Uma equipe liderada pelo astrônomo George Heald descobriu uma radiogaláxia gigante previamente desconhecida, usando imagens iniciais de uma nova pesquisa de rastreamento no comprimento de onda do rádio.
© SDSS (nova radiogaláxia gigante)
A galáxia foi descoberta usando o poderoso International LOFAR Telescope (ILT), construído e desenhado pelo Netherlands Institute for Radio Astronomy (ASTRON).
A equipe está atualmente realizando a primeira pesquisa de imageamento de todo o céu do LOFAR (LOw Frequency ARray), chamada de Multi-frequency Snapshot Sky Survey (MSSS). O LOFAR é uma nova rede de interferometria por rádio consistindo de antenas de baixo custo, a maioria das estações estão dispostas em uma área de diâmetro de 100 km operando na frequência entre 10 e 250 MHz.
Enquanto analisava o primeiro conjunto de imagens do MSSS, a equipe identificou uma nova fonte do tamanho da Lua Cheia projetada no céu. A emissão de rádio está associada com o material ejetado por um dos membros de uma interação de trinca de galáxias ocorrida de dezenas a centenas de milhões de anos atrás. A extensão física do material é muito maior do que o próprio sistema de galáxias, se estendendo por milhões de anos-luz através do espaço intergaláctico. A pesquisa MSSS ainda está em andamento e é a responsável por descobrir muitas novas fontes com este aspecto.
A nova galáxia é um membro de uma classe de objetos chamados de Giant Radio Galaxies (GRGs). As GRGs são um tipo de radiogaláxia que é extremamente grande, sugerindo que elas são muito poderosas e muito velhas. O LOFAR é uma ferramenta efetiva para encontrar novas GRGs como essa, pois ele é um instrumento extremamente sensível a esses grandes objetos, combinado com sua operação nas baixas frequências que são bem ajustadas para a observação de fontes antigas.
O centro da nova GRG está associado com um membro de uma trinca de galáxias conhecida como UGC 09555. A galáxia central está localizada num desvio para o vermelho de z = 0.054536, o que dá a ela uma distância de 750 milhões de anos-luz da Terra. A fonte de rádio central era anteriormente desconhecida e tem um espectro de rádio achatado, típico das radiogaláxias gigantes.
A pesquisa MSSS do LOFAR é na verdade um esforço concentrado com o objetivo de mapear todo o céu do norte em frequências de rádio extremamente baixas, entre 30 e 160 MHz, com comprimento de onda entre 2 e 10 metros. O objetivo principal da pesquisa é realizar um rastreamento inicial raso do céu, com a intenção de criar um modelo que irá apoiar a calibração de observações bem mais profundas. Ele é comparável em sensibilidade e resolução angular às pesquisas prévias feitas com os radiotelescópios clássicos como o Very Large Array (VLA), nos EUA, o ASTRON’s Westerbork Synthesis Radio Telescope (WSRT) e o Giant Metrewave Radio Telescope, na Índia. O WSRT é um dos observatórios de rádio mais poderosos do mundo, permite aos astrônomos estudar uma ampla gama de problemas astrofísicos em frequências entre 115 MHz a 8.650 MHz.
O MSSS é único pois opera em frequências substancialmente menores e é esperado que ele descubra fontes que foram perdidas pelas pesquisas anteriores, e será usado para fornecer informações adicionais sobre os objetos já detectados.
Fonte: ASTRON