domingo, 28 de junho de 2015

Planetas podem se rejuvenescer ao redor de estrelas mortas?

Depois de anos de envelhecimento, um planeta massivo poderia teoricamente brilhar radiante e jovem.

ilustração de um planeta rejuvenescido hipotético

© NASA/JPL-Caltech (ilustração de um planeta rejuvenescido hipotético)

Planetas rejuvenescidos, como são chamados, são somente hipotéticos. Mas uma nova pesquisa feita com o telescópio Spitzer da NASA tem identificado um candidato, que parece ser bilhões de anos mais jovem do que sua idade verdadeira.

“Quando os planetas são jovens, eles ainda brilham com a luz infravermelha de sua formação”, disse Michael Jura da UCLA, coautor de um artigo que apresenta os resultados. “Mas, à medida que eles se tornam mais velhos e mais frios, você não pode mais vê-los. Planetas rejuvenescidos seriam visíveis novamente”.

Como um planeta pode recuperar a essência da sua juventude?

Anos atrás, os astrônomos previram que alguns planetas massivos parecidos com Júpiter poderiam acumular massa de suas estrelas moribundas. À medida que estrelas como o Sol envelhecem, elas se tornam gigantes vermelhas e então gradativamente perdem cerca de metade ou mais de sua massa, encolhendo em esqueletos de estrelas, chamadas de anãs brancas. As estrelas moribundas, sopram ventos de material que poderiam cair nos planetas gigantes que podem estar orbitando as partes mais externas do sistema estelar.

Assim, um planeta gigante poderia ganhar massa, e aquecer devido ao atrito do material em queda. Esse planeta mais velho, que esfriou por bilhões de anos, novamente irradiaria seu calor num brilho infravermelho.

O novo estudo descreve uma estrela morta, ou anã branca, chamada PG 0010+280. Um estudante de graduação no projeto, Blake Pantoja, então na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), descobriu a luz infravermelha inesperada ao redor dessa estrela, enquanto vasculhava os dados do satélite Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA. Pesquisas seguintes os levaram para observações feitas pelo Spitzer da estrela em 2006, que também mostraram o excesso da luz infravermelha.

Num primeiro momento, a equipe pensou que a luz infravermelha extra provavelmente vinha de um disco de material ao redor da anã branca. Na última década, mais e mais discos ao redor dessas estrelas mortas foram descobertos, em torno de 40 até agora. Acredita-se que os discos tenham se formado quando asteroides passaram muito perto da anã branca, se rompendo devido à intensa força gravitacional da estrela.

Outras evidências para as anãs brancas provocando rupturas em asteroides, veem de observações de elementos nas anãs brancas. Anãs brancas deveriam conter somente hidrogênio e hélio em suas atmosferas, mas foram encontraram sinais de elementos mais pesados, tais como oxigênio, magnésio, sílica e ferro, em cerca de 100 sistemas até o momento. Acredita-se que os elementos vieram dos asteroides, que quando rompidos poluíram a atmosfera das anãs brancas.

Mas os dados do Spitzer para a anã branca PG 0010+280, não se ajustam bem com os modelos de discos de asteroides, levando a equipe a olhar outras possibilidades. Talvez, a luz infravermelha vinda de uma estrela companheira menor, uma anã marrom, ou mais intrigante ainda, de um planeta rejuvenescido.

“Eu achei a parte mais interessante dessa pesquisa é que essa radiação infravermelha em excesso poderia potencialmente vir de um planeta gigante, apesar de precisarmos de mais pesquisa para provar isso”, disse Siyi Xu da UCLA e do ESO na Alemanha. “Se confirmado, isso poderia nos dizer diretamente que alguns planetas poderiam sobreviver ao estágio de gigante vermelha das estrelas e estar presentes ao redor de anãs brancas”.

No futuro, o Telescópio Espacial James Webb da NASA poderá possivelmente ajudar a distinguir entre o brilho do disco ou o brilho de um planeta ao redor de uma estrela morta, resolvendo assim o mistério. Mas, por enquanto, da mesma forma que a pesquisa para a fonte de juventude humana, a pesquisa por planetas rejuvenescidos persiste.

Um artigo foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters.

Fonte: NASA

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