Em vez de mostrarem objetos espetaculares, algumas das imagens mais surpreendentes do Universo focam-se no vazio.
© ESO (LDN1774)
Esta nova imagem mostra no seu centro tentáculos escuros serpenteando para o exterior de um buraco vazio e escuro do espaço, e particularmente proeminente contra o resto da imagem que se apresenta densa de estrelas brilhantes amarelas e vermelhas.
Na realidade não se trata de um buraco no cosmos nem de um espaço vazio no céu. As regiões escuras são constituídas por poeira espessa e opaca que se encontra entre nós e o campo de estrelas por trás. Esta poeira obscurante faz parte de uma nuvem molecular escura, um objeto que consiste em regiões frias e densas onde enormes quantidades de poeira e gás molecular se misturam e bloqueiam a radiação visível emitida por estrelas mais distantes.
Ainda não é completamente claro como é que estas nuvens se formam, mas pensa-se que sejam as fases muito iniciais da formação estelar; no futuro, a nuvem que se vê na imagem pode perfeitamente colapsar sobre si própria e dar origem a um novo sistema estelar.
Embora a nuvem nesta imagem seja uma residente relativamente anônima do Universo próximo, catalogada como LDN1774, um dos exemplos mais famosos de nuvens moleculares é a muito semelhante Barnard 68, que se encontra a cerca de 500 anos-luz de distância. Barnard 68 foi já extensivamente observada pelos telescópios do ESO, tanto no visível como no infravermelho. Nestas diferentes imagens, é possível espreitar para além da poeira cósmica escura usando radiação infravermelha, mas observações no visível tais como as mostradas nesta imagem do VLT não enxergam além desta cortina de poeira.
Esta imagem foi obtida pelo Wide Field Imager, um instrumento montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros em La Silla, no Chile.
Fonte: ESO
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