sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Buraco negro gigante engolindo estrela

O telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), detectou em outra galáxia o buraco negro mais distante já encontrado, fora de nossa vizinhança galáctica, o Grupo Local (grupo de galáxias que inclui a Via-Láctea). O corpo celeste está acompanhado por uma estrela que, em breve, será engolida pelo próprio buraco negro.
buraco negro gigante
© ESO (buraco negro – concepção artística) 
Com uma massa 15 vezes maior que a massa do Sol, este buraco negro também é o segundo maior buraco negro de massa estelar já encontrado. Ele foi encontrado em uma galáxia em formato de espiral, chamada NGC 300, a seis milhões de anos luz da Terra.
O parceiro do buraco negro é uma estrela do tipo Wolf-Rayet, que também tem uma massa cerca 20 vezes a massa do Sol. As Wolf-Rayet são estrelas que já estão perto do fim de suas vidas e expulsam a maior parte de suas camadas superiores para a região que as cerca antes de explodirem como supernovas, com seus núcleos implodindo para formar buracos negros.
Os buracos negros de massa estelar são extremamente densos, os restos do colapso de estrelas muito grandes. Estes buracos negros têm massas que chegam até a 20 vezes a massa do Sol. Até o momento, 20 destes buracos negros de massa estelar já foram encontrados.Por outro lado, buracos negros maiores são encontrados no centro da maioria das galáxias e possuem massas entre milhões e bilhões de vezes da massa solar.
As informações coletadas pelo telescópio do ESO mostram que o buraco negro e a estrela Wolf-Rayet orbitam um em volta do outro em períodos de 32 horas, enquanto o buraco negro está arrancando matéria da estrela. Como um sistema com uma ligação tão forte foi formado ainda é um mistério.
Baseados nestes sistemas, os astrônomos conseguem ver uma conexão entre a massa do buraco negro e a química das galáxias. "Notamos que os maiores buracos negros tendem a ser encontrados em galáxias menores que contem menos elementos químicos pesados. Galáxias maiores, que são mais ricas em elementos pesados, como a Via Láctea, apenas produzem buracos negros de massas menores.” afirmou Paul Crowther, professor de astrofísica na Universidade de Sheffield, Grã-Bretanha, e um dos autores do estudo.
Os astrônomos acreditam que uma maior concentração de elementos químicos pesados pode influenciar na evelução de uma grande estrela, aumentando a quantidade de matéria que perde, o que resulta em um buraco negro menor quando os restos da estrela finalmente entram em colapso.
Em menos de um milhão de anos será a vez da estrela Wolf-Rayet se transformar em uma supernova e, então, se transformar em um buraco negro.Se o sistema sobreviver a esta segunda explosão, os dois buracos negros vão se fundir, emitindo grandes quantidades de energia na forma de ondas gravitacionais, mas serão necessários alguns bilhões de anos até que os dois cheguem a se fundir.
Fonte: ESO e BBC Brasil

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Buracos negros medianos

Os buracos negros variam muito de tamanho, desde os relativamente pequenos, com massa muito superior à solar e originados de estrelas em colapso, até os supermassivos, como aquele que se encontra no centro da nossa Via Láctea, com massa equivalente a quase 4 milhões de sóis.
eso 243-49
© ESO - Heidi Sagerud (concepção artística da galáxia)
Mas os buracos negros medianos - com centenas ou milhares de vezes a massa solar - provaram ser objetos de difícil compreensão. Um estudo publicado na Nature identifica um novo candidato a essa terceira - e aparentemente rara - categoria, localizado a cerca de 300 milhões de anos-luz, na ESO 243-49, uma galáxia em espiral.
Se confirmado, o buraco negro mediano, bem como os outros objetos a ele semelhantes, poderá dar pistas a respeito de como os buracos negros supermassivos são formados, o que, por sua vez, possibilitará um maior entendimento sobre a constituição de galáxias parecidas com a nossa.
O suposto buraco negro de massa intermediária parece situar-se fora do principal conglomerado estelar de sua galáxia, a qual, de acordo com o astrofísico da University of Leicester (Inglaterra) e principal autor do estudo, Sean Farrell, aparentemente também abriga, em seu núcleo, um buraco negro supermassivo comum.
Farrell explica que a intensa luminosidade do objeto, denominado HLX-1, faz deste o candidato mais promissor de todos (embora a força gravitacional impeça o escape da radiação, a existência desta pode ser revelada pelas emissões de raios X provenientes dos materiais rapidamente sugados por um buraco negro).
"O HLX-1 se destaca por emitir cerca de dez vezes mais luz que o candidato mais luminoso até hoje encontrado", elucida Farrel, que descarta com vigor a possibilidade de um buraco negro menor e de massa estelar que somente pareça ser luminoso em razão de nosso ponto de observação privilegiado. Os autores da pesquisa concluem que o buraco negro deve ter uma massa pelo menos 500 vezes superior à do Sol. Segundo Farrel, objetos como esse surgem a partir de fusões entre densos vestígios estelares e agrupamentos de estrelas, conhecidos como aglomerados globulares.
Para o professor de astronomia da University of Michigan, Jon Miller, "há fundamento" para a existência do suposto buraco negro. Miller sustenta que Farrel e sua equipe "realizaram um trabalho minucioso em sua análise".
Cole Miller, professor de astronomia da University of Maryland e autor de uma nota na revista Nature Physics sobre a pesquisa do grupo de Farrel, comenta que o HLX-1 "é o melhor candidato a um buraco negro de massa intermediária jamais descoberto".
"Embora os mais céticos estejam aguardando até que consigamos uma forte evidência", como observações de objetos em órbita ao redor de buracos negros desse tipo, "acho que essa descoberta levantou intensamente a questão da possibilidade de buracos negros de massa intermediária".
Fonte: Scientific American Brasil

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Asteroide detectado nos arredores da Terra

O telescópio espacial Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), lançado em dezembro de 2009, detectou o primeiro asteroide de centenas que a Nasa, agência espacial americana, espera encontrar nos arredores da Terra nos próximos anos. A sonda Wise, responsável por fazer o mapeamento fotográfico do cosmos, foi colocada em órbita por um foguete Delta II, a uma distância de 525 km da Terra. A Nasa informou que o recém-batizado 2010 AB78, descoberto em 12 de dezembro passado, não apresenta nenhum risco de colisão com o planeta. O asteroide é o ponto vermelho na parte superior da imagem a seguir.
2010 AB78
© NASA (2010 AB78)
Atualmente, o objeto de aproximadamente 1 km de diâmetro está a cerca de 158 milhões de km da Terra. Segundo a Nasa, o asteroide tem a órbita elíptica e chega perto do Sol como a Terra, mas por causa de sua trajetória inclinada, não deve se aproximar por muitos séculos. Apesar de não causar riscos, os cientistas continuarão monitorando a rocha espacial.
Centenas de asteroides e cometas passam relativamente próximos à Terra anualmente - alguns com tamanho reduzido ingressam na órbita terrestre, mas acabam se desintegrando ao atingir a atmosfera. Em casos raros de impacto com um objeto de maior proporção, o dano na superfície da Terra pode ser catastrófico. A teoria mais aceita diz que um asteroide com cerca de 10 km de largura mergulhou no planeta há 65 milhões de anos, matando todos os dinossauros e provocando um cataclisma mundial.
Fonte: NASA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Estrelas órfãs em galáxia com duas caudas

A galáxia ESO 137-001 encontra-se a caminho do centro do enorme enxame de abelhas Abel 3627. O efeito gravitacional do enxame arrancou grandes quantidades de gás da galáxia ESO 137-001 de forma que esta agora apresenta uma cauda que se estende por mais de 200.000 anos-luz. Esta cauda foi observada pelo telescópio SOAR (Southern Astrophysical Research Telescope) no óptico e pelo observatório Chandra (NASA) nos raios-X. A seguir uma imagem mostrando a composição do espectro visível, H-alfa e raios-X.
 galáxias abell 3627
© NASA / SOAR
As observações indicam que o gás na cauda já formou milhões de estrelas. Este resultado surpreendeu os astrônomos que, até agora, pensavam ser difícil haver formação de estrelas sem ser dentro das galáxias, devido à necessidade de grandes quantidades de gás e poeira. Não é a primeira vez que se observa a formação de estrelas no espaço entre galáxias, mas nunca se tinha constatado um número tão elevado destas estrelas "órfãs".
As evidências de formação de estrelas incluem 29 regiões de hidrogênio ionizado que brilha na luz visível, e que se julga ser devido às estrelas recém-formadas. Estas regiões encontram-se ou na cauda de gás, ou muito próxima desta. O Chandra também revelou duas fontes de raios-X próximas destas regiões, o que reforça a teoria da atividade de formação de estrelas. As estrelas teriam se formado há cerca de 10 milhões de anos. Pelos padrões astronômicos, estas estrelas estão muito isoladas.
O gás que deu origem às estrelas órfãs foi arrancado da galáxia pela pressão induzida pelo movimento da galáxia através do gás quente (a vários milhões de graus) que permeia o espaço intergaláctico do enxame de galáxias Abel 3627. Com a aproximação ao enxame de galáxias, mais gás vai sendo arrancado a ESO 137-001 até que esta galáxia não tenha mais gás para formar novas estrelas.
As caudas de gás em galáxias são raras no universo atual, mas podem já ter sido comuns, há bilhões de anos, quando as galáxias eram mais jovens e mais ricas em gás.
Este trabalho de investigação, liderado por Ming Sun (Universidade Estatal do Michigan, EUA) será publicado na revista científica The Astrophysical Journal.
Fonte: NASA e SOAR

domingo, 17 de janeiro de 2010

O menor objeto do Cinturão de Kuiper

O Telescópio Espacial Hubble descobriu o menor objeto já visto em luz visível no cinturão de Kuiper, a região do Sistema Solar que se estende para além da órbita de Netuno e que abriga planetas-anões como Eris e Quaoar. Mesmo o Hubble não tendo fotografado este KBO (Kuiper Belt Object – Objeto do Cinturão de Kuiper), a sua detecção ainda foi bem impressionante. O objeto tem apenas 975 metros de diâmetro, e está à 6,7 bilhões de km de distância. O menor KBO visto anteriormente em luz refletida tinha cerca de 48 km de diâmetro, ou 50 vezes maior. Isto providencia a primeira evidência observacional de uma população de objetos do tamanho de cometas no Cinturão de Kuiper. O objeto detectado pelo Hubble é tão fraco (35ª magnitude) que é 100 vezes mais fraco do que o Hubble pode ver diretamente.
kuiper belt object
© NASA (KBO – concepção artística)
Então como o telescópio espacial poderia descobrir tal objeto? A assinatura do pequeno objeto foi extraído de dados do Hubble, não através de fotografia direta. Quando o objeto passou na frente de uma estrela, os instrumentos do Hubble registraram a ocultação.
O Hubble tem três instrumentos ópticos chamados de Fine Guidance Sensors (FGS). O FGS providencia informações de navegação de alta precisão para os sistemas de controle de altitude do observatório através da observação de estrelas-guia. O sensor explora a natureza de onda da luz para realizar medições precisas da localização das estrelas.
Foram selecionados 4,5 anos de observações do FGS, onde foram analisadas em torno de 50.000 estrelas. O Hubble passou um total de 12.000 horas durante esse período olhando para uma faixa do céu a até 20 graus do plano eclíptico do Sistema Solar, onde a maioria dos KBOs deve estar. Procurando no imenso banco de dados, foi encontrado um único evento de ocultação que durou 0,3 segundos. Isto só foi possível porque os instrumentos do FGS gravam mudanças na luz das estrelas 40 vezes por segundo. A duração da ocultação foi curta principalmente por causa do movimento da Terra ao redor do Sol. A distância do KBO foi estimada pela duração da ocultação, e a quantidade de luz bloqueada foi usada para calcular o tamanho do objeto.
A descoberta é uma poderosa ilustração da capacidade de produzir importantes descobertas novas através dos dados arquivados do Hubble.
Fonte: Nature

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eclipse anular do Sol mais longo do milênio

O mais longo eclipse anular do Sol do terceiro milênio foi observado nesta sexta-feira da África Central à China, onde as Maldivas foram o melhor lugar para ver o fenômeno. O Instituto de Mecânica Celeste de Paris e a Nasa informam que este fenômeno não se repetirá com a mesma duração (11 minutos e 8 segundos) antes de 23 de dezembro de 3043.
eclipse anular do Sol
© Associated Press
O eclipse anular do Sol é um tipo especial de eclipse parcial. Durante um eclipse anular a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o astro. O Sol estando mais próximo da Terra em janeiro e a Lua, atualmente muito longe, não conseguirá cobri-lo totalmente; um anel do disco solar ficará visível quando a Lua se intercalará entre a Terra e o Sol.
O periélio, o ponto da órbita em que a Terra está mais próxima do Sol, ocorreu neste ano em 2 de janeiro, quando o planeta chegou a 146 milhões de quilômetros do Sol, cerca de 5 milhões de quilômetros mais próximo do que no ponto de maior afastamento, o afélio, que ocorre no início de julho.
E é em julho, mais precisamente no dia 11, que ocorre o segundo eclipse do Sol deste ano. Este será total: a sombra da Lua cobrirá o Sol por completo, deixando visível apenas a chamada corona, ou atmosfera, solar.
Eclipses totais são considerados mais interessantes pelos cientistas, porque permitem a observação direta da corona, que normalmente é obscurecida pela luz intensa do disco solar. O eclipse total será visível, na América do Sul, em partes do Chile e da Argentina.
Fonte: Associated Press

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Descoberto segundo menor exoplaneta

Astrônomos americanos detectaram o segundo menor exoplaneta conhecido até o momento, com uma massa de apenas 4,2 vezes a da Terra. "Esta é uma descoberta notável porque mostra que encontramos planetas fora de nosso sistema solar cada vez menores", disse o astrônomo Andrew Howard, da Universidade da Califórnia em Berkeley, ao revelar o novo exoplaneta no encerramento da 215ª conferência da American Astronomical Society.
exoplaneta
© Luís Calçada (ESO)
Este planeta longíquo, batizado de HD156668b, fica em um sistema estelar a 80 anos luz da Terra, na constelação de Hércules. Gravita ao redor de seu astro em 4,6 dias. O exoplaneta mais conhecido até hoje, chamado Gliese 581, tem duas vezes a massa terrestre. Foi detectado em abril de 2009 por um astrônomo suíço e fica a 20,5 anos luz da Terra. Mas fica em órbita muito perto de seu astro, ou seja, fora da zona habitável, com temperatura elevada.
A amplitude da variação da velocidade radial induzida pelo planeta na estrela é de apenas 1.89 m/s. A descoberta foi feita pela equipe do projeto Eta-Earth-Survey, liderada pelo conhecido Geoffrey Marcy. Para o efeito foi utilizado o espectrógrafo HIRES instalado no Observatório Keck que, juntamente com o HARPS, é o mais preciso da atualidade, sendo capaz de detectar variações de apenas 1 m/s na velocidade radial das estrelas.
Os dados do gráfico da velocidade em função da fase orbital confirma a existência do exoplaneta HD156668b.
gráfico
© Andrew Howard (Universidade da Califórnia)
No início da semana, a equipe científica do novo telescópio espacial americano Kepler, lançado em março de 2009 em busca de planetas similares à Terra fora do sistema solar, anunciou na conferência a descoberta de cinco novos exoplanetas, todos de grandes dimensões e muito quentes, com temperaturas de 1.200 a 1.648 graus centígrados.
Mas a comunidade astronômica manifestou confiança de que exoplanetas do tamanho da Terra sejam descobertos através do novo telescópio Kepler e com o Corot lançado previamente pelos europeus.
Fonte: W. M. Keck Observatory

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Satélite capta conjunto de estrelas

A Nasa, agência espacial americana, divulgou imagem com milhares de estrelas que cobrem uma região na Constelação de Carina, perto da Via Láctea. A imagem foi captada por um sofisticado satélite lançado no dia 14 de dezembro. Segundo a Nasa, a região cobre uma área três vezes maior que o tamanho da Lua.
constelação carina
© NASA/UCLA (constelação de Carina)
 Com o objetivo de fotografar bilhões de objetos, incluindo asteórides potencialmente perigosos, o Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), usará seus raios para definir a localização e o tamanho de aproximadamente 200.000 asteroides, e dará aos cientistas uma ideia mais clara de quantas rochas espaciais há nas proximidades da órbita terrestre e que perigo representam.
"Quando os encontrarmos, passaremos a informação aos responsáveis pelas políticas para decidir o que fazer para tentar evitar que estes asteroides próximos à Terra colidam com nosso planeta", indicou J. D. Harrington, da Nasa, à AFP. O WISE orbitará a 500 quilômetros acima da superfície da Terra durante 10 meses, em busca de dados e objetos de luz fraca como nuvens de poeira, estrelas anãs marrons e asteroides.
O satélite escaneará o cosmos com raios infravermelhos, cobrindo todo o céu uma vez e meia - completar uma órbita da Terra levará seis meses - e, tirará fotografias de tudo, desde asteroides próximos à Terra até galáxias longínquas com novas estrelas. "A última vez que escaneamos todo o céu com estes comprimentos de onda infravermelha em particular foi há 26 anos", indicou Edward Wright, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), principal pesquisador da missão.
"A tecnologia infravermelha percorreu um longo caminho desde então. As velhas fotografias infravermelhas eram como pinturas impressionistas. Agora teremos imagens que serão vistas como as fotografias atuais", acrescentou. Harrington explicou ainda que os antigos satélites com infravermelho tinham apenas 62 pixels por "câmera", enquanto o WISE tem uma resolução de quatro milhões de pixels, o que resultará em imagens muito mais nítidas.
Fonte: AFP e NASA

Explosão no espaço ameaça vida na Terra

Cientistas identificaram uma estrela a 3.260 anos luz da Terra que pode se transformar em uma supernova e, nesse caso, ameaçar a camada de ozônio do planeta tornando-o inabitável. Os astrônomos americanos que identificaram a "bomba relógio" a partir de imagens do telescópio Hubble anunciaram a descoberta na reunião da Sociedade Americana Astronômica (AAS, na sigla em inglês), nesta semana, em Washington DC.
 estrela t pyxidis   
© NASA (estrela T Pyxidis)
De acordo com o astrônomo Edward Sion, da Villanova University, na Filadélfia, a estrela T Pyxidis parece destinada a explodir com força para se transformar em uma supernova, que são corpos celestes que surgem depois de explosões de estrelas com mais de 10 massas solares.
A esta distância, dizem os astrônomos, a explosão poderia destruir a camada de ozônio da Terra, deixando o planeta vulnerável a radiações. A estrela já apresentou explosões menores no passado, em intervalos constantes de aproximadamente 20 anos, em 1890, 1902, 1920, 1944 e 1967. Mas a estrela não apresenta explosões há 44 anos, e os astrônomos não sabem a explicação.
Um novo estudo usando informações do satélite International Ultraviolet Explorer mostrou que a T Pyxidis está muito mais próxima da Terra do que se imaginava e que se trata, na verdade, de um sistema com duas estrelas em que uma delas atua como sol, e a outra, menor e mais densa, como anã branca.
A anã branca está ganhando massa com o gás vindo da estrela vizinha. Se sua massa ultrapassar 1,4 vezes a massa do sol, o chamado Limite de Chandresekhar, ela está destinada a sofrer uma poderosa explosão termonuclear que a destruiria e que poderia afetar também a Terra.
O evento, chamado supernova Tipo Ia, liberaria 10 milhões de vezes mais energia do que a explosão de uma nova (quando estrelas comuns chegam ao fim de sua vida útil), que dá origem às anãs brancas. As explosões que originam novas são muito mais comuns no universo do que as que originam as supernovas.
Segundo os astrônomos responsáveis pelo estudo, as imagens do Hubble mostram que a T Pyxidis parece destinada a virar uma supernova. Mas apesar do risco, os astrônomos afirmam que não há motivo para pânico, já que a estrela só deve chegar ao limite de Chandresekhar, provocando a massiva explosão em 10 milhões de anos.
Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Buraco negro no centro da Via Láctea

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou nesta quarta-feira a imagem de um buraco negro localizado no centro da Via Láctea, conhecido como Sagitário A.
sagitário a
© NASA
Medindo 114 anos-luz, o Sagitário A é supermassivo, ou seja, possui uma massa muito maior que a da maioria das estrelas, com cerca de 100 massas solares. Ele está localizado a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, na constelação de Sagitário e pode ser observado desde o nosso planeta.
Segundo a Nasa, os cientistas afirmam que as regiões centrais de praticamente todas as galáxias - como é o caso da Via Láctea, onde fica a Terra - contêm um buraco negro supermassivo como este, mas com milhão de massas solares ou mais.
Ainda de acordo com os astrônomos da Nasa, este buraco negro é um "devorador" fraco. O seu combustível vem de ventos originados em estrelas jovens, localizadas à uma distância relativamente longa da Sagitário A, onde a sua influência gravitacional é fraca.
A imagem foi produzida ao se utilizar diferentes faixas de energia de Raios-X do observatório da Nasa Chandra e utilizando códigos coloridos para representá-las. Os dados são de uma série de observações que duram no total um milhão de segundos, ou quase duas semanas.
Fonte: NASA

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Imagem mais profunda do Universo

O Telescópio Espacial Hubble bateu seu recorde anterior de distância observada e conseguiu detectar quatro galáxias a 13 bilhões de anos-luz de distância. As fotos dos objetos, apresentadas no encontro anual da AAS (Sociedade Americana de Astronomia), mostram como eram as estruturas numa época em que o Universo era muito jovem, com apenas 700 milhões de anos.
Como a luz demora para chegar à Terra ao viajar grandes distâncias, os astrônomos enxergam objetos distantes como uma janela para o passado, que permite entender como era o Universo naquela época. Círculos destacam três das galáxias antigas em foto do Hubble; equipamento bateu recorde em distância observada no Universo.
 galáxias distantes
© NASA
Segundo os cientistas que apresentaram a novidade ontem, as galáxias descobertas agora pelo Hubble eram pequenas, com apenas 1% da massa da galáxia da Terra, a Via Láctea. As estrelas que elas continham, por sua vez, não eram nada parecidas com o Sol.
"Elas eram tão azuis que deviam ser extremamente deficientes em elementos químicos pesados. Portanto, representam uma população com características primordiais", afirmou em comunicado à imprensa Rychard Bouwens, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, um dos cientistas que anunciaram a descoberta.
O achado foi feito após uma análise de imagens tiradas com a nova câmera sensível à luz infravermelha do Hubble, instalada por astronautas em maio do ano passado. Imagens da mesma região já haviam sido feitas pelo Hubble, mas em luz visível, indo a até 12,7 bilhões de anos-luz de distância.
A descoberta de galáxias relativamente bem estruturadas a 13 bilhões de anos de distância, segundo os cientistas, é também um indício de que as primeiras estrelas do Universo devem ter se acendido antes do que astrônomos estimavam, de 500 milhões a 600 milhões de anos depois do Big Bang, o fenômeno "explosivo" que deu origem ao Universo.
 Fonte: NASA

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novos planetas fora do Sistema Solar

O telescópio americano Kepler, da Nasa, agência espacial americana, descobriu cinco exoplanetas, planetas que se localizam fora do Sistema Solar, todos muito quentes para acolher uma forma de vida como concebemos na Terra, anunciaram nesta segunda-feira responsáveis da missão. A sonda foi lançada em março de 2009 com o objetivo de descobrir exoplanetas. A imagem a seguir mostra a comparação dos cinco exoplanetas com os planetas Terra e Júpiter.
planetas Kepler
© NASA
"Estas observações permitem compreender melhor como se formam e evoluem os sistemas planetários a partir dos discos de gás e poeira cósmica para o nascimento das estrelas e de seus planetas", disse William Borucki, do centro de pesquisa Ames, da Nasa, responsável pela equipe científica do Kepler.
"Estas descobertas mostram ainda que os instrumentos funcionam bem e que o Kepler poderá cumprir com seus objetivos", destacou Borucki, por ocasião do 215º congresso da Sociedade de Astronomia americana (AAS), em Washington.
A missão Klepler observará uma região do céu por anos para achar astros habitáveis perto de estrelas localizadas até 3.000 anos-luz do Sol.
Fonte: AFP

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lua Azul ocorrerá na véspera de Ano-Novo

A véspera do Ano-Novo, 31 de dezembro de 2009, reserva grandes e belas surpresas. Nessa noite, ocorrerá um fenômeno chamado de Lua Azul. Segundo definição popular, uma Lua Azul é a segunda Lua Cheia em um mesmo mês. A frequência de acontecimento é de 1 vez a cada 2 ou 3 anos.
No entanto, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste e não têm nenhum significado astronômico. A Lua Cheia ocorreu em 2 de dezembro e aparecerá novamente a tempo de contagem regressiva do Ano-Novo, na quinta-feira.
lua cheia
© NASA
O fenômeno será visível nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e África. O hemisfério oriental poderá comemorar a virada do ano com um eclipse lunar parcial. O eclipse não será visível nas Américas.
O fenômeno é raro e não acontece todos os anos. A última vez ocorreu dia 31 de maio de 2007. Luas New Year's Eve azuis são ainda mais raras, ocorrendo a cada 19 anos. A última vez foi em 1990, o próximo será em 2028. O fato ocorre devido ao ciclo lunar de 29.5 dias, o que torna perfeitamente possível que em um mesmo mês sua fase se apresente cheia por duas vezes.
Fevereiro é o único mês impossível de se ter a Lua Azul, mesmo em anos bissextos. Inclusive é possível um ano não ter Lua Cheia no mês de fevereiro, nesses anos, acontece uma Lua Cheia no final de janeiro e a outra no início de março, ou seja, 2 Luas Azuis no mesmo ano, em janeiro e março. Isto ocorre em média a cada 35 anos.
O nome surgiu de uma interpretação errada da revista Sky & Telescope, em 1946. Naquele ano, o astrônomo James Hugh Pruett usou a expressão - até então utilizada apenas pelo "Almanaque do Fazendeiro do Maine" para designar a terceira Lua cheia de uma estação do ano - para dar o nome ao fenômeno.
Fonte: The Huffington Post e Portal Terra

sábado, 26 de dezembro de 2009

Descoberta a origem de estrelas azuis

Astrônomos anunciaram que desvendaram a origem de uma classe de objetos cósmicos que vinha intrigando a ciência: as estrelas errantes azuis.
Por serem portadoras de uma massa muito maior do que se previa para astros de sua categoria, seu mecanismo de formação não era bem entendido. Agora, dois estudos mostram que elas surgem tanto de colisões estelares quanto de sistemas em que uma estrela suga material de outra aos poucos.
estrelas errantes azuis
© B.R. Carlsen/Universidade de Wisconsin
O enigma das errantes azuis é que elas aparentam ter uma idade menor do que efetivamente possuem, um valor que pode ser inferido a partir da idade de outras estrelas próximas. Outra estrelas gigantes azuis em geral morrem e perdem brilho antes de suas "irmãs" nascidas num mesmo aglomerado, pois astros mais maciços consomem mais rápido seu material interno por meio de fusão nuclear.
Algumas errantes azuis, porém, chegam a ter 7 bilhões de anos, e são mais velhas até do que o Sol, que tem 5 bilhões.
Para explicar isso, cientistas vinham debatendo havia tempos as hipóteses da colisão e da matéria sugada. Esses eventos dariam a estrelas de vida curta um suprimento extra de matéria para fusão nuclear, prolongando assim seu tempo de brilho. Mas ninguém conseguia dizer qual das duas coisas estava efetivamente ocorrendo.
Em um par de estudos hoje na revista "Nature", astrofísicos da Universidade de Bolonha (Itália) e da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) mostram que uma hipótese não exclui a outra. Francesco Ferraro, autor principal do trabalho italiano, analisou diversas errantes azuis e descobriu que aquelas de tom azulado mais acentuado são as formadas em colisões. As outras, mais avermelhadas, surgem quando a gravidade de uma estrela rouba massa de outra próxima.
 Fonte: Nature

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mistério nos confins do Sistema Solar

Astrônomos dizem que o nosso Sistema Solar está atravessando uma nuvem de material interestelar que não deveria estar aqui. Mas as velhas sondas Voyager ajudaram a resolver o mistério. A nuvem é denominada "Nuvem Interestelar Local". Tem cerca de 30 anos-luz de diâmetro e contém uma insignificante mistura de átomos de hidrogênio e hélio.

nuvem local interestelar
© Linda Huff e Priscilla Frisch (concepção artística)
Estrelas vizinhas, que explodiram há cerca de 10 milhões de anos atrás, deveriam ter esmagado ou dispersado esta nuvem.
Então o que está mantendo esta nuvem no seu lugar?
Usando dados das Voyager, foi descoberto um forte campo magnético, além do Sistema Solar. "Este campo magnético sustenta a nuvem interestelar e resolve o antigo mistério da sua existência. A nuvem é muito mais magnetizada do que se pensava anteriormente. Este campo magnético pode dar a pressão extra necessária para resistir à destruição",  explicou Merav Opher, pesquisador convidado pela NASA, da Universidade George Mason.
Opher e seus colegas explicam a descoberta na edição de 24 de Dezembro da revista Nature.
As duas sondas Voyager da NASA já navegam para fora do Sistema Solar há mais de 30 anos. Estão agora bem além da órbita de Plutão e à beira do espaço interestelar. Durante a década de 90, a Voyager 1 tornou-se no objeto mais longínquo feito pelo Homem.
As duas Voyager, viajando em direções opostas, revelaram, entre outras coisas, que a bolha em torno do nosso Sistema Solar é achatada.
A nuvem interestelar local está mesmo além dos confins do Sistema Solar e é contida pelo campo magnético do Sol, que é "inchado" pelo vento solar numa espécie de bolha magnética com mais de 10 bilhões de quilômetros. Denominada "heliosfera", esta bolha protege o Sistema Solar interior dos raios cósmicos galáctios e das nuvens interestelares. As duas Voyager estão localizadas na camada exterior da helioesfera, onde o vento solar diminui de velocidade devido à pressão do gás interestelar.
A Voyager 1 entrou nesta região em Dezembro de 2004. A Voyager 2 seguiu-a em Agosto de 2007. Estas travessias providenciaram dados fundamentais para o novo estudo.
Outras nuvens interestelares podem também estar magnetizadas, assume Opher e seus colegas. E podemos eventualmente colidir com algumas.
"Os seus fortes campos magnéticos podem comprimir a helioesfera ainda mais do que está agora," afirma a NASA. "Uma maior compressão pode permitir com que um maior número de raios cósmicos alcancem o Sistema Solar interior, possivelmente afetando o clima terrestre e a capacidade dos astronautas viajarem em segurança pelo espaço."
Fonte: NASA