resolução do mapa do céu, dando mais detalhes da inexplicável anisotropia dos raios cósmicos.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters