O gigante gasoso upsilon Andromedae b mantém uma face perpetuamente voltada para sua estrela, upsilon Andromedae, a 44 anos-luz da Terra. Sendo que o ponto mais quente de sua atmosfera não está diretamente sob a face da estrela, mas a 80º de latitude daquele local, de acordo com observações realizadas pelo Telescópio Espacial Spitzer.
© NASA/Spitzer (brilho em função da fase orbital do exoplaneta)
"Não esperávamos encontrar um ponto quente tão longe. Está claro que entendemos ainda menos a respeito da energética da atmosfera de Jupíteres quentes do que pensávamos", disse Ian Crossfield, principal autor de um artigo sobre a descoberta, que será publicado pelo Astrophysical Journal.
No estudo, os astrônomos descrevem observações de upsilon Andromedae b feitas ao longo de cinco dias, em fevereiro de 2009. O planeta completa uma órbita a cada 4,6 dias.
O telescópio mediu a luz combinada de estrela e planeta, durante a órbita. O Spitzer não é capaz de ver o planeta diretamente, mas pode detectar variações no total de luz infravermelha do sistema, que aumenta quando o lado quente do planeta entra na linha de visão da Terra. A parte mais quente é a que emite mais infravermelho.
Seria de se esperar que o sistema parecesse mais brilhante quando o planeta está atrás da estrela, e toda a energia do astro chega à Terra sem ser bloqueada , e menos brilhante quando o planeta se põe no caminho. Mas o sistema se mostrou mais brilhante quando o planeta aparecia na lateral da estrela. Isso significa que a parte mais quente do planeta não está virada diretamente para a estrela.
Os pesquisadores comparam o efeito a uma praia que seja mais quente ao pôr-do-sol que ao meio-dia.
Algumas explicações possíveis seriam ventos supersônicos causando ondas de choque que aquecem o material, ou interações magnéticas entre estrela e planeta, mas mais planetas terão de ser examinados antes que as especulações possam ter alguma precisão.
Fonte: NASA
Nenhum comentário:
Postar um comentário