Foi descoboberto um exoplaneta quente do tamanho da Terra tão perto de sua estrela que um ano completo dura, apenas 8,5 horas, sendo o exoplaneta com translação mais rápida já observada.
© Cristina Sanchis Ojeda (ilustração do exoplaneta Kepler-78b)
O pequeno período orbital, um dos mais curtos já descobertos para um exoplaneta entre os mundos identificados pelo telescópio espacial Kepler, significa que o planeta está longe da zona habitável de uma estrela. De fato, os cientistas, têm descrito esse novo planeta como um planeta de lava.
A estrela progenitora do exoplaneta, denominado de Kepler-78b, é brilhante o suficiente para outros telescópios registrarem sua existência.
“Com muito esforço e muita paciência, você poderia detectar o trânsito a partir dos maiores telescópios”, disse Roberto Sanchis-Ojeda, um estudante de doutorado no Massachussetts Institute of Technology que liderou a pesquisa. “Nós também pensamos que isso é possível de ser feito com o telescópio espacial Hubble. Do espaço você não teria nenhum problema”.
O Kepler-78b fica aproximadamente 100 vezes mais perto de sua estrela do que a Terra fica do Sol, e orbita um sistema estelar que tem aproximadamente 750 milhões de anos de vida, em torno de seis vezes mais jovem do que o nosso Sistema Solar. A superfície do planeta derrete ferro com temperaturas entre 2.026 graus Celsius e 2.826 graus Celsius.
Entre outros candidatos planetários encontrados pelo Kepler, somente alguns deles tem períodos menores que meio dia. O menor período orbital confirmado é de 10,9 horas e pertence ao Kepler-42c, enquanto que o mais curto, não confirmado, pertence ao candidato a exoplaneta chamado de KOI 1843 e é de somente 4,3 horas.
A equipe de Sanchis-Ojeda notou que muitos pesquisadores estão buscando por exoplanetas com períodos maiores que poderiam estar na zona habitável, o que anima os cientistas devido à possibilidade de existir vidas nesses mundos. Mas os pesquisadores decidiram buscar nos dados do Kepler focando em períodos orbitais mais curtos, para ver se mais desses planetas existem e quantos deles existem.
Os Júpiteres Quentes, ou planetas do tamanho de Júpiter e que ficam mais perto de suas estrelas, são os mais comuns encontrados nesse campo, pois eles são fáceis de serem detectados. Registrar algo do tamanho da Terra, contudo, foi um momento especial para a equipe.
Pelo fato do Kepler-78b transitar, ou cruzar em frente da estrela, que é uma estrela do tamanho do Sol, a equipe foi capaz de apontar que seu tamanho é um pouco maior que o raio da Terra.
E numa descoberta mais incomum, os cientistas descobriram que a superfície do planeta é tão quente que ela brilha na luz visível, permitindo que a equipe pudesse isolar a luz do planeta, da luz da estrela.
Enquanto o Kepler-78b passa atrás da estrela, a medida da sua curva de luz, permitiu que os pesquisadores pudessem confirmar que o planeta está refletindo no mínimo alguma luz que ele recebe da sua estrela. O quanto de luz é algo desconhecido, e necessitará de mais observações para que isso seja determinado com precisão.
Observações subsequentes podem também determinar a massa do planeta, que dará uma noção da composição do planeta. A equipe tem quase certeza de que o Kepler-78b é rochoso, pois a maior parte dos exoplanetas desse tamanho, são rochosos e não gasosos.
Fonte: Astrophysical Journal
Nenhum comentário:
Postar um comentário