segunda-feira, 31 de julho de 2017

ALMA capta formação estelar em ação

Uma estrela parecida com o Sol está se formando a cerca de 500 anos-luz da Terra: a BHB07-11 é a mais nova de um grupo de estrelas recém-nascidas dentro da Nebulosa do Cachimbo em Ophiuchus.

emissão de poeira ao redor da  protoetrela BHB07-11

© MPE/ALMA (emissão de poeira ao redor da  protoetrela BHB07-11)

A imagem de rádio acima de 1,3 milímetros obtida pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) revela a emissão de poeira ao redor da  protoetrela BHB07-11. O disco central denso é cercado por um envelope de poeira em forma de espiral.

As protoetrelas neste aglomerado têm colapsado da maior nuvem de gás, mas elas ainda não inflamaram a fusão, ainda estão crescendo, alimentando-se dos discos empoeirados que os cercam.

Agora, novas observações do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) revelaram que a BHB07-11 em detalhes requintados o seu disco permitindo elucidar como as estrelas se formam.

Um aspecto que há muito tempo é difícil de entender é como o gás em colapso perde sua rotação inicial (aleatória). O gás dentro das nuvens das estrelas tendem a preservar seu momento angular. Então, para que o gás realmente colapse em uma estrela, primeiro ele deve perder a sua rotação; geralmente, isso significa que o material realmente tem que deixar a protoestrela, na forma de jatos e ventos, para que outro material colapse para dentro.

As observações foram realizadas em quatro comprimentos de onda. O primeiro, com um comprimento de onda de 1,3 milímetros, captou o pouco calor que é emitido pela poeira fria. A imagem de 1,3 milímetros revela o disco empobrecido que está alimentando a estrela, que se estende até 80 UA, aproximadamente duas vezes mais longe da estrela que Plutão é do Sol.

Os outros três comprimentos de onda captaram a emissão de determinadas moléculas (dois isótopos de monóxido de carbono e um de formaldeído), que rastreiam a atividade gasosa no disco. Estas imagens mostram que na extremidade do disco, entre 90 e 130 UA da estrela, forças magnéticas e centrífugas estão se combinando para lançar um vento desequilibrado.

"As saídas bipolares alimentadas a partir de discos são características comuns em estrelas jovens, mas nosso estudo mostra que uma fração significativa desta saída provavelmente é alimentada na extremidade externa do disco," diz Felipe Alves do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre, na Alemanha.

O que está acontecendo é que o gás está colapsando, no disco e em direção à estrela, arrastando linhas do campo magnético com ele. Esta ação influencia o campo magnético, de modo que as linhas do campo assumem uma forma de ampulheta. O gás dentro do disco continua caindo, mas todas as partículas de gás ligeiramente acima ou abaixo do disco sentirão uma força centrífuga que os dispara ao longo das linhas do campo magnético.

Estas observações do ALMA são as primeiras a identificar o ponto de lançamento exato, onde a força magneto-centrífuga provoca a saída do fluxo de gás para uma localização na própria borda do disco da estrela.

Fonte: Max-Planck-Institut für extraterrestrische Physik

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