O Grande Atrator é uma concentração de massa difusa que puxa a Via Láctea e milhões de outras galáxias em sua direção.
© ESA/Planck/DSS (superaglomerado Shapley)
O massivo superaglomerado Shapley mostrado acima possui mais de 8.000 galáxias e com uma massa total de mais de dez quatrilhões de vezes a massa do Sol. É a estrutura mais maciça dentro de uma distância de cerca de um bilhão de anos-luz da Via Láctea. As maiores bolhas rosadas em raios X, vistas na imagem, identificam os dois aglomerados de galáxias Abell 3558 (à direita) e Abell 3562 (à esquerda), bem como um par de grupos menores entre eles.
O Grande Atrator é uma anomalia gravitacional no espaço intergaláctico dentro do alcance do superaglomerado Centaurus que revela a existência de uma concentração localizada de massa equivalente a dezenas de milhares de massas da Via Láctea, observável por seus efeitos no movimento das galáxias e seus aglomerados associados. Todas essas galáxias apresentam um desvio para o vermelho, em conformidade com o fluxo de Hubble, indicando que elas estão se afastando de nós e umas das outras. As variações em seus desvios para o vermelho possuem velocidades de aproximadamente +700 km/s a −700 km/s, dependendo do desvio angular da direção em relação ao Grande Atrator.
Os primeiros indícios de uma discrepância na expansão uniforme do Universo vieram à tona em 1973, e novamente em 1978. A localização do Grande Atrator foi finalmente determinada em 1986, descobriu-se que ele se situa a uma distância de 47 a 79 Mpc (Megaparsec), equivalendo de 150 a 250 milhões de anos-luz da Via Láctea. Observações em raios X revelaram que essa região do espaço é dominada pelo aglomerado do Esquadro (Aglomerado de Norma, ACO 3627 ou Abell 3627), um aglomerado maciço de galáxias, localizado a cerca de 220 milhões de anos-luz, com predominância de galáxias antigas de grande porte, muitas das quais em rotas de colisão umas com as outras, que estão irradiando intensamente em ondas de radio.
Em 2005, astrônomos conduziram um recenceamento em raios X de uma porção do céu, num estudo conhecido como projeto Clusters in the Zone of Avoidance (CIZA), e concluíram que o Grande Atrator possuía de fato apenas um décimo da massa estimada originalmente. O levantamento também confirmou as antigas teorias de que a Via Láctea vem sendo atraída em direção a um aglomerado de galáxias muito mais massivo próximo ao superaglomerado de Shapley, que se localiza além do Grande Atrator.
O gás quente que permeia os aglomerados de galáxias brilha em raios X, mas também é visível em comprimentos de onda de microondas, que o observatório Planck vê como uma assinatura distinta na radiação cósmica de fundo do brilho do Big Bang, denomidado efeito Sunyaev–Zel’dovich. O Planck já viu mais de 1.000 grupos de galáxias, incluindo vários superaglomerados e pares de grupos que interagem.
Veja uma imagem da região do Grande Atrator captada pelo telescópio espacial Hubble, acessando a notícia veiculada neste blog.
Portanto, estamos sendo puxados para o Grande Atrator, enquanto a gravidade molda o caminho que nós viajamos.
Fonte: Cosmo Novas
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