O telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), descobriu uma nova galáxia que fabrica estrelas a uma velocidade 2 mil vezes superior à da Via Láctea, o que questiona as teorias atuais sobre a evolução de nossa nebulosa.
© ESA (galáxia HFLS3 em vários comprimentos de onda)
A nova galáxia, denominada HFLS3 e observada quando o Universo tinha menos de 1 bilhão de anos frente aos atuais 13,81 bilhões de anos, parece pouco mais do que um ponto na imagem capturada pelo telescópio espacial.
A pequena mancha é na realidade uma fábrica de estrelas que transforma furiosamente o gás em novas estrelas.
Apesar de sua curta idade, a galáxia recém-descoberta pelos cientistas tinha então uma massa similar à da Via Láctea na atualidade, por isso que deduzem que com outros 13 bilhões de anos de crescimento poderia ter se transformado na galáxia de maior massa conhecida no Universo.
Essa dedução implica em um enigma pois, segundo as teorias que atualmente são aceitas sobre a evolução das galáxias, nenhuma deveria ter essa massa em um curto período de tempo - em escala espacial - desde a explosão do Big Bang.
"Esta galáxia em particular nos chamou a atenção porque era brilhante e muito vermelha se comparada com outras como ela", declarou o pesquisador Dave Clements do Imperial College of London.
Essa cor vermelha levou os cientistas a pensarem que a galáxia HFLS3 poderia ser encontrada a uma grande distância, em um Universo que se expande, e algumas análises posteriores confirmaram que, efetivamente, se trata da galáxia desse tipo mais distante encontrada até hoje.
Trata-se de uma "galáxia com foco estelar", ou seja, uma fábrica cósmica que produz o que depois se transforma em gerações de galáxias, estrelas e a maior parte da matéria conhecida. Os especialistas sabiam que existiam, mas nunca tinham descoberto nenhuma com idade tão avançada depois do Big Bang.
"O Herschel encontrou um estranho exemplo de uma galáxia abarrotada de estrelas em um período cósmico no qual havia muito poucas como ela", comentou o especialista da ESA Göran Pilbratt.
Fonte: ESA
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