O Very Large Telescope (VLT) do ESO captou a imagem no infravermelho mais detalhada conseguida até agora da Nebulosa Carina (NGC 3372), uma maternidade estelar.
© ESO (Nebulosa Carina no infravermelho)
Muitas estruturas previamente escondidas e espalhadas pela espetacular paisagem celeste de gás, poeira e estrelas jovens, são agora visíveis. Esta é uma das imagens mais extraordinárias obtidas pelo VLT.
No coração profundo da Via Láctea encontra-se a maternidade estelar chamada Nebulosa Carina. Situa-se a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra na constelação Carina (a Quilha). Esta nuvem de gás e poeira brilhante é uma das incubadoras de estrelas de grande massa mais próximas da Terra, incluindo várias das estrelas mais brilhantes e de maior massa que se conhecem. Uma delas, a misteriosa e altamente instável Eta Carinae, foi a segunda estrela mais brilhante no céu durante vários anos, por volta de 1840 e irá provavelmente explodir como uma supernova num futuro próximo, em termos astronômicos. A Nebulosa Carina é um laboratório perfeito para estudarmos os nascimentos violentos e as vidas iniciais das estrelas.
© ESO (Nebulosa Carina no visível)
Embora esta nebulosa seja espetacular em imagens no visível, vista acima, o certo é que muitos dos seus segredos se encontram escondidos por detrás de espessas nuvens de poeira. Para conseguir penetrar neste véu, uma equipe de astrônomos europeus liderada por Thomas Preibisch (Observatório da Universidade de Munique, Alemanha), utilizou o VLT e a sua câmara infravermelha HAWK-I.
Centenas de imagens individuais foram combinadas para criar a imagem, vista no topo, que é o mosaico infravermelho mais detalhado já obtido para esta nebulosa, e também uma das melhores imagens jamais criadas pelo VLT. Mostra-nos não apenas as estrelas brilhantes de grande massa, mas também centenas de milhares de estrelas muito mais tênues, as quais não se conseguiam observar anteriormente. Um dos objetivos principais dos astrônomos era a procura nesta região de estrelas muito mais tênues e de menor massa que o Sol. A imagem é igualmente suficientemente profunda para permitir a detecção de estrelas jovens anãs marrons.
A ofuscante estrela Eta Carinae aparece na parte inferior esquerda da nova imagem. Encontra-se rodeada por nuvens de gás que brilham devido a intensa radiação ultravioleta. Por toda a imagem aparecem também muitos nós compactos escuros, que permanecem opacos mesmo no infravermelho. São casulos de poeira onde novas estrelas se encontram em formação.
Durante os últimos milhões de anos, esta região do céu formou um grande número de estrelas, tanto individuais como em aglomerados. O brilhante aglomerado de estrelas próximo do centro da imagem chama-se Trumpler 14. Embora este objeto possa ser observado perfeitamente no visível, nesta imagem infravermelha conseguem distinguir-se estrelas muito mais tênues. E do lado esquerdo da imagem, podemos observar uma pequena concentração de estrelas amareladas. Este grupo foi visto pela primeira vez nestes novos dados do VLT; estas estrelas não podem ser observadas na luz visível. Este é apenas um dos muitos objetos novos revelados pela primeira vez neste panorama.
Fonte: ESO
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