Uma teoria alternativa à matéria escura foi descartada depois que astrônomos da NASA recalcularam a taxa de expansão do Universo com precisão sem precedentes usando o Telescópio Hubble da NASA.
© Robert Gendler (galáxia M101)
As novas medições têm margem de erro de apenas 3,3%, enquanto as anteriores, efetuadas em 2009, eram de até 30%. O valor da taxa de expansão do Universo é de 73,8 km/s por megaparsec (3,26 milhões de anos-luz).
Há tempos os cientistas tentam explicar a expansão do Universo a taxas crescentes. Uma das teorias, a da matéria escura, explica que existe um tipo de matéria que não pode ser detectada, mas que tem efeito oposto ao da gravidade. Acredita-se que ela forme cerca de um quarto do Universo.
A hipótese concorrente, descartada após este último estudo, postulava que uma "bolha" enorme de espaço relativamente vazio de oito bilhões de anos-luz rodeia nossa vizinhança galáctica. Se vivêssemos perto do centro desse vácuo, observações de galáxias sendo empurradas para fora a velocidades crescentes seriam uma ilusão.
Adam Riess, que liderou o estudo, conseguiu descartar essa última hipótese usando as observações do Hubble para uma melhor caracterização do comportamento da matéria escura. Os dados ajudaram a determinar um número muito mais preciso para a taxa de expansão do Universo, o que ajudará os astrônomos a determinar questões como o formato do Universo.
"Estamos usando a nova câmera instalada no Hubble como um radar de trânsito para pegar o Universo ultrapassando a velocidade permitida. Parece que é a matéria escura que está apertando o acelerador", afirmou Riess em nota divulgada pela NASA.
Para a pesquisa, inicialmente a equipe teve que determinar com precisão as distâncias de galáxias próximas e distantes da Terra. Então, foi comparada essas distâncias com a velocidade a que as galáxias estão aparentemente diminuindo devido à expansão do Universo. Eles usaram esses dois valores para calcular a "constante de Hubble", número que relaciona a velocidade a que uma galáxia parece "diminuir" a sua distância da Via-Láctea.
Vale lembrar que os astrônomos não podem medir fisicamente a distância de uma galáxia até a Via-Láctea. Sendo assim, eles usam estrelas ou supernovas como pontos de referência confiáveis. Esses objetos têm um brilho intrínseco - seu brilho real, não diminuído pela distância, pela poeira ou pela atmosfera - e um brilho real, visto da Terra. Sua distância pode então ser medida de maneira confiável pela comparação desses dois brilhos.
Fonte: Astrophysical Journal