sábado, 6 de novembro de 2021

Sinais de água são detectados numa galáxia muito distante

De acordo com novas observações do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), foi detectada água na galáxia mais massiva do Universo primitivo.

© NRAO (poeira e linhas moleculares em galáxias)

Os cientistas que estudavam SPT0311-58 descobriram água, juntamente com monóxido de carbono na galáxia, que está localizada a cerca de 12,88 bilhões de anos-luz da Terra. 

A detecção destas duas moléculas em abundância sugere que o Universo molecular já era "forte" pouco depois dos elementos terem sido forjados nas estrelas primitivas. A nova pesquisa compreende o estudo mais detalhado, até ao momento, do conteúdo de gás molecular de uma galáxia no início do Universo, situada na época da Reionização, e a detecção mais distante de água numa galáxia normal com formação estelar. Esta época situa-se num momento em que o Universo tinha apenas 780 milhões de anos, cerca de 5% da sua idade atual, e em que as primeiras estrelas e galáxias estavam nascendo.

Os cientistas pensam que as duas galáxias podem estar se fundindo e que a sua intensa formação estelar não só consome gás, o combustível da formação estelar, mas que também poderá eventualmente evoluir o par para galáxias elípticas massivas como aquelas vistas no Universo Local. 

A água, em particular, é a terceira molécula mais abundante no Universo depois do hidrogênio molecular e do monóxido de carbono. Estudos anteriores de galáxias no Universo local e no Universo primitivo correlacionaram a emissão de água e a emissão infravermelha da poeira. A poeira absorve a radiação ultravioleta das estrelas na galáxia e reemite-a na forma de fótons infravermelhos. Isto excita ainda mais as moléculas de água, dando origem à emissão de água que os cientistas conseguem observar.

Esta correlação podia ser usada para desenvolver a água como um rastreador da formação estelar, que podia então ser aplicado às galáxias numa escala cosmológica. O estudo das primeiras galáxias formadas no Universo ajuda os cientistas a entender melhor o nascimento, crescimento e evolução do Universo e de tudo nele, incluindo o Sistema Solar e a Terra.

As primeiras galáxias estão formando estrelas a um ritmo milhares de vezes maior do que o da Via Láctea. O estudo do conteúdo de gás e poeira destas primeiras galáxias informa sobre as suas propriedades, como quantas estrelas estão sendo formadas, o ritmo em que o gás é convertido em estrelas, como as galáxias interagem umas com as outras e com o meio interestelar.

Este estudo não só fornece respostas sobre onde e a que distância a água pode existir no Universo, mas também deu origem a uma grande questão: como é que tanto gás e poeira se juntaram para formar estrelas e galáxias tão cedo no Universo? A resposta requer um estudo mais aprofundado destas e de outras galáxias formadoras de estrelas semelhantes a fim de obter uma melhor compreensão da formação e evolução estrutural do Universo primitivo.

Um artigo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal.

Fonte: National Radio Astronomy Observatory

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