quinta-feira, 6 de maio de 2010

Telescópio Herschel capta nascimento de estrela gigantesca

A ESA (agência espacial europeia) divulgou imagens captadas em infravermelho pelo telescópio espacial Herschel que mostram o processo de formação de estrelas. Em uma das imagens, o Herschel observa a nuvem RCW 120, que se desenvolve há 2,5 milhões de anos e revelou um embrião de estrela que quando nascer deve se transformar em uma das maiores e mais brilhantes da nossa galáxia.
RCW 120
© ESA (nuvem galáctica RCW 120)
O desenvolvimento da estrela ainda deve demorar algumas centenas de milhares de anos, mas o embrião já contém de oito a dez vezes a massa do Sol e a nuvem de gás e poeira que o cerca e que deve alimentá-lo tem cerca de 2 mil vezes a massa da nossa estrela.
A ESA afirma que estrelas desse tamanho são raras e não duram muito, por isso considera uma oportunidade de ouro para resolver um dos mais antigos paradoxos da astronomia. "De acordo com o nosso atual conhecimento, não seria possível a formação de estrelas maiores que oito vezes a massa do Sol", diz Annie Zavagno, do Laboratório de Astrofísica de Marseille, na França.
Isso acontece porque essas gigantes acabam por afastar as nuvens de gás e poeira necessárias ao seu nascimento antes que o suficiente seja acumulado. Contudo, de alguma maneira elas conseguem fazer esse acúmulo. Algumas dessas gigantes são conhecidas, tendo até 150 vezes a massa do Sol. Como a estrela encontrada está em um estágio inicial, os astrônomos podem usar as observações dela para entender esse fato.
Fonte: ESA

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Imagem de agrupamento de galáxias

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou uma imagem que registrou milhares de galáxias, inclusive um grupo massivo de galáxias conhecido como Abell 315. O que pode ser visto desse agrupamento é uma fração da matéria ordinária, assim como a maioria dos grupos de galáxias, seria dominado por matéria escura em sua formação. A imagem foi captada pelo observatório La Silla, no Chile, que é administrado pelo ESO.
agrupamento de galáxias
© ESO (agrupamento de galáxias)
A luz de alguns desses conglomerados de estrelas viajou 8 bilhões de anos até chegar a nós. Quando olhamos para o céu a olho nu podemos notar apenas as estrelas da Via Láctea e alguns de suas vizinhas mais próximas. Galáxias mais distantes apresentam um brilho muito fraco para serem percebidas pelo olho humano, mas, se pudéssemos vê-las, elas literalmente cobririam o céu.
A imagem divulgada pelo ESO mostra um campo vasto que passou por uma longa exposição para poder mostrar milhares de galáxias que enchem o céu em uma área que, do nosso ponto de vista, seria equivalente ao tamanho da Lua cheia.
Algumas galáxias estão relativamente próximas, o suficiente para distinguirmos seus braços em espiral ou halos elípticos, principalmente na área superior da imagem. As menores, que parecem apenas com gotículas, ou pontos, estão a uma distância de 8 bilhões de anos-luz.
O agrupamento de galáxias pode ser visto da região central descendo até um pouco para esquerda e abaixo, onde podem ser vistas diversas luzes amareladas, a dois bilhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cetus.
O ESO explica ainda essas galáxias são mantidas unidas pela gravidade para formar esses agrupamentos, que por sua vez são as maiores estruturas conhecidas no Universo. A parte visível das galáxias contribui com apenas 10% da massa desses agrupamentos, o gás quente que fica entre elas contribui com mais 10% e os 80% restantes seriam de matéria escura.
Apesar de não poder ser vista, a presença da matéria escura é revelada pelo efeito gravitacional, que atua na luz de galáxias que estão atrás do agrupamento, como se fosse um vidro gigantesco, e faz com que elas pareçam distorcidas ao serem observadas. É por causa dessa distorção que os astrônomos conseguem deduzir qual é a massa desses grupos de galáxias, mesmo que a maior parte da massa seja invisível.
Fonte: ESO

sábado, 1 de maio de 2010

Descobertos buracos negros remanescentes

Imagens dos telescópios Chandra, da Nasa, e XMM-Newton, da ESA, mostram indícios de dois buracos negros de massa intermediária que "sobreviveram" a um buraco negro supermassivo. Segundo os cientistas, estas descobertas podem ajudar a explicar o crescimento dos buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias, inclusive na Via Láctea.
buracos negros
© NASA (Registro de dois buracos negros pelo telescópio Chandra)
De acordo com a Nasa, é o primeiro caso em que há boas evidências para mais de um buraco negro de tamanho médio em uma única galáxia, no caso, a M82. Um deles, chamado de X42.3+59, tem uma massa estimada entre 12 mil e 43 mil vezes a do Sol e está a uma distância projetada em 290 anos-luz do centro do aglomerado de estrelas.
De acordo com os cientistas, a essa distância, se o buraco negro nasceu ao mesmo tempo que a galáxia e sua massa era de aproximadamente 30 mil vezes a do Sol, ele deveria ter sido atraído para o centro da galáxia, mas "escapou". O outro buraco negro, o X41.4+60, está a 600 anos-luz do centro da M82 e teria entre 200 e 800 vezes a massa do Sol.
Segundo a Nasa, o resultado é interessante porque pode ajudar a esclarecer como se formam os buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias. A M82 está a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e é o lugar mais próximo onde as condições são similares àqueles do Universo jovem, com uma grande quantidade de formação de estrelas.
Fonte: NASA e ESA

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Gelo em asteroide pode explicar origem dos oceanos

A descoberta de um asteroide com água congelada em sua superfície em meio de corpos rochosos que orbitam entre Marte e Júpiter poderá permitir conhecer melhor a origem dos oceanos terrestres e o passado do sistema solar.
"O gelo de água é bem mais frequente nos asteroides do que se pensava e pode até existir em seu interior", concluem Andrew Rivkin (Universidade John Hopkins, Estados Unidos) e Joshua Emery (Universidade do Tennessee) em seu estudo publicado na revista científica Nature.
asteroide 24 themis
© Gabriel Pérez, Instituto de Astrofísica de Canarias (ilustração)
Trabalhos anteriores levaram a supor que "a água que existe atualmente na Terra seria proveniente de asteroides", mas "até agora nenhum registro desta presença havia sido feita", lembra Humberto Campins (Universidade da Flórida Central, Orlando, Estados Unidos) na mesma revista.
Graças ao telescópio de raios infravermelhos situado no cume do vulcão Mauna Kea, no Havaí, as duas equipes de astrônomos estudaram a luz refletida pelo grande asteroide 24 Themis iluminado pelo Sol, situado a cerca de 480 milhões de km (3,2 vezes a distância da Terra ao Sol).
cinturão de asteroides
© Josh Emery, Universidade do Tennessee (órbita do asteroide)
A um comprimento de onda de cerca 3 microns, as duas equipes descobriram uma característica que mostra a presença de uma fina camada de gelo associada a moléculas orgânicas. Como o espectro luminoso permaneceu constante durante a rotação, Humberto Campins e seus colegas deduziram que o gelo e os materiais orgânicos estão amplamente espalhados pela superfície do asteroide de 200 km de extensão.
"A grande presença de gelo na superfície do 24 Themis é um tanto inesperada", ressaltam, porque os corpos rochosos do cinturão de asteroides foram considerados próximos demais do Sol para que o gelo permanecesse neles, mesmo a uma temperatura média de entre -70 e -120° C.
Poderia ter evaporado como acontece com o gelo dos cometas. Mas poderia existir sob a superfície um reservatório de água congelada, datando da formação do sistema solar, realimentando regularmente a película congelada externa, frisa Campins.
Para o astrônomo Henry Hsieh (Universidade Queen's, Belfast), a descoberta de gelo testemunha do passado é "o equivalente astronômico" ao surgimento, em 1938, de um coelacanthe vivo, peixe pré-histórico que os paleontólogos acreditavam estar extinto.
Será mais fácil saber se a água dos oceanos terrestres tiveram origem nos asteroides, levando-se em consideração sua composição (proporção de deutério, um isótopo do hidrogênio), indica em um comentário publicado na Nature.
Os cientistas chegaram à conclusão pela constância observada no espectro de luz, apesar da rotação dos asteroides, de que o gelo e o material orgânico estavam espalhados uniformemente por toda a sua superfície.
A astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou da descoberta, comparando o espectro do asteroide ao de meteoritos e minerais, e também assina o artigo.
Em 2006, a cientista brasileira iniciou sua colaboração com Campins. Thaís é especialista em famílias de asteroides e sabe aplicar a espectroscopia para investigar a composição desses corpos celestes. Ela conta que, a princípio, não esperava encontrar gelo no asteroide. A principal hipótese era silicato hidratado, um composto que não contém água mas testemunha a existência da substância em algum momento do passado.
Agora, Thaís participa do Projeto Impacton, coordenado pelo Observatório Nacional. Nas próximas semanas, será instalado um telescópio na cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. O instrumento, que conta com um espelho de um metro de diâmetro, vai investigar objetos próximos à órbita da Terra.
Fonte: Nature e O Estado de S. Paulo

terça-feira, 27 de abril de 2010

Nasa divulga imagem de aglomerado estelar

A NASA, agência espacial americana, divulgou a imagem inédita de um aglomerado estelar na fronteira com as constelações de Sagitário e Corona Australis. Localizado cerca de 420 anos-luz da Terra, o aglomerado chamado de "Cluster Coronet" tem um diâmetro de aproximadamente 10 anos-luz.
 aglomerado coronet
© NASA (aglomerado Coronet)
A imagem, feita pela câmera infravermelho Wise, mostra a área central do aglomerado Coronet. Segundo a Nasa, a luz infravermelha do Wise permite visualizar em verde e vermelho o pó de formação estelar aquecido pelas próprias estrelas recém-nascidas em uma região de formação estelar. Em azul, as estrelas recém-nascidas aninhadas nas proximidades do aglomerado.
A diferença de cor se dá em função de comprimentos de onda diferentes. Azul e turquesa são a leitura da luz infravermelha em comprimentos de onda de 3,4 e 4,6 mícrons, produzido pela luz das estrelas. Verde e vermelho representam a luz aos 12 e 22 mícrons, que é principalmente produzida pela poeira quente.
Fonte: NASA e AFP

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ESA registra formação de estrelas

Imagens captadas pelo observatório Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), podem ajudar a entender a complexa física da poeira e do gás que levam à formação de estrelas na nossa galáxia.
A agência afirma que as estrelas se formam a partir de aglomerados de poeira e gás. Contudo, a capacidade do Planck de utilizar microondas para investigar essas regiões mostra detalhes que o olho humano não consegue ver. Com essa capacidade, o observatório foi direcionado para duas regiões relativamente próximas de formação de estrelas: Órion e Perseu.
constelação de perseus
© ESA (constelação de Perseus)
A observação da região de Perseu mostra três processos físicos na nuvem de gás e poeira. Nas frequências mais baixas, o observatório capta a emissão causada pela interação em alta velocidade de elétrons e do campo magnético, além de partículas da nuvem de poeira que podem ser detectadas.
Em uma frequência intermediária, o Planck observa o gás quente emitido por estrelas recém-formadas. Nas frequências mais altas, o observatório capta o calor escasso emitido pela nuvem de poeira fria. Esse último estágio pode revelar os núcleos mais frios nas nuvens, os quais estão se aproximando do estágio de colapso, antes de se tornarem estrelas que vão, finalmente, dispersar as nuvens ao redor.
De acordo com a ESA, o delicado balanço entre o colapso da nuvem e a dispersão regula o número de estrelas que uma galáxia pode criar. O trabalho do observatório pode ajudar na compreensão desse processo porque, pela primeira vez, fornece dados sobre a emissão de vários mecanismos importantes de uma só vez.
Fonte: ESA

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Buracos negros obtém matéria de estrelas

Um dos grandes mistérios da ciência pode estar próximo de uma explicação. Por anos os cientistas estão intrigados sobre como os buracos negros supermassivos conseguem matéria suficiente para atingirem seus tamanhos. A resposta pode estar em um disco de estrelas encontrado próximo ao centro da galáxia de Andrômeda, um fenômeno que pode ser mais comum do que se pensava.
galáxia de andrômeda
© NASA / ESA (Galáxia de Andrômeda)
Buracos negros que tem massas milhões ou até bilhões de vezes maiores que a do Sol ficam no centro de galáxias, inclusive na nossa. Esses buracos negros foram englobando gigantescos amontoados de gás que propiciaram aumento de suas massas, mas os astrônomos não sabem como esse gás fazia a última parte da migração, um caminho por dezenas ou centenas de anos-luz, para ser acumulado.
Os astrônomos Philip Hopkins e Eliot Quataert da Universidade de Berkeley, no Estado americano da Califórnia, sugerem que a formação de um disco de estrelas facilita o curso do gás, formando um caminho pela espiral até o buraco negro.
De acordo com simulações dos cientistas, quando há gás suficiente para a formação de um amontoado de estrelas orbitando um buraco negro, essas estruturas se alinham em forma de um disco elíptico que pode se estender por dezenas de anos-luz do centro da galáxia.
Essa estrutura oval acaba por atrair gás, criando diversos fluxos. O gás perde força ao longo do processo e, finalmente, acaba por ser "engolido" pelo buraco negro. Dessa forma, os buracos negros poderiam consumir 10 vezes a massa do Sol por ano, segundo os cientistas. Os pesquisadores ainda dizem que no auge da captura de matéria dos buracos negros, há 10 bilhões de anos, essa maneira seria suficiente para alimentar esses gordões do espaço.
Os astrônomos afirmam que uma evidência para esta teoria pode ser encontrada em Andrômeda, uma galáxia vizinha que tem um espécie de núcleo duplo, ou seja, dois pontos brilhantes no seu centro, junto ao que parece ser um sinal de um disco oval de estrelas e gás.
Um experimento vai tentar observar se outras galáxias possuem essa característica de um disco de estrelas no seu centro.
Fonte: New Scientist

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sonda da Nasa envia imagens inéditas do Sol

A sonda da Nasa, a agência espacial americana, lançada para estudar o Sol, enviou as primeiras imagens do astro. Chamada de Observatório de Dinâmica Solar (SDO), a nave enviou imagens de explosões gigantescas e grandes arcos de gases. A alta resolução das imagens enviadas pela sonda deve ajudar os cientistas a compreender a atividade solar e o impacto desta atividade na Terra.
sol visto pelo sdo da nasa
© NASA (Sol visto pelo Observatório de Dinâmica Solar)
O SDO foi lançado do Cabo Canaveral em fevereiro de 2010, custou US$ 800 milhões e deve operar até pelo menos os próximos cinco anos. Os pesquisadores esperam que, com este prazo de funcionamento da sonda, eles consigam prever o comportamento do Sol da mesma forma que meteorologistas conseguem prever o clima da Terra.
A atividade solar tem uma influência profunda na Terra. Grandes erupções de partículas carregadas e a emissão de radiação intensa podem interferir no funcionamento de satélites, sistemas de comunicação além de significar um risco à saúde de astronautas.
O SDO está equipado com instrumentos para investigar o funcionamento dentro, na superfície e na atmosfera do Sol. A sonda consegue imagens completas do Sol com uma resolução dez vezes melhor do que a média conseguida por uma câmera de televisão de alta definição. Isto permite que a escolha de imagens de aspectos na superfície do Sol e em sua atmosfera cujo tamanho pode chegar até 350 km. Outra vantagem é que as imagens são enviadas rapidamente, em segundos.
Os instrumentos do SDO operam em comprimentos de onda diferentes, com isso os cientistas poderão estudar a atmosfera do Sol em camadas. Mas, o grande desafio para a sonda será analisar o funcionamento do dínamo solar, uma profunda rede de correntes de plasma que geram o campo magnético do Sol. É este dínamo que, em última análise, é o responsável por todas as formas de atividade solar, desde as explosões na atmosfera do Sol até as áreas da estrela relativamente mais frias, chamadas também de manchas solares. Ss imagens recebidas abrem caminho para novas descobertas sobre a estrela central do sistema solar.
Fonte: NASA e BBC Brasil

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O VISTA focaliza maternidade de estrelas

A Nebulosa Pata de Gato, NGC 6334, é uma enorme maternidade estelar, local de nascimento de centenas de estrelas de grande massa. Em nova imagem divulgada pelo Observatório Europeu do Sul, ESO, obtida pelo telescópio de rastreio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) situado no Observatório do Paranal, no Chile, a radiação infravermelha penetra no gás brilhante e nas nuvens de poeira que encobrem a imagem fazendo com que algumas das estrelas jovens escondidas possam ser observadas.
nebulosa pata de gato
© ESO (nebulosa pata de gato)
Localizada na direção do centro da Via Láctea, a 5.500 anos-luz da Terra, na constelação do Escorpião, a Nebulosa Pata de Gato estende-se ao longo de 50 anos-luz. Em radiação visível, o gás e poeira são iluminados por estrelas quentes jovens, criando estranhas formas avermelhadas que dão ao objeto o seu nome. Uma imagem recente do WFI do ESO (Wide Field Imager), em operação no Observatório de La Silla capturou esta luz visível em grande detalhe. A NGC 6334 é uma das maternidades de estrelas de grande massa mais ativas da nossa galáxia.
telescópio vista
© ESO (telescópio VISTA)
O VISTA, a mais recente adição ao Observatório do Paranal, no deserto chileno do Atacama, é o maior telescópio de rastreio do mundo. Trabalha nos comprimentos de ondas infravermelhas, o que o torna capaz de observar através de muita poeira. Deste modo podemos observar objetos até então invisíveis. A radiação visível tende a ser absorvida pela poeira interestelar, mas esta poeira é praticamente transparente à radiação infravermelha.
Fonte: ESO

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A energia escura no Universo

Está em fase de preparação no Estado americano do Texas um experimento que pretende criar um mapa tridimensional do Universo há 11 bilhões de anos e, assim, tentar desvendar um dos grandes mistérios da astronomia: a energia escura. O projeto vai utilizar o telescópio Hobby-Eberle, um dos maiores do mundo. A ideia dos pesquisadores é que o estudo ajude os astrônomos a entender a natureza dessa energia hipotética que constituiria cerca de 75% da massa do Universo.
energia escura
© Telescópio Chandra (possível existência de energia escura)
O termo energia escura foi cunhado para explicar por que a expansão do Universo está em aceleração, já que deveria ocorrer o contrário devido à gravidade. O problema é que praticamente nada se sabe sobre ela: seria uma partícula, uma onda ou uma propriedade fundamental do espaço-tempo? É constante ou ganha força com a expansão do Universo? Existem muitas hipóteses, mas nenhuma evidência observada.
Segundo a reportagem, o Experimento Telescópio Hobby-Eberly de Energia Escura (HETDEX), é um dos três mais ambiciosos projetos sobre o tema, os outros são o Baryon Oscillation Spectroscopic Survey (Boss), que utiliza o telescópio Apache no Estado americano do Novo México, e a Pesquisa sobre a Energia Escura (DES), que tem uma câmera de 500 megapixels apontada para o espaço no telescópio Blanco, no Chile.
HETDEX
© Observatório McDonald (Telescópio Hobby-Eberly)
A ideia do projeto é mapear as posições de 1 milhão de galáxias ao medir a emissão espectrográfica de conglomerados de estrelas pequenos e ricos em hidrogênio formadas apenas 2,7 bilhões de anos após o Big Bang, momento em que os astrônomos acreditam que a energia escura seria suficiente para ser detectada.
Os cientistas irão comparar os dados com a distribuição das galáxias 5 bilhões e 11 bilhões de anos depois para determinar onde o índice de expansão mudou ou permaneceu constante durante esses enormes períodos, o que pode levar a alguma explicação sobre a energia escura.
Fonte: Scientific American

domingo, 18 de abril de 2010

Buracos negros podem matar galáxias

Um estudo realizado por um grupo de astrônomos e apresentado no Royal Astronomical Society National Astronomy Meeting, em Glasgow, no Reino Unido, indica que buracos negros podem matar galáxias ao modificar a temperatura de gases considerados essenciais. De acordo com a pesquisa, pelo menos um terço dos grandes aglomerados de estrelas têm no seu centro um buraco negro supermassivo que emite uma quantidade de energia pelo menos 10 bilhões mais poderosa que o Sol durante 1 bilhão de anos.
© NASA (ilustração de um buraco negro)
Essa energia faz com que os gases aqueçam e até saiam da galáxia. Como gases frios são necessários para a formação de novas estrelas, o buraco negro faz com que sobrem majoritariamente velhas estrelas vermelhas, em vez de novas azuis, e decrete a morte daquela galáxia.
A pesquisa indica que os buracos negros, ao lado da colisão de galáxias, podem ser responsáveis pela maioria das galáxias vermelhas. Ainda não foi comprovado que os buracos negros são os principais responsáveis pela morte dessas estruturas, mas eles são os primeiros suspeitos.
Os astrônomos compilaram uma gama de atividades cósmicas registradas tanto pelo telescópio Chandra, que registrou os raios-X emitidos pelos buracos negros, assim como imagens do Hubble, que gravou imagens das galáxias que os abrigam. Pesquisas anteriores com instrumentos menos precisos eram incapazes de registrar fontes distantes e fracas como fazem esses dois telescópios. A equipe utilizou registros de corpos a 13 bilhões de anos-luz.
Fonte: New Scientist

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vulcões de Vênus ainda podem estar ativos

Dados coletados pela sonda europeia Venus Express sugerem que os vulcões do planeta Vênus ainda podem estar ativos. Fluxos de lava relativamente jovem foram identificados na superfície do planeta por um instrumento de medição ultra-vermelho da sonda espacial, o Virtis, que analisa emissões térmicas.
 2008je003118-p11_enh.pdf
© ESA (mapa de temperatura de Vênus)
As imagens mostram que o fluxo tem composição diferente do material da superfície à sua volta e para a cientista Suzanne Smrekar, do Laboratório de Propulsão a Jato, na Califórnia, e seus colegas, poderiam indicar que alguns vulcões ainda estariam ativos.
vulcão em venus
© ESA (vulcão em Vênus)
Há muito se debate a existência de vulcões ativos em Vênus, cuja atmosfera apresenta dióxido de enxofre, um gás expelido pela erupção de vulcões. Alguns cientistas acreditam que a presença do gás é uma indicação de atividade vulcânica recente, mas outros argumentam que as erupções podem ter ocorrido há cerca de 100 milhões de anos, mas o gás permanece na atmosfera porque demora muito a reagir com as rochas da superfície do planeta.
A única forma de saber se há vulcões ativos em Vênus é observá-los em atividade, afirma a Agência Espacial Europeia. Mas isso é dificultado pela densa e nebulosa atmosfera do planeta, com 100 quilômetros de espessura.
A sonda Venus Express tenta detectar a atividade de vulcões procurando por aumento da concentração de dióxido de enxofre em regiões específicas e por locais onde a temperatura é mais alta do que em outros.
A equipe publicou sua análise sobre os fluxos de lava nas regiões de Imdr, Themis e Dione, em Vênus na revista Science.
Fonte: Science

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nova técnica permite ver planeta extrassolar

Uma nova técnica de observação de estrelas permitiu a um grupo de astrônomos enxergar três planetas que orbitam uma estrela a 120 anos-luz do Sistema Solar usando um telescópio relativamente pequeno. O truque, criado por pesquisadores do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), da Nasa, foi desenvolver um método novo para evitar que o brilho da estrela ofusque a luz tênue que se reflete nos planetas.
HR 8799
© Observatório Palomar / JPL-NASA (HR 8799)
No trabalho, os pesquisadores mostram a imagem em luz infravermelha que obtiveram do sistema planetário da estrela HR 8799; a marca verde é a posição da estrela, cuja luz foi apagada.
Em um estudo na edição desta semana da revista Nature, os pesquisadores mostram como conseguiram fazer esse truque usando duas técnicas distintas. Uma delas foi o uso de um coronógrafo, dispositivo que bloqueia a luz no centro de uma imagem. Outra foi a chamada óptica adaptativa, um mecanismo especial que manipula os espelhos de telescópios para corrigir distorções que a atmosfera terrestre causa em uma imagem.
Os três planetas observados já haviam sido vistos por outros telescópios terrestres como os dos observatório Keck e Gemini, no Havaí, o primeiro com um espelho de dez metros e o segundo com um de oito metros. Com a nova técnica usada dos cientistas do JPL, foi possível enxergar os planetas com um telescópio de apenas um metro e meio de diâmetro no Oservatorio Palomar, na Califórnia.
A técnica pode trazer grande avanço para o estudo de planetas fora do Sistema Solar, que são difíceis de detectar e visto em geral de maneira indireta. Em geral, sua presença é apenas inferida por meio de alterações luminosas nas estrelas, causadas por perturbações gravitacionais geradas pelos planetas ou quando eles bloqueiam parte da luz estelar.
Fonte: Nature

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exoplanetas com órbitas planetárias opostas

A teoria planetária dominante, segundo a qual os planetas sempre orbitam em torno de seu Sol na mesma direção, imitando a rotação da própria estrela, foi questionada pela descoberta de novos exoplanetas. "Esta é uma verdadeira bomba que lançamos no campo dos exoplanetas", afirmou o astrônomo Amaury Triaud, do Observatório de Genebra, referindo-se aos planetas situados fora do Sistema Solar.
órbita retrógrada de exoplaneta
© Efe (Representação de um exoplaneta com órbita retrógrada)
A equipe de Triaud anunciará suas descobertas em uma reunião, esta semana, da Royal Astronomical Society (RAS), em Glasgow, Escócia. Sua ideia revolucionária se baseia na descoberta de nove novos exoplanetas, o que eleva o registro destes a 452 desde que o primeiro foi descoberto, em 1995. No entanto, estes últimos são especialmente úteis, pois não foram descobertos indiretamente pelo cálculo da atração gravitacional que sofrem do Sol, mas porque passaram diretamente na frente dele.
Estes eventos são raramente capturados e muito aguardados, porque podem fornecer muito mais informações sobre o planeta. Mas, depois de comparar os novos resultados com as observações anteriores dos exoplanetas em trânsito, Triaud e seus colegas astrônomos, Andrew Cameron e o veterano caçador de exoplanetas Didier Queloz, ficaram assombrados. Eles descobriram que seis dos 27 exoplanetas que eles vinham estudando orbitavam na direção oposta à de sua estrela quente.
A grande hipótese sobre a origem dos planetas é que eles são aglomerações de um disco de poeira e gás que orbitam uma estrela jovem e se movem na mesma direção da própria rotação da estrela.
"Os novos resultados realmente contestam o senso comum de que os planetas sempre orbitam na mesma direção em que suas estrelas giram", resumiu Cameron, da Universidade de Saint Andrews, em Edimburgo.
Os planetas em trânsito são chamados "Júpiteres quentes" por terem massa similar ou maior do que a de Júpiter. Ao contrário do nosso Júpiter, que circunda o Sol a uma grande distância, os Júpiteres quentes são encontrados muito próximos a seus sóis, algumas vezes ao ponto de se queimarem.
Até agora, acreditava-se que estes planetas foram gerados a partir de materiais distantes da estrela quente e que, gradativamente, migravam para uma órbita mais próxima como resultado da interação gravitacional entre a estrela e o disco proto-planetário.
Outra questão levantada pelos especialistas é o que isto significa para as esperanças de se encontrar outra Terra: um planeta pequeno, rochoso, onde nem é muito quente, nem muito frio, mas com temperatura perfeita para que a água possa existir em estado líquido.
Acredita-se que o Júpiter do nosso Sistema Solar desempenhe um papel protetor, com sua imensa massa interpondo-se à colisão de cometas ou asteróides vagantes que poderiam atingir os pequenos e vulneráveis planetas rochosos próximos do sol, como o nosso.
Os novos Júpiteres quentes retrógrados, ao contrário, seriam assassinos e não guardiões, varrendo qualquer planeta menor dos arredores enquanto circulam.
"Um efeito colateral dramático deste processo é que poderia varrer qualquer outro planeta menor semelhante à Terra nestes sistemas", disse Queloz, que também trabalha no Observatório de Genebra.
As descobertas, feitas graças ao Observatório Europeu Austral, um telescópio gigantesco de 3,6 metros, instalado em La Silla, Chile, foram divulgados em publicações científicas.
Fonte: Observatório de Genebra

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estrelas com dez vezes a massa do Sol

A ESA, agência espacial europeia, divulgou nesta segunda-feira a imagem que mostra uma inédita formação de estrelas gigantes, cada uma com massa até dez vezes superior à do Sol. A região de formação estelar, uma grande nuvem que contém poeira e gás suficiente para produzir cerca de 10 mil Sóis, está associada à nebulosa Rossette, a 5 mil anos-luz da Terra.
nebulosa rossette
© ESA (nebulosa Rossette)
Na imagem, captada pelo telescópio espacial Herschel, cada cor representa uma temperatura diferente da poeira. As estrelas de grande massa estão localizadas no lado direito da foto, onde as temperaturas variam de -263ºC (10ºC acima do zero absoluto), em vermelho, a -233ºC, em azul.
Os borrões brilhantes são casulos empoeirados que escondem as protoestrelas de grande massa. Os pontos menores e as áreas avermelhadas são protoestrelas de menor massa, parecida com o Sol.
Segundo a ESA, é importante compreender a formação de estrelas com grande massa na Via Láctea porque elas alimentam com luz e outras formas de energia a sua nuvem. Assim, podem disparar a formação da próxima geração de estrelas.
Fonte: ESA