segunda-feira, 11 de março de 2019

O começo do fim para o aglomerado de estrelas de Hyades

No céu noturno, olhe para cima e você verá um impressionante conjunto de estrelas em forma de V conhecidas como Hyades.


© STScI (Hyades)

É o mais próximo aglomerado de estrelas conhecido, a 150 anos-luz da Terra, e contém um tesouro de observações.

As estrelas das Hyades têm “apenas” centenas de milhões de anos de idade de modo que lançam luz sobre o passado da nossa própria estrela. O Sol também nasceu em um agrupamento, cercado por seus irmãos estelares. Todos eles se formaram na mesma nuvem de poeira e gás antes que o tempo os separasse. Agora, as medições do satélite Gaia da ESA mostram como o Sol passou a viver em sua atual solidão: as estrelas das Hyades também estão começando a seguir caminhos separados.

Os aglomerados abertos, que contêm centenas ou talvez milhares de estrelas, devem se separar é um dado. Enquanto enormes nuvens de poeira e gás formam estrelas, estas nuvens se dissipam quando as estrelas começam a brilhar. Depois disso, as interações gravitacionais facilmente interrompem as órbitas das estrelas. Mas até agora tem sido uma análise teórica, onde foram só testemunhadas as proeminentes correntes de estrelas retiradas de encontros estelares mais massivos, como aglomerados globulares ou galáxias anãs.

Agora, porém, os observadores através do satélite Gaia, mapearam as posições, distâncias e movimentos de bilhões de estrelas desde 2013. Siegfried Röser (Universidade de Heidelberg, Alemanha) e colegas usaram o mais recente lançamento de dados do Gaia para identificar estrelas pertencente ao Hyades. Estes incluem não apenas as estrelas localizadas dentro do próprio aglomerado, mas também aquelas que se espalham nas chamadas caudas das marés a centenas de anos-luz do centro do aglomerado.

Graças aos dados extremamente precisos do Gaia, a equipe pôde identificar quais estrelas estavam se movendo com o agloemerado enquanto ele orbita nossa galáxia e quais estrelas estavam se movendo um pouco mais rápido ou um pouco mais devagar à medida que a gravidade da Via Láctea os afastava do centro. Além de 501 estrelas dentro da própria Hyades, os astrônomos identificaram 292 estrelas até 550 anos-luz adiantadas do agloemrado e outras 237 estrelas atrasadas em até 230 anos-luz.

O estudo se estende além da eventual dissolução das Hyades. “Nossa descoberta mostra que é possível traçar as trajetórias de estrelas individuais da Via Láctea de volta ao seu ponto de origem em um aglomerado de estrelas,” explica Röser.

Um artigo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Sky & Telescope

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