A imagem mostra abaixo faz-nos lembrar aquelas imagens 3D que precisam daqueles óculos de papel com filtros vermelhos e verdes para poderem ser vistas corretamente.
© ALMA (Stephenson 2 DFK 52)
Na realidade, esta imagem mostra uma estrela supergigante vermelha no final da sua vida, expelindo uma enorme quantidade de gás e poeira. Estas nebulosas observam-se frequentemente em torno de estrelas supergigantes, no entanto, esta, em particular, apresenta-se como um mistério inesperado.
Trata-se da maior nuvem de material ejetado alguma vez encontrada em torno de uma estrela supergigante, apresentando a enorme dimensão de 1,4 anos-luz. Os astrônomos estudaram esta estrela, Stephenson 2 DFK 52, com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), ao mesmo tempo que outras supergigantes nas suas proximidades.
A DFK 52 é bastante semelhante a Betelgeuse, outra supergigante vermelha famosa, por isso esperava-se encontrar uma nuvem semelhante em torno dela. No entanto, se a DFK 52 estivesse tão perto de nós como a Betelgeuse, a nuvem de gás e poeira que a rodeia seria vista no céu com um tamanho equivalente a um terço da Lua Cheia.
Estas novas observações do ALMA permitiram aos astrônomos medir a quantidade de matéria que rodeia a estrela e a velocidade a que esta matéria se desloca. As zonas da nebulosa que se movem na nossa direção estão destacadas em azul e as que se afastam de nós estão em vermelho.
Os dados mostram que há cerca de 4.000 anos esta estrela sofreu uma perda extrema de massa, mas posteriormente essa perda abrandou para a sua taxa atual, mais semelhante à taxa de perda de massa da Betelgeuse. Estima-se que a DFK 52 tenha 10 a 15 vezes mais massa do que o Sol e que, até agora, tenha perdido já entre 5 e 10% da sua massa inicial.
É ainda um mistério para os cientistas como é que esta estrela conseguiu expelir tanto material em tão pouco tempo. Teria ocorrido alguma interação estranha com uma estrela companheira? Por que é que a forma da nuvem é deveras complexa? Existirão mais supergigantes como esta?
Descobrir o porquê da enorme perda de massa da DFK 52 ajudará os astrônomos a compreender melhor como é que esta estrela terminará a sua vida sob a forma de uma explosão de supernova em algum lugar nos próximos milhões de anos.
Um artigo será publicado no periódico Astronomy & Astrophysics.
Fonte: ESO