quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Buraco negro devorando uma estrela

Dois estudos, publicados na revista Nature, fornecem novas informações sobre um acidente cósmico que desde março emite poderosos feixes de raios-X em direção da Terra.
ilustração do buraco negro devorando uma estrela
© NASA (ilustração do buraco negro devorando uma estrela)
A nova fonte de radiação foi detectada pela primeira vez pelo satélite Swift da NASA, lançado em 2004 na constelação de Draco (Dragão). 
Esta fonte ainda está produzindo raios-X e continuará brilhante o suficiente para o Swift continuar a observá-la. Ela tem um comportamento diferente de tudo que já vimos antes, diz David Burrows, professor de astronomia da Penn State University e cientista responsável pelos instrumentos de raios-X do telescópio, autor de um dos estudos.
fluxo de energia ao longo do tempo
© NASA (fluxo de energia ao longo do tempo)
Logo, os astrônomos notaram que a fonte de raios-X, batizada Swift J1644+57, era resultado de um evento extraordinário: o despertar de um buraco negro no centro de uma galáxia distante, enquanto ele dilacerava e devorava uma estrela que se aproximou demais dele. A galáxia está tão longe que sua luz, e os raios-X do evento, levaram 3,9 bilhões de anos para chegar à Terra.
Já o segundo estudo, liderado por Ashley Zauderer, estudante de pós-doutorado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, examinou as emissões sem precedentes com a ajuda de vários radiotelescópios em terra. A maior parte das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, abriga buracos negros gigantes, com milhões e até bilhões de vezes a massa do Sol, em seus centros. De acordo com os novos estudos, o buraco negro da galáxia que abriga a Swift J1644+57 teria o dobro da massa de 4 milhões de sóis no localizado no núcleo da Via Láctea.
A medida que a estrela caiu em direção do buraco negro, ela foi destruída pela intensa gravidade, com sua matéria criando um disco em torno do horizonte de eventos. Girando rapidamente à volta do buraco negro, este material foi aquecido a milhões de graus, formando dois cones em direções opostas por meio dos quais algumas partículas conseguem escapar, aceleradas a mais de 90% da velocidade da luz. No caso da Swift J1644+57, estes jatos estão apontados diretamente para a Terra.
Fonte: NASA

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