sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Hubble revela superaquecimento nos primórdios do Universo

Durante um período de aquecimento universal há 11 bilhões de anos, quasares (o núcleo brilhante de galáxias ativas) produziram jatos de radiação que atrofiaram, o desenvolvimento de algumas galáxias anãs por aproximadamente 500 milhões de anos.
quasar
 © NASA (ilustração de um quasar)
A conclusão está sendo apresentada por um grupo de cientistas que utilizou o Telescópio Espacial Hubble para sondar o Universo remoto. Os astrônomos identificaram essa era, de 11,7 a 11,3 bilhões de anos atrás, quando a luz ultravioleta das galáxias ativas arrancou elétrons de átomos de hélio. Esse processo, conhecido como ionização, aqueceu o hélio intergaláctico de 10.000º C a 22.000º C. Isso impediu que o gás se aglomerasse para dar origem a novas gerações de estrelas em algumas galáxias menores.
Michael Shull, da Universidade do Colorado-Boulder, e sua equipe estudaram o espectro da luz ultravioleta produzida por um quasar e encontraram sinais de hélio ionizado.
O Universo passou por uma fase quente inicial há mais de 13 bilhões de anos, quando a energia das primeiras estrelas ionizou o hidrogênio interestelar criado no Big Bang. Essa época é chamada de reionozação, porque os núcleos de hidrogênio encontravam-se ionizados imediatamente depois do Big Bang.
O Hubble determinou que foram necessários mais dois bilhões de anos antes que o Universo produzisse radiação suficiente para reionizar também o hélio primordial. Essa radiação não veio de estrelas, mas de gigantescos buracos negros.
Fonte: Astrophysical Journal

Descobertos sinais de água em asteroide

A presença de água congelada em asteroides pode ser muito mais comum que o esperado, diz um novo estudo, apresentado na Conferência da Divisão de Ciência Planetária realizada na Califórnia.
impacto de asteroide
© NASA (ilustração do impacto de um asteroide sobre a Terra)
Duas equipes de pesquisadores que publicaram no início do ano uma demonstração da presença de gelo e moléculas orgânicas em um asteroide agora descobriram que outro corpo do mesmo tipo, o asteroide 65 Cybele, contém o mesmo tipo de material.
"Essa descoberta sugere que esta região do nosso Sistema Solar contém mais água congelada do que se previa", disse Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central.
Isso apoia a teoria de que asteroides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta água e os tijolos básicos para que a vida surgisse e evoluísse aqui.
O asteroide 65 Cybele é um pouco maior que o 24 Themis, objeto do artigo anterior do grupo. Cybele tem um diâmetro de 290 km, e Themis, de 200 km. Ambos ficam na mesma região do cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter.
Fonte: Astronomy and Astrophysics

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O segredo do Unicórnio

Na constelação do Unicórnio, no interior de uma nuvem escura de grande massa rica em moléculas e poeira, encontra-se uma maternidade estelar ativa, o enxame Monoceros R2.
 © ESO (Monoceros R2)
Nesta bela imagem infravermelha obtida a partir do Observatório do Paranal do ESO, no norte do Chile, o telescópio de rastreio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) penetra na escura cortina de poeira e revela com um detalhe  surpreendente as dobras, voltas e filamentos esculpidos na matéria interestelar poeirenta pelos intensos ventos de partículas e radiação emitidos pelas estrelas quentes jovens.
Embora esta nuvem pareça próxima no céu da mais conhecida Nebulosa de Órion, na realidade encontra-se quase duas vezes mais afastada da Terra, a uma distância de cerca de 2700 anos-luz. No visível podemos observar uma bela coleção de nebulosas de reflexão formadas quando a radiação azulada de um grupo de estrelas quentes de grande massa é dispersada por partes das camadas exteriores escuras da nuvem molecular. No entanto, a maioria das estrelas que acabaram de nascer permanecem escondidas uma vez que as espessas camadas de poeira interestelar absorvem fortemente a sua radiação ultravioleta e visível.
Com o seu enorme campo de visão, espelho grande e câmara sensível, o VISTA é o telescópio ideal para obter imagens profundas de grande qualidade no infravermelho de grandes áreas do céu, tais como a região Monoceros R2. A largura do campo de visão do VISTA é equivalente a cerca de 80 anos-luz a esta distância. Uma vez que a poeira é bastante transparente nos comprimentos de onda do infravermelho, muitas estrelas que não se conseguem observar em imagens no visível, tornam-se aparentes no infravermelho. A estrela de maior massa tem menos que dez milhões de anos de idade.
A nova imagem foi criada através de várias exposições obtidas em três regiões diferentes do espectro, no infravermelho próximo. Em nuvens moleculares como a Monoceros R2, as baixas temperaturas e as densidades relativamente altas permitem que as moléculas se formem, tais como o hidrogênio que, em certas condições, emite intensamente no infravermelho próximo. Muitas das estruturas vermelhas e rosas que aparecem na imagem do VISTA devem-se provavelmente ao brilho do hidrogênio molecular que é emitido pelas estrelas jovens.
A região Monoceros R2 possui um núcleo denso com, no máximo, dois anos-luz de extensão, o qual se encontra repleto de estrelas jovens de grande massa, possuindo igualmente um enxame de fontes infravermelhas brilhantes, que são geralmente estrelas de grande massa que nasceram recentemente, e que por isso estão ainda rodeadas pelos discos de poeira. Esta região encontra-se no centro da imagem, onde podemos observar uma maior concentração de estrelas e onde as estruturas avermelhadas proeminentes indicam muito provavelmente emissão de hidrogênio molecular.
A nuvem brilhante na parte mais à direita no centro da imagem é NGC 2170, a nebulosa de reflexão mais brilhante desta região. Em radiação visível, a nebulosa assemelha-se a ilhas azuis brilhantes num oceano escuro, enquanto que no infravermelho são reveladas no seu interior  fábricas frenéticas onde centenas de estrelas de grande massa estão se formando. A NGC 2170 pode ser observada de modo tênue através de um pequeno telescópio e foi descoberta por William Herschel na Inglaterra em 1784.
As estrelas formam-se num processo que dura tipicamente alguns milhões de anos e que se processa no interior de enormes nuvens de gás e poeira interestelar, com centenas de anos-luz de dimensão. Como a poeira interestelar é opaca à radiação visível, observações no infravermelho e no rádio são cruciais no sentido de compreendermos os primeiros estágios da formação estelar. Ao mapear o céu austral de modo sistemático, o telescópio VISTA irá colectar cerca de 300 gigabytes de dados por noite, fornecendo uma enorme quantidade de informação relativa àquelas regiões que, serão estudadas posteriormente em mais detalhe pelo Very Large Telescope (VLT), o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e, no futuro, o European Extremely Large Telescope (E-ELT).
Fonte: ESO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Choque com lua gigante pode explicar o surgimento dos anéis de Saturno

Os anéis de Saturno podem ter surgido após a colisão entre uma lua gigantesca e a superfície gélida e rochosa do planeta. Esta é a teoria da cientista americana Robin Canup, que apresentou sua tese à Associação Americana de Astronomia. Segundo ela, o choque teria sido forte o suficiente para deslocar um pedaço do manto de Saturno e explicaria por que os anéis são compostos basicamente de água.
a formação dos anéis de saturno
© SPL/BBC News (ilustração da formação dos anés de saturno)
A composição dos anéis de Saturno intriga especialistas há décadas. Mais de 90% da estrutura dos anéis é feita de água e gelo. O resto consiste em pequenas pedras e poeira espacial, que acabam se depositando na região por causa dos constantes choques com micrometeoros.
Em entrevista à rede de notícias BBC, o cientista Carl Murray, um dos astrônomos da missão Cassini, que monitora a sonda que orbita Saturno, disse que a teoria da americana é um pouco confusa, já que o choque com outro satélite depositaria muito mais resíduos de rochas nos anéis.
Atualmente, duas teorias explicam a composição destes anéis. Uma delas afirma que um cometa de gelo poderia ter se 'desmanchado' ao se aproximar de Saturno. A outra aponta que pequenas luas foram sugadas pelo campo gravitacional, acabaram destruídas e passaram a cercar o planeta.
Para Robin Canup, é preciso explorar uma nova alternativa. A cientista afirma que os anéis provavelmente surgiram do choque com um satélite gigantesco, muito maior do que a maioria dos meteoros.
Uma lua gigante, cerca de 10 vezes maior do que os que as teorias atuais propõem, poderia ter modificado o campo energético de Saturno a tal ponto que teria separado a água das rochas. Nesta separação, a água teria se transformado nos anéis e as rochas teriam caído de volta no planeta. Canup espera provar sua teoria até 2017, data em que a sonda Cassini será desativada.
Fonte: BBC News

Nasa encerra operação de satélite que mediu a idade do Universo

A Nasa anunciou que está encerrando as atividades do satélite Wilkinson Microwave Anisotropy Probe, ou WMAP, que realizou um mapeamento do radiação cósmica de fundo de micro-ondas, muitas vezes descrito como o brilho do Big Bang, e que permitiu a obtenção da mais precisa estimativa da idade do Universo: 13,75 bilhões de anos, com margem de erro de 1%.
mapa celeste obtido pela sonda WMAP
© NASA (mapa celeste obtido pela sonda WMAP)
O WMAP opera desde 2001 e os cientistas ainda estão ocupados analisando os dados levantados nesse período. O satélite foi criado para oferecer a visão mais detalhada possível das diferenças de temperatura da radiação cósmica de fundo de micro-ondas, que havia sido descoberto na década de 90 por outro satélite, o Cobe.
O WMAP fez sua última leitura de dados em 20 de agosto e, em 8 de setembro, disparou os foguetes que o tiraram de sua órbita de trabalho e o colocaram numa órbita estacionária, ao redor do Sol.
O satélite detecta os vestígios da luz do Universo primordial, um padrão congelado no espaço quando o cosmo tinha apenas 380.000 anos. À medida que o Universo se expandia ao longo dos 13 bilhões de anos seguintes, essa luz vestigial foi esticada até atingir o comprimento de micro-ondas.
O WMAP mostrou que os átomos do tipo que compõe a matéria comum encontrada em planetas e estrelas correspondem a apenas 4,6% do Universo atual, e que a maior parte do cosmo é feita de duas entidades ainda incompreendidas.
A matéria escura, que perfaz 23% do Universo, é um material que ainda não foi detectado em laboratórios, embora seus efeitos sejam notados em escala cósmica. A energia escura é uma entidade que atua de forma oposta à gravidade e pode ser uma propriedade do espaço vazio. O WMAP confirmou sua existência e determinou que preenche 72% do cosmo.
Fonte: NASA

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nova reação química ocorre na lua Europa

A lua Europa, que orbita Júpiter, pode esconder rápidas reações químicas entre água e dióxido sulfúrico em temperaturas extremamente geladas.
lua Europa de Júpiter
© NASA (lua Europa de Júpiter)
Mark Loeffler e Reggie Hudson, no Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa, descobriram que a reação forma gelo com velocidade surpreendentemente altas em temperaturas centenas de graus abaixo do normal para congelamento.
Segundo os pesquisadores, como esta reação ocorre sem radiação, poderia surgir por toda a lua Europa uma espessa camada de gelo, o que muda o pensamento atual sobre química e geologia desta lua e, talvez, de outras pelo espaço.
A temperatura da lua varia entre -187°C e -143°C. Nestas temperaturas, costumeiramente reações químicas precisam de energia de radiação ou luz. Na lua Europa, a energia vem de partículas de radiações de Júpiter.
"Quando observamos a superfície da lua Europa, vemos que é gelada e sólida, e normalmente você não espera que coisas muito rápidas ocorram sob estas condições", disse Hudson. "Mas com esta química que descrevemos, podemos ter camada de gelo de 10 ou 100 de espessura, e se realmente há dióxido sulfúrico misturado, teremos esta reação", completou Loeffler.
Fonte: NASA

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Energia no limite do Sistema Solar

Um "nó" descoberto tempos atrás na faixa de átomos neutros que emanam do limite entre o Sistema Solar e o restante da galáxia parece ter se desatado.
fluxo de energia de 1,2 KeV detectado pela sonda IBEX
© NASA (fluxo de energia de 1,2 KeV detectado pela sonda IBEX)
Pesquisadores acreditam que a faixa, revelada inicialmente em mapas produzidos pela sonda Explorador da Fronteira Interestelar, ou Ibex, forma-se em resposta às interações entre o espaço interestelar e a heliosfera, a bolha protetora criada pelo Sol e na qual residem a Terra e os demais planetas.
Detectores a bordo da Ibex captam átomos neutros emitidos a partir da fronteira do Sistema Solar e lançados na direção dos planetas. Os instrumentos usam a informação para criar mapas completos da região limítrofe a cada seis meses.
Análises do primeiro mapa, divulgado no início do ano, indicavam que a faixa é controlada pela direção do campo magnético interestelar, fora da heliosfera. Esse campo influenciaria a estrutura da heliosfera mais do que os cientistas imaginavam até então.
A figura, semelhante a um nó, que aparecia na parte norte da faixa de emissão, no primeiro mapa, destacava-se do restante da faixa como a característica mais marcante entre as fontes de emissão de alta energia.
Já o segundo mapa, divulgado nesta semana, mostra que, embora a estrutura em larga escala da faixa tenha se mantido estável, as regiões polares apresentam menos emissões e o nó se "desatou", perdendo 30% de sua intensidade e se espalhando por outras latitudes.
"Estamos assistindo ao nó se desfazer à medida que se espalha por uma região da faixa", disse o pesquisador David J. McComas, principal investigador do Ibex. "Até hoje os cientistas não conseguem chegar a um acordo sobre o que causa o nó na faixa, mas comparando diferentes mapas descobrimos que a região está mudando em períodos relativamente curtos. Agora, temos de descobrir o motivo".
Fonte: Journal of Geophysical Research

Sprays de água em lua de Saturno

A Sonda Cassini registrou imagem que mostra a lua Enceladus, que orbita Saturno, com sprays de água sendo expelidos em sua região polar sul. A sonda estava a 617 mil km de distâcnia do satélite natural.
lua Enceladus de Saturno
© NASA/Cassini (lua de saturno: Enceladus)
Os sprays são formados de partículas de gelo, vapor de água e compostos orgânicos. Na imagem, podem ser vistos quatro destes jatos. Os jatos podem ser de diversos tamanhos, e sempre se localizam na região sul do satélite.
A luz refletida em Saturno ilumina a superfície da lua enquanto o Sol, localizado quase exatamente atrás da lua Enceladus, reflete os sprays. A imagem mostra visão da região da lua que é virada para Saturno.
Fonte: NASA

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Descoberto planeta potencialmente habitável perto da Terra

Astrônomos americanos informaram a descoberta de um planeta do tamanho da Terra e com condições de ser habitado em órbita de uma estrela próxima.
Gliese 581g
© Lynette Cook (ilustração do planeta Gliese 581g)
O planeta, encontrado por astrônomos da Universidade Santa Cruz (UCSC), na Califórnia, e do instituto Carnegie de Washington, está localizado em uma "zona habitável" em órbita da estrela anã vermelha Gliese 581, o que significa que pode haver água em sua superfície.
A água líquida e a atmosfera são necessárias para que um planeta possa potencialmente ter vida, mesmo que não seja um lugar muito agradável para se viver. Os pesquisadores determinaram que o planeta, batizado de Gliese 581g, em um período orbital de 36,6 dias, uma massa que pode estar entre 3,1 vezes e 4,3 vezes a massa da Terra e um raio até 50% maior que o terrestre. O planeta Gliese 581g não é o primeiro planeta encontrado dentro da zona habitável dessa estrela; outro planeta, o Gliese 581d, descoberto em 2007, tem a maior parte de sua órbita dentro dessa região do espaço. No entanto, Glliese 581d tem sete vezes a massa terrestre, o equivalente a metade da massa do planeta gigante Urano. A estrela também abriga um dos planetas extrassolares de menor massa, Gliese 581e, com 90% mais massa que a Terra, mas Glliese 581e fica muito perto do astro, a distância que o separa da estrela é de apenas 3% da que existe entre a Terra e o Sol.
A seguir uma imagem comparativa mostrando se o planeta Gliese 581g estivesse localizado no Sistema Solar.
órbita de Glise 581g se estivesse no Sistema Solar
© NSF (órbita de Gliese 581g no Sistema Solar)
Sua massa indica que provavelmente é um planeta rochoso com suficiente gravidade para possuir atmosfera, segundo Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da UCSC e um dos chefes da equipe que descobriu o planeta.
Se Gliese 581g tiver uma composição rochosa parecida com a Terra, seu diâmetro seria de 1,2 a 1,4 vezes ao do nosso planeta. A gravidade na superfície seria igual ou um pouco maior à da Terra, o que significa que uma pessoa poderia andar a pé facilmente.
Gliese 581g foi descoberto por cientistas que trabalham no Lick-Carnegie Exoplanet Survey, que há 11 anos observam a estrela anã vermelha Gliese 581, localizada a apenas 20 anos-luz da Terra.
Fonte: Astrophysical Journal

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Novo supertelescópio vê primeiro asteroide potencialmente perigoso

O telescópio PS1, equipado com a melhor câmera digital do mundo e que se tornou operacional em junho, descobriu um asteroide que chegará a 6 milhões de quilômetros da Terra em meados de outubro. O objeto tem cerca de 50 metros de diâmetro e foi encontrado em imagens de 16 de setembro, quando se encontrava a 30 milhões de quilômetros.
asteroide 2010 ST3
© PS1SC (asteroide 2010 ST3 feita pelo telescópio PS1)
Trata-se do primeiro objeto potencialmente perigoso encontrado pela busca Pan-STARRS (sigla em inglês, Telescópio de Busca Panorâmica e  Sistema de Resposta Rápida). O asteroide foi designado 2010 ST3.
"Embora esse objeto em particular não vá atingir a Terra no futuro imediato, a descoberta mostra que o Pan-Starrs é o sistema mais sensível dedicado a descobrir asteroides potencialmente perigosos. Este objeto foi detectado quando ainda estava longe demais para ser visto em outras buscas", disse Robert Jedicke, membro do Consórcio Científico PS1.
A maioria dos maiores objetos potencialmente perigosos já foi catalogada, mas pesquisadores suspeitam que há um grande número de corpos com menos de 1,5 km de diâmetro e que ainda não foram vistos. Esses corpos poderiam causar danos graves em escala regional caso atinjam a Terra. Impactos desse tipo ocorrem, de acordo com estimativas, numa escala de milhares de anos.
 telescópio PS1
© PS1SC (telescópio PS1)
O consórcio responsável pelo Pan-STARRS espera que o sistema detecte dezenas de milhares de novos asteroides a cada ano, e com precisão suficiente para calcular suas órbitas.
Qualquer objeto de tamanho considerável que apresente uma boa chance de se aproximar da Terra nos próximos 50 anos será catalogado como "potencialmente perigoso" e monitorado.
Fonte: Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Colisão de galáxias aumenta força de raios cósmicos

Pesquisadores da Universidade de Leiden, Holanda, descobriram que colisões de galáxias produzem energia que formam gigantes aceleradores de partículas que geram raios cósmicos de alta energia que batem na Terra.
ondas de choque geradas pela colisão de galáxias
 © U. Leiden/R J van Weeren (ondas de choque) 
Na imagem o arco em vermelho revela a emissão de ondas de rádio e a nuvem de plasma em azul é devida a emissão de raios X. Estas ondas de choques ocorrem durante a colisão de duas galáxias, conhecidas como CIZA J2242.8+5301.
As colisões entre galáxias produzem ondas elétricas cujo campo magnético aumenta a força de prótons e elétrons para altas energias, formando os raios mais fortes. Foram usados na pesquisa rádio telescópios na Holanda, Índia e Estados Unidos para captar imagens do brilho formado nos arredores de dois agrupamentos de galáxia colidindo. A energia das ondas de rádio mudou em volta do arco brilhante formado de uma maneira igual aos modelos de aceleração de partículas.
As ondas elétricas se estendem por 6 milhões de anos-luz. A aceleração com o choque de galáxias pode aumentá-la para milhões de vezes maior que as partículas de qualquer átomo e que qualquer raio cósmico que ocasionalmente bata na Terra.
Fonte: New Scientist

sábado, 25 de setembro de 2010

Novo fenômeno cósmico: luz na escuridão

Astrônomos descobriram um novo fenômeno cósmico, batizado de "coreshine", que revela novas informações sobre como estrelas e planetas surgem. Os astrônomos descobriram que os negros núcleos de nascimento de estrelas emitem luz em certos comprimentos de onda de infravermelho.
luz na escuridão
© NASA (luz na escuridão)
As imagens mostram uma escura massa de gás e poeira, um núcleo no qual nascem estrelas e planetas, mas que emitem luz em comprimentos menores do infravermelho. A análise desse fenômeno revela informações sobre a idade e consistência dos novos surgimentos. Os astrônomos divulgaram que encontraram diversas ocorrências desse fenômeno em lugares escuros do espaço.
A imagem à direita mostra o núcleo negro visto por luzes infravermelhas longas. Já a imagem central o mostra visto por meio de ondas infravermelhas curtas. Nesta imagem, as luzes do núcleo brilham mais porque estão refletindo luzes de estrelas novas. Esta luz é o novo fenômeno. A imagem à esquerda é a soma de ambas.
"Nuvens negras na Via Láctea, longe da Terra, são lugares enormes nos quais nascem estrelas. Mas elas são 'tímidas' e se escondem em camadas de poeira que nos impedem de ver o que ocorre dentro", disse Laurent Pagani, membro do Observatório de Paris e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês. "Encontramos um jeito de observá-los. Eles são como fantasmas, os vemos mas também vemos através deles", completou.
Em 2009, a equipe de Pagani observou um caso deste fenômeno. Ficaram surpresos ao ver brilhos de estrela saindo de um núcleo negro na forma de luz infravermelha que o Spitzer podia observar. Agora, foram analisados 110 núcleos, dos quais metade possuía o novo fenômeno cósmico.
Também fazem parte da equipe Aurore Bacmann, do Laboratório de Astrofísica de Grenoble, na França, e Jürgen Steinacker, Amelia Stutz e Thomas Henning, do Instituto Max-Planck de Astronomia, na Alemanha. Steinacker é também membro do Observatório de Paris e Stutz é membro da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
Fonte: NASA e Observatório de Paris

O Sistema Solar visto de longe

Novas simulações de supercomputador rastreando interações de milhares de grãos de poeira mostram como o Sistema Solar pode parecer quando visto de longe. Os modelos também oferecem um vislumbre de como essa visão pode ter mudado à medida que o Sistema Solar amadureceu.
simulação da formação de poeira no cinturão de Kuiper
© NASA (simulação da formação de poeira)
Os planetas podem ser muito tênues para serem vistos diretamente, mas o planeta Netuno pode ser observado facilmante, já que sua gravidade abre um vão na poeira.
simulação da trajetória de Netuno
© NASA (simulação da trajetória de Netuno)
A origem da poeira é o cinturão de Kuiper, uma área além de Netuno onde milhões de corpos congelados orbitam o Sol.
Cientistas acreditam que a região é uma versão mais velha e reduzida dos discos de detritos que atualmente são observados em órbita de estrelas como Vega e  Fomalhaut.
Objetos do Kuiper ocasionalmente colidem entre si, e esse processo de choque após choque produz uma frota de partículas de poeira. Rastrear como essa poeira viaja pelo espaço não é tarefa simples, porque as partículas estão submetidas a uma série de forças além da gravidade, como a pressão do vento solar. As partículas também colidem entre si, o que pode destruí-las.
Com a ajuda de um supercomputador, os pesquisadores acompanharam 75.000 partículas de poeira durante a interação com os planetas exteriores, a luz do Sol, o vento solar e umas com as outras. A partir dos dados resultantes, foram criadas imagens sintéticas representando visões em infravermelho do Sistema Solar visto de longe.
Por conta de efeitos gravitacionais, Netuno lança partículas próximas em órbitas específicas, o que cria uma zona limpa perto do planeta, além de áreas de maior concentração de grãos em pontos de sua trajetória.
Fonte: Astronomical Journal

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Anomalias magnéticas protegem a Lua do vento solar

Cientistas descobriram um novo tipo de interação do vento solar com corpos sem atmosfera do Sistema Solar. Regiões magnetizadas, chamadas anomalias magnéticas, localizadas principalmente no lado oculto da Lua, parecem repelir fortemente o vento solar, protegendo a superfície do satélite.
campo magnético da Lua
© NASA (campo magnético na Lua)
A descoberta poderá ajudar a compreender a formação de água na camada superior da Lua.
Corpos sem atmosfera interagem com o vento solar de forma muito diferente da Terra. Suas superfícies estão expostas ao vento sem nenhum tipo de proteção, como a que a Terra recebe de sua atmosfera e campo magnético. 
Isso faz com que astros como a Lua sofram desgaste causado pelo impacto constante de micrometeoritos e das partículas do vento, formando uma superfície irregular chamada regolito. Pesquisadores imaginavam que todo o vento solar que chegava à Lua acabava interagindo com o regolito.
No entanto, explorações recentes realizadas pelas sondas Chang'e 1 (da China), Kaguya (Japão) e Chandrayaan 1 (Índia) revelaram uma interação mais complexa.
Um fluxo significativo de partículas de alta energia foi encontrado partindo da superfície lunar, efeito provavelmente causado pela reflexão do vento solar pelo regolito.
Como o vento solar é uma fonte potencial de água na Lua, é necessário criar modelos coerentes da circulação de hidrogênio lunar para entender como as moléculas de água se formam nas camadas superiores.
A pesquisa atual foi realizada com um instrumento a bordo da nave indiana Chandrayaan 1. Quando a sonda sobrevoou uma anomalia magnética da Lua, os cientistas encontraram muito menos átomos de hidrogênio refletidos pela superfície, o que pode significar que o vento solar não chegou a atingir a Lua nessa área. 
O vento solar, nesse caso, parece ter sido repelido por um aglomerado de anomalias magnéticas no hemisfério sul do lado oculto.
Fonte: Instituto Sueco de Física Espacial

Novas imagens da aurora de Saturno

Novas imagens artificialmente coloridas da aurora brilhante de Saturno, feitas ao longo de dois dias, estão ajudando os cientistas a entenderem o que causa alguns dos shows de luzes mais impressionante do Sistema Solar.
aurora de Saturno
© NASA (aurora de Saturno)
As imagens são parte de um novo estudo que, pela primeira vez, extrai informações sobre as características da aurora de Saturno tomadas a bordo da nave Cassini da NASA. Os resultados preliminares foram apresentados pelo cientista Tom Stallard no Congresso Europeu de Ciência Planetária, em Roma.
Nas imagens, o fenômeno da aurora varia significativamente ao longo de um dia de Saturno, que dura em torno de 10 horas e 47 minutos. Ao meio-dia e à meia-noite, a aurora pode ser vista iluminada por várias horas, sugerindo que o clareamento é conectado com o ângulo do Sol. Outra característica pode ser vista com a rotação do planeta, quando a aurora reaparece na mesma hora e no mesmo local, no segundo dia, sugerindo que ela está diretamente controlada pela orientação do campo magnético de Saturno.
"As auroras de Saturno são muito complexas e nós estamos apenas começando a compreender todos os fatores envolvidos. Este estudo irá proporcionar uma visão mais ampla da grande variedade de características da aurora, e nos permitirá compreender melhor o que controla essas mudanças em sua aparência", diz Stallard.
As auroras ocorrem de forma semelhante às luzes do norte e do sul da Terra. Partículas do vento solar são canalizadas pelo campo magnético de Saturno para os pólos do planeta, onde eles interagem com partículas eletricamente carregadas na atmosfera superior e emitem luz. Em Saturno, no entanto, as características da aurora também podem ter relação com ondas eletromagnéticas geradas quando as luas do planeta se movem através do plasma que ocupa a magnetosfera de Saturno.
Fonte: European Planetary Science Congress