sábado, 26 de abril de 2025

Lucy fotografa o asteroide Donaldjohanson

No seu segundo encontro com um asteroide, a sonda espacial Lucy da NASA conseguiu observar de perto um fragmento de um asteroide com um aspecto único, formado há cerca de 150 milhões de anos.

© NASA / Lucy (asteroide Donaldjohanson)

O asteroide Donaldjohanson visto pelo instrumento L'LORRI (Long-Range Reconnaissance Imager) da sonda Lucy durante o seu sobrevoo. Este pequeno vídeo mostra imagens captadas aproximadamente a cada 2 segundos, quando a sonda espacial começou a transmitir imagens que foram recolhidas do asteroide Donaldjohanson no passado dia 20 de abril. O asteroide gira muito lentamente; a sua rotação aparente aqui deve-se ao movimento da nave espacial enquanto passa por Donaldjohanson a uma distância de 1.600 a 1.100 km. A maior aproximação foi 960 km, mas as imagens aqui mostradas foram obtidas cerca de 40 segundos antes, as mais próximas a uma distância de 1.100 km.

O asteroide foi anteriormente observado como tendo grandes variações de brilho ao longo de um período de 10 dias, pelo que algumas das expectativas dos membros da equipe da Lucy foram confirmadas quando as primeiras imagens mostraram o que parecia ser um binário de contato alongado (um objeto formado quando dois corpos menores colidem). No entanto, a equipe ficou surpreendida com a forma estranha do pescoço estreito que liga os dois lóbulos, que se assemelha a dois cones de sorvete aninhados.

A partir de uma análise preliminar das primeiras imagens disponíveis obtidas pelo instrumento L'LORRI da nave espacial, o asteroide parece ser maior do que o inicialmente estimado, com cerca de 8 km de comprimento e 3,5 km de largura no ponto mais largo. Neste primeiro conjunto de imagens de alta resolução transmitidas pela sonda espacial, não é visível o asteroide por completo, uma vez que é maior do que o campo de visão da câmara. A equipa demorará mais alguns dias para receber os restantes dados do encontro; este conjunto de dados vai fornecer uma imagem mais completa da forma geral do asteroide.

Tal como o primeiro sobrevoo da Lucy, por Dinkinesh, Donaldjohanson não é um alvo científico primário da missão. Como planejado, a passagem por Dinkinesh foi um teste dos sistemas da missão, enquanto que este sobrevoo foi um ensaio geral, no qual a equipe realizou uma série de observações densas para maximizar o recolhimento de dados. Os dados recolhidos pelos outros instrumentos científicos da Lucy, a câmara a cores e o espectrômetro infravermelho, chamado L'Ralph, e o espectrômetro térmico, chamado L'TES (Thermal Emission Spectrometer), serão recebidos e analisados nas próximas semanas.

A sonda Lucy passará a maior parte do que resta de 2025 viajando pelo cinturão principal de asteroides. Irá encontrar o primeiro alvo principal da missão, o asteroide troiano de Júpiter Euríbates, em agosto de 2027. O potencial para realmente abrir uma nova janela para a história do nosso Sistema Solar quando a Lucy chegar aos asteroides troianos é imenso.

Fonte: NASA

Descoberto um exoplaneta que está se desintegrando rapidamente

Astrônomos do MIT (Massachusetts Institute of Technology) descobriram um planeta a cerca de 140 anos-luz da Terra que está se desfazendo rapidamente em pedaços.

© MIT (planeta em desintegração orbita uma estrela gigante)

O mundo em desintegração tem aproximadamente a massa de Mercúrio, embora orbite cerca de 20 vezes mais perto da sua estrela do que Mercúrio do Sol, completando uma revolução a cada 30,5 horas. 

A uma tal proximidade da sua estrela, o planeta está provavelmente coberto de magma que é perdido para o espaço. À medida que o planeta gira em torno da sua estrela, está liberando uma enorme quantidade de minerais da superfície e efetivamente se evaporando. 

Os astrônomos detectaram o planeta usando o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA, uma missão liderada pelo MIT que monitora as estrelas mais próximas em busca de trânsitos, ou quedas periódicas no brilho estelar que podem ser sinais de exoplanetas em órbita. O sinal que chamou a atenção dos astrônomos foi um trânsito peculiar, com um mergulho que variava em profundidade em cada órbita. 

Os cientistas confirmaram que o sinal é de um planeta rochoso em órbita íntima que é seguido por uma longa cauda de detritos, semelhante à de um cometa. A dimensão da cauda é gigantesca, estendendo-se a mais de 14 milhões de quilômetros, ou seja, cerca de metade da órbita completa do planeta. Parece que o planeta está se desintegrando a um ritmo dramático, liberando uma quantidade de material equivalente a um Monte Everest de cada vez que orbita a sua estrela. A este ritmo, dada a sua pequena massa, os pesquisadores preveem que o planeta se possa desintegrar completamente daqui a cerca de 1 milhão a 2 milhões de anos.

O novo exoplaneta, denominado BD+05 4868 Ab, foi detectado quase por acaso. Os astrônomos não estavam à procura deste tipo de planeta, eles estavam fazendo a típica verificação de planetas e foi detectado esta breve queda na curva de luz, que se repete regularmente, indicando que um corpo compacto, como um planeta, está passando brevemente à frente da luz da sua estrela hospedeira, bloqueando-a temporariamente. 

Este padrão típico é diferente do que foi observado na estrela hospedeira BD+05 4868 A, localizada na constelação de Pégaso. Embora aparecesse um trânsito a cada 30,5 horas, o brilho demorava muito mais tempo para voltar ao normal, sugerindo uma longa estrutura que continuava bloqueando a luz estelar. Ainda mais intrigante é o fato da profundidade da queda mudar a cada órbita, sugerindo que o que quer que estivesse passando à frente da estrela não tinha sempre a mesma forma nem bloqueava a mesma quantidade de luz.

A forma do trânsito é típica de um cometa com uma cauda longa. Exceto que é improvável que esta cauda contenha gases voláteis e gelo, como se espera de um cometa típico, estes não sobreviveriam muito tempo a uma proximidade tão grande da estrela hospedeira. No entanto, os minerais evaporados da superfície planetária podem permanecer o tempo suficiente para apresentar uma cauda tão distinta. 

Dada a proximidade à sua estrela, estima-se que o planeta esteja sendo aquecido a cerca de 1.600º C. À medida que a estrela "assa" o planeta, quaisquer minerais na sua superfície estão provavelmente fervendo e escapando para o espaço, onde arrefecem numa longa e poeirenta cauda. O dramático declínio deste planeta é uma consequência da sua baixa massa, que está entre a de Mercúrio e a da Lua. Planetas terrestres mais massivos, como a Terra, têm uma atração gravitacional mais forte e, por isso, conseguem manter as suas atmosferas. No caso de BD+05 4868 Ab, os pesquisadores suspeitam que há muito pouca gravidade para manter o planeta unido. 

Este é um objeto muito pequeno, com uma gravidade muito fraca, por isso perde facilmente muita massa, o que enfraquece ainda mais a sua gravidade, perdendo ainda mais massa. É um processo descontrolado e só está piorando cada vez mais para o planeta. Dos quase 6.000 exoplanetas descobertos até agora, os cientistas conhecem apenas três outros em desintegração localizados além do nosso Sistema Solar. Cada um destes mundos em ruínas foi detectado há mais de 10 anos, utilizando dados do telescópio espacial Kepler da NASA.

Todos os três exoplanetas foram detectados com caudas semelhantes a cometas. BD+05 4868 Ab tem a cauda mais longa e os trânsitos mais profundos dos quatro planetas em desintegração conhecidos até agora. Isso implica que a sua evaporação é a mais catastrófica e que vai desaparecer muito mais depressa do que os outros planetas. A estrela que acolhe o planeta está relativamente perto e, por isso, é mais brilhante do que as estrelas que hospedam os outros três exoplanetas em desintegração, o que torna este sistema ideal para observações posteriores com o telescópio espacial James Webb, que pode ajudar a determinar a composição mineral da cauda de poeira, identificando as cores de luz infravermelha que absorve. 

Um artigo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: Massachusetts Institute of Technology

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Um aglomerado estelar brilha novamente

Como parte das comemorações do 35º aniversário do Hubble, uma nova série de imagens foi compartilhada ao longo de abril para revisitar os impressionantes alvos do Hubble que foram divulgados anteriormente.

© Hubble (M72 fotografado atualmente)

Novas imagens da NGC 346, da Galáxia do Sombrero e da Nebulosa da Águia já foram publicadas. Agora, a ESA (European Space Agency) mostra nova imagem do telescópio espacial Hubble que está revisitando o aglomerado estelar Messier 72 (M72) com novos dados e técnicas de processamento de imagens realizados em 21 de abril deste ano.

O aglomerado estelar M72 é um alvo particularmente especial porque foi a primeira imagem publicada na série Imagem da Semana da ESA referente ao telescópio espacial Hublle, em 22 de abril de 2010.

© Hubble (M72 fotografado em 2010)

Há quinze anos, a equipe da ESA publica uma nova imagem do Hubble todas as segundas-feiras para o deleite de todos. Isso resultou na adição de quase 800 imagens ao vasto arquivo de imagens do Hubble ao longo dos anos. 

O aglomerado estelar M72 é um conjunto de estrelas, formalmente conhecido como aglomerado globular, localizado na constelação de Aquário, a aproximadamente 50.000 anos-luz da Terra. 

A intensa atração gravitacional entre as estrelas compactadas confere aos aglomerados globulares sua forma esférica regular. Cerca de 150 aglomerados como este foram descobertos na Via Láctea. 

A impressionante variedade de cores das estrelas nesta imagem de M72, particularmente em comparação com a imagem original, resulta da adição de observações em ultravioleta aos dados anteriores em luz visível. As cores indicam grupos de diferentes tipos de estrelas. Estrelas azuis são aquelas no aglomerado que eram originalmente mais massivas e agora atingiram temperaturas mais altas após queimarem grande parte de seu combustível de hidrogênio; os objetos vermelhos brilhantes são estrelas de menor massa que agora se tornaram gigantes vermelhas. 

O estudo desses diferentes grupos ajuda os astrônomos a entender como os aglomerados globulares e as galáxias em que eles nasceram se formaram inicialmente. Pierre Méchain, astrônomo francês e colega de Charles Messier, descobriu M72 em 1780. Foi o primeiro dos cinco aglomerados estelares que Méchain descobriria enquanto auxiliava Messier. Foi registrado como a 72ª entrada na famosa coleção de objetos astronômicos de Messier, e o objeto também é um dos aglomerados mais remotos do catálogo. 

A equipe de divulgação científica da ESA convida o público, bem como todos os cientistas que tiveram (ou terão) tempo de observação aprovado pelo Hubble, a entrarem em contato se acharem que possuem dados de imagens esteticamente atraentes, mas visualmente informativos, que possam ser apresentados nesta série!

Fonte: ESA

A gêmea mais distante da Via Láctea

Uma equipe internacional liderada pela Universidade de Genebra descobriu a candidata a galáxia espiral mais distante conhecida até à data.

© JWST (galáxia Zhúlóng)

Este sistema ultramassivo existiu apenas um bilhão de anos após o Big Bang e já apresenta uma estrutura notavelmente madura, com um bojo central antigo, um grande disco de formação estelar e braços espirais bem definidos. 

A descoberta foi feita com dados do telescópio espacial James Webb (JWST) e fornece uma perspectiva importante sobre o modo como as galáxias se podem formar e evoluir tão rapidamente no Universo primitivo. 

Espera-se que grandes galáxias espirais como a Via Láctea demorem alguns bilhões de anos para se formar. Durante os primeiros bilhões de anos da história cósmica, pensa-se que as galáxias eram pequenas, caóticas e de forma irregular. No entanto, o telescópio Webb está começando a revelar uma imagem muito diferente. As suas imagens profundas no infravermelho estão mostrando galáxias surpreendentemente massivas e bem estruturadas em épocas muito anteriores ao que se esperava previamente, evidenciando a necessidade de reavaliar como e quando as galáxias tomam forma no Universo primitivo. 

Entre estas novas descobertas encontra-se Zhúlóng, a candidata a galáxia espiral mais distante identificada até o momento, observada num desvio para o vermelho de 5,2. Apesar do período inicial de um bilhão de anos após o Big Bang, a galáxia exibe uma estrutura surpreendentemente madura: um bojo central antigo, um grande disco de formação estelar e braços espirais,- características tipicamente observadas em galáxias próximas.

A galáxia Zhúlóng, que significa "Dragão Flamejante" na mitologia chinesa, que é um poderoso dragão solar vermelho que cria o dia e a noite abrindo e fechando os olhos, simbolizando a luz e o tempo cósmico. O que faz com que Zhúlóng se destaque é o quanto se assemelha à Via Láctea em forma, tamanho e massa estelar. O seu disco estende-se por mais de 60.000 anos-luz, comparável à nossa Galáxia, e contém mais de 100 bilhões de massas solares de estrelas. Isto torna-a um dos análogos mais atraentes da Via Láctea alguma vez encontrados numa época tão precoce, levantando novas questões sobre o modo como galáxias espirais massivas e bem ordenadas se poderiam formar tão cedo após o Big Bang. 

Zhúlóng foi descoberta em imagens profundas do levantamento PANORAMIC do telescópio Webb, um programa extragaláctico de grande extensão. O PANORAMIC explora o modo único de "paralelo puro" do telescópio, uma estratégia eficiente para obter imagens de alta qualidade enquanto o instrumento principal do Webb está recolhendo dados sobre outro alvo. Isto permite ao Webb mapear grandes áreas do céu, o que é essencial para descobrir galáxias massivas, uma vez que são incrivelmente raras. 

Anteriormente, pensava-se que as estruturas em espiral demoravam bilhões de anos para desenvolver-se, e esperava-se que as galáxias massivas existissem só até muito mais tarde no Universo, porque tipicamente se formam depois de galáxias menores se terem fundido ao longo do tempo. 

As futuras observações do Webb e do ALMA (Atacama Large Millimeter Array) ajudarão a confirmar as suas propriedades e a revelar mais sobre a sua história de formação.

Um artigo foi publicado no periódico Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Université de Genève

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Indícios de atividade biológica fora do Sistema Solar

Astrônomos detectaram os sinais mais promissores até agora de uma possível bioassinatura fora do Sistema Solar, embora permaneçam cautelosos.

© A. Smith / N. Mandhusudhan (K2-18b e sua anã vermelha)

Usando dados do telescópio espacial James Webb (JWST) foram detectadas assinaturas químicas de dimetilsulfeto (DMS) e/ou dimetildissulfeto (DMDS) na atmosfera do exoplaneta K2-18b, que orbita sua estrela na zona habitável. 

Na Terra, DMS e DMDS são produzidos apenas por vida, principalmente microbiana, como o fitoplâncton marinho. Embora um processo químico desconhecido possa ser a fonte dessas moléculas na atmosfera de K2-18b, os resultados são a evidência mais forte até agora de que pode existir vida num planeta fora do nosso Sistema Solar. 

As observações atingiram o nível de significância estatística "três sigma", o que significa que há uma probabilidade de 0,3% de que tenham ocorrido por acaso. Para atingir a classificação aceita para descoberta científica, as observações teriam que ultrapassar o limiar de cinco sigma, o que significa que haveria menos de 0,00006% de probabilidade de terem ocorrido por acaso. 

O exoplaneta K2-18b tem 8,6 vezes a massa e 2,6 vezes o tamanho da Terra, e fica a 124 anos-luz de distância na constelação de Leão. Observações anteriores do K2-18b identificaram metano e dióxido de carbono em sua atmosfera. Esta foi a primeira vez que moléculas à base de carbono foram descobertas na atmosfera de um exoplaneta na zona habitável. Esses resultados foram consistentes com as previsões para um planeta "Hiciano": um mundo habitável coberto por oceano sob uma atmosfera rica em hidrogênio.

DMS e DMDS são moléculas da mesma família química e prevê-se que ambas sejam bioassinaturas. Ambas as moléculas apresentam características espectrais sobrepostas na faixa de comprimento de onda observada, embora observações adicionais ajudem a diferenciá-las. No entanto, as concentrações de DMS e DMDS na atmosfera de K2-18b são muito diferentes das da Terra, onde geralmente estão abaixo de uma parte por bilhão em volume. Em K2-18b, estima-se que sejam milhares de vezes mais fortes – mais de dez partes por milhão.

Embora ainda não seja uma descoberta definitiva, com ferramentas poderosas como o JWST e futuros telescópios, a humanidade está dando novos passos em direção à descobertas de vida fora da Terra.

Veja mais informações em notícia publicada anteriormente em Grande exoplaneta pode ter as condições ideais para a vida.

Um artigo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: University of Cambridge

Descoberto exoplaneta em órbita perpendicular ao redor de duas estrelas

Os astrônomos descobriram um planeta que orbita num ângulo de 90º em torno de um par de estrelas peculiares.

© ESO (exoplaneta em órbita perpendicular ao redor de estrelas anãs marrons)

É a primeira vez que temos fortes indícios de um destes “planetas polares” orbitando um par de estrelas. A descoberta surpreendente foi feita com o auxílio do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Nos últimos anos, foram descobertos vários planetas orbitando duas estrelas em simultâneo, tal e qual como Tatooine, um dos planetas fictícios da série de filmes de ficção científica Star Wars. 

Estes planetas ocupam normalmente órbitas que se alinham aproximadamente com o plano em que as suas estrelas hospedeiras orbitam em torno uma da outra. No entanto, haviam indícios anteriores de que poderiam existir planetas em órbitas perpendiculares, ou polares, em torno de estrelas binárias: em teoria, estas órbitas são estáveis e foram detectados discos de formação planetária em órbitas polares em torno de pares de estrelas. Mas, e até agora, não tínhamos provas claras de que estes planetas polares existissem de fato.

O exoplaneta, denominado 2M1510 (AB) b, orbita um binário de anãs marrons jovens, objetos maiores que planetas gigantes gasosos mas demasiado pequenos para serem estrelas propriamente ditas. As duas anãs marrons eclipsam-se uma à outra quando observadas a partir da Terra, constituindo um binário eclipsante. Este sistema é bastante raro: para além de ser apenas o segundo par de anãs marrons eclipsantes conhecido até à data, foi descoberto agora que acolhe também o primeiro exoplaneta jamais encontrado numa trajetória perpendicular à órbita das suas duas estrelas hospedeiras.

A equipe encontrou este planeta quando refinava os parâmetros orbitais e físicos das duas anãs marrons a partir de observações realizadas com o instrumento UVES (Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph) montado no VLT do ESO, no Observatório do Paranal, no Chile. Este par de anãs marrons, conhecido por 2M1510, foi detectado pela primeira vez em 2018 com a instalação SPECULOOS (Search for habitable Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars). 

Os astrônomos observaram a trajetória orbital das duas estrelas do 2M1510 sendo empurrada e puxada de forma incomum, o que os levou a inferir a existência de um exoplaneta com este estranho ângulo orbital. Além desta duas anãs marrons, o sitsema possui uma terceira estrela que está demasiado longe para causar perturbações orbitais.

Este trabalho foi publicado no artigo intitulado “Evidence for a polar circumbinary exoplanet orbiting a pair of eclipsing brown dwarfs” na revista da especialidade Science Advances.

Fonte: ESO