quarta-feira, 28 de junho de 2023

Nebulosa do “gato sorridente”

Esta nuvem vermelha e laranja, parte da nebulosa Sh2-284, foi captada com todo o detalhe pelo VLT Survey Telescope (VST), no Observatório Europeu do Sul (ESO).

© ESO / VST (Sh2-284)

A nebulosa encontra-se repleta de estrelas jovens, já que gás e poeira coalescem nesta nuvem para formar novos sóis. Se olharmos para a nuvem como um todo talvez vejamos a cara de um gato que nos sorri. 

A maternidade estelar Sh2-284 é uma vasta região de gás e poeira e a sua zona mais brilhante, visível nesta imagem, tem uma dimensão de cerca de 150 anos-luz (mais de 1,4 quatrilhões de km). Situa-se a aproximadamente 15;000 anos-luz de distância da Terra na constelação do Unicórnio. 

Aninhado no centro da parte mais brilhante da nebulosa, mesmo por baixo do “focinho do gato”, encontra-se um aglomerado de estrelas jovens conhecido por Dolidze 25, que produz enormes quantidades de radiação e ventos fortes. A radiação é suficientemente intensa para ionizar o hidrogênio gasoso na nuvem, o que dá origem às brilhantes cores vermelhas e laranjas. É em nuvens como esta que residem os blocos constituintes de novas estrelas. 

Os ventos do aglomerado central de estrelas empurram o gás e a poeira para fora da nebulosa, criando um espaço vazio no seu centro. Ao encontrar zonas mais densas de material, que oferecem mais resistência à erosão, os ventos varrem primeiro as áreas que as rodeiam, criando vários pilares, que apontam para o centro da nebulosa. Podemos ver estas estruturas ao longo das fronteiras de Sh2-284, como por exemplo o que vemos do lado direito da imagem. Apesar destes pilares parecerem pequenos, a verdade é que têm uma dimensão de vários anos-luz e contêm enormes quantidades de gás e poeira, a partir dos quais se formam novas estrelas. 

Esta imagem foi criada a partir de dados obtidos pelo VST, propriedade do Instituto Nacional de Astrofísica italiano (INAF) e acolhido pelo ESO no seu Observatório do Paranal, no Chile. O VST dedica-se a mapear o céu austral no visível com o auxílio da sua câmara de 256 milhões de pixels especialmente concebida obter imagens de campo muito largo. Esta imagem foi obtida no âmbito do rastreio VPHAS+ (VST Photometric Hα Survey of the Southern Galactic Plane and Bulge), que estudou mais de 500 milhões de objetos da Via Láctea, ajudando-nos a compreender melhor o nascimento, vida e morte eventual das estrelas existentes na nossa Galáxia. 

Fonte: ESO

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