Usando dados do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), uma equipe de astrônomos descobriu que uma forte proeminência estelar entrou em erupção em Proxima Centauri em março de 2017.
© NRAO/D. Berry (ilustração de uma anã vermelha como Proxima Centauri)
O achado levanta questões sobre a habitabilidade do vizinho exoplanetário mais próximo do nosso Sistema Solar, Proxima b, que orbita Proxima Centauri.
No seu pico, a recém-reconhecida proeminência foi 10 vezes mais brilhante do que as maiores proeminências do nosso Sol, quando observadas em comprimentos de onda semelhantes. As proeminências estelares ainda não foram bem estudadas nos comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos detectados pelo ALMA, especialmente em torno de estrelas do tipo de Proxima Centauri, anãs M, as estrelas mais comuns na nossa Galáxia.
A proeminência aumentou em 1.000 vezes, durante 10 segundos, o brilho de Proxima Centauri. Foi precedida por uma proeminência menor; em conjunto, todo o evento durou menos de dois minutos das 10 horas que o ALMA observou a estrela, entre janeiro e março do ano passado.
As proeminências estelares ocorrem quando uma mudança no campo magnético da estrela acelera elétrons até velocidades que se aproximam da luz. Os elétrons acelerados interagem com o plasma altamente carregado que compõe a maioria da estrela, provocando uma erupção que produz emissões em todo o espectro eletromagnético.
"É provável que Proxima b tenha sido banhada em radiação altamente energética durante esta proeminência," explicou MacGregor, acrescentando que já se sabia que Proxima Centuari emitia proeminências regulares, embora menores, em raios X. "Durante os bilhões de anos desde a formação de Proxima b, proeminências como esta podem ter evaporado qualquer atmosfera ou oceano e esterilizado a superfície, sugerindo que a habitabilidade pode envolver mais do que apenas a distância ideal à estrela hospedeira para poder abrigar água líquida," comenta Meredith MacGregor, astrônoma do Instituto Carnegie para Ciência, Departamento de Magnetismo Terrestre em Washington, EUA.
Um artigo anterior que também usou os mesmos dados do ALMA interpretou a sua luminosidade média, que incluiu o fluxo de luz tanto da estrela como da proeminência, como sendo provocada por múltiplos discos de poeira que circundam Proxima Centauri, não muito diferentes dos cinturões de asteroides e de Kuiper do nosso Sistema Solar.
Mas quando os pesquisadores analisaram os dados do ALMA como uma função do tempo de observação, em vez de calcular uma média global, foram capazes de ver a explosão transitória de radiação emitida por Proxima Centauri pelo que realmente era.
Foi observado que não existe uma quantidade substancial de poeira em torno de Proxima Centuari, e também não há nenhuma informação que indique que a estrela possui um rico sistema planetário como o nosso.
A descoberta foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: National Radio Astronomy Observatory
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