quarta-feira, 29 de março de 2017

Astrônomos identificam anã marron mais pura e massiva

Uma equipe internacional de astrônomos identificou uma anã marron com a composição mais "pura" e a massa mais alta já conhecida.

ilustração da recém-descoberta anã marron

© John Pinfield (ilustração da recém-descoberta anã marron)

O objeto, conhecido como SDSS J0104+1535, é um membro do chamado halo da Via Láctea, composto por estrelas antigas.

As anãs marrons são objetos intermediários entre os planetas e as estrelas. A sua massa é demasiado pequena para a plena fusão nuclear de hidrogênio em hélio (com a consequente liberação de energia), mas geralmente são significativamente mais massivas que os planetas.

Localizada a 750 anos-luz de distância na direção da constelação de Peixes, SDSS J0104+1535 é composta por gás cerca de 250 vezes mais puro que o Sol, de modo que consiste de mais de 99,99% de hidrogênio e hélio. Estima-se ter sido formada há cerca de 10 bilhões de anos atrás e as medições também sugerem que tem uma massa equivalente a 90 vezes a de Júpiter, o que a torna na anã marron mais massiva já encontrada.

Anteriormente, não se sabia se as anãs marrons podiam ser formadas a partir de gás tão primordial, e a descoberta aponta o caminho para uma maior população, por descobrir, de anãs marrons extremamente puras do passado antigo da nossa Galáxia.

A equipe de pesquisa foi liderada pelo Dr. ZengHua Zhang do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias. "Nós realmente não esperávamos ver anãs marrons assim tão puras. Tendo encontrado uma, isso sugere-nos uma população muito maior até agora desconhecida; ficaria muito surpreso se não existissem objetos semelhantes lá fora, à espera de serem encontrados,"  afirma Dr. Zhang.

A SDSS J0104+1535 foi classificada como uma ultra-subanã do tipo L usando o seu espectro óptico e infravermelho próximo, medido pelo Very Large Telescope (VLT) do ESO. Esta classificação baseou-se num esquema recentemente estabelecido pelo Dr. Zhang.

A descoberta foi relatada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Royal Astronomical Society

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