Cientistas descobriram um novo tipo de interação do vento solar com corpos sem atmosfera do Sistema Solar. Regiões magnetizadas, chamadas anomalias magnéticas, localizadas principalmente no lado oculto da Lua, parecem repelir fortemente o vento solar, protegendo a superfície do satélite.
© NASA (campo magnético na Lua)
A descoberta poderá ajudar a compreender a formação de água na camada superior da Lua.
Corpos sem atmosfera interagem com o vento solar de forma muito diferente da Terra. Suas superfícies estão expostas ao vento sem nenhum tipo de proteção, como a que a Terra recebe de sua atmosfera e campo magnético.
Isso faz com que astros como a Lua sofram desgaste causado pelo impacto constante de micrometeoritos e das partículas do vento, formando uma superfície irregular chamada regolito. Pesquisadores imaginavam que todo o vento solar que chegava à Lua acabava interagindo com o regolito.
No entanto, explorações recentes realizadas pelas sondas Chang'e 1 (da China), Kaguya (Japão) e Chandrayaan 1 (Índia) revelaram uma interação mais complexa.
Um fluxo significativo de partículas de alta energia foi encontrado partindo da superfície lunar, efeito provavelmente causado pela reflexão do vento solar pelo regolito.
Como o vento solar é uma fonte potencial de água na Lua, é necessário criar modelos coerentes da circulação de hidrogênio lunar para entender como as moléculas de água se formam nas camadas superiores.
A pesquisa atual foi realizada com um instrumento a bordo da nave indiana Chandrayaan 1. Quando a sonda sobrevoou uma anomalia magnética da Lua, os cientistas encontraram muito menos átomos de hidrogênio refletidos pela superfície, o que pode significar que o vento solar não chegou a atingir a Lua nessa área.
O vento solar, nesse caso, parece ter sido repelido por um aglomerado de anomalias magnéticas no hemisfério sul do lado oculto.
Fonte: Instituto Sueco de Física Espacial
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