segunda-feira, 25 de julho de 2016

Imagem profunda da Grande e Pequena Nuvens de Magalhães

Será que as duas galáxias satélites mais famosas da nossa Via Láctea podem se colidir no futuro?

imagem profunda da Grande e Pequena Nuvens de Magalhães

© ESO/Yuri Beletsky (imagem profunda da Grande e Pequena Nuvens de Magalhães)

Ninguém sabe ao certo, mas uma inspeção detalhada de imagens profundas como a caracterizada aqui pode indicar tal perspectiva de colisão.

Cada um dos milhares de pontos desta nova imagem representa uma estrela distante e os buracos azuis brilhantes mostram partes das nossas galáxias vizinhas, a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães.

Na foto, a Grande Nuvem de Magalhães (LMC) está no canto superior esquerdo e a Pequena Nuvem de Magalhães (SMC) está no canto inferior direito. O campo circundante é monocromático para destacar filamentos tênues, mostrados em cinza. Uma leve corrente de estrelas parece estar se estendendo desde a SMC para a LMC. Além disso, estrelas à volta da LMC estão distribuídas assimetricamente, indicando em simulações que poderia muito bem ter sido puxadas para fora gravitacionalmente por causa de uma ou mais colisões.

Embora esta imagem pareça ter sido obtida por um telescópio de grande porte, na realidade foi captada a partir do Observatório de La Silla com uma montagem portátil constituída por uma câmera CCD SBIG STL-11000M e uma lente Canon com distância focal fixa. Esta montagem foi descrita num artigo científico em paralelo com simulações de ponta, num exemplo de como uma pequena câmera, uma lente rápida, um longo tempo de exposição e um dos melhores locais para a observação astronômica podem revelar enormes estruturas tênues melhor do que um telescópio grande.
Esta imagem profunda foi captada utilizando o método LRGB e mostra-nos o processo real da criação de belas astrofotografias. As pessoas que tentam fotografar o céu noturno deparam-se com muitos desafios, incluindo a interferência de outras fontes de luz e a necessidade de captar objetos astronômicos com profundidade suficiente.
Tentar maximizar o sinal recebido do alvo, ao mesmo tempo que se minimiza a emissão de outras fontes, o chamado ruído, é um aspecto crucial da astrofotografia. A otimização da razão sinal/ruído consegue-se mais facilmente em preto e branco do que a cores. Por isso, um dos truques normalmente utilizados para captar imagens de alta qualidade consiste numa exposição que produz imagens monocromáticas muito detalhadas como a que aqui apresentamos. Os detalhes coloridos de imagens obtidas através de filtros coloridos podem depois ser sobrepostos ou incorporados, como é o caso das Nuvens de Magalhães da imagem.

Tanto a LMC como a SMC são visíveis a olho nu no céu do sul. Observações telescópicas futuras e simulações de computador são a certeza de continuar o esforço contínuo para entender melhor a história da nossa Via Láctea e seus arredores.

Fonte: NASA & ESO

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