Um planeta localizado fora do Sistema Solar, a 700 anos-luz da Terra, na constelação do Cisne, não tem apenas o tamanho parecido com o nosso, mas também a massa e a densidade, com um núcleo de ferro e o interior rochoso.
© Jasiek Krzysztofiak (ilustração da superfície do exoplaneta)
As novas medições sugerem que o Kepler-78b é o menor exoplaneta do Universo a ter sua massa e seu raio conhecidos com precisão. Ele orbita uma estrela semelhante ao Sol chamada Kepler 78, mas está bem mais perto dela do que nós do Sol.
Para determinar a massa exata do Kepler-78b, dois grupos independentes de astrônomos (um liderado pelo Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí, nos EUA, e outro pela Universidade de Genebra, na Suíça) mediram "oscilações" na luz da estrela hospedeira enquanto o planeta circulava em volta dela. Um grupo chegou à conclusão de que a massa desse planeta é 1,69 vez da massa da Terra, e o outro grupo calculou 1,86 vez, usando uma escala similar.
Esse corpo é, portanto, cerca de 20% maior que a Terra, com um diâmetro de 14,8 mil quilômetros. Já a densidade analisada variou de 5,3 a 5,57 gramas por centímetro cúbico, respectivamente, o que indica uma composição rochosa parecida com a do nosso planeta.
Apesar de ser muito semelhante à Terra, o Kepler-78b está próximo demais de sua estrela principal, razão pela qual ele tem seu período orbital muito curto, uma volta completa em torno do astro dura apenas 8,5 horas, e temperaturas altíssimas (2.300 a 3.100 Kelvin).
Embora hoje se acredite que não haja nenhuma possibilidade de vida na superfície desse planeta, ele "constitui um sinal animador para a busca de mundos habitáveis fora do nosso Sistema Solar", disse o astrônomo Drake Deming, da Universidade de Maryland, nos EUA.
Segundo Deming, a existência desse planeta hostil tem pelo menos o mérito de mostrar que planetas extrassolares com uma constituição semelhante à da Terra não são um fato extraordinário na Via Láctea, e que é possível encontrar outros com critérios compatíveis com alguma forma de vida.
Além das Universidades do Havaí e de Genebra, participaram das pesquisas cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Universidade da Califórnia, em Berkeley e em Santa Cruz, e da Universidade Yale, todas nos EUA.
Fonte: Nature
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