sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Satélite chinês que estuda matéria escura detecta primeiros sinais

O satélite chinês DAMPE (Dark Matter Particle Explorer), colocado em órbita em dezembro de 2015, obteve seus primeiros resultados científicos, que podem ajudar a compreender a natureza das partículas mais abundantes do Universo.

Abell 1689

© Hubble (aglomerado de galáxias Abell 1689)

Esta imagem mostra o aglomerado de galáxias Abell 1689, com a distribuição em massa da matéria escura devido à lente gravitacional sobreposta (em roxo). A massa nesta lente é composta em parte de matéria bariônica (normal) e em parte de matéria escura. Galáxias distorcidas são claramente visíveis em torno das bordas da lente gravitacional. O aparecimento destas galáxias distorcidas depende da distribuição da matéria na lente e da geometria relativa da lente e das galáxias distantes, bem como sobre o efeito da energia escura na geometria do Universo.

O satélite, também chamado Wukong, ou Monkey King, um dos primeiros grandes projetos de pesquisa astronômica da China, mediu mais de 3,5 bilhões de partículas de raios cósmicos com a maior energia até 100 TeV (teraelétron-volts), e detectou uma ruptura no espectro energético dos raios cósmicos próxima a 0,9 TeV e um possível pico a 1,4 TeV, dados que contribuirão para estudar a enigmática matéria escura.

Em seus primeiros 530 dias de operações, até 8 de junho, a missão chinesa detectou 1,5 milhão de raios cósmicos de elétrons e pósitrons acima de 25 GeV (gigaelétron-volt), segundo divulgou a Academia Chinesa de Ciências (CAS).

Junto com os dados sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, as medições de raios gama de alta energia e a informação de outros telescópios astronômicos, o DAMPE pode ajudar a esclarecer a natureza do decaimento ou aniquilação de particulas de matéria escura.

O Universo possui cerca de 4% de matéria comum, enquanto 26% são matéria escura, que ainda não foi identificada além dos seus efeitos gravitacionais.

A matéria escura é uma substância misteriosa, invisível aos telescópios e percebida apenas através da sua atração gravitacional sobre outros objetos no Universo.

O satélite Planck da ESA (Agência Espacial Europeia), aposentado em 2013, estudou a radiação remanescente do "Big Bang", que criou o Universo há cerca de 13,8 bilhões de anos. O estudo, por sua vez, examinou como a luz de galáxias distantes é encurvada através da influência gravitacional da matéria.

O satélite DAMPE, possui também colaboração de instituições suíças e italianas, busca revelar novos fenômenos do Universo na janela dos teraelétron-volts.

Um artigo dos resultados foi publicado na revista Nature.

Fonte: Xinhua

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