quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Nova pesquisa diz que Plutão é um planeta

Segundo uma nova pesquisa da Universidade da Flórida Central, a razão pela qual Plutão perdeu o seu estatuto de planeta não é válida.

Plutão

© NASA/SwRI (Plutão)

Em 2006, a União Astronômica Internacional (UAI) estabeleceu que um planeta deveria "limpar" a sua órbita, ou seja, ser a maior força gravitacional na sua órbita.

Dado que a gravidade de Netuno influencia o seu vizinho Plutão, e que Plutão partilha a sua órbita com gases gelados e objetos no Cinturão de Kuiper, isso significou retirar a Plutão o estatuto de planeta.

No entanto, o cientista planetário Philip Metzger, da Universidade da Flórida Central e do Instituto Espacial da Flórida, informou que este padrão de classificação de planetas não é suportado na literatura de pesquisa.

Metzger, que é o autor principal do estudo, examinou a literatura científica dos últimos 200 anos e encontrou apenas uma publicação, de 1802, que utilizou o requisito de limpar a órbita para classificar planetas, e foi baseado num raciocínio refutado.

Ele disse que luas como Titã (Saturno) e Europa (Júpiter) têm sido rotineiramente chamadas planetas por cientistas planetários desde a época de Galileu.

O cientista planetário diz que a revisão da literatura mostrou que a divisão real entre planetas e outros corpos celestes, como asteroides, ocorreu no início da década de 1950 quando Gerard Kuiper publicou um artigo que fez a sua distinção com base no modo como foram formados.

No entanto, até esta lógica já não é considerada um fator que determina se um corpo celeste é um planeta.

Kirby Runyon, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, diz que a definição da UAI é errônea, pois a revisão da literatura mostrou que a limpeza da órbita não é uma norma usada para distinguir asteroides de planetas, como a UAI afirmou ao elaborar a definição de 2006 do termo planeta.

Metzger diz que a definição de planeta deve basear-se nas suas propriedades intrínsecas, ao invés daquelas que podem mudar, como por exemplo a dinâmica da órbita de um planeta.

Em vez disso, Metzger recomenda classificar um planeta se for grande o suficiente para que a sua gravidade permita que se torne esférico.

"E isso não é apenas uma definição arbitrária," observa. "Acontece que este é um marco importante na evolução de um corpo planetário, porque aparentemente quando isso acontece, dá início a geologia ativa no corpo."

Plutão, por exemplo, tem um oceano subterrâneo, uma atmosfera com várias camadas, compostos orgânicos, evidências de antigos lagos e múltiplas luas.

"É mais dinâmico e vivo que Marte," diz Metzger. "O único planeta que tem geologia mais complexa é a Terra."

O estudo foi publicado na revista Icarus.

Fonte: University of Central Florida

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