quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fusão de buracos negros

Essa imagem da NGC 6240 contém os novos dados coletados pelo Chandra, que são aqui mostrados em vermelho, laranja e amarelo, que tem sido combinados com a imagem óptica obtida pelo Telescópio Espacial Hubble originalmente lançada em 2008.
NGC 6240
© Chandra (nebulosa NGC 6240)
Em 2002, os dados do Chandra levaram à descoberta de buracos negros que estão se fundindo, eles estão a uma distância de somente 3000 anos-luz de separação. Eles são vistos na imagem como as fontes brilhantes como pontos localizadas no centro. Os cientistas acham que esses buracos negros estão tão perto um do outro pois eles estão se espiralando um em direção ao outro, um processo que começou a aproximadamente 30 milhões de anos atrás. Estima-se que os buracos negros continuarão se aproximando e eventualmente podem se unir formando um único buraco negro gigantesco, mas isso deve acontecer a dezenas ou centenas de milhões de anos a partir de agora. Encontrar e estudar buracos negros no processo de fusão tem se tornado um campo muito ativo de pesquisa em astrofísica. Desde 2002, existe um intenso interesse em seguir as observações da NGC 6240, bem como pesquisar por sistemas similares a esse. Entender o que acontece quando esses exóticos objetos interagem entre si é uma questão intrigante para os cientistas. A formação de múltiplos sistemas de buracos negros supermassivos deve ser comum no universo, desde que muitas galáxias em colisão e fusão com outras galáxias, possuem buracos negros em seu interior. Acredita-se que os pares de buracos negros massivos possam explicar alguns dos comportamentos incomuns observados no crescimento de buracos negros supermassivos como a distorção e o desvio visto nos poderosos jatos que eles produzem. Os pares de buracos negros massivos em processo de fusão são esperados ser a mais poderosa fonte de ondas gravitacionais no universo.
Fonte: NASA

Descoberto buraco negro em galáxia anã

Um buraco negro foi identificado por astrônomos americanos com um milhão de vezes a massa do Sol, em uma jovem galáxia anã próxima. Esta descoberta que pode ajudar a entender melhor a origem do Universo.
galáxia Henize 2-10
© Chandra (galáxia Henize 2-10)
O anúncio, realizado pela Sociedade Americana de Astronomia, destaca que a descoberta em uma galáxia anã é pouco comum e leva a pensar que os buracos negros se formam antes que as galáxias.
"Isto parece confirmar a hipótese segundo a qual os buracos negros precederiam a formação do coração galáctico", destaca Amy Reines, astrofísica da Universidade de Virgínia.
A da galáxia que contém o buraco negro, chamada Henize 2-10, está a 30 milhões de anos luz da Terra. No centro da maioria das grandes galáxias, como a Via Láctea, há buracos negros com centenas de milhões de vezes a massa do Sol.
No Universo há uma relação constante entre a massa da galáxia e o buraco negro que ela aloja. Há dois anos, uma equipe internacional de astrônomos descobriu que os buracos negros das galáxias jovens têm uma massa maior.
Segundo Amy Reines, isto indica que os buracos negros se formam antes que as galáxias que os cercam, o que Henize 2-10 parece confirmar.
Fonte: Nature

Registro de ondas cósmicas na Via Láctea

A ESA (agência espacial europeia) divulgou uma imagem feita pelo telescópio Planck Suveyor, que mostra a Via Láctea em ondas de radiação cósmica em micro-ondas.
distribuição estelar através da Via Láctea feita pelo Planck
© ESA (distribuição estelar na Via Láctea feita pelo Planck)
Um rastro de poeira é visível no sentido horizontal. Ao norte e ao sul da imagem, a variação de temperatura da radiação cósmica também pode ser observada.
Lançado em maio de 2009, o telescópio providenciou, desde então, um catálogo de imagens com aproximadamente 15 mil novos objetos celestiais, além de mais 30 aglomerados de galáxias.
O Planck, que está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, é essencialmente designado para captar até as menores variações de energia liberadas depois do Big Bang.
Ainda em andamento, o estudo sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), a radiação remanescente do Big Bang e uma de suas maiores evidências, deve ser publicado em 2013.
Uma das tarefas que o telescópio tem superado é remover uma "névoa" de emissões de micro-ondas, um brilho difuso que durante décadas tem distorcido a visão de regiões empoeiradas do espaço profundo.
Os dados coletados pelo Planck confirmam a teoria de que a "névoa" vem dos grãos em escala nanométrica espalhados ao rodopiar várias dezenas de bilhões de vezes por segundo, por colisão com átomos em grande movimento ou com raios de luz ultravioleta.
Os cientistas agora devem ser capazes de filtrar este sinal, podendo se concentrar nos vestígios genuínos de CMB nas ricas quantidades de dados do Planck.
"Estes novos resultados são peças vitais de um quebra-cabeça que pode nos dar um quadro completo da evolução do próprio quintal cósmico em que vivemos, a Via Láctea, bem como do início da história de todo o Universo", afirmou David Parker, diretor de ciência espacial da ESA.
A grande ferramenta do Planck é um telescópio de 1,5 metro de comprimento que concentra a radiação em dois conjuntos de detectores, que são refrigerados a quase zero absoluto. O telescópio já realizou sua missão de 15 meses, mas as suas operações já foram prorrogadas por dois anos.
Fonte: ESA

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Telescópio detecta tempestades ejetando antimatéria para o espaço

O telescópio espacial Fermi, especializado na observação de raios gama, detectou feixes de antimatéria produzidos acima das tempestades na Terra, um fenômeno nunca visto antes.
flash de raios gama terrestre
© NASA (flash de raios gama terrestre)
Os cientistas acreditam que as partículas de antimatéria foram formadas em um flash de raios gama terrestre (TGF), uma rápida explosão produzida no interior das tempestades de raios.
Estima-se que cerca de 500 TGFs ocorram diariamente em todo o mundo, mas a maioria não é detectada.
"Esses sinais são o primeiro indício direto de que as tempestades produzem feixes de partículas de antimatéria", afirma Michael Briggs, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos.
Ele apresentou os resultados das pesquisas com o telescópio da NASA durante uma entrevista coletiva na reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Seattle.
O telescópio Fermi foi projetado para monitorar os raios gama, a forma mais energética da luz. Quando a antimatéria colide com uma partícula de matéria normal, ambas são aniquiladas, produzindo uma emissão de raios gama. Menos de 2 milissegundos depois de ser gerado na tempestade, o feixe de elétrons-pósitrons atingiu a altitude do telescópio Fermi.
feixe de elétrons-pósitrons
© NASA (feixe de elétrons-pósitrons)
O instrumento GBM (Gamma-ray Burst Monitor) do telescópio Fermi detectou raios gama com energias de 511.000 elétron-volts, um sinal que um elétron encontrou sua contraparte de antimatéria, o pósitron.
O aparelho já identificou 130 TGFs desde o lançamento de Fermi, em 2008.
O TGF que permitiu a detecção da antimatéria ocorreu em 14 de dezembro de 2009, sobre o Egito. Mas a tempestade ativa estava em Zâmbia, cerca de 4.500 quilômetros ao sul.
A emissão de raios gama gerou elétrons e pósitrons, que trafegam nas linhas do campo magnético da Terra até atingir o detector do telescópio. O feixe passou pelo Fermi, atingindo um local conhecido como ponto espelho, onde seu movimento se inverteu e, em seguida, atingiu o observatório uma segunda vez, apenas 23 milésimos de segundo depois.
Nas duas vezes, os pósitrons colidiram com elétrons no telescópio, onde as partículas se aniquilaram, emitindo raios gama, que foram detectados pelo GBM.
Fonte: NASA

Descoberto o mistério da coroa solar ser mais quente que a superfície

Um dos maiores mistérios do Sol acaba de ser solucionado: o fato de sua coroa ser milhões de graus mais quente que sua superfície. Cientistas descobriram a maior fonte de gás quente que reabastece a coroa lançando jatos de plasma acima da superfície solar.
espículas no Sol observadas pela sonda SDO
© NASA (espículas no Sol observadas pela sonda SDO)
A descoberta foi publicada na revista Science e chama atenção para uma questão fundamental na astrofísica: como a energia se move do interior do Sol para criar calor na atmosfera.
"Sempre foi um quebra-cabeças descobrir por que a atmosfera solar é mais quente que a superfície", diz Scott McIntosh, físico solar do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica). Identificar como esses jatos inserem plasma na atmosfera solar aumenta o conhecimento sobre a sutil influência do Sol na atmosfera terrestre.
"Estas observações fornecem uma nova compreensão sobre a produção de energia do Sol e outras estrelas", diz Rich Behnke, da Divisão de Ciências Atmosféricas e Geoespaciais.
A pesquisa estava focada em jatos de plasma conhecidos como espículas, fontes de plasma propagados da superfície solar para a atmosfera. Por décadas os cientistas acreditaram que as espículas poderiam mandar calor para a coroa, até a década de 80, quando se descobriu que as espículas não alcançavam as temperaturas da coroa.
O aquecimento das espículas a milhões de graus nunca foi diretamente observado, então seu papel no aquecimento da coroa foi abandonado.
Em 2007, De Pontieu, McIntosh, e seus colegas identificaram uma nova classe de espículas que se moviam muito mais rápido, frequentemente a 100 Km por segundo, e tinham uma vida média menor que as tradicionais.
O rápido desaparecimento desses jatos sugeriram que o plasma carregado poderia ser muito quente, mas a observação desse processo estava faltando. Os pesquisadores usaram então a observação da sonda SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA.
A alta resolução espacial e temporal dos novos instrumentos foi crucial para revelar, pela primeira vez, a conexão entre o plasma a milhões de graus e as espículas que inserem esse plasma na coroa.
Fonte: Science

Telescópio Hubble detecta estrelas jovens dentro de bolha verde

O telescópio espacial Hubble registrou a primeira imagem de uma bolha de gás verde, gigante e misteriosa, e descobriu que ela é estranhamente "viva". A foto foi divulgada pela NASA durante uma reunião na Sociedade Astronômica Americana, em Seattle, Washington.
IC 2497
© NASA/Hubble (IC 2497)
A bolha brilhante e bizarra, que tem o tamanho da Via Láctea e está a 650 milhões de anos-luz de distância da Terra (cada ano-luz equivale a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros), dá à luz novas estrelas, algumas com "apenas" 2 milhões de anos, em áreas remotas do Universo onde os astros normalmente não se formam.
Essa "mancha verde" foi descoberta pela primeira vez em 2007, pela professora holandesa Hanny van Arkel, e chamada de Hanny's Voorwerp, ou seja, objeto de Hanny. Segundo a professora, quando ela viu o estranho objeto há mais de três anos, ele parecia azul e menor. A foto do Hubble fornece uma imagem mais clara e melhor explicação para o que está acontecendo ao redor da bolha. "Na verdade, parecia uma mancha azul. Agora parece um sapo dançando no céu, porque é verde", compara Hanny.
Partes da bolha estão em colapso, e a consequente pressão no local acaba gerando as estrelas. Os berçários estelares estão localizados fora de uma galáxia normal, que é geralmente onde os astros vivem. Isso faz com que eles sejam "estrelas recém-nascidas extremamente solitárias", localizadas "no meio do nada", classifica o astrônomo Bill Keel, da Universidade do Alabama, que examinou a bolha.
A mancha é formada na maior parte por gás hidrogênio, que gira no encontro de duas galáxias. A região brilha porque é iluminada por um quasar, objeto luminoso e cheio de energia alimentado por um buraco negro, em uma das galáxias.
Desde a descoberta da holandesa, os astrônomos têm procurado por bolhas de gás semelhantes e encontraram 18 delas, mas todas têm cerca da metade do tamanho da Voorwerp.
Fonte: NASA

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sonda Kepler da NASA descobre o menor exoplaneta

A missão da sonda Kepler da NASA detectou o menor planeta já descoberto fora do Sistema Solar. Chamado de Kepler 10-b, o exoplaneta é rochoso, mede 1,4 vez o tamanho da Terra, tem massa de 4,6 vezes da Terra e densidade média de 8,8 gramas por centímetro cúbico, similar à de um haltere de ferro.
 ilustração do exoplaneta Kepler-10b
© NASA (ilustração do exoplaneta Kepler-10b)
O achado baseia-se em 8 meses de dados coletados pela sonda, entre maio de 2009 e janeiro de 2010. "Todas as melhores ferramentas da Kepler convergiram para produzir a primeira evidência sólida de um planeta rochoso que orbita uma estrela diferente do Sol", disse Natalie Batalha, da equipe do Centro de Pesquisas Ames, órgão ligado à NASA.
Em 2010, a equipe da sonda assumiu o compromisso de encontrar rastros de pequenos planetas nos dados obtidos, e agora surgiram os primeiros resultados.
O fotômetro ultrapreciso da Kepler mede a pequena diminuição no brilho de uma estrela quando um planeta passa na frente dela. O tamanho do planeta pode ser derivado dessas depressões periódicas no brilho. A distância entre o planeta e a estrela é calculada medindo o tempo entre essas sucessivas oscilações enquanto o planeta orbita a estrela.
A Kepler é a primeira missão da NASA capaz de encontrar planetas do tamanho da Terra dentro ou perto da zona considerada habitável, região em um sistema planetário onde a água líquida pode existir na superfície. No entanto, uma vez que mantém uma órbita de 0,84 dia (o que significa que completa uma volta em torno de sua estrela principal, a Kepler 10, a cada 20 horas), o exoplaneta Kepler 10-b está mais do que 20 vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do Sol, ou seja, fora da zona habitável.
A Kepler 10 é a primeira estrela identificada que poderia abrigar um planeta em trânsito de pequeno porte, o que a coloca no topo da lista de observações terrestres feitas pelo telecópio de 10 metros do Observatório W.M. Keck, no Havaí.
A descoberta do exoplaneta Kepler 10-b, embora não esteja na zona habitável,  é um marco significativo na busca por planetas semelhantes ao nosso, graças à missão da sonda.
Fonte: Astrophysical Journal

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nebulosa do Caranguejo tem erupções de raios gama inesperadas

A Nebulosa do Caranguejo (M1), uma das nossas vizinhas mais conhecidas e mais estáveis, foi o primeiro objeto astronômico catalogado em 1771 por Charles Messier.
nebulosa do Caranguejo
© NASA/ESA (nebulosa do Caranguejo)
Ela está intrigando os cientistas com sua propensão a erupções de raios gama pelas partículas mais energéticas já ligadas a um objeto astronômico específico. A descoberta feita por cientistas trabalhando com dois telescópios em órbita, leva os pesquisadores a repensar suas ideias sobre como as partículas cósmicas são aceleradas.
Os pesquisadores utilizaram o Large Area Telescope (LAT), um dos principais instrumentos a bordo do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama , para confirmar uma erupção e descobrir mais uma. O trabalho foi apresentado hoje na Science Express online.
A nebulosa, e a estrela de nêutrons que gira rapidamente e dá força ao objeto, são restos da explosão de uma supernova documentada pelos astrônomos chineses em 1054. Depois de derramar muito de seus gases e poeira, a estrela entrou em colapso e se tornou um pulsar, uma esfera de nêutrons muito densa que gira rapidamente e emite um pulso regular de radiação a cada 33 milissegundos.
A quantidade de energia que o pulsar libera é enorme, iluminando a Nebulosa do Caranguejo até que ela brilhe 75.000 vezes mais que o Sol. A maior parte dessa energia está no vento de partículas, de elétrons e pósitrons que viajam perto da velocidade da luz. Esses elétrons e pósitrons interagem com os campos magnéticos e fótons de baixa energia para produzir a famosa poeira brilhante que confundiu Messier com um cometa há 300 anos.
As partículas são até mesmo suficientemente fortes para produzir raios gama que o LAT normalmente observa durante suas varreduras habituais do céu, mas essas partículas não causam erupções dramáticas.
Cada uma das duas erupções que o LAT observou durou dias antes que a nebulosa retornasse leituras anormais de raios gama. A curta duração das erupções é a causa da radiação síncrotron ou radiação emitida por elétrons acelerando no campo magnético da nebulosa.
Fonte: SLAC (National Accelerator Laboratory)

Lua possui núcleo similar ao da Terra

A NASA através de uma pesquisa indica que a Lua possui núcleo similar ao do planeta Terra. Desvendar detalhes sobre o núcleo lunar é de grande importância para o desenvolvimento exato de modelos da formação lunar.
Experimento Sísmico Passivo da Apollo
© NASA (Experimento Sísmico Passivo da Apollo)
As descobertas da equipe de pesquisadores sugerem que a Lua possui um núcleo interior sólido e rico em ferro, com raio de aproximadamente 277 km e núcleo externo rico em ferro líquido com raio de aproximadamente 279 km. O que difere o núcleo do da Terra é uma camada fundida de raio estimado em 555 km.
A pesquisa indica que o núcleo contém pequena porcentagem de elementos como enxofre, o que confere com estudos recentes sobre o núcleo terrestre que apontam a existência de enxofre e oxigênio em uma camada em volta do núcleo.
Os dados forão coletados durante a época de missões da nave Apollo na Lua. O Experimento Sísmico Passivo da Apollo consistiu em quatro sismômetros deixados na Lua entre 1969 e 1972, que coletaram dados sobre a atividade sísmica lunar até 1977.
A equipe analisou os sismômetros utilizando processo vetorial, com técnicas que identificam e distinguem sinais de tremores na Lua e outras atividades sísmicas. Os cientistas identificaram como e em que local ondas sísmicas passaram ou foram refletidas por elementos do interior da Lua, dando significado a composição e ao estado das camadas internas. Imagens sofisticadas de satélite também contribuíram de forma significante para o estudo.
Antiga limitação aos estudos sísmicos sobre a Lua era o ruído causado pelos sinais repetidamente captados das estruturas lunares. Mas a equipe produziu um equipamento chamado de pilhas de sismômetros, que trabalhou de forma digital. Essa pilha melhorou o recebimento dos sinais e permitiu monitorar de forma mais clara os sinais, de que local surgiam e por onde passavam.
Participaram da pesquisa a líder do estudo e cientista da NASA Renee Weber e outros cientistas do Centro Espacial Marshall, em Huntsville, nos Estados Unidos, da Universidade da Califórnia e do Instituto de Paris, na França.
Fonte: Science

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A evolução da Nebulosa da Lagoa

O telescópio VISTA do ESO (Observatório Europeu do Sul) registrou nova imagem da Nebulosa da Lagoa, também chamada de Messier 8, situada a cerca de 5 mil anos-luz de distância da Terra, na constelação de Sagitário.
© ESO (M8 - nebulosa da Lagoa)
A imagem foi obtida durante estudo da Via Láctea que durará cinco anos e que está sendo realizado com o telescópio, instalado no Observatório do Paranal, em La Silla, no Chile. A imagem mostra pequena parte da região que rodeia a nebulosa, tanto no visível como no infravermelho.
Este estudo tem como objetivo observar detalhadamente as regiões centrais da Via Láctea procurando objetos e mapeando sua estrutura de maneira nunca antes realizada.
As estrelas formam-se tipicamente em grandes nuvens moleculares de gás e poeira, as quais colapsam sob o seu próprio peso. No entanto, a Nebulosa da Lagoa alberga igualmente alguns dos chamados glóbulos de Bok, regiões muito mais compactas de gás e poeira em colapso gravitacional. Estas nuvens escuras são tão densas que, mesmo no infravermelho, conseguem bloquear a radiação das estrelas de fundo. O telescópio VISTA, por utilizar luz infravermelha, permite a observação por trás da poeira que impede a visualização de objetos no Universo.
A característica mais famosa da Nebulosa da Lagoa é a região de poeira em forma de lagoa que se entrelaça por entre nuvem de gás brilhante dentro da nebulosa. As estrelas jovens quentes, que irradiam fortemente no ultravioleta, são responsáveis pelo intenso brilho da nebulosa. Ela é habitada por estrelas muito mais jovens do que as encontradas na maioria das nebulosas existentes.
Essas estrelas soltam jatos de matéria de seus pólos, e quando este material atinge o gás que circunda a nebulosa são formados objetos conhecidos como Herbig-Haro, rastros brilhantes de curta duração, que torna as estrelas recém-nascidas facilmente detectáveis.
Fonte: ESO

Nova luz da galáxia de Andrômeda

Imagens combinadas do telescópio espacial de infravermelho Herschel e do XMM-Newton de raios X, apresentado pela ESA (agência espacial europeia), mostram o ciclo vital das estrelas, desde a formação até sua morte.
M31 - galáxia de Andrômeda
© ESA (M31 - galáxia de Andrômeda)
As imagens são da galáxia de Andrômeda e foram tiradas no dia do Natal de forma quase simultânea pelos dois observatórios. A ESA mostrou uma série de fotos, as do Herschel, as do XMM-Newton, uma combinação de ambas, outras ópticas e uma mistura de todas.
As que foram tiradas pelo Herschel mostram o pó frio da galáxia que se acende depois de ser aquecido pelas estrelas nascentes e acaba formando círculos de cor cobre.
Nas imagens em raios X captadas pelo XMM-Newton se vê o ponto final da evolução estelar: por um lado, restos da explosão de uma estrela (supernova), por outro, objetos que evoluem em um sistema binário, dois corpos celestes tão próximos que acabam ligados pela força gravitacional.
Alguns destes objetos são buracos negros formados após o desaparecimento de um sol de grandes proporções que gravita em torno de uma estrela normal.
Em raios X, Andrômeda aparece como um conjunto de luzes azuis, muito concentradas em um ponto central que é onde as estrelas têm maior densidade.
Na imagem combinada aparece uma luz vermelha cuja fonte são objetos de pouca massa que emitem raios X de pouca intensidade.
Estes objetos podem ser o que se conhece como estrelas novas, que na realidade são sóis em processo de explosão cuja luminosidade aumenta consideravelmente; por isso foram chamadas estrelas novas, porque com um telescópio tradicional não eram vistas até que explodiam e pareciam que estavam nascendo.
Ao lado destas estrelas novas aparecem as anãs brancas, um remanescente estelar que gradualmente atrai o material de sua companheira de maior tamanho.
A nossa galáxia vizinha que se aproximará num futuro longínquo da Via Láctea continua mostrando seu esplendor.
Fonte: ESA

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Estrelas massivas são formadas por densos berçários cósmicos?

Novos estudos indicam que as estrelas mais massivas do Universo podem se formar basicamente em qualquer lugar, mesmo sem a presença de outras estrelas nas proximidades, ou seja, também podem surgir fora dos densos berçários estelares.
NGC 3603 - região de ativa formação estelar
© ESO (NGC 3603 - região de ativa formação estelar)
Os astrônomos julgavam que as dimensões das estrelas supermassivas, cuja massa pode variar entre 20 e 150 vezes a massa do Sol, podem ser determinadas pelo meio ambiente onde se formam, em geral, os densos aglomerados estelares. Pensava-se que quanto maior o aglomerado, mais gás e poeira estariam disponíveis para construir as estrelas gigantes.
Agora, novas observações feitas a partir do Telescópio Espacial Hubble apoiam uma teoria fundamentalmente oposta: as estrelas mais massivas podem nascer de forma aleatória em todo o Universo, incluindo locais remotos e aglomerados estelares muito pequenos.
De fato, são as estrelas mais massivas que conduzem a evolução das galáxias. O vento estelar e a radiação que emitem dão forma ao gás interestelar e promovem o nascimento de novas estrelas. Suas violentas explosões de supernovas criam todos os elementos pesados, essenciais para a vida. Os astrônomos ainda estão tentando compreender como essas raras estrelas se formam, pois se trata de um processo mais complexo devido à sua curta duração e seus potentes ventos.
No novo estudo, foi empregado o Hubble para dar um zoom em oito estrelas que a partir dos telescópios na superfície da Terra, parecem estar sozinhas no espaço. Estas estrelas residem na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã vizinha bem próxima da Via Láctea.
estrelas alvo da pesquisa
© J. B. Lamb (estrelas alvo da pesquisa)
As imagens acima foram capturadas pelo telescópio espacial Hubble das 8 estrelas alvo da pesquisa, com a identificação da estrela do catálogo Azzopardi & Vigneau (1975). O círculo corresponde a um raio de 1 parsec. As duas imagens dos painéis inferiores são das estrelas fugitivas.
Mesmo a partir do ponto de vista do Hubble, 5 das estrelas não possuíam vizinhos grandes o suficiente para serem resolvidos. As outras 3 pareciam estar em grupos pequenos de 10 estrelas ou menos, de acordo com o estudo, que é o mais detalhado já realizado sobre estas estrelas massivas.
Os pesquisadores reconheceram a possibilidade de que algumas das estrelas migraram a partir das vizinhanças onde nasceram. De fato, duas estrelas dentro da amostra examinada foram reconhecidas como estrelas fugitivas que foram expulsas dos seus grupos de nascimento.
Mas em vários casos, os astrônomos encontraram evidências da existência de restos de gás nas proximidades, o que reforça a possibilidade de que as estrelas estão ainda nos lugares isolados em que nasceram.
Fonte: Astrophysical Journal

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pulsar emite radiação mais veloz que a luz

Os dados observacionais de nove pulsares, inclusive do pulsar da nebulosa do Caranguejo (PSR B0531+21), sugere que estes astros estão girando velozmente e a fonte de emissão está viajando mais rápido que a velocidade da luz.
pulsar do Caranguejo
© Hubble e Chandra (pulsar do Caranguejo)
O pulsar do Caranguejo tem aproximadamente 25 km de diâmetro e  gira uma vez a cada 33 milisegundos. O período de rotação do pulsar está desacelerando na taxa de 38 nano-segundos por dia devido às grandes quantidades de energia levadas pelo vento do pulsar. Este vento relativístico transbordante da estrela de nêutrons gera emissão síncrotron, que produz a maior parte da emissão da nebulosa, desde ondas de rádio a raios gama.
Um pulsar emite ondas de rádio incrivelmente regulares, gerando correntes de polarização superluminal que são perturbações na sua atmosfera de protoplasma.
As correntes de polarização nestas emissões saltam ao redor do pulsar através de um mecanismo comparado a um síncrotron, onde as fontes poderiam estar trafegando com velocidade seis vezes da luz, ou seja 18 milhões de quilômetros por segundo, de acordo com o modelo superluminal de pulsar descrito por John Singleton e Andrea Schmidt do Laboratório Nacional de Los Alamos. Porém, embora a fonte da radiação exceda a velocidade de luz, as viagens de radiação emitidas ocorrem na velocidade de luz normal quando emergem da fonte, não violando a teoria da Relatividade Especial de Albert Einstein.
Fonte: Los Alamos National Laboratory