sexta-feira, 29 de abril de 2011

Trânsito do planeta mais denso conhecido

O planeta, chamado 55 Cancri-e, é 60% maior em diâmetro que a Terra, mas oito vezes mais maciço. Duas vezes mais denso que a Terra - quase tão denso como o chumbo - é o mais denso planeta sólido conhecido.
ilustração do trânsito 55 Cancri-e
© NASA e UBC (ilustração do trânsito 55 Cancri-e)
O sistema planetário de 55 Cancri na constelação do Caranguejo é composto por 5 planetas que orbitam uma estrela de tipo espectral G8 V muito rica em “metais”. O planeta 55 Cancri-e foi descoberto em 2004 por McArthur et al. utilizando o telescópio Hobby-Eberly do observatório de McDonald, no Texas. Na altura, a análise dos dados indicava que este planeta deveria possuir uma massa de cerca de 14,2 vezes a da Terra e orbitar a estrela hospedeira com um período de 2,8 dias. Em 2008, uma nova análise por Debra Fisher e colegas da San Francisco State University, detectou um planeta adicional, o 55 Cancri-f, e confirmou a existência do 55 Cancri-e. Em 2010, uma análise mais detalhada dos dados levou Rebekah Dawson e Daniel Fabrycky a propor que o verdadeiro período de do 55 Cancri-e era de 0,74 dias, pouco menos de 18 horas! Esta nova órbita, fez descer a estimativa da massa mínima do planeta para 8,3 vezes a massa da Terra e aumentou a sua probabilidade de trânsito de uns 13%, na sua órbita original, para 33%. Foi precisamente esta probabilidade elevada de trânsito que levou os autores do artigo a tentarem a sua detecção utilizando para o efeito o telescópio espacial MOST.
Com base nos trânsitos, Winn e co-autores derivam uma massa de 8,6 e um raio de 1,6, em unidades terrestres, para o planeta, correspondendo a uma densidade de 10.9 g/cm³. Este valor da densidade, cerca do dobro da terrestre, é notável e sugere que o planeta é predominantemente composto por metais e por rocha. As probabilidades de suportar uma atmosfera substancial são pequenas. O brilho da estrela hospedeira permitirá observar os trânsitos com grande detalhe com o telescópio Hubble, no visível e ultravioleta, e com o telescópio Spitzer, no infravermelho, o que possibilitará a detecção e caracterização da sua atmosfera tênue.
Fonte: SienceDaily

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