quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Luz vinda da escuridão

Esta nova imagem do ESO mostra uma nuvem escura, onde novas estrelas estão se formando, e um aglomerado de estrelas brilhantes que já saiu da sua maternidade estelar empoeirada.

nuvem escura Lupus 3

© ESO (nuvem escura Lupus 3)

A imagem foi obtida com o telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla, no Chile, e é uma das melhores imagens já obtidas no visível deste objeto pouco conhecido.

No lado esquerdo desta nova imagem vemos uma coluna escura que parece uma nuvem de fumaça. À direita, brilha um pequeno grupo de estrelas brilhantes. À primeira vista, estes dois objetos não podiam ser mais diferentes, mas a verdade é que se encontram ligados entre si. A nuvem contém enormes quantidades de poeira cósmica e é uma maternidade onde novas estrela estão nascendo. É provável que o Sol foi gerado numa região de formação estelar semelhante a esta, há mais de quatro bilhões de anos atrás.
A nuvem é conhecida como Lupus 3 e situa-se a cerca de 600 anos-luz de distância na constelação do Escorpião. A parte mostrada aqui tem uma dimensão de cerca de 5 anos-luz.
À medida que as regiões mais densas destas nuvens se contraem sob o efeito da gravidade, aquecem e começam a brilhar. No início esta radiação encontra-se bloqueada pelas nuvens de poeira, e podem ser observadas apenas com telescópios que captam radiação com comprimento de onda maior que a luz visível, como o infravermelho. No entanto, à medida que as estrelas se vão tornando mais quentes e mais brilhantes, a intensa radiação que emitem, assim como os ventos estelares, limpam as nuvens à sua volta, até que finalmente aparecem em toda a sua glória.
As estrelas brilhantes à direita da imagem são o exemplo perfeito de um pequeno grupo dessas estrelas quentes jovens. Parte de sua radiação azul brilhante é espalhada pelos restos de poeira que permanecem em seu redor. As duas estrelas mais brilhantes são suficientemente brilhantes para poderem ser observadas através de um telescópio pequeno ou de binóculos. São estrelas jovens que ainda não começaram a brilhar por ação da fusão nuclear nos seus centros e que se encontram ainda envolvidas em gás brilhante. São as chamadas estrelas Herbig Ae/Be, que levam o nome do astrônomo que as identificou inicialmente. "A" e "B" referem-se ao tipo espectral das estrelas, um pouco mais quentes que o Sol, e o "e" indica que elas apresentam linhas em emissão no seu espectro, devido à emissão do gás que as rodeia. Estas estrelas brilham ao converter energia potencial gravitacional em calor à medida que se contraem. Têm menos de um milhão de anos de idade.
Embora menos provável, à primeira vista, do que as estrelas azuis brilhantes, vários rastreios encontraram muitos outros objetos jovens nesta região, uma das maternidades estelares deste gênero mais próxima do Sol.
As regiões de formação estelar podem ser enormes, tais como a Nebulosa da Tarântula, onde centenas de estrelas de grande massa se estão a formar. No entanto, pensa-se que a maioria das estrelas da Via Láctea e de outras galáxias, se tenha formado em regiões muito mais modestas, como esta, onde apenas duas estrelas brilhantes são visíveis e não se formam estrelas de massa muito elevada. Por esta razão, a região Lupus 3 é, ao mesmo tempo, fascinante para os astrônomos e uma magnífica ilustração das fases iniciais da vida das estrelas.

Fonte: ESO

domingo, 13 de janeiro de 2013

Revelada a maior galáxia espiral

A espetacular galáxia espiral barrada NGC 6872 tem sido classificada entre os maiores sistemas estelares já conhecidos durante décadas.

composição da galáxia espiral barrada NGC 6872

© NASA (composição da galáxia espiral barrada NGC 6872)

Agora, uma equipe de astrônomos do Estados Unidos, do Chile e do Brasil premiaram essa galáxia como sendo a maior galáxia espiral já conhecida, com base em análise de dados de arquivos da missão GALEX (Galaxy Evolution Explorer) da NASA.

Medidas de ponta a ponta feitas pelos seus dois braços espirais gigantescos deram à NGC 6872 o exuberante tamanho de 522.000 anos-luz, fazendo dela uma galáxia cinco vezes maior que a nossa Via Láctea.

“Sem a habilidade do GALEX de detectar a luz ultravioleta das estrelas mais jovens e mais quentes, nós nunca teríamos reconhecido a extensão completa desse intrigante sistema”, disse o brasileiro Rafael Eufrasio, um assistente da pesquisa, no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md., que é aluno de doutorado na Catholic University of America em Washington, e apresentou suas descobertas esta semana no encontro da American Astronomical Society em Long Beach na Califórnia.

O tamanho incomum da galáxia e a sua aparência decorrem de sua interação com uma galáxia muito menor, chamada IC 4970 que tem somente um quinto da massa da NGC 6872. A estranha dupla está localizada a 212 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação Pavo (Pavão), uma constelação do hemisfério celestial sul.

Os astrônomos pensam que grandes galáxias, incluindo a nossa própria, cresceram através das fusões e das aquisições, ocorridas em bilhões de anos, onde elas absorveram numerosos sistemas menores. Curiosamente, a interação gravitacional da NGC 6872 com a IC 4970 pode ter feito o oposto, desovando o que poderia se desenvolver em uma nova galáxia menor.

“O braço nordeste da NGC 6872 é o mais perturbado e é ondulado com formação de estrelas, mas na sua parte terminal, visível somente na luz ultravioleta, existe um objeto que parece ser uma galáxia anã de interação semelhante àquelas vistas em outros sistemas de interação”, disse Duilia de Mello, professora de astronomia na Catholic University.

A candidata a galáxia anã é mais brilhante na luz ultravioleta do que em outras regiões da galáxia, um sinal de que existe um rico suprimento de estrelas jovens e quentes com menos de 200 milhões de anos.

Os pesquisadores estudaram a galáxia através do seu espectro usando dados de arquivos do VLT (Very Large Telescope) do ESO, do 2MASS (Two Micron All Sky Survey), do telescópio espacial Spitzer da NASA, bem como do GALEX.

simulação da colisão galáctica

© NASA (simulação da colisão galáctica)

Através da análise da distribuição da energia pelo comprimento de onda, a equipe descobriu um padrão distinto de idade estelar ao longo dos dois braços proeminentes da galáxia. As estrelas mais jovens aparecem na parte terminal do braço noroeste, dentro da candidata a galáxia anã de interação, e as idades estelares se tornam progressivamente maiores em direção ao centro da galáxia.

O braço sudoeste mostra o mesmo padrão, o que está provavelmente conectado com as ondas de formação estelar disparadas pelo encontro galáctico.

Um estudo de 2007 feito por Cathy Horellou do Onsala Space Observatory na Suécia e Baerbel Koribalski do Australia National Telescope Facility desenvolveu simulações computacionais da colisão que reproduziram a aparência geral do sistema como nós vemos hoje. De acordo com o ajuste mais próximo, a IC 4970 fez sua aproximação a 130 milhões de anos atrás e seguiu um caminho que a levou aproximadamente ao longo do plano do disco espiral na mesma direção da sua rotação. O estudo atual é consistente com essa imagem.

Como em todas as galáxias espirais barradas, a NGC 6872 contém uma componente de uma barra estelar que faz a transição entre os braços espirais e as regiões centrais da galáxia. Medindo aproximadamente 26.000 anos-luz em raio, ou algo em torno de duas vezes o comprimento médio encontrado em espirais barradas próximas, essa é uma barra que convém a uma galáxia gigante.

A equipe não descobriu nenhum sinal de recente formação estelar ao longo da barra, o que indica que ela se formou a no mínimo alguns bilhões de anos atrás. A idade de suas estrelas fornecem um registro fóssil da população estelar da galáxia antes de seu encontro com a IC 4970.

“Entender a estrutura e a dinâmica de sistemas de interação próximos, como esse nos leva a nos aproximarmos de colocarmos esses eventos no seu contexto cosmológico apropriado, pavimentando o caminho para decodificarmos o que nós encontramos em sistemas distantes mais novos”, disse Eli Dwek, um membro da equipe e astrofísico do Goddard Space Flight Center.

O estudo também incluiu Fernanda Urrutia-Viscarra e Claudia Mendes de Oliveira da Universidade de São Paulo no Brasil, e Dimitri Gadotti do ESO em Santiago do Chile.

Fonte: California Institute of Technology

sábado, 12 de janeiro de 2013

O maior aglomerado de galáxias do Universo

Astrônomos anunciaram ter observado a maior estrutura já vista no cosmos, um aglomerado de galáxias do Universo remoto que se estende por impressionantes quatro bilhões de anos-luz.

ilustração de um quasar

© R. G. Clowes/UCLan (ilustração de um quasar)

A vasta estrutura é conhecida como um grande grupo de quasares (Large Quasar Group - LQG, na sigla em inglês), em que os quasares, núcleos de galáxias antigas, alimentados por buracos negros supermaciços, se agrupam.

A descoberta no espaço profundo foi realizada por uma equipe chefiada por Roger Clowes, do Instituto Jeremiah Horrocks, da Universidade de Central Lancashire (UCLan), na Grã-Bretanha.

Percorrer o aglomerado de um lado a outro demandaria uma viagem espacial na velocidade da luz por quatro bilhões de anos.

Para se ter uma ideia de escala, a Via Láctea, nossa galáxia, é separada de sua vizinha mais próxima, a galáxia de Andrômeda, por dois milhões e meio de anos-luz.

"Embora seja difícil conceber a escala deste LQG, podemos dizer de forma quase definitiva que é a maior estrutura já vista em todo o Universo", afirmou Clowes em um comunicado de imprensa divulgado pela Real Sociedade Astronômica.

"É imensamente emocionante, ainda porque vai contra a nossa compreensão atual sobre a escala do Universo", destacou.

O diagrama a seguir mostra a corrente de círculos negros representando um grande grupo de quasares, como sendo a maior estrutura já observada.

diagrama com grande grupo de quasares

© R. G. Clowes/UCLan (diagrama com grande grupo de quasares)

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Galáxia pode ter 17 bilhões de 'Terras'

Até uma em cada seis estrelas pode abrigar em sua órbita um planeta do tamanho da Terra, segundo uma pesquisa divulgada nesta semana.

ilustração com diferentes tipos de planetas na Via Láctea

© AP (ilustração com diferentes tipos de planetas na Via Láctea)

Com base nesse dado, os autores da pesquisa afirmam que pode haver um total de 17 bilhões desses planetas em toda a galáxia. A pesquisa, divulgada no encontro semestral da Sociedade Astronômica Americana, na Califórnia, foi baseada em análises de possíveis planetas revelados pelo telescópio espacial Kepler.

A equipe responsável pelo Kepler também anunciou 461 novos candidatos a planetas, elevando a 2.740 o número total de planetas já identificados. Desde seu lançamento, em 2009, o telescópio Kepler vem observando uma parte fixa do céu, captando mais de 150 mil estrelas em seu campo de visão. Ele detecta a diminuta redução na luz que chega de uma estrela quando um planeta passa em frente a ele, efeito denominado de trânsito.

Mas essa é uma medida difícil de se fazer, com a luz total mudando apenas frações de porcentagem. Além disso, nem toda redução se deve a uma estrela.

O astrônomo François Fressin, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, que descobriu o primeiro planeta do tamanho da Terra, começou a tentar descobrir não somente quais candidatos detectados pelo Kepler podem não ser planetas, mas também quais planetas podem não ser visíveis ao Kepler. "Temos que corrigir duas coisas. Primeiro, a lista de candidatos do Kepler é incompleta. Nós somente vemos os planetas que estão em trânsito pelas suas estrelas hospedeiras, estrelas que por acaso têm um planeta que está bem alinhado para que nós o vejamos. Para cada um deles, há dezenas que não estão nessas condições. A segunda grande correção é na lista de candidatos, há alguns que não são planetas verdadeiros transitando sua estrela hospedeira, são outras configurações astrofísicas", disse Fressin. Isso pode incluir, por exemplo, estrelas binárias, nas quais uma estrela orbita outra, bloqueando parte da luz conforme as estrelas "transitam" umas às outras.

"Nós simulamos todas as possíveis configurações em que podíamos pensar, e descobrimos que elas poderiam representar apenas 9,5% dos planetas Kepler, e que todo o resto são planetas genuínos", explicou Fressin.

Os resultados sugerem que 17% das estrelas hospedam um planeta com tamanho até 25% superior ao da Terra, com órbitas fechadas que duram apenas 85 dias ou menos, semelhante ao do planeta Mercúrio. Isso significa que a galáxia abrigaria ao menos 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra.

O estudo divulgado por Fressin foi complementado pelos resultados de uma pesquisa do astrônomo Christopher Burke, do Seti Institute, que anunciou a descoberta de mais 461 candidatos a planetas.

Desse montante, uma fração substancial tem o tamanho da Terra ou não são muito maiores, planetas que até agora vinham sendo difíceis de serem detectados.

"O que é particularmente interessante é que quatro desses novos planetas, com menos de duas vezes o tamanho da Terra, estão potencialmente na zona habitável, a localização em torno de uma estrela onde poderia potencialmente haver água líquida para sustentar a vida", disse Burke.

Um dos quatro planetas, batizado de KOI 172.02, tem apenas uma vez e meia o diâmetro da Terra e orbita uma estrela semelhante ao Sol, no que seria a versão mais próxima já descoberta de uma "gêmea" da Terra.

"É muito animador, porque estamos realmente começando a aumentar a sensibilidade a essas coisas na zona habitável, estamos realmente só chegando à fronteira dos planetas que podem potencialmente ter vida", diz Burke.

"A coisa mais importante é a estatística, não encontramos somente uma Terra, mas cem Terras, que é o que veremos com o passar dos anos com a missão Kepler, porque ele foi desenvolvido para encontrar várias Terras", disse William Borucki, um dos líderes da missão do Kepler.

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os projéteis cósmicos de Órion

Projéteis cósmicos que são atirados nos arredores da Nebulosa de Órion a distâncias de 1.500 ano-luz aparecem de forma nítida e em detalhe nessa surpreendente imagem em infravermelho.

projéteis cósmicos de Órion

© Gemini (projéteis cósmicos de Órion)

Expelidos pela formação energética de estrelas massivas, os projéteis, relativamente densos são nuvens de gás quente com o tamanho aproximado de dez vezes o tamanho da órbita de Plutão, e que são representados em azul nessa imagem em cores falsas.

Brilhando com a luz dos átomos de ferro ionizados, eles viajam a velocidades de centenas de quilômetros por segundo, e suas trajetórias são traçadas por rastros amarelados do gás hidrogênio aquecido pelo choque da nebulosa. As formas cônicas possuem um comprimento equivalente a um quinto de anos-luz. A imagem detalhada reproduzida acima foi feita usando o telescópio Gemini Sul de 8,1 metros de diâmetro localizado no Chile com o novo sistema de óptica adaptativa chamado de GeMS (Gemini Multi-Conjugate Adaptive Optics System). Alcançando um campo maior de visão do que a geração anterior de óptica adaptativa utilizada, o GeMS usa cinco estrelas guias geradas por laser para ajudar a compensar o efeito de desfocagem da imagem produzido pela atmosfera do planeta Terra.

Fonte: NASA

Um amontoado de estrelas exóticas

Uma nova imagem infravermelha obtida pelo telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) do ESO mostra o aglomerado globular 47 Tucanae com um detalhe espectacular.

aglomerado estelar 47 Tucanae

© ESO (aglomerado estelar 47 Tucanae)

Este aglomerado contém milhões de estrelas, sendo que muitas das estrelas situadas no seu centro são exóticas, possuindo propriedades incomuns. Estudar objetos situados no interior de aglomerados como o 47 Tucanae pode ajudar-nos a compreender como é que estas estranhas “bolas” de estrelas se formam e interagem. Esta imagem é muito nítida e profunda devido ao tamanho, sensibilidade e localização do VISTA, o qual se encontra instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile.

Os aglomerados globulares são nuvens esféricas e imensas de estrelas velhas ligadas entre si pela gravidade. Encontram-se orbitando os núcleos das galáxias, tal como os satélites orbitam a Terra. Estes amontoados de estrelas contêm muito pouco gás e poeira; pensa-se que a maior parte deste material ou é lançado para fora do aglomerado através de ventos e explosões das estrelas, ou é arrancado pelo gás interestelar que interage com o aglomerado. O material restante coalesceu há bilhões de anos atrás, formando estrelas.

Estes aglomerados globulares são objetos que despertam o interesse dos astrônomos. O 47 Tucanae, também conhecido por NGC 104, é um aglomerado globular enorme e muito antigo, a cerca de 15 mil anos-luz de distância da Terra e que é conhecido por possuir muitas estrelas e sistemas estranhos e interessantes.

Situado na constelação austral do Tucano, o aglomerado 47 Tucanae orbita a nossa Via Láctea. Com cerca de 120 anos-luz de dimensão, é tão grande que, apesar da distância, nos aparece no céu tão grande como a Lua Cheia. Com um conteúdo de milhões de estrelas, é um dos aglomerados globulares mais brilhantes e de maior massa que se conhecem, podendo ser observado a olho nu. Existem cerca de 150 aglomerados globulares que orbitam a nossa Galáxia. O 47 Tucanae é o segundo de maior massa, depois de Omega Centauri.

No meio da enorme massa de estrelas situada no seu centro, encontramos sistemas intrigantes tais como fontes de raios X, estrelas variáveis, estrelas vampiras, estrelas inesperadamente brilhantes conhecidas como retardatárias azuis, e pequeníssimos objetos chamados pulsares de milissegundo, que são pequenas estrelas mortas que giram surpreendentemente depressa. Os pulsares de milissegundo são versões dos pulsares mais comuns que apresentam rotação incrivelmente rápida. São restos de estrelas em rotação, altamente magnetizados, que emitem surtos de radiação à medida que giram. Conhecem-se 23 pulsares de milissegundo em 47 Tucanae, mais do que em todos os outros aglomerados globulares, com exceção do Terzan 5.

Gigantes vermelhas, estrelas que já gastaram o combustível no seu centro e que aumentaram o seu tamanho, encontram-se espalhadas pela imagem do VISTA e são fáceis de detectar, brilhando com uma cor âmbar sobre um fundo de estrelas branco amarelado. O núcleo densamente populado contrasta com as regiões exteriores do aglomerado, mais esparsas. Como pano de fundo podemos ainda observar um grande número de estrelas da Pequena Nuvem de Magalhães.

Esta imagem foi obtida com o VISTA, no âmbito do rastreio da região das Nuvens de Magalhães, duas das galáxias mais próximas de nós. Embora o 47 Tucanae se encontre muito mais próximo da Terra do que as Nuvens, está por acaso situado em frente à Pequena Nuvem de Magalhães e foi por isso fotografado durante o rastreio.

O VISTA é o maior telescópio do mundo dedicado exclusivamente a mapear o céu. Situado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, este telescópio infravermelho, com o seu espelho enorme, grande campo de visão e detectores muito sensíveis, está fornecendo uma visão completamente diferente do céu austral. Usando uma combinação de imagens infravermelhas muito nítidas e observações feitas no visível, os astrônomos podem obter informações sobre o conteúdo e história de objetos como o 47 Tucanae com todo o detalhe.

Fonte: ESO

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Buracos negros são captados em galáxia espiral

O NuSTAR (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) da NASA, um telescópio que opera na frequência dos raios X, registrou o brilho intenso de dois buracos negros numa galáxia espiral.

galáxia espiral IC 342

© NASA/JPL-Caltech/DSS (galáxia espiral IC 342)

As novas imagens realizadas esta semana juntamente com uma visão da remanescente de supernova Cassiopeia A foram efetuadas pelo NuSTAR no encontro da American Astronomical Society em Long Beach, Califórnia.

“Essas novas imagens mostram porque o NuSTAR está nos dando uma visão sem precedentes do cosmos”, disse Lou Kaluzienski, cientista do programa NuSTAR na sede da NASA em Washington. “Com a grande sensibilidade do NuSTAR e a sua grande capacidade de imageamento, nós estamos recebendo uma grande quantidade de novas informações sobre uma grande variedade de fenômenos cósmicos na porção de alta energia do espectro eletromagnético”.

Lançado no mês de junho passado, o NuSTAR é o primeiro telescópio em órbita com a capacidade de concentrar a luz de raios X de alta energia. Pode-se ver objetos com detalhes consideravelmente maiores do que as missões anteriores que operaram no mesmo comprimento de onda.

A missão está analisando uma série de objetos extremos de alta energia, incluindo buracos negros próximos e distantes, e os núcleos incrivelmente densos de estrelas mortas. Além disso, o NuSTAR começou a pesquisar buracos negros na região interna da Via Láctea em galáxias distantes do Universo.

Entre os alvos do telescópio está a galáxia espiral IC342, também conhecida como Caldwell 5. Essa galáxia localiza-se a 7 milhões de anos-luz de distância na constelação de Camelopardalis (a Girafa). Observações anteriores de raios X da galáxia, feitas com o observatório Chandra da NASA revelaram a presença de dois buracos negros cegos, chamados de fontes de raios X ultraluminosas (do inglês, ULXs).

Como as ULXs podem brilhar de forma tão intensa ainda é um mistério para a astronomia. Embora esses buracos negros não sejam tão poderosos como os buracos negros supermassivos localizados nos corações das galáxias, eles são mais de 10 vezes mais brilhantes do que buracos negros de massas estelares salpicados entre as estrelas em nossa própria galáxia. Os astrônomos acreditam que as ULXs poderiam ser buracos negros intermediários mais comuns, sendo poucas milhares de vezes mais massivos que o Sol, ou buracos negros de massa estelar menor em um estado extraordinariamente brilhante. Uma terceira possibilidade é que esses buracos negros não se encaixem em nenhuma dessas categorias.

“Os raios-X de alta energia guardam a chave para desvendar o mistério que envolve esses objetos”, disse Fiona Harrison, principal pesquisador do NuSTAR no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Se eles são buracos negros massivos, ou se existe uma nova física na maneira como eles se alimentam, a resposta será de qualquer maneira fascinante”.

Na imagem, os dois pontos brilhantes, que aparecem entrelaçados nos braços da IC 342 são os buracos negros. A luz raio X de alta energia, foi traduzida em cores magenta, enquanto que a galáxia propriamente dita é mostrada na luz visível.

“Antes do NuSTAR, as imagens de raio X de alta energia dessa galáxia e os dois buracos negros eram tão confusos que eles pareciam como um pixel”, disse Harrison.

A segunda imagem mostra a bem conhecida, e histórica remanescente de supernova Cassiopeia A, localizada a aproximadamente 11.000 anos-luz de distância na constelação da Cassiopeia. A cor azul indica a luz raio X de mais alta energia vista pelo NuSTAR, enquanto que a luz verde e vermelha significa a extremidade inferior do intervalo de energia registrado pelo NuSTAR. A região em azul é onde a onda de choque da explosão da supernova está se chocando com o material ao seu redor, acelerando as partículas a uma velocidade próxima a da luz. Enquanto as partículas aceleram elas emitem um tipo de luz conhecida como radiação síncroton. O NuSTAR é capaz de determinar, pela primeira vez, quão energéticas essas partículas são, e resolver o mistério do que faz com que elas atinjam essas velocidades.

A Cassiopeia A  é um remanescente de supernova que possibilita o estudo de como as estrelas massivas explodem  e também fornece pistas da origem das partículas de alta energia, ou dos raios cósmicos, que são observados aqui na Terra. Com o NuSTAR, é possível estudar onde e como as partículas são aceleradas a essas energias ultra-relativísticas na parte remanescente deixada para trás depois de uma explosão de supernova.

Fonte: NASA

A grandeza de um buraco negro

O buraco negro no centro dessa galáxia é parte de uma pesquisa dos 18 maiores buracos negros do Universo.

PKS 0745 no óptico e raios X

© Chandra/Hubble (PKS 0745 no óptico e raios X)

Essa grande galáxia elíptica está no centro do aglomerado de galáxias conhecido como PKS 0745-19, que está localizado a aproximadamente 1,3 bilhões de anos-luz da Terra. Na imagem acima os dados de raios X obtidos pelo observatório Chandra, da NASA, são mostrados em roxo e os dados ópticos obtidos pelo telescópio espacial Hubble, da NASA e ESA, são mostrados em amarelo.

Os pesquisadores descobriram que esses buracos negros podem ser aproximadamente dez vezes mais massivos do que se pensava anteriormente, sendo que no mínimo dez deles são entre 10 e 40 bilhões de vezes mais massivos do que o Sol.

Todos os potenciais buracos negros ultramassivos descobertos nesse estudo localizam-se nas galáxias no centro de aglomerados de galáxias contendo imensas quantidades de gás quente. Esse gás quente produz a emissão difusa de raios X vista na imagem. Explosões alimentadas pelos buracos negros centrais criam cavidades no gás, evitando que eles esfrie e formando assim um grande número de estrelas. Para gerar as explosões, os buracos negros precisam absorver grandes quantidades de massa. Pelo fato dos maiores buracos negros poderem engolir grande parte da massa e alimentar as maiores explosões, nesse contexto os buracos negros ultramassivos já haviam sido previstos para explicar algumas das maiores explosões observadas.

Além dos dados de raios X do Chandra, o novo estudo usa dados de rádio do Karl G. Jansky Very Large Array (JVLA) e do Australia Telescope Comapct Array (ATCA) e dados em infravermelho  do projeto 2-Micron All-Sky Survey (2MASS).

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

As correntes de gás que formam planetas

Uma equipe internacional de astrônomos estudou a jovem estrela HD 142527, situada a mais de 450 anos-luz de distância, a qual se encontra rodeada por um disco de gás e poeira cósmica, os restos da nuvem a partir da qual a estrela se formou.

ilustração do disco e gás ao redor de estrela

© ESO (ilustração do disco e gás ao redor de estrela)

O disco poeirento encontra-se dividido numa parte interior e noutra exterior, divisão esta feita por um espaço, que se pensa ter sido esculpido por planetas gigantes gasosos recentemente formados que limpam as suas órbitas à medida que rodam em torno da estrela. O disco interior tem uma dimensão que vai desde a estrela até à distância equivalente à órbita de Saturno no nosso Sistema Solar, enquanto que o disco exterior começa só 14 vezes mais longe. Este último disco não circunda a estrela de forma uniforme; tem antes a forma de uma ferradura, provavelmente causada pelo efeito gravitacional dos planetas gigantes em órbita da estrela.
De acordo com a teoria, os planetas gigantes crescem à medida que capturam gás do disco exterior, em correntes que formam pontes que atravessam o espaço entre os discos.
“Os astrônomos têm vindo a prever a existência destas correntes, no entanto esta é a primeira vez que fomos capazes de as ver diretamente,” diz Simon Casassus (Universidad de Chile, Chile), que liderou o novo estudo. “Graças ao novo telescópio ALMA, pudemos obter observações diretas que comprovam as teorias atuais de formação de planetas!”
Casassus e a sua equipe usaram o ALMA para observar o gás e a poeira cósmica em torno da estrela, o que lhes permitiu ver com muito mais pormenor e muito mais perto da estrela, do que tinha sido possível até agora com telescópios do mesmo tipo. As observações ALMA, nos comprimentos de onda submilimétricos, são também imunes à radiação da estrela, que afeta os telescópios que trabalham no visível ou no infravermelho. O espaço no disco era já conhecido, mas a equipe descobriu também gás difuso que permanece neste espaço e duas correntes mais densas de gás que fluem do disco exterior, passando pelo espaço vazio, até ao disco interior.
“Pensamos que existe um planeta gigante escondido no interior do disco e que dá origem a estas correntes. Os planetas crescem ao capturar algum do gás do disco exterior: os restos de gás fluem para o disco interior, que se situa em torno da estrela” diz Sebastián Pérez, um membro da equipe, também da Universidade do Chile.
As observações respondem a outra questão sobre o disco em torno da HD 142527. Como a estrela central ainda está se formando, capturando material do disco interior, este disco deveria ter sido já todo devorado pela estrela, se não fosse de algum modo realimentado. A equipe descobriu que a taxa à qual os restos de gás fluem para o disco interior é precisamente a necessária para manter este disco com matéria suficiente para alimentar a estrela em crescimento.
Outra descoberta pioneira é a deteção do gás difuso no espaço entre discos. “Os astrônomos procuraram este gás durante muito tempo, mas até agora só tinham tido evidências indiretas da sua existência. Agora, com o ALMA, pudemos vê-lo diretamente,” explica Gerrit van der Plas, outro membro da equipe, da Universidade do Chile.

disco e fluxo de gás visto pelo ALMA

© ESO (disco e fluxo de gás visto pelo ALMA)

Este gás residual é uma evidência adicional de que as correntes são causadas por planetas gigantes, em vez de outros objetos ainda maiores como, por exemplo, uma estrela companheira. “Uma segunda estrela teria limpo muito melhor o espaço entre os discos, não deixando nenhum gás residual. Ao estudar a quantidade de gás que ainda resta, talvez possamos estimar as massas dos objetos que estão efetuando a limpeza.” acrescenta Pérez.
Então, e os planetas propriamente ditos? Casassus explica que não está surpreendido por não os ter conseguido detectar de forma direta. “Procuramos estes planetas com instrumentos infravermelhos de vanguarda instalados noutros telescópios. No entanto, pensamos que os planetas em formação ainda estão muito envolvidos pelas correntes de gás, que são praticamente opacas. É capaz de ser, por isso, extremamente difícil descobrir estes planetas de forma direta.”
Apesar disso, os astrònomos pretendem descobrir mais sobre estes planetas ao estudar as correntes de gás e o gás difuso. O telescópio ALMA ainda está em fase de construção, e por isso mesmo não atingiu ainda todas as suas capacidades. Quando estiver completo, a sua visão será ainda mais nítida e novas observações das correntes poderão permitir determinar as propriedades dos planetas, incluindo as suas massas.

O resultado da pesquisa foi publicado na revista Nature.

Fonte: ESO

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A lente gravitacional Cruz de Einstein

A maioria das galáxias possui um único núcleo. Então por que a galáxia mostrada acima possui quatro núcleos?

lente gravitacional Cruz de Einstein

© J. Rhoads (lente gravitacional Cruz de Einstein)

A estranha resposta leva os astrônomos a concluírem que o núcleo da galáxia ao redor não está sendo observado nessa imagem. A imagem semelhante a uma folha de trevo é na verdade a luz emitida de um quasar que está em segundo plano. O campo gravitacional da galáxia visível em primeiro plano quebra a luz do quasar distante em quatro imagens distintas. O quasar precisa estar alinhado bem atrás do centro da galáxia massiva para que um efeito de miragem como esse possa ficar assim tão evidente. O efeito geral é conhecido como lente gravitacional e esse caso específico é conhecido como a Cruz de Einstein. Mais estranho ainda é o fato das imagens da Cruz de Einstein ter seu brilho variável, sendo realçado ocasionalmente por um efeito adicional de uma microlente gravitacional, efeito esse gerado por estrelas específicas localizadas na galáxia em primeiro plano.

Fonte: NASA

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A galáxia espiral NGC 3627

A galáxia espiral NGC 3627 está localizada a aproximadamente 30 milhões de anos luz de distância da Terra.

galáxia espiral NGC 3627

© Chandra/Spitzer/Hubble (galáxia espiral NGC 3627)

Essa imagem acima na verdade é uma composição feita com dados de raios X do observatório Chandra (azul), com dados infravermelhos do telescópio espacial Spitzer (vermelho) e dados da luz visível obtidos pelo telescópio espacial Hubble e pelo Very Large Telescope (amarelo). O destaque da imagem mostra a região central, que contém uma brilhante fonte de raios X que é provavelmente alimentada pelo material que está caindo em direção a um buraco negro supermassivo.

Uma pesquisa usando dados de arquivo de observações anteriores feitas com o Chandra de uma amostra de 62 galáxias próximas tem mostrado que 37 dessas galáxias, incluindo a NGC 3627, contém fontes de raios X em seus centros. Muitas dessas fontes são provavelmente alimentadas por buracos negros supermassivos centrais. A pesquisa, também usou dados do Spitzer Infrared Nearby Galaxy Survey, e encontrou que sete das 37 fontes são candidatas a novos buracos negros supermassivos.

Confirmando os resultados prévios do Chandra, esse estudo descobriu que a fração de galáxias descobertas que hospedam buracos negros supermassivos é muito maior do que a fração encontrada em pesquisas ópticas. Isso mostra a habilidade das observações de raios X para encontrar buracos negros em galáxias onde exista um nível relativamente baixo de atividade do buraco negro, ou mesmo que tenham sido escondidos por material que o obscurece ou naqueles casos em que eles sejam sobrepostos pelo brilho na luz óptica da galáxia.

Fonte: NASA

Não confie em seus olhos

O Universo adora enganar nossos olhos, dando a impressão que objetos celestes estão localizados à mesma distância da Terra.

galáxias NGC 5011B e NGC 5011C

© Hubble (galáxias NGC 5011B e NGC 5011C)

Um bom exemplo pode ser visto nessa espetacular imagem reproduzida acima efetuada pelo telescópio espacial Hubble. As galáxias NGC 5011B e a NGC 5011C foram imageadas contra um fundo estrelado.

Localizada na constelação de Centaurus, a natureza dessas galáxias vem desafiando os astrônomos. A NGC 5011B (à direita) é uma galáxia espiral pertencente ao aglomerado de galáxias Centaurus e localiza-se a 156 milhões de anos-luz da Terra. Por muito tempo considerada como parte desse mesmo aglomerado de galáxias distante, a NGC 5011C (a galáxia azulada na parte central da imagem) é um objeto peculiar, com a falta de brilho típica de uma galáxia anã próxima, juntamente com o tamanho de uma espiral do tipo precoce.

Os astrônomos eram curiosos sobre a aparência da NGC 5011C. Se as duas galáxias estivessem a aproximadamente a mesma distância da Terra, eles esperariam que o par mostrasse sinais de interação entre as galáxias. Contudo, não existe nenhum sinal visual de interação entre elas. Como isso pode ser possível?

Para resolver esse problema, os astrônomos estudaram a velocidade com a qual essas galáxias estão se movimentando com relação à Via Láctea e encontraram que a NGC 5011C está se movendo para longe de nós mais vagarosamente do que a sua vizinha aparente, e este movimento é mais consistente com o que está acontecendo com o grupo próximo de galáxias Centaurus A localizado a uma distância de 13 milhões de anos-luz. Assim, a NGC 5011C, com somente dez milhões de vezes a massa do Sol em estrelas, deve ser um galáxia anã próxima ao invés de pertencer ao distante aglomerado de galáxias Centaurus como se acreditou por muitos anos.

Problema resolvido.

Fonte: ESA

domingo, 30 de dezembro de 2012

Descoberto um buraco negro colossal

Um grupo de astrônomos liderados por Remco van den Bosch do Instituto Max Planck de Astronomia (MPIA) descobriu um buraco negro que poderia abalar as estruturas dos modelos atuais da evolução das galáxias.

galáxia lenticular NGC 1277

© MPIA (galáxia lenticular NGC 1277)

A imagem acima realizada pelo telescópio espacial Hubble mostra o pequeno e achatado disco da galáxia NGC 1277, que contém um dos mais maciços buracos negros centrais já encontrados. Com a massa de 17 bilhões de sóis, o buraco negro possui uma massa extraordinária, constituindo 14% da massa total da galáxia, uma massa muito maior do que os modelos atuais predizem. Este pode ser o buraco negro mais maciço encontrada até agora. Este tipo de buraco negro deveria ser encontrado em galáxias elípticas com tamanho dez vezes maior. Em vez disso, este buraco negro fica dentro de uma galáxia com disco bastante pequeno.
Se as observações forem confirmadas, os astrônomos precisarão repensar fundamentalmente os modelos de evolução das galáxias. Em particular, eles terão que olhar para o Universo primordial: A galáxia que hospeda o novo buraco negro parece ter se formado há mais de 8 bilhões de anos, e não parece ter mudado muito desde então. A criação de qualquer buraco negro gigante deve ter acontecido há muito tempo.
Sabe-se que quase todas as galáxias devem conter em sua região central um buraco negro supermassivo: um buraco negro com uma massa entre centenas de milhares e bilhões de sóis. O buraco negro massivo melhor estudado fica no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, com uma massa de cerca de quatro milhões de sóis.

ambiente onde a galáxia NGC 1277 se localiza

© SDSS (ambiente onde a galáxia NGC 1277 se localiza)

A galáxia NGC 1277 está localizada próximo ao aglomerado de galáxias Perseus, a uma distância de 250 milhões de anos-luz da Terra. Todas as galáxias elípticas e redondas amarelas na imagem acima são galáxias localizadas neste aglomerado. Em comparação com todas as outras galáxias em torno dele, a NGC 1277 é relativamente compacta.

Com uma massa 17 bilhões de vezes a do Sol, o buraco negro recém-descoberto no centro do disco da galáxia NGC 1277 pode até ser o maior buraco negro conhecido de todos; a massa do detentor do recorde atual é estimada entre 6 e 37 bilhões de massas solares. A grande surpresa é que a massa do buraco negro para a NGC 1277 eleva-se a 14% da massa total da galáxia, em vez de valores usuais em torno de 0,1%.

Um artigo sobre a descoberta foi relatado na revista Nature.

Fonte: Instituto Max Planck