quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sonda da Nasa envia imagens inéditas do Sol

A sonda da Nasa, a agência espacial americana, lançada para estudar o Sol, enviou as primeiras imagens do astro. Chamada de Observatório de Dinâmica Solar (SDO), a nave enviou imagens de explosões gigantescas e grandes arcos de gases. A alta resolução das imagens enviadas pela sonda deve ajudar os cientistas a compreender a atividade solar e o impacto desta atividade na Terra.
sol visto pelo sdo da nasa
© NASA (Sol visto pelo Observatório de Dinâmica Solar)
O SDO foi lançado do Cabo Canaveral em fevereiro de 2010, custou US$ 800 milhões e deve operar até pelo menos os próximos cinco anos. Os pesquisadores esperam que, com este prazo de funcionamento da sonda, eles consigam prever o comportamento do Sol da mesma forma que meteorologistas conseguem prever o clima da Terra.
A atividade solar tem uma influência profunda na Terra. Grandes erupções de partículas carregadas e a emissão de radiação intensa podem interferir no funcionamento de satélites, sistemas de comunicação além de significar um risco à saúde de astronautas.
O SDO está equipado com instrumentos para investigar o funcionamento dentro, na superfície e na atmosfera do Sol. A sonda consegue imagens completas do Sol com uma resolução dez vezes melhor do que a média conseguida por uma câmera de televisão de alta definição. Isto permite que a escolha de imagens de aspectos na superfície do Sol e em sua atmosfera cujo tamanho pode chegar até 350 km. Outra vantagem é que as imagens são enviadas rapidamente, em segundos.
Os instrumentos do SDO operam em comprimentos de onda diferentes, com isso os cientistas poderão estudar a atmosfera do Sol em camadas. Mas, o grande desafio para a sonda será analisar o funcionamento do dínamo solar, uma profunda rede de correntes de plasma que geram o campo magnético do Sol. É este dínamo que, em última análise, é o responsável por todas as formas de atividade solar, desde as explosões na atmosfera do Sol até as áreas da estrela relativamente mais frias, chamadas também de manchas solares. Ss imagens recebidas abrem caminho para novas descobertas sobre a estrela central do sistema solar.
Fonte: NASA e BBC Brasil

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O VISTA focaliza maternidade de estrelas

A Nebulosa Pata de Gato, NGC 6334, é uma enorme maternidade estelar, local de nascimento de centenas de estrelas de grande massa. Em nova imagem divulgada pelo Observatório Europeu do Sul, ESO, obtida pelo telescópio de rastreio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) situado no Observatório do Paranal, no Chile, a radiação infravermelha penetra no gás brilhante e nas nuvens de poeira que encobrem a imagem fazendo com que algumas das estrelas jovens escondidas possam ser observadas.
nebulosa pata de gato
© ESO (nebulosa pata de gato)
Localizada na direção do centro da Via Láctea, a 5.500 anos-luz da Terra, na constelação do Escorpião, a Nebulosa Pata de Gato estende-se ao longo de 50 anos-luz. Em radiação visível, o gás e poeira são iluminados por estrelas quentes jovens, criando estranhas formas avermelhadas que dão ao objeto o seu nome. Uma imagem recente do WFI do ESO (Wide Field Imager), em operação no Observatório de La Silla capturou esta luz visível em grande detalhe. A NGC 6334 é uma das maternidades de estrelas de grande massa mais ativas da nossa galáxia.
telescópio vista
© ESO (telescópio VISTA)
O VISTA, a mais recente adição ao Observatório do Paranal, no deserto chileno do Atacama, é o maior telescópio de rastreio do mundo. Trabalha nos comprimentos de ondas infravermelhas, o que o torna capaz de observar através de muita poeira. Deste modo podemos observar objetos até então invisíveis. A radiação visível tende a ser absorvida pela poeira interestelar, mas esta poeira é praticamente transparente à radiação infravermelha.
Fonte: ESO

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A energia escura no Universo

Está em fase de preparação no Estado americano do Texas um experimento que pretende criar um mapa tridimensional do Universo há 11 bilhões de anos e, assim, tentar desvendar um dos grandes mistérios da astronomia: a energia escura. O projeto vai utilizar o telescópio Hobby-Eberle, um dos maiores do mundo. A ideia dos pesquisadores é que o estudo ajude os astrônomos a entender a natureza dessa energia hipotética que constituiria cerca de 75% da massa do Universo.
energia escura
© Telescópio Chandra (possível existência de energia escura)
O termo energia escura foi cunhado para explicar por que a expansão do Universo está em aceleração, já que deveria ocorrer o contrário devido à gravidade. O problema é que praticamente nada se sabe sobre ela: seria uma partícula, uma onda ou uma propriedade fundamental do espaço-tempo? É constante ou ganha força com a expansão do Universo? Existem muitas hipóteses, mas nenhuma evidência observada.
Segundo a reportagem, o Experimento Telescópio Hobby-Eberly de Energia Escura (HETDEX), é um dos três mais ambiciosos projetos sobre o tema, os outros são o Baryon Oscillation Spectroscopic Survey (Boss), que utiliza o telescópio Apache no Estado americano do Novo México, e a Pesquisa sobre a Energia Escura (DES), que tem uma câmera de 500 megapixels apontada para o espaço no telescópio Blanco, no Chile.
HETDEX
© Observatório McDonald (Telescópio Hobby-Eberly)
A ideia do projeto é mapear as posições de 1 milhão de galáxias ao medir a emissão espectrográfica de conglomerados de estrelas pequenos e ricos em hidrogênio formadas apenas 2,7 bilhões de anos após o Big Bang, momento em que os astrônomos acreditam que a energia escura seria suficiente para ser detectada.
Os cientistas irão comparar os dados com a distribuição das galáxias 5 bilhões e 11 bilhões de anos depois para determinar onde o índice de expansão mudou ou permaneceu constante durante esses enormes períodos, o que pode levar a alguma explicação sobre a energia escura.
Fonte: Scientific American

domingo, 18 de abril de 2010

Buracos negros podem matar galáxias

Um estudo realizado por um grupo de astrônomos e apresentado no Royal Astronomical Society National Astronomy Meeting, em Glasgow, no Reino Unido, indica que buracos negros podem matar galáxias ao modificar a temperatura de gases considerados essenciais. De acordo com a pesquisa, pelo menos um terço dos grandes aglomerados de estrelas têm no seu centro um buraco negro supermassivo que emite uma quantidade de energia pelo menos 10 bilhões mais poderosa que o Sol durante 1 bilhão de anos.
© NASA (ilustração de um buraco negro)
Essa energia faz com que os gases aqueçam e até saiam da galáxia. Como gases frios são necessários para a formação de novas estrelas, o buraco negro faz com que sobrem majoritariamente velhas estrelas vermelhas, em vez de novas azuis, e decrete a morte daquela galáxia.
A pesquisa indica que os buracos negros, ao lado da colisão de galáxias, podem ser responsáveis pela maioria das galáxias vermelhas. Ainda não foi comprovado que os buracos negros são os principais responsáveis pela morte dessas estruturas, mas eles são os primeiros suspeitos.
Os astrônomos compilaram uma gama de atividades cósmicas registradas tanto pelo telescópio Chandra, que registrou os raios-X emitidos pelos buracos negros, assim como imagens do Hubble, que gravou imagens das galáxias que os abrigam. Pesquisas anteriores com instrumentos menos precisos eram incapazes de registrar fontes distantes e fracas como fazem esses dois telescópios. A equipe utilizou registros de corpos a 13 bilhões de anos-luz.
Fonte: New Scientist

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vulcões de Vênus ainda podem estar ativos

Dados coletados pela sonda europeia Venus Express sugerem que os vulcões do planeta Vênus ainda podem estar ativos. Fluxos de lava relativamente jovem foram identificados na superfície do planeta por um instrumento de medição ultra-vermelho da sonda espacial, o Virtis, que analisa emissões térmicas.
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© ESA (mapa de temperatura de Vênus)
As imagens mostram que o fluxo tem composição diferente do material da superfície à sua volta e para a cientista Suzanne Smrekar, do Laboratório de Propulsão a Jato, na Califórnia, e seus colegas, poderiam indicar que alguns vulcões ainda estariam ativos.
vulcão em venus
© ESA (vulcão em Vênus)
Há muito se debate a existência de vulcões ativos em Vênus, cuja atmosfera apresenta dióxido de enxofre, um gás expelido pela erupção de vulcões. Alguns cientistas acreditam que a presença do gás é uma indicação de atividade vulcânica recente, mas outros argumentam que as erupções podem ter ocorrido há cerca de 100 milhões de anos, mas o gás permanece na atmosfera porque demora muito a reagir com as rochas da superfície do planeta.
A única forma de saber se há vulcões ativos em Vênus é observá-los em atividade, afirma a Agência Espacial Europeia. Mas isso é dificultado pela densa e nebulosa atmosfera do planeta, com 100 quilômetros de espessura.
A sonda Venus Express tenta detectar a atividade de vulcões procurando por aumento da concentração de dióxido de enxofre em regiões específicas e por locais onde a temperatura é mais alta do que em outros.
A equipe publicou sua análise sobre os fluxos de lava nas regiões de Imdr, Themis e Dione, em Vênus na revista Science.
Fonte: Science

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nova técnica permite ver planeta extrassolar

Uma nova técnica de observação de estrelas permitiu a um grupo de astrônomos enxergar três planetas que orbitam uma estrela a 120 anos-luz do Sistema Solar usando um telescópio relativamente pequeno. O truque, criado por pesquisadores do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), da Nasa, foi desenvolver um método novo para evitar que o brilho da estrela ofusque a luz tênue que se reflete nos planetas.
HR 8799
© Observatório Palomar / JPL-NASA (HR 8799)
No trabalho, os pesquisadores mostram a imagem em luz infravermelha que obtiveram do sistema planetário da estrela HR 8799; a marca verde é a posição da estrela, cuja luz foi apagada.
Em um estudo na edição desta semana da revista Nature, os pesquisadores mostram como conseguiram fazer esse truque usando duas técnicas distintas. Uma delas foi o uso de um coronógrafo, dispositivo que bloqueia a luz no centro de uma imagem. Outra foi a chamada óptica adaptativa, um mecanismo especial que manipula os espelhos de telescópios para corrigir distorções que a atmosfera terrestre causa em uma imagem.
Os três planetas observados já haviam sido vistos por outros telescópios terrestres como os dos observatório Keck e Gemini, no Havaí, o primeiro com um espelho de dez metros e o segundo com um de oito metros. Com a nova técnica usada dos cientistas do JPL, foi possível enxergar os planetas com um telescópio de apenas um metro e meio de diâmetro no Oservatorio Palomar, na Califórnia.
A técnica pode trazer grande avanço para o estudo de planetas fora do Sistema Solar, que são difíceis de detectar e visto em geral de maneira indireta. Em geral, sua presença é apenas inferida por meio de alterações luminosas nas estrelas, causadas por perturbações gravitacionais geradas pelos planetas ou quando eles bloqueiam parte da luz estelar.
Fonte: Nature

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exoplanetas com órbitas planetárias opostas

A teoria planetária dominante, segundo a qual os planetas sempre orbitam em torno de seu Sol na mesma direção, imitando a rotação da própria estrela, foi questionada pela descoberta de novos exoplanetas. "Esta é uma verdadeira bomba que lançamos no campo dos exoplanetas", afirmou o astrônomo Amaury Triaud, do Observatório de Genebra, referindo-se aos planetas situados fora do Sistema Solar.
órbita retrógrada de exoplaneta
© Efe (Representação de um exoplaneta com órbita retrógrada)
A equipe de Triaud anunciará suas descobertas em uma reunião, esta semana, da Royal Astronomical Society (RAS), em Glasgow, Escócia. Sua ideia revolucionária se baseia na descoberta de nove novos exoplanetas, o que eleva o registro destes a 452 desde que o primeiro foi descoberto, em 1995. No entanto, estes últimos são especialmente úteis, pois não foram descobertos indiretamente pelo cálculo da atração gravitacional que sofrem do Sol, mas porque passaram diretamente na frente dele.
Estes eventos são raramente capturados e muito aguardados, porque podem fornecer muito mais informações sobre o planeta. Mas, depois de comparar os novos resultados com as observações anteriores dos exoplanetas em trânsito, Triaud e seus colegas astrônomos, Andrew Cameron e o veterano caçador de exoplanetas Didier Queloz, ficaram assombrados. Eles descobriram que seis dos 27 exoplanetas que eles vinham estudando orbitavam na direção oposta à de sua estrela quente.
A grande hipótese sobre a origem dos planetas é que eles são aglomerações de um disco de poeira e gás que orbitam uma estrela jovem e se movem na mesma direção da própria rotação da estrela.
"Os novos resultados realmente contestam o senso comum de que os planetas sempre orbitam na mesma direção em que suas estrelas giram", resumiu Cameron, da Universidade de Saint Andrews, em Edimburgo.
Os planetas em trânsito são chamados "Júpiteres quentes" por terem massa similar ou maior do que a de Júpiter. Ao contrário do nosso Júpiter, que circunda o Sol a uma grande distância, os Júpiteres quentes são encontrados muito próximos a seus sóis, algumas vezes ao ponto de se queimarem.
Até agora, acreditava-se que estes planetas foram gerados a partir de materiais distantes da estrela quente e que, gradativamente, migravam para uma órbita mais próxima como resultado da interação gravitacional entre a estrela e o disco proto-planetário.
Outra questão levantada pelos especialistas é o que isto significa para as esperanças de se encontrar outra Terra: um planeta pequeno, rochoso, onde nem é muito quente, nem muito frio, mas com temperatura perfeita para que a água possa existir em estado líquido.
Acredita-se que o Júpiter do nosso Sistema Solar desempenhe um papel protetor, com sua imensa massa interpondo-se à colisão de cometas ou asteróides vagantes que poderiam atingir os pequenos e vulneráveis planetas rochosos próximos do sol, como o nosso.
Os novos Júpiteres quentes retrógrados, ao contrário, seriam assassinos e não guardiões, varrendo qualquer planeta menor dos arredores enquanto circulam.
"Um efeito colateral dramático deste processo é que poderia varrer qualquer outro planeta menor semelhante à Terra nestes sistemas", disse Queloz, que também trabalha no Observatório de Genebra.
As descobertas, feitas graças ao Observatório Europeu Austral, um telescópio gigantesco de 3,6 metros, instalado em La Silla, Chile, foram divulgados em publicações científicas.
Fonte: Observatório de Genebra

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estrelas com dez vezes a massa do Sol

A ESA, agência espacial europeia, divulgou nesta segunda-feira a imagem que mostra uma inédita formação de estrelas gigantes, cada uma com massa até dez vezes superior à do Sol. A região de formação estelar, uma grande nuvem que contém poeira e gás suficiente para produzir cerca de 10 mil Sóis, está associada à nebulosa Rossette, a 5 mil anos-luz da Terra.
nebulosa rossette
© ESA (nebulosa Rossette)
Na imagem, captada pelo telescópio espacial Herschel, cada cor representa uma temperatura diferente da poeira. As estrelas de grande massa estão localizadas no lado direito da foto, onde as temperaturas variam de -263ºC (10ºC acima do zero absoluto), em vermelho, a -233ºC, em azul.
Os borrões brilhantes são casulos empoeirados que escondem as protoestrelas de grande massa. Os pontos menores e as áreas avermelhadas são protoestrelas de menor massa, parecida com o Sol.
Segundo a ESA, é importante compreender a formação de estrelas com grande massa na Via Láctea porque elas alimentam com luz e outras formas de energia a sua nuvem. Assim, podem disparar a formação da próxima geração de estrelas.
Fonte: ESA

domingo, 11 de abril de 2010

Enigma de energia escura em sistema binário

Cientistas observaram diretamente pela primeira vez uma energia escura misteriosa que intriga os astrônomos desde o século XIX por fazer companhia a um sistema estelar binário. Epsilon Aurigae, localizada na constelação de Auriga, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra, é uma estrela binária eclipsante que, durante muito tempo, foi considerada um enigma para a comunidade científica.
epsilon aurigae
© Universidade de Michigan
Os pesquisadores utilizaram o Infra-Red Michigan Combiner (Mirc), um instrumento desenvolvido na Universidade de Michigan (UM), para captar fotos em close-up da Epsilon Aurigae durante o eclipse tradicional que ocorre em seu entorno. A cada 27 anos, o brilho do sistema, formado por uma estrela supergigante e o objeto quase invisível, cai de magnitude (período correspondente entre 640 e 730 dias terrestres), causando uma espécie de desaparecimento quando visto da Terra.
A resolução do zoom do equipamento alcançou profundidade suficiente para mostrar a forma da sombra do objeto escuro. Anteriormente, a visão infravermelha do telescópio espacial Spitzer havia registrado que um grande disco de poeira interior da Epsilon Aurigae a encobria devido ao objeto que a acompanha. O grande disco de poeira parece muito mais plano do que modelos recentes sugeridos pelo Spitzer.
O novo estudo, divulgado esta semana na revista científica Nature, mostra que realmente existe na Epsilon Aurigae uma nuvem geometricamente fina, escura, densa e parcialmente translúcida, que pode ser vista passando na frente da estrela.
Segundo professor do Departamentio de Astronomia da UM, John Monnier, "isto realmente mostra que o paradigma básico estava certo, apesar das pequenas probabilidades. Não há outro sistema como este conhecido. Acima de tudo, parece estar em uma fase rara da vida estelar".
O MIRC utiliza um processo chamado interferometria para combinar os quatro telescópios de luz que enviam dados para a matriz, que fica na Georgia State University, e ampliá-los para que pareçam estar vindo de um dispositivo 100 vezes maior que o telescópio espacial Hubble. A tecnologia permitiu aos astrônomos ver o formato e as características da superfície das estrelas pela primeira vez. Anteriormente, as estrelas eram meros pontos de luz, mesmo com os grandes telescópios.
Fonte: Nature e Science Daily

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Encontrado CO e CH4 em Tritão

De acordo com a primeira análise de infravermelho da atmosfera da lua de Netuno, Tritão, o verão está em pleno andamento no hemisfério sul. A equipe do Observatório Europeu do Sul (ESO) usou o telescópio Very Large e descobriu monóxido de carbono e metano na atmosfera rarefeita de Tritão. Essas observações mostraram que essa atmosfera fina varia sazonalmente, condensando quando aquecida. A seguir uma imagem do espectro demonstrando a presença de metano (CH4) e monóxido de carbono (CO).
espectro
© Astronomy & Astrophysics (espectro com CO e CH4)
"Nós encontramos reais evidências de que a presença do Sol ainda é sentida em Tritão, mesmo que de muito longe. Essa lua gelada, na verdade, tem estações assim como temos na Terra, mas eles mudam muito mais lentamente", disse Emmanuel Lellouch, autor principal do artigo científico que detalha estes resultados na revista Astronomy & Astrophysics.
Tritão e Netuno
© ESO (Tritão e Netuno)
A temperatura média na superfície de Tritão é de cerca de -235ºC, estamos atualmente no verão, no hemisfério sul, e no inverno, no hemisfério norte. Uma estação em Tritão dura um pouco mais de 40 anos, e a lua de Netuno passou o solstício de Verão do hemisfério sul em 2000. Dos 13 satélites de Netuno, Tritão é o maior, com 2,7 mil km de diâmetro (cerca de três quartos da Lua), sendo o sétimo maior satélite de todo o Sistema Solar.
Baseando-se na quantidade de gás medido, Lelouch e colegas estimam que a pressão atmosférica aumentou, provavelmente de um fator de quatro quando comparada às medições feitas pela sonda Voyager 2 em 1989, quando ainda era primavera neste satélite gigante.
Fonte: ESO

terça-feira, 30 de março de 2010

A "estrela da morte" de Saturno

A sonda espacial Cassini, da Nasa, agência espacial americana, captou imagens em alta resolução de Mimas, a lua gelada de Saturno, que indicam padrões surpreendentes sobre a superfície do satélite. Mimas foi batizada pelos astrônomos de "Estrela da Morte", nave da saga 'Star Wars' que também possui uma espécie de grande cratera.
mimas
© NASA (Mimas)
Segundo os cientistas da Nasa, em vez das temperaturas variarem suavemente, este lado de Mimas é dividido em uma parte quente (à esquerda) e uma parte fria (à direita). As temperaturas mais altas (em amarelo) são esperadas para ocorrer depois do meio-dia, no início da tarde.
cratera Herschel em Mimas
© NASA (cratera Herschel em Mimas)
A cratera fotografada pela sonda espacial Cassini é uma depressão gigante com 130 km de diâmetro por 9 de profundidade, o que corresponde a um terço do diâmetro de Mimas, que é de 397,2 km. A Cassini detectou sutis variações de cores no interior e ao redor do terreno da cratera, apesar da origem dessas diferenças ainda não ter sido identificada. Os cientistas acreditam que variações na composição química entre os dois terrenos causam o efeito na superfície. A cor natural de Mimas, visível ao olho humano, é cinza ou amarelada.
Os dados foram obtidos pela sonda Cassini em 13 de fevereiro de 2010, quando a Cassini chegou a uma distância de apenas 10 mil km de Mimas. O satélite assim foi batizado em homenagem ao astrônomo William Herschel, que o descobriu em 18 de junho de 1789. A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da Nasa, da Agência Espacial Europeia e Agência Espacial Italiana.
Fonte: NASA

quinta-feira, 25 de março de 2010

Galáxias escapam de nossos telescópios

Até 90% das galáxias do Universo distante teriam escapado do registro de nossos telescópios, segundo um estudo divulgado na revista Nature que permite prever a possibilidade de se desvendar o passado do Cosmos.
Graças ao Very Large Telescope (VLT) instalado no Chile, Matthew Hayes, do Observatório Astronômico da Universidade de Genebra, e seus colegas conseguiram observar algumas galáxias menos luminosas que datam da infância do Universo, quando este tinha apenas um quarto de sua idade atual, estimada em 13,7 bilhões de anos.
eso galáxias distantes
© ESO (galáxias distantes)
Para descobrir a quantidade de estrelas formadas em galáxias distantes e elaborar mapas do céu profundo, os astrônomos recorrem a uma radiação característica do hidrogênio, elemento mais abundante do Universo. Aquecido por estrelas nascentes, o hidrogênio emite raios ultravioletas de comprimento de onda de 121,6 nanômetros, as chamadas "raias Lyman-alfa", em homenagem ao físico Théodore Lyman que as descobriu.
Mas diversos fótons emitidos nesse comprimento de onda são interceptados por nuvens de gases interestelares e de poeira. A maior parte da radiação fica aprisionada na galáxia originária. Cerca de 90% das galáxias onde nascem estrelas não emite radiação Lyman-alfa suficiente para poder ser detectada.
"Onde dez galáxias são visíveis, podem haver cem", resume Hayes em um comunicado do Observatório Europeu Austral (ESO), que tem seu estudo concentrado em galáxias tão distantes que sua luz leva dez bilhões de anos para chegar até nós. Os astrônomos já sabiam que parte das galáxias não estão em suas listas de céu profundo baseadas em Lyman-alfa. O estudo permitiu medir isso pela primeira vez e constatar que o número de galáxias que faltam é considerável, acrescenta.
Utilizando dois dos telescópios de 8,2 m do ESO no Chile, sua equipe conseguiu observar galáxias distantes em Lyman-alfa e em outro comprimento de onda característico do hidrogênio quente, "a raia H-alfa". Menos suscetível de ser absorvido por gases interestelares frios, esta radiação foi captada com a câmera Hawk-1 do VLT, que desvendou galáxias desconhecidas em uma região do céu bastante estudada.
Conhecendo a velocidade com que se formaram as estrelas em diferentes épocas do Universo é possível gerar descrições mais exatas do Cosmos.
Fonte: ESO

segunda-feira, 22 de março de 2010

Galáxia que produzia estrelas em massa

Um grupo internacional de astrônomos descobriu uma galáxia que há 10 bilhões de anos produzia estrelas numa velocidade 100 vezes mais rápida do que a da Via Láctea atualmente.
Segundo os pesquisadores liderados pela Universidade de Durham, na Grã-Bretanha, a galáxia conhecida como SMM J2135-0102 produzia aproximadamente 250 sóis por ano.
 SMM J2135-0102
© ESO (SMM J2135-0102 – concepção artística)
A pesquisa realizada por Mark Swinbank, autor do estudo e membro do Instituto de Cosmologia Computacional da universidade britânica, foi publicada no site da revista científica Nature e revelou que quatro regiões da galáxia SMM J2135-0102 eram 100 vezes mais brilhantes do que atuais áreas formadoras de estrelas da Via Láctea, como a Nebulosa de Órion, indicando uma maior produção de estrelas. As galáxias no início do Universo parecem ter passado por um rápido crescimento e estrelas como o nosso Sol se formavam muito mais rapidamente do que hoje.
A mesma equipe já tinha descoberto, em 2009, uma outra galáxia, MS1358arc, que também formava estrelas em uma velocidade maior do que a esperada há 12,5 bilhões de anos.
"Nós não entendemos completamente por que as estrelas estão se formando tão rapidamente, mas nossos estudos sugerem que as estrelas se formavam muito mais eficientemente no início do Universo do que hoje em dia", explicou Swinbank.
MACS J2135-010217 e SMM J2135-0102
 © ESO (galáxias MACS J2135-010217 e SMM J2135-0102)
A galáxia SMM J2135-0102 foi encontrada graças ao telescópio Atacama Pathfinder, no Chile, operado pelo European Southern Observatory. Observações complementares foram feitas com a combinação de lentes naturais gravitacionais de galáxias nos arredores com o poderoso telescópio Submillimeter Array, no Havaí.
Por causa de sua enorme distância e do tempo que a luz levou para alcançar a Terra, a galáxia só pode ser observada como era há 10 bilhões de anos luz, apenas três bilhões de anos após o Big Bang.
Fonte: ESO e BBC Brasil

quinta-feira, 18 de março de 2010

Descobertos buracos negros primitivos

A Nasa, agência espacial americana, descobriu dois do que os cientistas acreditam ser os mais antigos e primitivos buracos negros já conhecidos. O achado, realizado por observações dos telescópios espaciais Spitzer e Hubble, podem proporcionar uma melhor compreensão de como os buracos negros, galáxias e estrelas se formaram.
buraco negro
© NASA (buraco negro – concepção artística)
"Nós encontramos integrantes da primeira geração de quasares nascidos em um meio livre de poeira e nas primeiras fases de evolução", disse Jiang Linhua, da Universidade do Arizona, em Tucson, autor do estudo divulgado na revista Nature. Os quasares são objetos astronômicos distantes e poderosamente energéticos com um núcleo galáctico ativo, algo maior do que uma estrela que, no entanto, é menor do que o mínimo para ser considerado uma galáxia.
Os buracos negros são distorções bestiais de espaço e tempo. Os mais maciços espreitam ativamente os núcleos das galáxias e, geralmente, são cercados por estruturas em forma de anel com poeira e gás que alimentam o crescimento de buracos negros.
Os cientistas acreditam que no Universo primitivo era muito cedo para existir pó cósmico, o que os leva a concluir que os primeiros quasares também não continham o material. Os novos buracos negros foram batizados de 0005-0006 e J0303-0019, um deles foi registrado como o menor quasar já identificado a cerca de 13 bilhões de anos-luz da Terra.
É provável que esses buracos negros primitivos se formaram no momento em que a poeira foi se desenvolvendo no Universo, menos de um bilhão de anos após o Big Bang.
Fonte: NASA

Filamentos de poeira na Via Láctea

A ESA, agência espacial europeia, divulgou a imagem de grandes filamentos de poeira cósmica presentes através da Via Láctea, a galáxia da Terra. A estrutura filamentosa foi fotografada pelo satélite espacial Planck a cerca de 500 anos-luz do Sol.
Segundo os cientistas, a análise aprofundada dessas estruturas poderiam ajudar a determinar as forças que moldam a Via Láctea e estimulam a formação de novas estrelas. A sonda Planck foi lançada com a missão de estudar os maiores mistérios da cosmologia como a origem do universo e das galáxias.
via láctea
© ESO (Via Láctea – filamentos de poeira)
Os filamentos de poeira estão ligados à linha horizontal sob a cor rosa na parte inferior da imagem. Naquele local, a emissão de pó cósmico percorre distâncias maiores vindo do disco da Via Láctea.
A temperatura na região onde está a linha horizontal rosada é de algumas dezenas de graus acima do zero absoluto, enquanto o frio predomina nas zonas em que as cores são mais escuras, atingindo até -261°C. A poeira cósmica, ou matéria interestelar, é um conjunto de matéria e de radiação que preenche o espaço interestelar e sua origem ainda não é bem entendida pelos astrônomos.
Fonte: ESA