As estruturas e as populações de estrelas de galáxias massivas parecem mudar à medida que envelhecem, mas muito sobre como essas galáxias se formaram e evoluíram permanece misterioso.
© Hubble (aglomerado de galáxias JKCS 041)
A imagem acima obtida pelo telescópio espacial Hubble mostra o centro do aglomerado de galáxias JKCS 041 recém confirmado. As galáxias localizadas no aglomerado estão circuladas. Os círculos azuis evidenciam as poucas galáxias que continuam gerando novas estrelas, enquanto círculos amarelos mostram aquelas que já entraram na quiescente.
Muitas das galáxias mais antigas e de maior massa residem em aglomerados, enormes estruturas onde numerosas galáxias se encontram concentradas em conjunto. Os aglomerados de galáxias no Universo primordial são a chave para a compreensão dos ciclos de vida de galáxias antigas, mas até agora os astrônomos localizaram apenas um punhado destas estruturas raras e distantes.
A nova pesquisa de uma equipe liderada por Andrew Newman, do Carnegie Institution for Science, confirmou a presença de um aglomerado de galáxias invulgarmente distante, o JKCS 041, que foi publicada no The Astrophysical Journal.
O aglomerado de galáxias JKCS 041 começou a ser estudado em 2006, que absorveu anos de observação através dos telescópios mais potentes do mundo para finalmente confirmar sua distância. Os pesquisadores utilizaram o telescópio espacial Hubble para captar imagens nítidas do aglomerado distante e dividir a luz das estrelas das galáxias em suas cores constituintes, uma técnica conhecida como espectroscopia. Foram encontraradas 19 galáxias precisamente na mesma distância de 9,9 bilhões de anos luz.
Um estudo anterior usando o observatório de raios X Chandra descobriu emissões de raios X no local próximo ao ao JKCS 041.
"Estes raios X provavelmente se originam do gás quente no JKCS 041, que foi aquecido a uma temperatura de cerca de 80 milhões de graus pela gravidade do conjunto maciço", disse Stefano Andreon do Observatório Astronômico di Brera, que liderou uma publicação no periódico Astronomy & Astrophysics.
Atualmente as galáxias maiores e mais antigas são encontradas em grupos, mas há um mistério sobre quando e por que essas galáxias gigantes cessaram a formação de novas estrelas e se tornaram dormentes. Espiando o passado das galáxias no JKCS 041, quando tinham apenas 1 bilhão de anos de idade, foi descoberto que a maioria já tinha entrado na sua fase de repouso.
"Devido o JKCS 041 ser o aglomerado mais distante conhecido em tamanho, ele nos dá uma oportunidade única para estudar estas galáxias antigas em detalhes e entender melhor suas origens ", disse Newman.
Uma vez que as galáxias maciças entram na fase de repouso, elas continuam se expandindo em tamanho. Isto ocorre quando as galáxias colidem entre si e evoluem para uma nova galáxia maior. Os aglomerados iniciais são suspeitos de ser os locais privilegiados para essas colisões, mas para a surpresa da equipe, foi descoberto que as galáxias no JKCS 041 estavam crescendo quase no mesmo ritmo que as galáxias independentes de aglomarados.
Fonte: Astronomy
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