sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Observação do cometa Hartley 2

O cometa Hartley 2 pode ser visto no Brasil  com uso de binóculos ou de telescópios domésticos. Fora dos centros urbanos, longe da iluminação artificial a observação poderá ser feita a olho nu dependendo das condições climáticas.
cometa Hartley 2
© NASA (cometa Hartley 2)
A imagem acima do cometa Hartley 2 foi feita pelo telescópio de Faulkes North, no Havaí no dia 13 de outubro de 2010.
O Hartley 2, um pequeno cometa e com aparência semelhante a uma estrela fraca, está a 18 milhões de quilômetros da Terra.
Também conhecido como 103P/Hartley, o cometa foi descoberto em 1986 pelo astrônomo australiano Malcolm Hartley. O cometa é um corpo celeste muito ativo com 1,2 km de diâmetro e orbita ao redor do Sol a cada 6,5 anos.
Pela sua localização, o Hartley 2 é mais visível em países do hemisfério Norte. Ele também é semelhante a uma estrela fraca e sua observação é difícil. E, por fim, nesta sexta-feira começa a fase da lua cheia, o que dificultará a visualização do objeto.
A NASA em seu site informa que está monitorando o Hartley 2, uma vez que no dia 4 de novembro a sonda Epoxi vai passar próximo ao cometa para fotografá-lo.
O dia mais propício para ver o cometa é na próxima quinta-feira (28/09), por volta da meia-noite, quando estará mais próximo do Sol e seu corpo celestre alcançará seu brilho máximo. Nesta ocasião estará na constelação de Gêmeos.
Acesse o Blog Cometas para mais detalhes.
Fonte: Cosmo Novas

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Astrônomos medem distância da galáxia mais remota no Universo

Uma equipe de astrônomos europeus utilizou o Very Large Telescope (VLT) do ESO (Observatório Europeu do Sul) com auxílio do espectrógrafo infravermelho SINFONI para medir a distância da galáxia mais distante conhecida até hoje.
galáxia mais distante
© NASA/ESA (galáxia UDFy-38135539, a mais distante do Universo)
Somente ao analisar cuidadosamente a fraca luminosidade da galáxia a equipe descobriu que estava na realidade vendo uma imagem da galáxia quando o Universo tinha apenas 600 milhões de anos, o que corresponde a um desvio para o vermelho de 8,6.
Estas são as primeiras observações confirmadas de uma galáxia cuja radiação está dissipando o denso nevoeiro de hidrogênio que enchia o Universo primordial.
Estudar estas galáxias primordiais é extremamente difícil. Embora originalmente brilhante, a sua luz já está muito tênue quando chega à Terra. Além disso, esta radiação fraca chega até nós na região infravermelha do espectro eletromagnético porque o seu comprimento de onda foi esticado devido à expansão do Universo, um efeito conhecido como desvio para o vermelho.
Para tornar as coisas ainda difíceis, nos primeiros tempos do Universo, menos de um bilhão de anos depois do Big Bang, o Universo não era completamente transparente, encontrando-se preenchido com um nevoeiro de hidrogênio, que absorvia a intensa radiação ultravioleta emitida pelas galáxias jovens.
Esse período em que o nevoeiro ainda estava sendo dissipado pela radiação ultravioleta é conhecido como a Era da Reionização.
Quando o Universo esfriou depois do Big Bang, há cerca de 13,7 bilhões de anos, os elétrons e os prótons combinaram-se para formar hidrogênio gasoso. Este gás escuro e frio era o constituinte principal do Universo durante a chamada Idade das Trevas, quando não existiam ainda objetos luminosos.
Esta fase terminou quando as primeiras estrelas se formaram e a sua intensa radiação ultravioleta foi lentamente tornando transparente este nevoeiro de hidrogênio, ao separar outra vez os átomos de hidrogênio em elétrons e prótons, um processo conhecido por reionização. Esta época do Universo primordial durou desde os 150 até os 800 milhões de anos depois do Big Bang.
Compreender como é que se processou a reionização e como se formaram e evoluíram as primeiras galáxias é um dos maiores desafios da cosmologia moderna.
Apesar destes desafios, a nova câmara de grande campo do Telescópio Espacial Hubble descobriu, em 2009, vários objetos candidatos a galáxias brilhando na Era da Reionização.
Confirmar as distâncias de objetos tão distantes e tênues é um enorme desafio e apenas pode ser conseguido com o uso de espectroscopia feita por telescópios terrestres muito grandes, que medem o desvio para o vermelho da radiação da galáxia.
A galáxia candidata UDFy-38135539 foi obervada durante 16 horas. Depois de dois meses de análise detalhada dos dados e testes dos resultados, a equipe descobriu que tinha efetivamente detectado o brilho muito fraco emitido pelo hidrogênio com um desvio para o vermelho de 8,6, o que torna esta galáxia o objeto mais distante já confirmado por espectroscopia.
Um desvio para o vermelho de 8,6 corresponde a uma galáxia vista apenas 600 milhões de anos depois do Big Bang. Há alguns anos, astrônomos anunciaram ter descoberto um objeto com um desvio para o vermelho de 10, mas o achado não foi confirmado por observações posteriores e hoje não é mais aceito pela comunidade científica.
Um dos fatos surpreendentes com relação a esta descoberta é que o brilho da UDFy-38135539 parece não ser suficientemente forte por si só para dissipar o nevoeiro de hidrogênio.
Devem existir outras galáxias, provavelmente menos brilhantes e de menor massa, companheiras da UDFy-38135539, que também ajudam a tornar o espaço entre as galáxias transparente. Sem esta ajuda adicional, a radiação da galáxia, por mais brilhante que fosse, ficaria presa no nevoeiro de hidrogênio circundante e não poderia ser observada.
Estudar a Era da Reionização e da formação de galáxias é levar ao extremo as capacidades dos atuais telescópios e instrumentos, mas será apenas ciência de rotina quando o European Extremely Large Telescope do ESO, que será o maior telescópio do mundo a trabalhar nas faixas do visível e do infravermelho próximo, estiver operacional.
Fonte: Nature

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Descoberto misterioso ponto quente em planeta fora do Sistema Solar

O gigante gasoso upsilon Andromedae b mantém uma face perpetuamente voltada para sua estrela, upsilon Andromedae, a 44 anos-luz da Terra. Sendo que o ponto mais quente de sua atmosfera não está diretamente sob a face da estrela, mas a 80º de latitude daquele local, de acordo com observações realizadas pelo Telescópio Espacial Spitzer.
brilho em função da fase orbital do exoplaneta
© NASA/Spitzer (brilho em função da fase orbital do exoplaneta)
"Não esperávamos encontrar um ponto quente tão longe. Está claro que entendemos ainda menos a respeito da energética da atmosfera de Jupíteres quentes do que pensávamos", disse Ian Crossfield, principal autor de um artigo sobre a descoberta, que será publicado pelo Astrophysical Journal.
No estudo, os astrônomos descrevem observações de upsilon Andromedae b feitas ao longo de cinco dias, em fevereiro de 2009. O planeta completa uma órbita a cada 4,6 dias.
O telescópio mediu a luz combinada de estrela e planeta, durante a órbita. O Spitzer não é capaz de ver o planeta diretamente, mas pode detectar variações no total de luz infravermelha do sistema, que aumenta quando o lado quente do planeta entra na linha de visão da Terra. A parte mais quente é a que emite mais infravermelho. 
Seria de se esperar que o sistema parecesse mais brilhante quando o planeta está atrás da estrela, e toda a energia do astro chega à Terra sem ser bloqueada , e menos brilhante quando o planeta se põe no caminho. Mas o sistema se mostrou mais brilhante quando o planeta aparecia na lateral da estrela. Isso significa que a parte mais quente do planeta não está virada diretamente para a estrela.
Os pesquisadores comparam o efeito a uma praia que seja mais quente ao pôr-do-sol que ao meio-dia.
Algumas explicações possíveis seriam ventos supersônicos causando ondas de choque que aquecem o material, ou interações magnéticas entre estrela e planeta, mas mais planetas terão de ser examinados antes que as especulações possam ter alguma precisão.
Fonte: NASA

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lente para fotografar planetas "escondidos"

Astrônomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, criaram uma técnica para poder registrar imagens de planetas fora do Sistema Solar e que ficavam "escondidos" no brilho de sua estrela.
planeta Beta Pictoris b
© ESO (planeta Beta Pictoris b visto através do coronógrafo)
Até hoje, poucas são as imagens de exoplanetas, já que, geralmente, eles são descobertos por outros métodos, por exemplo, a variação de brilho de uma estrela causada pela passagem de um planeta em frente a ela. Contudo, foi criado um coronógrafo, ou seja, uma lente com um padrão desenhado em sua superfície e que bloqueia a luz estelar de uma maneira muito específica, permitindo o registro do planeta.
O padrão criado pelos pesquisadores permite a diminuição da intensidade do halo através da difração da luz e mantém intacta a imagem da estrela.
Os astrônomos conseguiam registrar imagens apenas de planetas que estivessem a uma distância de sua estrela equivalente à de Netuno ao Sol, ou seja 30 UA (unidades astronômicas) ou 30 vezes a distância da Terra ao Sol, antes do desenvolvimento da lente. As demais ficavam "escondidas" no brilho da estrela.
O primeiro feito da nova lente foi o registro de Beta Pictoris b, que tem massa entre sete e 10 vezes maior que a de Júpiter e que orbita Beta Pictoris a uma distância de 7 UA.
A nova técnica possibilita ainda a descoberta de planetas de pequena massa, já que a grande maioria dos encontrados até hoje eram de gigantes gasosos.
A lente agora está sendo implementada no Telescópio VLT que fica no Chile e é operado pelo ESO (Observatório Europeu do Sul).
Esta técnica abre novas portas para a descoberta planetária.
Fonte: ESO

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Hubble fotografa nebulosa planetária a 6.500 anos-luz

A Nasa divulgou uma imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble da nebulosa planetária NGC 6210. Localizada a 6.500 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules, a nebulosa foi descoberta em 1825 pelo alemão Friedrich Georg Wilhelm Struve.
nebulosa NGC 6210
© NASA/ESA (nebulosa NGC 6210)
A despeito do nome, nebulosas planetárias não estão relacionadas a planetas, elas foram chamadas assim porque se pareciam com corpos planetários quando vistas nos pequenos telescópios dos séculos passados. Na verdade, NGC 6210 é o vestígio final de uma estrela um pouco menor que o Sol.
As várias camadas de material ejetado pela estrela moribunda formam uma sobreposição de estruturas com diferentes níveis de simetria, o que dá à nebulosa seu formato peculiar.
A imagem do Hubble detalha a estrutura interna da nebulosa, mostrando a estrela ao centro cercada por uma bolha azulada. A bolha está sobreposta a uma nuvem de gás avermelhado.
Fonte: NASA e ESA

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Descoberta estrela de nêutrons com fonte secreta de energia

Grandes labaredas e explosões de energia, atividade que era exclusiva dos pulsares mais fortemente magnetizados foram detectadas emanando de um pulsar fracamente magnetizado e de rotação lenta. A equipe de astrofísicos que fez a descoberta acredita que a fonte da potência desse pulsar pode estar oculta sob a superfície.
estrela de nêutrons SGR 0418 5729
© Chandra (ilustração do campo mangético gerando radiação)
Pulsares, ou estrelas de nêutrons, são os remanescentes de estrelas de grande massa. Embora tenham, em média, apenas 30 km de diâmetro, eles contam com campos magnéticos poderosos na superfície, bilhões de vezes mais intensos que o do Sol.
O tipo mais intenso de pulsar tem campo magnético de superfície de 50 a 100 vezes maior que o normal e emite poderosas labaredas de raios gama e raios X. Astrônomos acreditam que o campo magnético desses astros, chamados magnetares, sejam a fonte fundamental de energia para explosões de raios gama.
Estudos teóricos indicam que o campo magnético interno dos magnetares é, de fato, ainda mais intenso que o da superfície, uma propriedade que pode deformar a crosta e propagar-se para fora. O decaimento do campo magnético leva à produção contínua de raios X, causada pelo aquecimento da crosta ou pela aceleração das partículas.
A pesquisa sugere que a mesma fonte de energia pode funcionar também em pulsares mais fracos, que não atingem a intensidade de campo magnético de um magnetar.
As observações, feitas pelos telescópios de raios X Chandra e Swift, da estrela de nêutrons SGR 0418, podem indicar a presença de um imenso campo magnético interno nesses pulsares aparentemente fracos.
"Descobrimos atividade do tipo magnetar em um novo pulsar de campo magnético muito baixo", disse a pesquisadora Silvia Zane, do University College London, que é coautora da pesquisa.
Segundo ela, trata-se de uma descoberta sem precedentes, que levanta a questão de qual o mecanismo que gera a energia das explosões de radiação. "Também estamos interessados em que proporção da população de estrelas de nêutrons normais e de baixo campo magnético da galáxia pode, em algum momento, acordar e se manifestar como uma fonte de labaredas", acrescentou.
Fonte: Science

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Galáxias podem crescer absorvendo gases

Astrônomos conseguiram, pela primeira vez, provas diretas de que as galáxias jovens podem crescer incorporando gases frios que se encontra ao seu redor.
ilustração de galáxia jovem
© ESO/L. Calçada (ilustração de galáxia jovem)
Novas observações do Telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), mostram que as galáxias utilizam os gases como combustível na formação de estrelas novas.
Nos primeiros bilhões de anos depois do Big Bang a massa das galáxias típicas aumentou dramaticamente. Compreender como e por que isto aconteceu é um dos maiores problemas da astrofísica moderna.
As primeiras galáxias formaram-se quando o Universo tinha menos de um bilhão de anos de idade e eram muito menores do que os sistemas gigantescos, incluindo a Via Láctea que observamos atualmente. Ou seja, o tamanho médio das galáxias veio aumentando à medida que o Universo se desenvolvia.
As galáxias colidem com alguma regularidade e desse processo resulta a fusão que origina sistemas maiores. Este é, portanto, um mecanismo importante no crescimento das galáxias. No entanto, cientistas estão propondo um novo modo de crescimento das galáxias, bem mais suave.
Uma equipe de astrônomos europeus utilizou o VLT (Very Large Telescope) do ESO para testar uma ideia inovadora, a de que galáxias jovens cresceram ao incorporarem correntes frias de gás de hidrogênio e hélio que enchiam o Universo primordial, formando novas estrelas a partir desse material primitivo.
As galáxias jovens podem crescer de dois modos diferentes: ou fundindo-se com outras galáxias ou incorporando matéria.
"Os novos resultados obtidos com o VLT são a primeira evidência direta de que a adição de gás primordial aconteceu realmente e foi suficiente para dar início a uma formação estelar vigorosa que, por sua vez, originou o crescimento de galáxias de grande massa no Universo jovem", comenta o líder da equipe, Giovanni Cresci (Osservatorio Astrofisico di Arcetri).
O grupo começou selecionando três galáxias muito distantes, no intuito de tentar encontrar evidências do fluxo de gás primordial vindo do espaço circundante e da formação de estrelas novas a ele associadas. Eles tiveram o cuidado de escolher galáxias que não tivessem sido perturbadas por interações com outras galáxias.
As galáxias escolhidas são discos em rotação muito regular, semelhantes à Via Láctea, e foram observadas a cerca de dois bilhões de anos depois do Big Bang (o que corresponde a um desvio para o vermelho da ordem de três).
Nas galáxias do Universo atual, os elementos pesados são mais abundantes perto do centro. Mas quando a equipe mapeou as galáxias distantes selecionadas, usando o espectrógrafo SINFONI montado no VLT, eles verificaram que, nos três casos, existia uma zona na galáxia, próxima do centro, com menos elementos pesados, mas que abrigava formação estelar intensa.
Isso sugere que o material que origina esta formação estelar vem do gás primordial circundante, que é pobre em elementos pesados. Esta foi a melhor prova até agora da existência de galáxias jovens incorporando gás primordial e utilizando-o para formar novas gerações de estrelas.
O gás presente no Universo primordial era quase todo hidrogênio e hélio. As primeiras gerações de estrelas processaram esse material primitivo, criando elementos mais pesados tais como o oxigênio, o nitrogênio e o carbono, através de fusão nuclear.
Quando este novo material foi, por sua vez, lançado de novo para o espaço por meio de ventos intensos de partículas vindos de estrelas jovens de grande massa e explosões de supernovas, a quantidade de elementos pesados na galáxia aumentou gradualmente.
Ao separar cuidadosamente a tênue radiação que vem de uma galáxia nos seus diversos componentes em função da cor, utilizando telescópios potentes e espectrógrafos, os astrônomos conseguem identificar as impressões digitais dos diferentes elementos químicos em galáxias distantes e medir a quantidade de elementos pesados aí presentes.
Com o instrumento SINFONI, montado no VLT, os astrônomos podem obter um espectro individual para cada região de um objeto celeste, o que permite fazer um mapa que mostra a quantidade de elementos pesados presentes em diferentes zonas de uma galáxia, ao mesmo tempo que se pode determinar onde é que a formação estelar está se processando mais intensamente.
O SINFONI fornece informação não apenas em duas dimensões espaciais, mas também numa terceira dimensão espectral, a qual permite observar os movimentos internos das galáxias e estudar a composição química do gás interestelar.
A descoberta irá ter certamente um grande impacto na nossa compreensão da evolução do Universo.
Fonte: Nature

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nova técnida de medição da massa de astros

Um grupo internacional de cientistas desenvolveu uma nova técnica capaz de detectar com precisão a massa não apenas de planetas inteiros, mas também de suas luas e até dos seus anéis.
ilustração de nova balança planetária
© D. Champion/MPIfR (ilustração de nova balança planetária)
"Esta é a primeira vez que alguém conseguiu pesar sistemas planetários inteiros, planetas com seus anéis e luas, tudo junto," afirmou o Dr. David Champion, do instituto CSIRO, na Austrália.
A "balança planetária" usa sinais de rádio de pequenas estrelas giratórias, chamadas pulsares, uma técnica diferente das atuais e que está permitindo checar os resultados obtidos anteriormente.
Até agora, os astrônomos calculavam sua massa medindo as órbitas de suas luas ou de sondas espaciais voando ao seu redor. Como a massa gera gravidade, e é a gravidade que determina a órbita de qualquer coisa ao seu redor, conhecendo-se a gravidade pode-se determinar consequentemente a massa.
O novo método é baseado nos sinais dos pulsares. Como a Terra gira ao redor do Sol, seu movimento afeta o momento exato da chegada desses sinais. Para eliminar esse efeito, os astrônomos calculam quando os pulsos atingiriam o baricentro do Sistema Solar ao redor do qual todos os planetas orbitam.
Como a posição dos planetas ao redor do Sol muda continuamente, esse baricentro também se altera. Para monitorar essa posição, os astrônomos usam uma tabela de posição dos planetas e o valor de sua massa, que já havia sido medida.
O problema é que esses dados têm uma margem de erro, e a posição real do baricentro fica ligeiramente errada, gerando um padrão de erros.
"Por exemplo, se a massa de Júpiter e de suas luas estiver errada, nós vemos um padrão de erros de temporização que se repete a cada 12 anos, o tempo que Júpiter leva para orbitar em torno do Sol," diz o Dr. Dick Manchester, coautor da pesquisa.
"Mas se a massa de Júpiter e suas luas estiver correto, os erros de temporização desaparecem. Este é o processo de medição que os astrônomos usaram para determinar a massa dos planetas," explica Manchester.
Os resultados foram consistentes com aqueles obtidos por medições que usaram dados de sondas espaciais, a técnica mais precisa atualmente disponível. A nova técnica é sensível a uma diferença de massa de apenas 0,003 por cento da massa da Terra.
Conforme sondas espaciais com sensores mais precisos forem mandados para outros planetas, elas ajudarão a definir as massas dos planetas com maior precisão. Mas a técnica dos pulsares será a melhor para planetas não visitados por espaçonaves e também para a massa combinada de planetas e suas luas.
A nova balança planetária também ganhará precisão com o tempo. Se os astrônomos observarem um conjunto de 20 pulsares ao longo de sete anos eles terão a massa de Júpiter com uma precisão maior do que a de qualquer nave espacial. Para Saturno serão necessários 13 anos de observações.
Fonte: The Astrophysical Journal

Estrela morre sufocada por poeira em galáxia distante

Astrônomos utilizando o telescópio Spitzer, da Nasa descobriram que uma estrela gigante em galáxia remota morreu sufocada por sua própria poeira.
ilustração de estrela gigante sendo sufocada por sua própria poeira
© NASA (ilustração de estrela sendo sufocada por poeira)
Os astrônomos estavam procurando dados de atividades de núcleos galáticos em buracos negros no centro de galáxias.
Pesquisadores suspeitam que este evento, o primeiro do tipo visto por astrônomos, era mais comum no começo do Universo. A galáxia está localizada a cerca de 3 bilhões de anos-luz da Terra.
Este fato é uma indicação do que veríamos caso a estrela mais brilhante da Via Láctea explodisse, evento conhecido por supernova, maneira mais comum de morte das estrelas.
Fonte: NASA

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Asteroide passará próximo da Terra

Um pequeno asteróide passará bem perto da Terra nesta terça. Astrônomos ainda estão rastreando este objeto, agora designado como 2010 TD54. A aproximação se dará no dia 12 de outubro, às 08:25 (horário de Brasília). O objeto foi descoberto no sábado de manhã pelo Catalina Sky Survey.
asteroide se aproximando da Terra
© NASA (ilustração de asteroide se aproximando da Terra)
Segundo o site do IAU Minor Planet Center, há informações de que o asteroide passará a uma distância de 0,0003UA (1UA = 149,6 milhões de Km), e após várias estimativas ele possivelmente virá a uma distância de 46.000 Km. Don Yeomans, coordenador das pesquisas do NEO (Near-Earth Object) da NASA disse que o objeto 2010 TD54 possui um tamanho entre 5 e 10 metros.
O objeto poderá ser visto na constelação de Peixes e Aquarius com magnitude 14 através de telescópio amador.
Fonte: Universe Today

sábado, 9 de outubro de 2010

Cientista localiza grupo de galáxias supostamente extintas

Um cientista de uma universidade australiana localizou um grupo de galáxias supostamente extintas e cuja existência contribuirá para entender a origem das estrelas.
 Dynamo1
© Swinburne Astronomy Productions (Dínamo 1)
"Se não tivéssemos feito essa descoberta, pensaríamos que essas galáxias haviam desaparecido há aproximadamente 5 bilhões de anos", declarou Andy Green, que fez o achado enquanto pesquisava para seu doutorado na Universidade de Swinburne, em Victoria.
No estudo Green explica que o grupo está a "apenas" 1 bilhão de anos-luz da Via Láctea. "Ninguém esperava encontrá-lo, muito menos tão perto", disse.
As características são similares às de galáxias bem antigas, que teriam sido formadas no começo do Universo, mas, no entanto, têm forma de disco, como a nossa, e se comportam como galáxias jovens.
 Andy Green
© Universidade de Swinburne (Andy Green)
As galáxias são conjuntos de gases, pó interestelar e bilhões de estrelas que, por conta da gravidade, giram em torno do seu centro. Quando o gás se condensa nas chamadas "nuvens moleculares", dá origem aos astros que, quando alcançam o final de sua evolução, produzem mais gás.
"As galáxias que descobrimos estão vivas e têm uma turbulência interior que as permite criar estrelas muito mais rapidamente do que a Via Láctea. Elas formam dezenas e até centenas de estrelas a cada ano, muitas delas tão grandes quanto o Sol", relatou o cientista.
Green explica que a turbulência influi na rapidez com que se formam as estrelas e quanto mais estrelas se transformam em gases, mais astros poderão nascer e, assim, parece que as galáxias regulam sua própria regeneração e a geração da matéria.
Quando as estrelas nascem, emitem uma energia que cria desordem no gás que as rodeia e a turbulência gera o nascimento de novas estrelas. Esse processo pode ser estudado e aprofundado a partir do grupo de galáxias encontrado.
Green fez a descoberta com ajuda do Telescópio Anglo-Australiano e de especialistas do Australian Astronomical Observatory, com o apoio de uma equipe de cientistas da sua universidade, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Toronto, no Canadá.
De acordo com Green, o próximo passo será utilizar o famoso observatório Keck, no Havaí, mas o ideal seria poder trabalhar no observatório Cerro Las Campanas, no Chile.
Fonte: Nature

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Hubble revela superaquecimento nos primórdios do Universo

Durante um período de aquecimento universal há 11 bilhões de anos, quasares (o núcleo brilhante de galáxias ativas) produziram jatos de radiação que atrofiaram, o desenvolvimento de algumas galáxias anãs por aproximadamente 500 milhões de anos.
quasar
 © NASA (ilustração de um quasar)
A conclusão está sendo apresentada por um grupo de cientistas que utilizou o Telescópio Espacial Hubble para sondar o Universo remoto. Os astrônomos identificaram essa era, de 11,7 a 11,3 bilhões de anos atrás, quando a luz ultravioleta das galáxias ativas arrancou elétrons de átomos de hélio. Esse processo, conhecido como ionização, aqueceu o hélio intergaláctico de 10.000º C a 22.000º C. Isso impediu que o gás se aglomerasse para dar origem a novas gerações de estrelas em algumas galáxias menores.
Michael Shull, da Universidade do Colorado-Boulder, e sua equipe estudaram o espectro da luz ultravioleta produzida por um quasar e encontraram sinais de hélio ionizado.
O Universo passou por uma fase quente inicial há mais de 13 bilhões de anos, quando a energia das primeiras estrelas ionizou o hidrogênio interestelar criado no Big Bang. Essa época é chamada de reionozação, porque os núcleos de hidrogênio encontravam-se ionizados imediatamente depois do Big Bang.
O Hubble determinou que foram necessários mais dois bilhões de anos antes que o Universo produzisse radiação suficiente para reionizar também o hélio primordial. Essa radiação não veio de estrelas, mas de gigantescos buracos negros.
Fonte: Astrophysical Journal

Descobertos sinais de água em asteroide

A presença de água congelada em asteroides pode ser muito mais comum que o esperado, diz um novo estudo, apresentado na Conferência da Divisão de Ciência Planetária realizada na Califórnia.
impacto de asteroide
© NASA (ilustração do impacto de um asteroide sobre a Terra)
Duas equipes de pesquisadores que publicaram no início do ano uma demonstração da presença de gelo e moléculas orgânicas em um asteroide agora descobriram que outro corpo do mesmo tipo, o asteroide 65 Cybele, contém o mesmo tipo de material.
"Essa descoberta sugere que esta região do nosso Sistema Solar contém mais água congelada do que se previa", disse Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central.
Isso apoia a teoria de que asteroides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta água e os tijolos básicos para que a vida surgisse e evoluísse aqui.
O asteroide 65 Cybele é um pouco maior que o 24 Themis, objeto do artigo anterior do grupo. Cybele tem um diâmetro de 290 km, e Themis, de 200 km. Ambos ficam na mesma região do cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter.
Fonte: Astronomy and Astrophysics