quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Imagem direta de um exoplaneta

Após quase uma década de desenvolvimento, o instrumento Gemini Planet Imager (GPI) começou a coletar luz de mundos distantes.

exoplaneta Beta Pictoris b

© Christian Marois/NRC Canada (exoplaneta Beta Pictoris b)

A primeira imagem de luz feita pelo GPI de Beta Pictoris b, um planeta orbitando a estrela Beta Pictoris. O Beta Pictoris b é um planeta gigante, várias vezes maior do que Júpiter, e tem cerca de dez milhões de anos. Estas imagens do infravermelho próximo (1,5-1,8 mícrons) mostram o planeta brilhando na luz infravermelha devido o calor liberado. A estrela brilhante Beta Pictoris está escondida atrás de uma máscara no centro da imagem, onde sua luz emitida é bloqueada.

O equipamento GPI foi desenvolvido, construído e otimizado para registrar planetas fora do Sistema Solar. Além disso, ele deve estudar discos de poeira ao redor de jovem estrelas, onde podem nascer novos exoplanetas. O GPI atua no telescópio Gemini, um dos maiores do mundo com espelho de 8 metros, está localizado no Chile. O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa contribuiu com o projeto ao desenvolver um sensor de infravermelho de extrema precisão. O sensor serve para medir pequenas distorções na luz da estrela que podem esconder um planeta.

estrela HR4796A

© Space Telescope Science Institute (estrela HR4796A)

A imagem acima foi obtida pelo GPI mostrando a luz dispersa por um disco de poeira orbitando a jovem estrela HR4796A. Este anel estreito é provavelmente a poeira de asteroides ou cometas deixados durante a formação de planetas, alguns cientistas têm teorizado que a borda afiada do anel é definido por um planeta invisível. A imagem à esquerda (1,9-2,1 microns) mostra luz normal, incluindo o anel de poeira e a luz residual da estrela central espalhados pela turbulência na atmosfera da Terra. A imagem da direita mostra apenas a luz polarizada. Sobra a luz das estrelas que não é polarizada e, portanto, removida da imagem. A luz da borda traseira do disco é fortemente polarizado, pois espalha em nossa direção.

"Primeiro, nós mantemos a estrela no centro do instrumento, então seu brilho é bloqueado ao máximo. Segundo, garantimos que o instrumento em si está estável durante as longas exposições necessárias para registrar os fracos companheiros (planetas)", diz Kent Wallace, do JPL.

O GPI detecta o infravermelho, ou emissão de calor de jovens planetas parecidos com Júpiter e que tem órbitas distantes de sua estrela. Cada planeta registrado pode ser estudado em detalhes, revelando os componentes de sua atmosfera.

Apesar de ter sido criado para observar planetas distantes, o GPI pode estudar mundos dentro do Sistema Solar. Na terça-feira, os cientistas divulgaram as imagens de teste da lua Europa, de Júpiter, durante o encontro da Sociedade Americana de Astronomia, em Washington.

Europa

© Space Telescope Science Institute/SETI (Europa)

A imagem acima mostra uma comparação da lua Europa observada com GPI em banda K1 na direita e visualização do albedo com base em um mapa composto feito com dados das sondas Galileo e Voyager 1 e 2 do lado esquerdo. Entretanto o GPI não é projetado para objetos extensos como este, mas as suas observações poderiam ajudar em alterações superficiais sobre satélites gelados de Júpiter ou fenômenos atmosféricos na lua de Saturno, Titã.

Fonte: NASA e Gemini Observatory

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