Uma imagem mais detalhada de jatos de partículas saindo de um buraco negro foi gerada por uma rede de nove radiotelescópios espalhados por todo o Hemisfério Sul (África do Sul, Chile e Antártida).
© NASA (galáxia Centaurus A)
Segundo a autora principal do estudo, Cornelia Mueller, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, os jatos de partículas surgem quando a matéria é atraída para um buraco negro no interior da galáxia. Os jatos interagem com o gás ao redor e interferem no processo de formação e evolução das galáxias de uma forma que ainda não é bem compreendida pelos cientistas.
A equipe estudou a galáxia Centaurus A, também conhecida como NGC 5128, que está a 12 milhões de anos-luz da constelação de Centauro e possui um buraco negro com 55 milhões de vezes a massa do Sol. A Centaurus A foi uma das primeiras fontes de rádio celeste identificadas com uma galáxia. Observada nesta frequência, a Centauro A é um dos maiores e mais brilhantes objetos no céu, com quase 20 vezes o tamanho aparente da lua cheia.
A nova imagem mescla dados captados em ondas de rádio - pelos nove radiotelescópios da rede TANAMI (Tracking Active Galactic Nuclei with Austral Milliarcsecond Interferometry) com imagens feitas em visível, raios X e micro-ondas.
"Técnicas de computação avançada nos permitem combinar os dados dos telescópios individuais para produzir imagens com a nitidez de um único telescópio gigante, quase tão grande quanto a própria Terra", afirmou Roopesh Ojha, coautor do estudo.
A grande emissão de energia de galáxias como Centaurus A ocorre por causa dos gases que são engolidos pelo buraco negro, e parte deles é ejetada de volta com velocidade cerca de um terço da velocidade da luz, na forma de jatos que se concentram ao redor do buraco negro, no centro da galáxia.
Esta radiação é bilhões de vezes mais energética do que a registrada pelos radiotelescópios, e não se sabe exatamente de onde ela se origina.
Fonte: Astronomy & Astrophysics
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