As erupções solares são associadas às tempestades magnéticas gerando explosões gigantescas no Sol que enviam energia, luz e partículas em todas as direções do espaço, cujo pico ocorre num ciclo de aproximadamente onze anos.
© SOHO (erupção solar)
Quando o Universo se formou a 13,8 bilhões de anos no evento que conhecemos como o Big Bang, existia a mesma quantidade de matéria e antimatéria. De alguma forma a matéria aniquilou a antimatéria ficando apenas uma porção de matéria, o suficiente para formar estrelas, planetas e as galáxias que formam o nosso Universo.
O estudo de fontes naturais de antimatéria, permitirá aos pesquisadores entender porque a matéria prevaleceu em relação à antimatéria nos primórdios do nosso Universo.
Os pósitrons são antipartículas de antimatéria. Os pósitrons possuem carga elétrica positiva (e+) e são antipartículas dos dos elétrons que possuem carga elétrica negativa (e-). Esta diferença de carga faz com que os pósitrons interajam de forma diferente com os campos eletromagnéticos, o que o professor Gregory Fleishman, do Instituto de Tecnologia de New Jersey e seus colegas russos do Instituto de Física Solar-Terrestre usaram para distinguí-los.
O processo das erupções solares são muito energéticas e a massa que é ejetada acelera as partículas a uma velocidade próxima da velocidade da luz, permitindo a criação desses pósitrons.
Usando os dados do SOHO e imagens de rádio de duas frequências diferentes obtidas pelo radioheliógrafo Nobeyama do Japão, a equipe russo-americana descobrirou que a luz foi polarizada em diferentes direções para baixas frequências, onde predomina a matéria ordinária, comparativamente às altas frequências, onde mais antimatéria é esperada.
Este tipo de antipartículas que são criadas nas erupções solares não é surpresa, mas esta é a primeira vez que os seus efeitos imediatos são detectados.
O estudo tem profundas implicações para a obtenção de um conhecimento valioso através da detecção remota de antipartículas relativistas pelo Sol e de outros objetos astrofísicos por meio de observações através de radiotelescópios.
A capacidade de detectar essas antipartículas numa fonte astrofísica promete melhorar a nossa compreensão da estrutura básica da matéria e dos processos de alta energia, tais como erupções solares, que oferece ser um laboratório natural para abordar a maioria dos mistérios fundamentais do Universo.
Estes resultados foram apresentados este mês na 44ª reunião da Divisão de Física Solar da Sociedade Americana de Astronomia, em Bozeman, Montana.
Fonte: Sci-News
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