terça-feira, 31 de agosto de 2010

Detectado potássio na atmosfera de planetas

Duas equipes de astrônomos, da Universidade da Flórida (EUA) e da Universidade de Exeter (Reino Unido), informam ter encontrado sinais do elemento químico potássio na atmosfera de dois planetas de fora do Sistema Solar, HD 80606 b, a 190 anos-luz, e XO-2b, a 485 anos-luz.
O Gran Telescópio Canárias
© Miguel Briganti (O Gran Telescópio Canárias)
Ambos os planetas são gigantes gasosos e têm temperaturas extremamente altas, de 1.200º C e 926º C, respectivamente. Esse calor é suficiente para vaporizar o potássio, que na Terra é um metal prateado que se oxida rapidamente e reage de forma violenta com a água. Íons de potássio são fundamentais para a vida na Terra.
Modelos teóricos já previam a presença de potássio vaporizado na atmosfera de gigantes gasosos extremamente quentes, mas os dois trabalhos divulgados representam a primeira confirmação prática da previsão.
O pesquisador David Sing, da Universidade de Exeter, que lidera o grupo britânico, disse que a descoberta "vem em apoio a muitas teorias sobre os planetas desse tipo". Ele destacou ainda, que a detecção foi feita com o uso de uma nova técnica que poderá ajudar na compreensão e caracterização de outros planetas.
Segundo Eric Ford, da Universidade da Flórida, a técnica, chamada espectrometria de banda estreita de trânsito, "abre as portas" para a comparação da abundância de átomos e moléculas na atmosfera de diversos planetas.
Essa espectrometria funciona com a medição da luz que passou através das camadas superiores da atmosfera de um planeta, e o uso de equipamentos especialmente sensíveis para analisar os dados.
Ambos os estudos foram realizados com o uso do Gran Telescópio Canárias, localizado no pico de la palma, nas Ilhas Canárias. 
"Essa técnica só funciona para planetas que passam na frente de suas estrelas, como vistas da Terra", disse Ford, destacando ainda que, dos quase 500 planetas já descobertos, poucos são os que cumprem esse requisito e, menos ainda, os que orbitam estrelas brilhantes o suficiente para permitir observações com precisão.
Fonte: Universidade da Flórida

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