quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Nível baixo de lítio também existe fora da nossa galáxia

A nova imagem abaixo obtida pelo VLT Survey Telescope, no Observatório do Paranal do ESO no norte do Chile, mostra uma vasta coleção de estrelas, o aglomerado globular Messier 54 (M54).

aglomerado estelar globular M54

© ESO/VLT Survey Telescope (aglomerado estelar globular M54)

Além de mostrar o aglomerado propriamente dito, a imagem revela também a extraordinária “floresta densa” de estrelas pertencentes à Via Láctea que se encontram em primeiro plano. Este aglomerado parece muito semelhante a muitos outros, no entanto tem um segredo. O M54 não pertence à Via Láctea, mas sim a uma pequena galáxia satélite, a galáxia anã do Sagitário. Este fato permitiu aos astrônomos usarem o Very Large Telescope (VLT) para testarem se, tal como na Via Láctea, existem inesperados níveis baixos do elemento lítio em estrelas fora da nossa Galáxia.

Encontram-se em órbita da Via Láctea mais de 150 aglomerados estelares globulares, esferas de centenas de milhares de estrelas velhas, que datam da formação da galáxia. Um destes objetos, assim como vários outros na constelação do Sagitário, foi descoberto no final do século XVIII pelo caçador de cometas francês Charles Messier, que lhe deu a designação de Messier 54.
Durante mais de duzentos anos depois da sua descoberta, pensou-se que o M54 seria semelhante a outros aglomerados globulares da Via Láctea. No entanto, em 1994 descobriu-se que este objeto se encontrava efetivamente associado a uma galáxia distinta, a galáxia anã do Sagitário. Descobriu-se que o aglomerado se encontrava a uma distância de cerca de 90.000 anos-luz, ou seja, mais do que três vezes a distância da Terra ao centro galáctico.
Os astrônomos observaram agora o M54 com o VLT no intuito de tentar solucionar um dos mistérios da astronomia moderna: o problema do lítio.
A maior parte do elemento químico lítio que se encontra atualmente no Universo foi produzido durante o Big Bang, assim como o hidrogênio e o hélio, se bem que em quantidades muito menores. Os astrônomos conseguem calcular de modo muito preciso quanto lítio é que se espera encontrar no Universo primordial e a partir desse valor podem calcular quanto lítio é que deve estar nas estrelas velhas. No entanto, os números não coincidem, há cerca de três vezes menos lítio nas estrelas do que o esperado. Este é um mistério que tem perdurado, apesar de várias décadas de trabalho. Existem várias soluções que foram propostas para resolver este enigma. A primeira sugere que os cálculos da quantidade de lítio produzido durante o Big Bang estejam errados, no entanto, testes muito recentes mostram não ser este o caso. A segunda é que o lítio foi, de alguma maneira, destruído nas estrelas mais precoces, antes da formação da Via Láctea. A terceira propõe que existe algum processo nas estrelas que vai destruindo o lítio ao longo da vida estelar.
Até recentemente apenas tinha sido possível medir a quantidade de lítio existente em estrelas da Via Láctea. Mas agora, uma equipe de astrônomos liderados por Alessio Mucciarelli (Universidade de Bolonha, Itália) usaram o VLT para calcular a quantidade de lítio existente numa seleção de estrelas do M54. A equipe descobriu que os níveis de lítio encontrados são próximos dos que se observam em estrelas da Via Láctea. Por isso, qualquer que seja o fenômeno responsável pela perda de lítio, não é algo que aconteça apenas na Via Láctea.
Este trabalho foi descrito no artigo científico intitulado “The cosmological Lithium problem outside the Galaxy: the Sagittarius globular cluster M54”, de A. Mucciarelli et al., que será publicado na revista especializada Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (Oxford University Press).

Fonte: ESO

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Evidência de formação planetária descoberta a 335 anos-luz da Terra

Uma equipe internacional de cientistas descobriu novas evidências da formação de planetas em torno de uma estrela a cerca de 335 anos-luz da Terra.

ilustração da estrela HD100546 e do seu disco de gás e poeira

© P. Marenfeld/NOAO/AURA/NSF (ilustração da estrela HD100546 e do seu disco de gás e poeira)

Foram descobertas emissões de monóxido de carbono que sugerem fortemente a existência de um planeta em órbita de uma estrela relativamente jovem conhecida como HD100546. O candidato a planeta é o segundo que os astrônomos descobrem em órbita da estrela.

As teorias de como os planetas se formam estão bem desenvolvidas. Mas caso se confirmem os achados do novo estudo, a atividade em torno da HD100546 marcará uma das primeiras vezes que os astrõnomos foram capazes de observar diretamente o processo de formação planetária.

"Novas descobertas da estrela podem permitir que os astrônomos testem as suas teorias e aprendam mais sobre a formação de sistemas estelares, incluindo o nosso", afirma Sean Brittain, professor de astronomia e astrofísica da Universidade de Clemson, no estado americano da Carolina do Sul.

Durante mais de uma década, a equipa apontou alguns dos telescópios mais poderosos da Terra na direção da nuvem de gás e poeira com a forma de disco que rodeia a HD100546.

Este sistema está muito perto da Terra, em comparação com outros. A estrela é cerca de 2,5 vezes maior e 30 vezes mais brilhante que o Sol. Encontra-se na direção da constelação da Mosca, visível apenas a partir do Hemisfério Sul.

Brittain fez três viagens ao Chile, desde 2003, para recolher dados sobre a pesquisa. Usou os telescópios do Observatório Gemini e do ESO.

O novo planeta que os astrônomos acreditam ter encontrado parece ser um gigante gasoso com pelo menos três vezes o tamanho de Júpiter. A sua distância à estrela é equivalente à distância entre Saturno e o Sol.

A equipe usou uma técnica chamada "espectro-astrometria", que permite a medição de pequenas mudanças na posição da emissão do monóxido de carbono. Foi detectada uma fonte excedentária de emissão de monóxido de carbono que parece variar em posição e velocidade, que são consistentes com o movimento de translação em torno da estrela.

A hipótese mais provável é que a emissão vem de um disco "circumplanetário" de gás em órbita do gigante gasoso, acrescenta Brittain.

"Outra possibilidade é que estamos vendo a sequência de interações gravitacionais entre o objeto e o disco circum-estelar de gás e poeira que rodeia a estrela".

O próximo passo no estudo será a captura de imagens usando câmaras acopladas ao VLT (Very Large Telescope) do ESO ou ao telescópio Gemini Sul.

Há muito que se pensa que os discos circumplanetários rodeiam planetas gigantes durante o nascimento, mas não existiam muitas evidências observacionais da sua existência além do Sistema Solar. Acredita-se serem o local de nascimento de luas, como as que orbitam Júpiter.

Os discos formam-se em muitos tipos de ambiente no Universo como consequência de uma lei fundamental da física conhecida como "conservação do momento angular".

A lei diz que um objeto giratório vai continuar girando com a mesma velocidade angular a não ser que uma força atue sobre ele. Se o objeto ficar mais pequeno, vai girar mais depressa e vice-versa.

O mesmo princípio que faz com que os patinadores artísticos acelerem quando colocam os braços perto do seu corpo também faz com que os discos que se formam ao redor de objetos caiam na sua direção. Isto é verdade para discos em torno de buracos negros supermassivos no centro de galáxias, discos circum-estelares em torno de estrelas jovens e discos circumplanetários em torno de planetas em formação.

Já tinham sido previamente encontradas evidências da formação de outro planeta mais longe de HD100546. Uma bolha de gás e poeira, que tem ficado mais densa ao longo do tempo, foi descoberta à mesma distância que Plutão está do Sol. Está no processo de colapso. Talvez daqui a um milhão de anos exista aí outro planeta e disco.

O candidato a planeta exterior seria um gigante gasoso com o tamanho de Júpiter. Está entre as evidências que apontam para a formação planetária múltipla e talvez sequencial.

Os membros da equipe relataram as suas descobertas numa edição recente da revista The Astrophysical Journal.

Fonte: Universidade de Clemson

domingo, 7 de setembro de 2014

Superaglomerado galáctico é o lar da Via Láctea

Astrônomos usando o GBT (Green Bank Telescope) do NSF (National Science Foundation), além de outros telescópios, determinaram que a nossa Via Láctea faz parte de um enorme e recém-identificado superaglomerado de galáxias, que apelidaram de "Laniakea", que significa "imenso céu" em Havaiano.

software de visualização interativa SDivision do superaglomerado Laniakea

© CEA/Saclay (software de visualização interativa SDivision do superaglomerado Laniakea)

A imagem acima mostra uma fatia do Superenxame Laniakea no plano equatorial supergaláctico, um plano imaginário que contém muitos dos aglomerados mais massivos da estrutura. As cores representam a densidade dentro desta faixa, o vermelho para densidades mais altas e o azul para vazios, áreas com relativamente pouca matéria. Os pontos brancos são galáxias individuais. Os fluxos de velocidade dentro da região gravitacionalmente dominada por Laniakea são vistos em branco. O contorno laranja engloba os limites exteriores destes fluxos, um diâmetro de aproximadamente 160 Mpc (megaparsecs). Esta região contém 100 trilhões de vezes a massa do Sol. O círculo azul escuro, à esquerda da seta vermelha (centro), marca a posição da Via Láctea.

Esta descoberta clarifica os limites da nossa vizinhança galáctica e estabelece ligações anteriormente não reconhecidas entre vários aglomerados de galáxias no Universo local.

"Estabelecemos finalmente os contornos que definem o superaglomerado de galáxias que chamamos de lar," afirma o pesquisador principal R. Bent Tully, astrônomo da Universidade do Havaí em Manoa. "É como descobrir pela primeira vez que a nossa cidade na verdade faz parte de um país muito maior e que este faz fronteira com outros países."

Os superaglomerados estão entre as maiores estruturas do Universo conhecido. São constituídos por grupos, como o nosso Grupo Local, que contêm dúzias de galáxias, e aglomerados gigantescos que contêm centenas de galáxias, todas interligadas numa rede de filamentos. Embora estas estruturas estejam interligadas, têm limites muito pouco definidos.

Para melhor refinar esta cartografia cósmica, os cientistas estão propondo uma nova maneira de avaliar estas estruturas galácticas em larga-escala para examinar o seu impacto nos movimentos das galáxias. Uma galáxia entre estruturas será apanhada numa batalha gravitacional onde o equilíbrio das forças da gravidade das estruturas em larga-escalaao redor determina o movimento da galáxia.

Ao utilizar o GBT e outros radiotelescópios para mapear as velocidades de galáxias em todo o nosso Universo local, a equipe foi capaz de definir a região do espaço dominada por cada superenxame. "As observações do GBT desempenharam um papel importante na pesquisa que levou a esta nova compreensão dos limites e relações entre um número de superaglomerados," comenta Tully.

A Via Láctea reside na periferia de um destes superaglomerados, cuja extensão foi pela primeira vez cuidadosamente mapeada usando estas novas técnicas. Este assim chamado Superaglomerado Laniakea mede 500 milhões de anos-luz em diâmetro e contém a massa de cem trilhões de sóis espalhados por 100.000 galáxias.

Este estudo também esclarece o papel do Grande Atrator, um ponto focal gravitacional no espaço intergaláctico que influencia o movimento do nosso Grupo Local de galáxias e de outros aglomerados galácticos.

Dentro dos limites do Superaglomerado Laniakea, os movimentos das galáxias são direcionados para dentro, do mesmo modo que o percurso de um rio desce uma montanha em direção a um vale. A região do Grande Atrator é um grande vale gravitacional com uma esfera de atração que se estende por todo o Superaglomerado Laniakea.

O nome Laniake foi sugerido por Nawa‘a Napoleon, professor associado de Língua Havaiana e presidente do Departamento de Línguas, Linguística e Literatura da Kapiolani Community College, parte do sistema da Universidade do Havaí. O nome homenageia os navegadores polinésios que usaram o conhecimento dos céus para viajar através da imensidão do Oceano Pacífico.

O artigo que explica este trabalho é a reportagem de capa da edição de 4 de Setembro da revista Nature.

Fonte: NRAO

Descobertas novas pistas para determinar o ciclo solar

Aproximadamente a cada 11 anos, o Sol passa por uma completa mudança de personalidade, de calmo e tranquilo para violentamente ativo.

Sol

© NASA/SDO (Sol)

Acima é vista uma composição de 25 imagens obtidas pelo SDO da NASA, entre Abril 2012 e Abril de 2013. A imagem revela as faixas de migração de regiões ativas na direção do equador durante esse período.

O pico da atividade do Sol, conhecido como máximo solar, é um momento de inúmeras manchas solares, pontuada com erupções profundas que enviam radiação e partículas solares para os confins do espaço.

No entanto, o "timing" do ciclo solar está longe de ser preciso. Desde o século XVII, época em que o Homem começou a registar manchas solares regularmente, que o tempo entre máximos solares sucessivos tem variado entre 9 e 14 anos, o que torna difícil determinar a sua causa. Agora, investigadores descobriram um novo marcador para acompanhar o progresso do ciclo solar, pontos brilhantes na atmosfera solar que permitem-nos observar a perturbação constante de material dentro do Sol. Estes marcadores facultam uma nova maneira de ver a forma como os campos magnéticos evoluem e movem-se pela nossa estrela. Também mostram que poderá ser necessário um ajuste substancial das teorias já estabelecidas sobre o que impulsiona este ciclo misterioso.

Historicamente, as teorias sobre o que está acontecendo dentro do Sol, para alimentar o ciclo solar, baseiam-se apenas num conjunto de observações: a detecção de manchas solares, um registo de dados que remonta a séculos atrás. Durante as últimas décadas os pesquisadores, ao perceberem que as manchas solares são áreas de campos magnéticos intensos, também têm sido capazes de incluir observações de medições magnéticas do Sol a mais de 145 milhões de quilômetros de distância.

"As manchas solares têm sido o marcador constante para a compreensão dos mecanismos que dominam o interior do Sol," afirma Scott McIntosh, cientista espacial no Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, Colorado (EUA), o primeiro autor de um artigo sobre estes resultados. "Mas os processos que fabricam manchas solares não são bem compreendidos e, muito menos, aqueles que governam a sua migração e o que leva ao seu movimento. Agora podemos ver que existem pontos brilhantes na atmosfera solar, que funcionam como bóias ancoradas ao que está acontecendo nas profundezas do Sol. Elas ajudam-nos a desenvolver um quadro diferente do interior da nossa estrela."

Ao longo de um ciclo solar, as manchas solares tendem a migrar progressivamente para latitudes mais baixas, movendo-se em direção ao equador. A teoria que prevalece é que dois grandes "loops" simétricos de material, em cada hemisfério solar, parecidos a correias transportadoras, varrem dos pólos para o equador onde penetram mais profundamente no Sol e, em seguida, fazem o seu caminho de volta aos pólos. Estas correias também movem o campo magnético através da agitada atmosfera solar. A teoria sugere que as manchas solares movem-se em sincronia com este fluxo, o rastreio de manchas solares tem permitido o estudo desse fluxo e as teorias acerca do ciclo solar têm sido desenvolvidas com base nesta progressão. Mas há muito que ainda permanece desconhecido: porque é que as manchas solares aparecem apenas a menos de 30º de latitude? O que faz com que as manchas solares de ciclos consecutivos virem abruptamente de polaridade magnética, de positivo para negativo, ou vice-versa? Porque é que a duração do ciclo é tão variável?

Desde 2010, McIntosh e colegas começaram a seguir o tamanho de áreas diferentes e equilibradas magneticamente no Sol, isto é, áreas onde existe um número igual de campos magnéticos que apontam para dentro e para fora do Sol. A equipe descobriu parcelas magnéticas em tamanhos nunca antes vistos, mas também avistou parcelas muito maiores do que aquelas observadas anteriormente, com o diâmetro de Júpiter. Os cientistas também analisaram estas regiões em imagens da atmosfera do Sol, a coroa, captadas pelo SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA. Eles notaram que pontos ubíquos de extrema luz ultravioleta e raios X, conhecidos como pontos brilhantes, preferem pairar em torno dos vértices destas grandes áreas, apelidadas de "nodos-g" devido à sua escala gigante.

Portanto, estes pontos brilhantes e nodos-g abrem todo um novo modo de rastrear os fluxos de material dentro do Sol. McIntosh e colegas em seguida recolheram informações sobre o movimento destas características ao longo dos últimos 18 anos, a partir de observações disponíveis da sonda SOHO e do SDO para monitorizar como o último ciclo solar progrediu e como o atual começou. Eles descobriram que bandas destes marcadores e, correspondentemente, os grandes campos magnéticos por baixo, também se moveram gradualmente em direção ao equador com o passar do tempo, ao longo do mesmo percurso que as manchas solares, mas começando a latitudes de aproximadamente 55 graus. Além disso, cada hemisfério do Sol tem geralmente mais do que uma destas bandas presentes.

McIntosh explica que esta interação complexa de linhas de campo magnético pode ter lugar no interior do Sol, que está em grande parte escondido da vista. As observações recentes sugerem que o Sol está preenchido com bandas diferentes de material magnético e polarizado que, quando se formam, movem-se gradualmente para o equador a partir de latitudes altas. Estas bandas têm uma polaridade magnética norte ou sul e o seu sinal alterna em cada hemisfério de tal forma que as polaridades sempre se cancelam. Por exemplo, ao olhar para o hemisfério norte do Sol, a banda mais próxima do equador, talvez de polaridade norte, teria linhas de campo magnético que a ligam com outra banda, a latitudes mais altas, de polaridade sul. Do outro lado do equador, na metade inferior do Sol, ocorre um processo semelhante, mas as bandas seria quase o reflexo daquelas do outro lado do equador, polaridades sul perto do equador e norte a latitudes mais altas. As linhas do campo magnético ligam as quatro bandas; dentro de cada hemisfério e também do outro lado do equador.

Enquanto as linhas do campo permanecem relativamente curtas como no exemplo anterior, o sistema magnético do Sol é mais calmo, produzindo menos manchas solares e menos erupções. Este é o mínimo solar. Mas assim que as duas bandas a baixas latitudes alcançam o equador, as suas polaridades essencialmente anulam-se mutuamente. Desaparecem abruptamente. Este processo migratório, do início ao fim no equador, demora em média 19 anos, mas é visto a variar entre 16 e cerca de 21 anos.

Após a batalha equatorial e cancelamento, o Sol fica com apenas duas grandes bandas que migraram até mais ou menos às latitudes 30 graus. As linhas do campo magnético destas bandas são muito mais longas e por isso as bandas em cada hemisfério sentem-se menos uma à outra. Neste ponto, as manchas solares começam a crescer rapidamente e a atividade desenvolve-se até ao máximo solar. No entanto, o crescimento dura um determinado tempo porque o processo de criar uma nova banda de polaridade oposta já começou em latitudes mais altas. Quando essa nova banda começa a aparecer, a ligação complexa entre as quatro bandas recomeça e o número de manchas solares diminui nas bandas a baixa latitude.

Neste cenário, é o ciclo da banda magnética, o tempo de vida de cada banda à medida que marcha para o equador, que realmente define todo o ciclo solar. "Assim, o ciclo solar de 11 anos pode ser visto como a sobreposição entre dois ciclos mais longos," afirma Robert Leamon, da Universidade Estatal do Montana, em Bozeman, EUA, da sede da NASA em Washington e co-autor do artigo.

Este novo modelo conceitual também fornece uma explicação do porquê das manchas solares ficarem presas abaixo dos 30º e porque mudam abruptamente de sinal. No entanto, o modelo ocasiona uma pergunta sobre uma linha de latitude diferente: porque é que os marcadores magnéticos, os pontos brilhantes e os nodos-g, começam a aparecer aos 55 graus?

"Acima dessa latitude, a atmosfera solar parece estar desligada da rotação abaixo," comenta McIntosh. "Portanto temos razões para acreditar que, dentro do Sol, a latitudes altas existe um movimento interno e evolução muito diferentes em comparação com a região perto do equador. A latitude 55º parece ser crítica para o Sol e é algo que precisamos de explorar ainda mais."

As teorias dos ciclos solares são melhor testadas ao fazer previsões de quando veremos o próximo mínimo e máximo solar. Esta pesquisa prevê que o Sol entrará no mínimo solar entre a segunda metade de 2017, e que as manchas solares do próximo ciclo começarão a aparecer perto do final de 2019.

Entretanto, independentemente da nova hipótese fornecida por McIntosh e colegas estar correta, este conjunto a longo prazo da posição dos pontos brilhantes e nodos-g oferece um novo tipo de observações para explorar os condutores da atividade solar além das manchas solares. A introdução desta informação em modelos solares vai proporcionar uma oportunidade para melhorar as simulações da nossa estrela. Estes modelos avançados dizem-nos também mais sobre outras estrelas, levando a uma melhor compreensão da atividade magnética em equivalentes celestes distantes.

Um artigo foi publicado na edição de 1 de Setembro da revista The Astrophysical Journal.

Fonte: NASA

sábado, 6 de setembro de 2014

Uma paisagem estelar em Sagitário

Esta rica paisagem estelar abrange cerca de 7 graus no céu, na direção do braço espiral de Sagitário e do centro da nossa Galáxia, a Via Láctea.

Mosaico de Sagitário

© Terry Hancock (Mosaico de Sagitário)

Este mosaico telescópico possui nebulosas e brilhantes aglomerados estelares conhecidos, catalogados pelo turista cósmico do século XVIII Charles Messier.

Habitualmente paradas populares para contempladores do céu, as nebulosas M16, a Águia (extrema direita), e M17, o Cisne (perto do centro), são as regiões de emissão e formação estelar mais brilhantes aqui. Com uma largura de 100 anos-luz ou mais, elas resplandecem com o brilho avermelhado revelador de átomos de hidrogênio, a uma distância de mais de 5.000 anos-luz.

O colorido aglomerado estelar aberto M25, perto da borda superior esquerda da cena, está mais próximo, a apenas 2.000 anos-luz de distância e tem cerca de 20 anos-luz de extensão. A M24, também conhecida como Nuvem Estelar de Sagitário, bem à esquerda do centro ao longo da parte inferior da imagem, aglomera estrelas mais fracas e mais distantes da Via Láctea vistas através de uma janela estreita nos campos obscuros de poeira interestelar.

Fonte: NASA

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Resolvida controvérsia sobre a distância das Plêiades

Astrônomos usaram uma rede mundial de radiotelescópios para resolver uma controvérsia sobre a distância de um aglomerado estelar famoso, que representou um desafio para a compreensão básica de como as estrelas se formam e evoluem.

Plêiades

© NOAO/AURA/NSF (Plêiades)

O novo trabalho mostra que a medição feita por um satélite de mapeamento cósmico estava errada.

Os astrônomos estudaram as Plêiades, o famoso aglomerado das "Sete Irmãs" na constelação de Touro, facilmente visto no céu de Inverno. O aglomerado inclui centenas de estrelas jovens e quentes, formadas há cerca de 100 milhões de anos. Um exemplo vizinho de aglomerado aberto jovem, o M45 tem servido como um "laboratório cósmico" chave para refinar a compreensão de como os aglomerado deste gênero se formam. Além disso, foram utilizadas as características físicas das suas estrelas como ferramenta para estimar a distância até outros aglomerado mais distantes.

Até à década de 1990, o consenso era que as Plêiades se encontravam a cerca de 430 anos-luz da Terra. No entanto, o satélite europeu Hiparco, lançado em 1989 para medir com precisão as posições e distâncias de milhares de estrelas, produziu uma distância de apenas cerca de 390 anos-luz.

"Pode não parecer uma grande diferença mas, a fim de se adequar às características físicas das estrelas das Plêiades, desafiou a nossa compreensão geral de como as estrelas se formam e evoluem," afirma Carl Melis, da Universidade da Califórnia em San Diego, EUA. "Para encaixar a medição da distância obtida pelo Hiparco, alguns astrônomos chegaram a sugerir que um novo tipo de física desconhecida agia sobre estrelas tão jovens," acrescentou.

A fim de resolver o problema, Melis e colegas usaram uma rede global de radiotelescópios para fazer a medição da distância com o mais alto nível de precisão possível. A rede incluiu o VLBA (Very Long Baseline Array), um sistema de 10 radiotelescópios que vão desde o Havaí até às Ilhas Virgens; o telescópio Robert C. Byrd de Green Bank, no estado da Virgínia Ocidental; o telescópio William E. Gordo do Observatório de Arecibo em Porto Rico e o radiotelescópio Effelsberg na Alemanha.

"Usando estes telescópios ao mesmo tempo, tivemos o equivalente a um telescópio do tamanho da Terra," afirma Amy Miouduszewski, do NRAO (National Radio Astronomy Observatory). "Isso deu-nos a capacidade de fazer medições extremamente precisas da posição".

Os astrônomos usaram este sistema para observar várias estrelas das Plêiades durante cerca de ano e meio e para medir com precisão a aparente mudança de posição de cada estrela provocada pela órbita da Terra em torno do Sol. Em pontos opostos da órbita da Terra, uma estrela parece mover-se ligeiramente contra o pano de fundo de objetos cósmicos ainda mais distantes. A paralaxe é o método mais preciso para medir distâncias, e baseia-se em trigonometria simples.

O resultado deste trabalho é uma distância às Plêiades de 443 anos-luz com uma precisão até 1%. É a distância mais exata e precisa já obtida para as Plêiades.

A distância recém-medida está suficientemente perto da distância pré-Hiparco para que os modelos científicos padrão de formação estelar representem com precisão as estrelas nas Plêiades.

"A questão agora é, o que aconteceu com o Hiparco?" pergunta Melis. Durante os seus quatro anos de operação, o satélite mediu a distância de 118.000 estrelas. A origem do erro de medição na distância até M45 é desconhecida. Outra nave espacial, Gaia, lançada em Dezembro de 2013, usa tecnologias semelhantes para medir a distância de aproximadamente bilhões de estrelas.

"Os sistemas de radiotelescópios como os que usamos para as Plêiades vão proporcionar uma importante verificação cruzada para garantir a precisão das medições do Gaia," afirma Mark Reid, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica.

Muitas culturas antigas usavam as Plêiades como teste de visão. Quantas mais estrelas da M45 viam, normalmente entre cinco e nove, melhor a visão do observador.

"Nós agora usamos um sistema que fornece a 'visão' mais nítida da astronomia moderna para resolver um debate científico de longa duração sobre as Plêiades propriamente ditas," realça Melis.

O trabalho foi publicado na revista Science.

Fonte: NRAO

Previsão meteorológica cósmica: nuvens escuras darão lugar ao Sol

Na nova imagem abaixo podemos ver Lupus 4, uma região escura de gás e poeira, em forma de aranha, que esconde as estrelas de fundo tal como o faria uma nuvem escura na atmosfera terrestre numa noite sem luar.

nuvem escura Lupus 4

© ESO (nuvem escura Lupus 4)

Embora sejam atualmente escuras, são nestas densas bolsas de material no interior de nuvens como Lupus 4 que se formam novas estrelas, as quais irão brilhar intensamente ao longo da sua vida. Esta imagem foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla do ESO, no Chile.

Lupus 4 situa-se a cerca de 400 anos-luz de distância, entre as constelações do Lobo e da Régua. A nuvem é uma entre as várias nuvens escuras afiliadas existentes num aglomerado estelar pouco coeso chamado associação OB do Escorpião-Centauro. Uma associação OB trata-se de um grupo de estrelas bastante disperso e relativamente jovem, que tiveram muito provavelmente uma origem comum numa enorme nuvem de material. O “OB” refere-se a estrelas quentes, brilhantes e que vivem pouco tempo, do tipo espectral O e B, que ainda se encontram brilhando intensamente no interior do aglomerado muito disperso, à medida que este se desloca pela Via Láctea.

O fato desta associação e das suas nuvens Lupus serem o grupo deste gênero mais próximo do Sol, faz com que este objeto seja um alvo principal para estudar como é que as estrelas crescem em conjunto antes de se separarem mais tarde. Pensa-se que o Sol, assim como a maior parte das estrelas da nossa Galáxia, começou a sua vida num ambiente semelhante a este.

Foi o astrônomo americano Edward Emerson Barnard quem primeiro descreveu as nuvens escuras de Lupus na literatura astronômica, por volta de 1927. Lupus 3, vizinha de Lupus 4, é a nuvem escura mais estudada graças à presença de, pelo menos, 40 estrelas que se formaram nos últimos três milhões de anos e que estão prestes a dar início às suas fornalhas de fusão. A principal fonte de energia destas estrelas adolescentes, conhecidas por T Tauri, é o calor gerado pela sua contração gravitacional, o que contrasta com a fusão do hidrogênio e de outros elementos que alimenta estrelas mais maduras, tais como o Sol.

Observações da escuridão fria da Lupus 4 revelaram apenas algumas estrelas T Tauri. No entanto, encontrou-se um núcleo denso de matéria sem estrelas, o que é promissor em termos de formação estelar futura na nuvem. Daqui a alguns milhões de anos, este núcleo deverá transformar-se em estrelas T Tauri. Em termos de comparação, a Lupus 3 parece ser mais velha que a Lupus 4, uma vez que o seu material teve mais tempo para se transformar em estrelas.

Quantas estrelas é que começarão eventualmente a brilhar no interior da Lupus 4?

Esta é uma questão à qual é difícil responder, já que as estimativas de massa para esta nuvem variam. Dois estudos apontam para um número da ordem das 250 massas solares, no entanto, outro estudo, que usa um método diferente, chega a um resultado de cerca de 1.600 massas solares. Em qualquer dos casos, a nuvem contém imenso material que dará origem a muitas estrelas brilhantes. Um pouco como as nuvens terrestres dão lugar ao Sol também esta nuvem escura cósmica irá eventualmente dissipar-se e dar lugar à resplandecente luz das estrelas.

Fonte: ESO

Telescópio Spitzer testemunha colisão entre asteroides

O telescópio espacial Spitzer da NASA avistou uma erupção de poeira ao redor de uma estrela jovem, possivelmente o resultado de uma colisão entre dois asteroides grandes. Este tipo de colisão pode eventualmente conduzir à formação de planetas.

ilustração do rescaldo de grande impacto de asteroides em torno de estrela

© NASA/JPL-Caltech (ilustração do rescaldo de grande impacto de asteroides em torno de estrela)

Os cientistas rastreavam regularmente a estrela, com o nome NGC 2547-ID8, quando entre Agosto de 2012 e Janeiro de 2013 surgiu uma enorme quantidade de poeira fresca.

"Nós achamos que dois grandes asteroides colidiram um com o outro, criando uma enorme nuvem de partículas do tamanho de grãos de areia muito fina, que agora estão quebrando-se em pedaços e lentamente afastando-se da estrela," afirma o autor principal Huan Meng, da Universidade do Arizona em Tucson, EUA.

O Spitzer já observou vários episódios empoeirados de colisões suspeitas entre asteroides, mas esta é a primeira vez que os cientistas recolheram dados do "antes e depois" de uma colisão deste gênero em outro sistema planetário. A observação fornece um vislumbre do violento processo de formação de planetas rochosos como o nosso.

Os planetas rochosos começam a sua vida como material poeirento ao redor de estrelas jovens. O material agrupa-se para formar asteroides que chocam uns com os outros. Muitas vezes os asteroides são destruídos, mas alguns crescem ao longo do tempo e transformam-se em protoplanetas. Depois de aproximadamente 100 milhões de anos, os objetos tornam-se planetas terrestres plenamente desenvolvidos. Pensa-se que a nossa Lua tenha sido formada a partir de um impacto gigante entre a proto-Terra e um objeto do tamanho de Marte.

No novo estudo, o Spitzer observou a estrela NGC 2547-ID8 no infravermelho, que tem mais ou menos 35 milhões de anos e está situada a 1.200 anos-luz de distância na direção da constelação de Vela. As observações anteriores já tinham registado variações na quantidade de poeira em torno da estrela, sugerindo a possível existência de colisões entre asteroides. Na esperança de testemunhar um impacto ainda maior, um passo fundamental no nascimento de um planeta terrestre, os astrônomos observaram regularmente a estrela com o Spitzer. A partir de Maio de 2012, o telescópio começou a observar a estrela, às vezes diariamente.

A mudança dramática na estrela surgiu quando o Spitzer teve de apontar para longe da NGC 2547-ID8 porque o Sol estava no caminho.

"Nós não só testemunhamos o que parecem ser os restos de uma enorme colisão, mas fomos capazes de seguir as mudanças; o sinal está desaparecendo à medida que a nuvem se aniquila, moendo os grãos para que possam escapar da estrela," afirma Kate Su da Universidade do Arizona e co-autora do estudo. "O Spitzer é o melhor telescópio para monitorizar estrelas regularmente e com precisão, em busca de pequenas mudanças na radiação infravermelha, durante meses e até mesmo anos."

Uma nuvem muito espessa de detritos de poeira orbita agora a estrela na zona onde os planetas rochosos se formam. À medida que os cientistas observam o sistema estelar, o sinal infravermelho da nuvem varia com base no que é visível da Terra. Por exemplo, quando a nuvem alongada está de frente para nós, mais da sua área de superfície é exposta e o sinal é maior. Quando a cabeça ou a cauda da nuvem são visíveis, recebemos menos luz infravermelha. Ao estudar as oscilações infravermelhas, a equipe está recolhendo dados nunca antes obtidos do processo e resultado das colisões que criam planetas rochosos como a Terra.

"Estamos assistindo ao vivo à formação de planetas rochosos," afirma George Rieke, co-autor do novo estudo, também da mesma universidade. "É uma oportunidade única para estudar este processo quase em tempo real."

A equipe continua atenta à estrela com o Spitzer. Vão ver durante quanto tempo estes níveis elevados de poeira persistem, o que vai ajudar a calcular a frequência destes eventos, nesta e em outras estrelas, e com sorte conseguem observar outra colisão gigantesca.

Os resultados deste estudo foram publicados na revista Science.

Fonte: NASA

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Telescópios desvendam antiga construção de galáxia gigante

Astrônomos obtêm, pela primeira vez, um vislumbre dos primeiros estágios de construção massiva de galáxias.

ilustração do nascimento de estrelas no interior de uma galáxia em desenvolvimento

© NASA/ESA (ilustração do nascimento de estrelas no interior de uma galáxia em desenvolvimento)

O local das construções, com a alcunha de "Sparky", é um núcleo galáctico denso que brilha com a luz de milhões de estrelas recém-nascidas e formando-se a um ritmo alucinante.

A descoberta foi possível através de observações combinadas dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer da NASA, do Observatório W. M. Keck em Mauna Kea, no Havaí, e pelo observatório espacial Hershel da ESA.

Uma galáxia elíptica totalmente desenvolvida é um aglomerado de estrelas velhas e com deficiências de gás, cuja teoria diz que se desenvolve de dentro para fora e com um núcleo compacto que assinala o seu início, expandindo-se através de fusões com outras galáxias mais pequenas e parecidas, para se tornarem as galáxias elípticas gigantes que vemos no Universo próximo. Devido à distância do núcleo galáctico observado, a luz que a Terra recebe agora foi na realidade criada há 11 bilhões de anos, apenas 3 bilhões de anos após o Big Bang.

Apesar de ter apenas uma fração do tamanho da Via Láctea, o pequeno mas potente núcleo galáctico já contém cerca de duas vezes o número de estrelas da nossa Galáxia, todas amontoadas numa região com apenas 6.000 anos-luz de diâmetro. A Via Láctea, por sua vez, mede cerca de 100.000 anos-luz em diâmetro.

"Nós suspeitamos que este processo de formação do núcleo é um fenômeno exclusivo do início do Universo porque, como um todo, era mais compacto nesse momento. Hoje, o Universo é tão difuso que já não consegue criar objetos deste gênero," disse Erica Nelson da Universidade de Yale em New Haven, no estado americano de Connecticut, autora principal do estudo.

GOODS-N-774

© NASA/ESA (GOODS-N-774)

Esta imagem mostra observações de um núcleo galáctico recentemente descoberto, com o nome de catálogo GOODS-N-774, obtidas pelos instrumentos WFC3 e ACS do telescópio espacial Hubble. O núcleo está no centro da ampliação, para onde a seta aponta. Esta é a primeira vez que uma galáxia é avistada neste estágio de formação, um estágio inicial onde o denso núcleo galáctico está ainda fabricando estrelas furiosamente.

Além de determinar o tamanho da galáxia a partir de imagens do Hubble, a equipe procurou imagens de arquivo obtidas no infravermelho distante pelo Spitzer e pelo Herschel. Isso permitiu-lhes determinar a velocidade de formação estelar no núcleo galáctico. Sparky produz aproximadamente 300 estrelas por ano, em comparação com as 10 estrelas por ano que a Via Láctea produz.

"É como um caldeirão medieval de formação estelar. Tem muita turbulência e borbulha. Se nos encontrássemos nessa galáxia, o céu noturno seria brilhante devido ao grande número de estrelas jovens e existiria muita poeira, gás e remanescentes de estrelas que explodiram," afirma Nelson.

Os astrônomos teorizam que este nascimento estelar frenético foi desencadeado por uma corrente de gás que se dirigiu para o núcleo da galáxia enquanto se formava dentro de um poço gravitacional de matéria escura, material cósmico invisível que atua como um andaime do Universo para a construção de galáxias.

As observações indicam que a galáxia fabrica estrelas a um ritmo furioso há já mais de um bilhão de anos. É provável que este processo eventualmente chegue ao fim e que ao longo dos próximos 10 bilhões de anos outras galáxias se juntem a Sparky, fazendo com que cresça ainda mais e se torne numa galáxia elíptica gigante mas calma.

"Eu acho que a nossa descoberta resolve a questão de saber se este processo de construção galáctica aconteceu realmente ou não," comenta Pieter van Dokkum, membro da equipe e também da Universidade de Yale. "A questão agora é, com que frequência é que isto ocorria? Nós suspeitamos que existam outras galáxias como esta, que são ainda mais tênues em comprimentos de onda infravermelhos. Pensamos também que são mais brilhantes em comprimentos de onda mais longos, por isso serão os telescópios infravermelhos do futuro, como o telescópio espacial James Webb da NASA, que encontrarão mais destes objetos."

Fonte: Nature

domingo, 31 de agosto de 2014

Hubble observa a luz e a escuridão no Universo

Essa nova imagem feita pelo telescópio espacial Hubble da NASA e ESA mostra uma grande variedade de fenômenos cósmicos.

[B77] 63

© Hubble ([B77] 63)

Circundada por estrelas brilhantes, na parte central superior da imagem é possível ver um pequeno jovem objeto estelar(YSO), conhecido como SSTC2D J033038.2+303212. Localizada na constelação de Perseus, essa estrela está nos estágios iniciais de sua vida. Nessa imagem feita pela Advanced Camera for Surveys do Hubble (ACS), parece que se tem uma fumaça de material emanando para fora e para baixo, enquadrada por explosões brilhantes de gás fluindo da própria estrela. Essa estrela está na verdade circundada por um disco brilhante de material que faz movimentos de turbilhão ao redor enquanto ela se forma, um disco que é observado de lado a partir da nossa perspectiva.

Contudo, esse pequeno ponto brilhante é ofuscado pelo seu vizinho cósmico em direção à parte inferior do quadro, um aglomerado de luz, filetes de gás fino ao redor enquanto parece expelir material escuro para o espaço. A nuvem brilhante é uma nebulosa de reflexão conhecida como [B77] 63, uma nuvem de gás interestelar que está refletindo a luz das estrelas embebidas  dentro dela. Existe na verdade um grande número de estrelas dentro da [B77]63, sendo que as mais notáveis são linhas de emissão da estrela LkHA 326, e da sua vizinha próxima LZK 18.

Essas estrelas estão iluminando o gás ao redor e esculpindo as formas vistas nessa imagem. No entanto a parte mais dramática da imagem parece ser um fluxo escuro de fumaça saindo da [B77]63 e de suas estrelas, uma nebulosa escura conhecida como Dobashi 4173. Nebulosas escuras são nuvens incrivelmente densas de material escuro que obscurece o pedaço do céu atrás delas, criando rasgos e pedaços do céu estranhamente vazios. As estrelas que brilham na parte superior dessa região extremamente escura localiza-se entre nós e o objeto Dobashi 4173.

Fonte: NASA

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Encontradas as mais distantes estrelas da Via Láctea

Assim como todos os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol, todas as estrelas da Via Láctea orbitam o grande buraco negro no centro de nossa galáxia. Mas qual é o tamanho da Via Láctea?

estrela no centro da imagem é a mais distante já vista em nossa galáxia

© Sloan Digital Sky Survey (estrela no centro da imagem é a mais distante já vista em nossa galáxia)

Astrônomos estão mais próximos de responder essa pergunta com a descoberta de duas remotas estrelas gigantes. “Essas são as estrelas mais distantes que já vimos na Via Láctea”, declara John Bochanski do Haverford College, o astrônomo que as encontrou. As duas estrelas ficam em uma região inexplorada do espaço e devem ajudar a medir a massa total de nossa galáxia, que é pouco conhecida.
As duas estrelas são gigantes vermelhas, sois idosos que brilham com tanta intensidade que podem ser observadas de longe. Uma delas fica a cerca de 890 mil anos-luz da Terra, na constelação de Peixes, 33 vezes mais distante do centro galáctico que nós, e muito além da fronteira do disco galáctico.
O único outro membro da Via Láctea localizado a uma distância comparável é uma pequena galáxia chamada de Leo I, que orbita nossa própria galáxia a uma distância de 850 mil anos-luz. Se a estrela em Peixes seguir uma órbita circular com a mesma velocidade que nós, ela precisaria de aproximadamente oito bilhões de anos para completar uma única órbita ao redor da galáxia. Isso é mais que a metade da idade do Universo.
A outra estrela recém-descoberta fica a cerca de 780 mil anos-luz de distância, na constelação de Gêmeos, e mais de um milhão de anos-luz da outra estrela. Em comparação, a estrela individual mais distante conhecida até então fica a aproximadamente meio milhão de anos-luz da Terra.
A astrônoma Rosemary Wyse da Johns Hopkins University, que não participou da pesquisa, elogia o novo trabalho. “Eles provaram que existem estrelas localizadas a distâncias colossais”, aponta ela. “É simplesmente fascinante”. O projeto apenas começou, então provavelmente mais estrelas serão encontradas. “Isso será muito importante para um grande número de áreas científicas”, observa Wyse.
Para encontrar os residentes mais distantes da Via Láctea, a equipe de Bochanski começou com quase sete milhões de estrelas, usando dados de infravermelho próximo para selecionar as que tinham cores do tipo espectral M, que designa estrelas vermelhas e frias.
Ao adicionar outros critérios, os astrônomos reduziram a lista para 404 estrelas do tipo M. Em novembro último, Bochanski obteve espectros de algumas dessas estrelas. A maior parte delas se revelou como apenas anãs-vermelhas, sois tênues nas proximidades do disco galáctico, mas cinco eram M gigantes, e duas eram tão diminutas que só podiam estar extremamente distantes da Terra.
Mas a descoberta levanta uma pergunta: “O que diabos uma M gigante está fazendo tão longe?” pergunta John Norris da Australian National University, astrônomo sem afiliação com a equipe de pesquisa.
Perto do fim de sua vida, uma estrela como o Sol expande e esfria; nosso Sol se tornará uma gigante amarela de tipo espectral G, e então uma gigante laranja do tipo K, antes de se transformar em uma gigante vermelha M, mais fria. Mas as estrelas no halo da Via Láctea, a população ancestral que envolve o disco galáctico, diferem do Sol por ter uma quantidade muito menor de elementos pesados. Quando essas estrelas se tornam gigantes, elas não ficam mais frias que o tipo K. As duas M gigantes, portanto, são anormalmente ricas em metais para estarem no halo, como se fossem milionários vivendo em locais desfavorecidos. 
Elas podem ter vindo de outra galáxia. De fato, cerca de duas dúzias de outras galáxias orbitam a Via Láctea.
As duas galáxias-satélite mais brilhantes, as Nuvens de Magalhães, têm grandes quantidades de estrelas com tantos elementos pesados que suas gigantes realmente se tornam vermelhas do tipo M.
Em contraste, a maior parte das outras galáxias-satélite é tão pequena que não têm poder estelar para produzir tantos elementos pesados, então ficam sem M gigantes. Assim, Bochanski suspeita que as duas M gigantes podem ter se originado em uma galáxia-satélite maior que a média.
Mas uma galáxia assim deveria ser luminosa o bastante para ser observada. Talvez ela tenha desintegrado. Ou talvez cada M gigante seja a estrela mais brilhante de uma galáxia tão difusa que ainda não sabemos de sua existência.
De qualquer forma, estrelas adicionais em distâncias tão grandes poderiam revelar a massa da Via Láctea porque, quanto mais massiva uma galáxia, mais rápido suas estrelas a orbitam, e as melhores estrelas para medir sua massa total são as mais distantes. Assim, mesmo que as estrelas recém-descobertas não sejam nativas da Via Láctea, elas poderiam revelar seu peso melhor que todas as estrelas que iluminam seu brilhante disco.

A descoberta aparece no periódico Astrophysical Journal Letters.

Fonte: Scientific American

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Nebulosa Trífida e o aglomerado estelar aberto M21

A bela nebulosa Trífida, também conhecida como Messier 20 (M20), é fácil de ser encontrada com um pequeno telescópio na constelação rica em nebulosas de Sagittarius.

M20 e M21

© Lorand Fenyes (M20 e M21)

Localizada a cerca de 5.000 anos-luz de distância da Terra, a M20 é retratada nessa bela imagem colorida que mostra os contrastes cósmicos e onde a nebulosa pode também compartilhar o campo de visão com aproximadamente 1 grau de largura com o aglomerado estelar aberto Messier 21 (M21), que aparece na parte superior direita da imagem. Cruzada por linhas de poeira, a nebulosa Trífida possui cerca de 40 anos-luz de diâmetro e tem meros 300.000 anos de vida. Isso faz dela uma das regiões de formação de estrelas mais jovens no nosso céu, com estrelas recém nascidas e embrionárias embebidas nas suas nuvens natais de gás e poeira. As distâncias estimadas até o aglomerado estelar aberto M21 são similares às distâncias estimadas até a M20, mas acredita-se que embora eles possam compartilhar a mesma cena, como nessa bela imagem telescópica, não existe nenhuma conexão aparente entre os dois objetos. De fato o M21 é muito mais velho, com cerca de 8 milhões de anos.

Fonte: NASA

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ARP 188 e a Cauda do Girino

Por que esta galáxia tem uma cauda tão longa?

ARP 188

© Hubble Legacy Archive/Joachim Dietrich (ARP 188)

Nesta vista deslumbrante, com base em dados de imagem do Hubble Legacy Archive, galáxias distantes formam um cenário espetacular ao fundo da galáxia espiral perturbada ARP 188, a Galáxia do Girino. O girino cósmico está a apenas 420 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação boreal do Dragão (Draco). Sua cauda atraente tem cerca de 280 mil anos-luz de comprimento e apresenta conjuntos brilhantes e massivos de estrelas azuis.

Uma história diz que uma galáxia intrusa mais compacta cruzou na frente de ARP 188, da direita para a esquerda nesta vista, e foi lançada para trás do Girino por sua atração gravitacional. Durante o encontro próximo, as forças de maré tiraram da galáxia espiral estrelas, gás e poeira que formam a cauda espetacular. A própria galáxia intrusa, a uma distância estimada de 300.000 anos-luz atrás do Girino, pode ser vista através dos braços espirais em primeiro plano no canto superior direito.

Assim como o seu xará terrestre, a Galáxia do Girino provavelmente perderá sua cauda à medida que envelhece, com os aglomerados de estrelas da cauda formando satélites menores da grande galáxia espiral.

Fonte: NASA

Galáxias em fusão no Universo longínquo vistas por lente gravitacional

O famoso detetive Sherlock Holmes usava uma lupa para descobrir as pistas quase invisíveis mas importantes dos seus casos. Do mesmo modo, os astrônomos combinaram o poder de muitos telescópios na Terra e no espaço com uma enorme lupa cósmica para estudar um caso de formação estelar vigorosa no Universo primordial.

galáxias em fusão no Universo longínquo

© Hubble/Keck/ALMA (galáxias em fusão no Universo longínquo)

Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), e de outros telescópios instalados no solo e no espaço, uma equipe internacional de astrônomos obteve a melhor imagem de uma colisão entre duas galáxias quando o Universo tinha apenas metade da sua idade atual. A equipe usou uma lupa do tamanho de uma galáxia para ver detalhes que de outra maneira seriam impossíveis de detectar. Este novo estudo da galáxia H-ATLAS J142935.3-002836 mostrou que este objeto complexo e distante se parece com as Galáxias Antena, uma colisão local bem conhecida. Trata-se de uma colisão espetacular entre duas galáxias, que se pensa que teriam estrutura de disco no passado. Enquanto o sistema Antena forma estrelas a uma taxa de apenas algumas dezenas de massas solares por ano, a H1429-0028 transforma mais de 400 vezes da massa do Sol em gás em novas estrelas todos os anos.
“Embora os astrônomos se encontrem normalmente limitados pelo poder dos seus telescópios, em alguns casos a nossa capacidade de observar detalhes é aumentada por lentes naturais criadas pelo Universo,” explica o autor principal do estudo Hugo Messias da Universidad de Concepción (Chile) e do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (Portugal). “Einstein previu na sua teoria da relatividade geral que, dada bastante massa, a luz não viaja em linha reta mas curva-se, da mesma maneira que a luz é refratada por uma lente normal.”
Estas lentes cósmicas são criadas por estruturas massivas como galáxias ou aglomerados de galáxias, as quais defletem a luz dos objetos que se encontram por trás, devido à sua forte gravidade, um efeito chamado lente gravitacional. As propriedades de ampliação deste efeito permitem aos astrônomos estudar objetos que, de outro modo, não seriam visíveis e comparar diretamente galáxias locais com outras muito mais remotas, observadas quando o Universo era significativamente mais novo.
No entanto, para que estas lentes gravitacionais funcionem, a galáxia lente e a que se encontra por trás dela devem estar precisamente alinhadas.
“Estes alinhamentos ocasionais são bastante raros e tendem a ser difíceis de identificar,” acrescenta Hugo Messias, “no entanto, estudos recentes mostraram que observando nos comprimentos de onda do infravermelho longínquo e do milímetro conseguimos encontrar estes casos de forma mais eficaz.”
A H-ATLAS J142935.3-002836 (ou apenas H1429-0028) trata-se de uma destas fontes e foi encontrada pelo rastreio Herschel Astrophysical Terahertz Large Area (H-ATLAS). Apesar de muito tênue em imagens no visível, esta galáxia encontra-se entre os mais brilhantes objetos encontrados até à data ampliados gravitacionalmente no infravermelho longínquo, embora o estejamos observando no momento em que o Universo tinha apenas metade da sua idade atual.
O estudo deste objeto encontrava-se no limite do que seria possível, por isso começou uma campanha de observação extensa utilizando os telescópios mais poderosos, instalados tanto no solo como no espaço, incluindo o telescópio espacial Hubble da NASA/ESA, o ALMA, o Observatório Keck, o Karl Jansky Very Large Array (JVLA), entre outros. Os diferentes telescópios forneceram diferente informação, que foi posteriormente combinada e permitiu obter o melhor conhecimento conseguido até à data sobre a natureza deste objeto tão invulgar.
As imagens do Hubble e Keck revelaram um detalhado anel de luz, induzido gravitacionalmente, em torno da galáxia situada em primeiro plano. Estas imagens de alta resolução mostraram igualmente que a galáxia lente é uma galáxia de disco vista de lado, semelhante à nossa própria Galáxia, a Via Láctea, a qual obscurece parte da radiação do campo de fundo devido às enormes nuvens de poeira que contém.
No entanto, este obscurecimento não é problemático nem para o ALMA nem para o JVLA, uma vez que estas duas infraestruturas observam a maiores comprimentos de onda, imunes à poeira. Utilizando os dados combinados, afoi possível descobrir que o sistema no  fundo se tratava efetivamente de duas galáxias em processo de colisão. A partir desse momento, tanto o ALMA como o JVLA desempenharam um papel fundamental na caracterização do objeto.
Em particular, o ALMA traçou o monóxido de carbono, o qual permite fazer estudos detalhados dos mecanismos de formação estelar nas galáxias. As observações ALMA permitiram também fazer a medição do movimento do material no sistema de fundo, verificando-se assim que o objeto estava realmente sofrendo colisão galáctica e formando centenas de novas estrelas por ano. Uma das galáxias em colisão mostra ainda sinais de rotação: uma indicação de que se tratava de uma galáxia de disco antes do encontro.
Rob Ivison, diretor de ciência do ESO e co-autor do novo estudo conclui: “O ALMA permitiu-nos resolver esta questão porque nos deu informação acerca da velocidade do gás nas galáxias, informação esta que permitiu separar os diversos componentes, revelando a assinatura clássica de uma colisão de galáxias. Este estudo apanhou a colisão no momento em que esta começa a dar origem a um episódio extremo de formação estelar.”

Fonte: ESO

sábado, 23 de agosto de 2014

Supernova vista em infravermelho e raios X

Os resultados destrutivos de uma poderosa explosão de supernova se revelam numa delicada mistura da luz infravermelha e dos raios X, como pode ser visto na imagem abaixo feita com a integração dos dados obtidos pelo telescópio espacial Spitzer e pelo observatório de raios X Chandra da NASA com o XMM-Newton da ESA.

Puppis A

© NASA/ESA (Puppis A)

A nuvem borbulhante, observada acima é na verdade uma onda de choque irregular, gerada por uma supernova que foi testemunhada na Terra, a 3.700 anos atrás. A remanescente dessa explosão, chamada de Puppis A, está localizada a cerca de 7.000 anos-luz de distância da Terra, e a onda de choque tem cerca de 10 anos-luz de diâmetro.

As tonalidades em pastel nessa imagem, revelam que as estruturas observadas em raios X e em infravermelho estão estreitamente delineadas. Partículas de poeira aquecidas são responsáveis pela maior parte dos comprimentos de onda da luz infravermelha, assinalada nas cores vermelho e verde nessa imagem. O material aquecido pela onda de choque da supernova emite raios X, que são coloridos em azul. As regiões onde as emissões infravermelho e de raios X se misturam, tornam-se mais brilhantes, e são coloridas em tons pastel.

A onda de choque parece se iluminar enquanto ela bate nas nuvens de gás e poeira ao redor que preenchem o espaço interestelar nessa região.

A partir do brilho infravermelho, os astrônomos têm encontrado uma quantidade total de poeira na região que é igual a um quarto da massa do nosso Sol. Os dados coletados do espectrógrafo infravermelho do Spitzer, revela como a onda de choque está partindo os frágeis grãos de poeira  que preenchem o espaço ao redor.

As explosões de supernovas forjam os elementos pesados que podem fornecer o material bruto dos quais as futuras gerações de estrelas e de planetas irão se formar. Estudando como as remanescentes de supernovas se expandem na galáxia e como elas se interagem com outro material fornece pistas cruciais sobre a nossa própria origem.

Os dados infravermelhos do Multiband Imaging Photometer (MIPS) do Spitzer nos comprimentos de onda de 24 e 70 mícron são renderizados em verde e vermelho. Os dados de raios X do XMM-Newton variam entre as energias de 0,3 a 8 keV (kiloelétron-volts) e são mostrados em azul na imagem acima.

Fonte: NASA