A luz do Sol faz com que asteroides se dividam em dois e depois se separem.
© NASA (separação de par de asteroides)
"Isto mostra que os asteroides não são corpos inertes, mortos e desinteressantes", disse um dos autores do estudo, Franck Marchis, da Universidade da Califórnia e da Busca por inteligência Extraterrestre (Seti). "De fato, os pequenos asteroides evoluem lentamente em binários e, por fim, em binários divorciados".
Marchis e o colega Brent Macomber analisaram dois pares de binários separados, pares de asteroides que não mantêm mais ligação gravitacional entre si. A seguir gráfico do período de rotação em relação à massa do par de asteroides.
© Nature (gráfico do período de rotação x massa)
O trabalho de ambos contribuiu para análise, realizada por astrônomos na República Checa, da evolução de 35 pares de binários divorciados. O líder do grupo, Petr Pravec, de 25 coautores publicaram o resultado, mostrando que todos os pares têm massa e velocidade relativa similares, o que sugere uma origem comum.
Do total estimado em 1 milhão de asteroides com 1 km ou mais de diâmetro que orbita o Sol, muitos parecem ser "pilhas de entulho", aglomerados de rochas menores unidos pela gravidade. Pesquisas prévias mostraram que resíduos com menos de 10 km de diâmetro podem ter a rotação acelerada pelo chamado Efeito Yorp (de Yarkovsky-O'Keefe-Radzievskii-Paddack), um desequilíbrio no qual a diferença entre a luz absorvida por um lado de um asteroide e o calor irradiado pelo outro faz o astro girar.
O processo, que ocorre ao longo de milhões de anos, foi comparado a uma versão em câmera lenta da forma como um moinho de vento reage à passagem do ar.
À medida que o asteroide acelera na rotação, seu equador incha e as rochas no limite extremo acabam atingindo velocidade de escape e se desconectam. Essas rochas desconectadas se unem numa pequena lua e, ao longo de milhões de anos, asteroide e lua se separam.
Fonte: Nature
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