quinta-feira, 13 de maio de 2010

Buraco negro enorme em fuga?

Ao realizar o seu projeto final de graduação, uma estudante universitária da Holanda descobriu um estranho objeto que pode ser um enorme buraco negro, se deslocando a uma velocidade de mais de 1 bilhão de quilômetros por hora e com uma massa mais de um bilhão de vezes maior do que a do Sol. Na foto do Hubble, um círculo vermelho indica um objeto em uma galáxia distante que poderia ser um buraco negro expulso.
buraco negro
© SRON (Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda)
Marianne Heida estava comparando milhares de fontes de raios X, escolhidas aleatoriamente, com a posição de galáxias, no Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda (SRON) quando percebeu um ponto luminoso "no lugar errado", nas margens de uma galáxia e não no centro. Normalmente, cada galáxia contém um imenso buraco negro no seu centro, que às vezes brilha sob raios X, mas quando dois buracos negros se fundem, podem surgir também novos buracos negros em recuo, que são expulsos da galáxia em alta velocidade.
O objeto encontrado em uma galáxia distante da Terra meio bilhão de anos-luz é tão brilhante, quando observado sob raios X, que só pode ser comparado com outros buracos negros super brilhantes localizados no centro do sistema. "Achamos aquele estranho tipo de fonte de raios X, mas para estes objetos, antes de mais nada precisamos precisamos de medidas precisas do satélite Chandra, da Nasa, para as localizarmos com mais detalhes", afirmou Heida.
Cientistas ainda têm pouco conhecimento sobre buracos negros em recuo e acreditam que isso pode ajudar a entender as características destes objetos antes de uma fusão entre dois deles. Os estudos podem ajudar a descobrir se os super buracos negros no centro de galáxias são o resultado da fusão de vários buracos negros menores. O trabalho de Marianne Heida no SRON foi publicado na revista especializada The Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Fonte: Royal Astronomical Society

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O desaparecimento da listra de Júpiter

O maior planeta do sistema solar, Júpiter,  perdeu uma de suas características listras, o que o deixou um pouco mais branco. O gigante gasoso é conhecido por ter duas listras mais escuras, ao norte e ao sul, e a segunda ainda era visível em 2009. O planeta passou um período muito próximo do Sol para ser observado, mas, quando voltou a um ponto visível, astrônomos amadores notaram que alguma coisa faltava.
júpiter
© NASA
Na imagem à esquerda, registrada neste ano, uma das faixas mais escuras de Júpiter não pode ser vista. Na direita, ela aparece onde normalmente deveria estar, no hemisfério sul, próxima do centro do planeta.
Apesar da surpresa, não é a primeira vez que essa listra desaparece. A primeira vez que se notou foi em 1973, quando a espaçonave Pioneer 10, da NASA (agência espacial americana), registrou as primeiras imagens próximas do planeta. No início dos anos 90 ela também desapareceu temporariamente.
Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, na Califórnia, Estados Unidos, diz à reportagem que essas faixas aparecem escuras simplesmente por causa de mais claras e altas não costumam ficar ali, ao contrário de outras regiões do planeta, e, portanto, são visíveis as nuvens escuras e mais baixas. "Você está olhando para diferentes camadas das estruturas de nuvens do planeta", afirma.
Segundo o cientista, o cinto escuro desaparece quando nuvens esbranquiçadas se formam naquela região e bloqueiam as mais escuras. Contudo, os cientistas ainda não entendem o que causa essa formação de nuvens no sul de Júpiter. Ela ocorre em um período generalizado e misterioso de mudanças no planeta, quando as cores de outras listras e pontos do planeta também mudam.
Fonte: New Scientist

terça-feira, 11 de maio de 2010

Telescópio encontra buraco no espaço

A ESA (agência espacial europeia) divulgou uma imagem gerada em infravermelho pelo telescópio espacial Herschel do que diz ser um buraco no espaço. Segundo a ESA, o buraco deu um "surpreendente vislumbre do final do processo de formação estelar".
nuvem ngc 1999
© ESA (nuvem NGC 1999 em verde)
As estrelas nascem em densas nuvens de gás e poeira. Apesar de jatos de gás terem sido vistos vindos de jovens estrelas no passado, os cientistas não entendem exatamente como a estrela joga para longe esse gás ao nascer. Agora, os cientistas acreditam que o Herschel registrou um passo inesperado nesse processo.
Os astrônomos decidiram direcionar o telescópio para uma nuvem de gás conhecida como NGC 1999, mais exatamente em uma parte que parecia escura ao olho humano. Por anos acreditou-se que esses trechos escuros dessas nuvens eram áreas mais densas de poeira e gás que impediam a passagem de luz, por isso apareciam negras. Contudo, o Herschel, que deveria registrar em infravermelho essas partes, não viu nada. De acordo com a ESA, mesmo se a nuvem estivesse imensamente densa, algo estava errado.
Em uma investigação mais detalhada, com a ajuda de telescópios na Terra, eles obtiveram os mesmos registros, ou seja, não conseguiam ver a nuvem que supostamente deveria estar ali. Contudo, eles chegaram à conclusão que esse trecho não estava escuro por causa da densidade da nuvem, mas porque estava realmente vazio.
Os astrônomos acreditam que o buraco foi aberto por jatos de gás de uma jovem estrela na região. Além disso, uma poderosa radiação de uma estrela mais madura pode ter ajudado a abrir o buraco. Apesar de misterioso, o buraco no céu pode ajudar os cientistas a entenderem melhor o processo de formação das estrelas.
Fonte: ESA

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Telescópios detectam estrela em fuga

Uma estrela recém-flagrada está fugindo da nebulosa 30 Doradus, zunindo rumo ao espaço a 400 mil quilômetros por hora, velocidade que levaria um ser humano à Lua e de volta à Terra em duas horas.
A descoberta foi feita por astrônomos liderados por Chris Evans, do Observatório Real de Edimburgo (Reino Unido), usando três telescópios, entre eles o Hubble. O grupo calcula que a estrela já esteja a 375 anos-luz (distância que a luz percorre em um ano, viajando a 300 mil quilômetros por segundo) de seu local, um aglomerado estelar chamado R136.
nebulosa de doradus
© ESA/NASA (nebulosa de Doradus)
Há duas maneiras de provocar a fuga de uma estrela. Ela pode encontrar duas irmãs mais maciças em um aglomerado denso e ser arremessada para fora. Ou pode ser expulsa pela explosão de uma supernova, se fizer parte de um sistema binário.
A estrela flagrada pelos britânicos provavelmente pertence à primeira categoria. "Supõe-se que o aglomerado R136 seja jovem o suficiente para que suas estrelas mais maciças ainda não tenham explodido como supernovas", diz Danny Lennon, do Space Telecope Institute.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Telescópio Herschel capta nascimento de estrela gigantesca

A ESA (agência espacial europeia) divulgou imagens captadas em infravermelho pelo telescópio espacial Herschel que mostram o processo de formação de estrelas. Em uma das imagens, o Herschel observa a nuvem RCW 120, que se desenvolve há 2,5 milhões de anos e revelou um embrião de estrela que quando nascer deve se transformar em uma das maiores e mais brilhantes da nossa galáxia.
RCW 120
© ESA (nuvem galáctica RCW 120)
O desenvolvimento da estrela ainda deve demorar algumas centenas de milhares de anos, mas o embrião já contém de oito a dez vezes a massa do Sol e a nuvem de gás e poeira que o cerca e que deve alimentá-lo tem cerca de 2 mil vezes a massa da nossa estrela.
A ESA afirma que estrelas desse tamanho são raras e não duram muito, por isso considera uma oportunidade de ouro para resolver um dos mais antigos paradoxos da astronomia. "De acordo com o nosso atual conhecimento, não seria possível a formação de estrelas maiores que oito vezes a massa do Sol", diz Annie Zavagno, do Laboratório de Astrofísica de Marseille, na França.
Isso acontece porque essas gigantes acabam por afastar as nuvens de gás e poeira necessárias ao seu nascimento antes que o suficiente seja acumulado. Contudo, de alguma maneira elas conseguem fazer esse acúmulo. Algumas dessas gigantes são conhecidas, tendo até 150 vezes a massa do Sol. Como a estrela encontrada está em um estágio inicial, os astrônomos podem usar as observações dela para entender esse fato.
Fonte: ESA

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Imagem de agrupamento de galáxias

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou uma imagem que registrou milhares de galáxias, inclusive um grupo massivo de galáxias conhecido como Abell 315. O que pode ser visto desse agrupamento é uma fração da matéria ordinária, assim como a maioria dos grupos de galáxias, seria dominado por matéria escura em sua formação. A imagem foi captada pelo observatório La Silla, no Chile, que é administrado pelo ESO.
agrupamento de galáxias
© ESO (agrupamento de galáxias)
A luz de alguns desses conglomerados de estrelas viajou 8 bilhões de anos até chegar a nós. Quando olhamos para o céu a olho nu podemos notar apenas as estrelas da Via Láctea e alguns de suas vizinhas mais próximas. Galáxias mais distantes apresentam um brilho muito fraco para serem percebidas pelo olho humano, mas, se pudéssemos vê-las, elas literalmente cobririam o céu.
A imagem divulgada pelo ESO mostra um campo vasto que passou por uma longa exposição para poder mostrar milhares de galáxias que enchem o céu em uma área que, do nosso ponto de vista, seria equivalente ao tamanho da Lua cheia.
Algumas galáxias estão relativamente próximas, o suficiente para distinguirmos seus braços em espiral ou halos elípticos, principalmente na área superior da imagem. As menores, que parecem apenas com gotículas, ou pontos, estão a uma distância de 8 bilhões de anos-luz.
O agrupamento de galáxias pode ser visto da região central descendo até um pouco para esquerda e abaixo, onde podem ser vistas diversas luzes amareladas, a dois bilhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cetus.
O ESO explica ainda essas galáxias são mantidas unidas pela gravidade para formar esses agrupamentos, que por sua vez são as maiores estruturas conhecidas no Universo. A parte visível das galáxias contribui com apenas 10% da massa desses agrupamentos, o gás quente que fica entre elas contribui com mais 10% e os 80% restantes seriam de matéria escura.
Apesar de não poder ser vista, a presença da matéria escura é revelada pelo efeito gravitacional, que atua na luz de galáxias que estão atrás do agrupamento, como se fosse um vidro gigantesco, e faz com que elas pareçam distorcidas ao serem observadas. É por causa dessa distorção que os astrônomos conseguem deduzir qual é a massa desses grupos de galáxias, mesmo que a maior parte da massa seja invisível.
Fonte: ESO

sábado, 1 de maio de 2010

Descobertos buracos negros remanescentes

Imagens dos telescópios Chandra, da Nasa, e XMM-Newton, da ESA, mostram indícios de dois buracos negros de massa intermediária que "sobreviveram" a um buraco negro supermassivo. Segundo os cientistas, estas descobertas podem ajudar a explicar o crescimento dos buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias, inclusive na Via Láctea.
buracos negros
© NASA (Registro de dois buracos negros pelo telescópio Chandra)
De acordo com a Nasa, é o primeiro caso em que há boas evidências para mais de um buraco negro de tamanho médio em uma única galáxia, no caso, a M82. Um deles, chamado de X42.3+59, tem uma massa estimada entre 12 mil e 43 mil vezes a do Sol e está a uma distância projetada em 290 anos-luz do centro do aglomerado de estrelas.
De acordo com os cientistas, a essa distância, se o buraco negro nasceu ao mesmo tempo que a galáxia e sua massa era de aproximadamente 30 mil vezes a do Sol, ele deveria ter sido atraído para o centro da galáxia, mas "escapou". O outro buraco negro, o X41.4+60, está a 600 anos-luz do centro da M82 e teria entre 200 e 800 vezes a massa do Sol.
Segundo a Nasa, o resultado é interessante porque pode ajudar a esclarecer como se formam os buracos negros supermassivos que são encontrados nos centros das galáxias. A M82 está a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e é o lugar mais próximo onde as condições são similares àqueles do Universo jovem, com uma grande quantidade de formação de estrelas.
Fonte: NASA e ESA

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Gelo em asteroide pode explicar origem dos oceanos

A descoberta de um asteroide com água congelada em sua superfície em meio de corpos rochosos que orbitam entre Marte e Júpiter poderá permitir conhecer melhor a origem dos oceanos terrestres e o passado do sistema solar.
"O gelo de água é bem mais frequente nos asteroides do que se pensava e pode até existir em seu interior", concluem Andrew Rivkin (Universidade John Hopkins, Estados Unidos) e Joshua Emery (Universidade do Tennessee) em seu estudo publicado na revista científica Nature.
asteroide 24 themis
© Gabriel Pérez, Instituto de Astrofísica de Canarias (ilustração)
Trabalhos anteriores levaram a supor que "a água que existe atualmente na Terra seria proveniente de asteroides", mas "até agora nenhum registro desta presença havia sido feita", lembra Humberto Campins (Universidade da Flórida Central, Orlando, Estados Unidos) na mesma revista.
Graças ao telescópio de raios infravermelhos situado no cume do vulcão Mauna Kea, no Havaí, as duas equipes de astrônomos estudaram a luz refletida pelo grande asteroide 24 Themis iluminado pelo Sol, situado a cerca de 480 milhões de km (3,2 vezes a distância da Terra ao Sol).
cinturão de asteroides
© Josh Emery, Universidade do Tennessee (órbita do asteroide)
A um comprimento de onda de cerca 3 microns, as duas equipes descobriram uma característica que mostra a presença de uma fina camada de gelo associada a moléculas orgânicas. Como o espectro luminoso permaneceu constante durante a rotação, Humberto Campins e seus colegas deduziram que o gelo e os materiais orgânicos estão amplamente espalhados pela superfície do asteroide de 200 km de extensão.
"A grande presença de gelo na superfície do 24 Themis é um tanto inesperada", ressaltam, porque os corpos rochosos do cinturão de asteroides foram considerados próximos demais do Sol para que o gelo permanecesse neles, mesmo a uma temperatura média de entre -70 e -120° C.
Poderia ter evaporado como acontece com o gelo dos cometas. Mas poderia existir sob a superfície um reservatório de água congelada, datando da formação do sistema solar, realimentando regularmente a película congelada externa, frisa Campins.
Para o astrônomo Henry Hsieh (Universidade Queen's, Belfast), a descoberta de gelo testemunha do passado é "o equivalente astronômico" ao surgimento, em 1938, de um coelacanthe vivo, peixe pré-histórico que os paleontólogos acreditavam estar extinto.
Será mais fácil saber se a água dos oceanos terrestres tiveram origem nos asteroides, levando-se em consideração sua composição (proporção de deutério, um isótopo do hidrogênio), indica em um comentário publicado na Nature.
Os cientistas chegaram à conclusão pela constância observada no espectro de luz, apesar da rotação dos asteroides, de que o gelo e o material orgânico estavam espalhados uniformemente por toda a sua superfície.
A astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou da descoberta, comparando o espectro do asteroide ao de meteoritos e minerais, e também assina o artigo.
Em 2006, a cientista brasileira iniciou sua colaboração com Campins. Thaís é especialista em famílias de asteroides e sabe aplicar a espectroscopia para investigar a composição desses corpos celestes. Ela conta que, a princípio, não esperava encontrar gelo no asteroide. A principal hipótese era silicato hidratado, um composto que não contém água mas testemunha a existência da substância em algum momento do passado.
Agora, Thaís participa do Projeto Impacton, coordenado pelo Observatório Nacional. Nas próximas semanas, será instalado um telescópio na cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. O instrumento, que conta com um espelho de um metro de diâmetro, vai investigar objetos próximos à órbita da Terra.
Fonte: Nature e O Estado de S. Paulo

terça-feira, 27 de abril de 2010

Nasa divulga imagem de aglomerado estelar

A NASA, agência espacial americana, divulgou a imagem inédita de um aglomerado estelar na fronteira com as constelações de Sagitário e Corona Australis. Localizado cerca de 420 anos-luz da Terra, o aglomerado chamado de "Cluster Coronet" tem um diâmetro de aproximadamente 10 anos-luz.
 aglomerado coronet
© NASA (aglomerado Coronet)
A imagem, feita pela câmera infravermelho Wise, mostra a área central do aglomerado Coronet. Segundo a Nasa, a luz infravermelha do Wise permite visualizar em verde e vermelho o pó de formação estelar aquecido pelas próprias estrelas recém-nascidas em uma região de formação estelar. Em azul, as estrelas recém-nascidas aninhadas nas proximidades do aglomerado.
A diferença de cor se dá em função de comprimentos de onda diferentes. Azul e turquesa são a leitura da luz infravermelha em comprimentos de onda de 3,4 e 4,6 mícrons, produzido pela luz das estrelas. Verde e vermelho representam a luz aos 12 e 22 mícrons, que é principalmente produzida pela poeira quente.
Fonte: NASA e AFP

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ESA registra formação de estrelas

Imagens captadas pelo observatório Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), podem ajudar a entender a complexa física da poeira e do gás que levam à formação de estrelas na nossa galáxia.
A agência afirma que as estrelas se formam a partir de aglomerados de poeira e gás. Contudo, a capacidade do Planck de utilizar microondas para investigar essas regiões mostra detalhes que o olho humano não consegue ver. Com essa capacidade, o observatório foi direcionado para duas regiões relativamente próximas de formação de estrelas: Órion e Perseu.
constelação de perseus
© ESA (constelação de Perseus)
A observação da região de Perseu mostra três processos físicos na nuvem de gás e poeira. Nas frequências mais baixas, o observatório capta a emissão causada pela interação em alta velocidade de elétrons e do campo magnético, além de partículas da nuvem de poeira que podem ser detectadas.
Em uma frequência intermediária, o Planck observa o gás quente emitido por estrelas recém-formadas. Nas frequências mais altas, o observatório capta o calor escasso emitido pela nuvem de poeira fria. Esse último estágio pode revelar os núcleos mais frios nas nuvens, os quais estão se aproximando do estágio de colapso, antes de se tornarem estrelas que vão, finalmente, dispersar as nuvens ao redor.
De acordo com a ESA, o delicado balanço entre o colapso da nuvem e a dispersão regula o número de estrelas que uma galáxia pode criar. O trabalho do observatório pode ajudar na compreensão desse processo porque, pela primeira vez, fornece dados sobre a emissão de vários mecanismos importantes de uma só vez.
Fonte: ESA

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Buracos negros obtém matéria de estrelas

Um dos grandes mistérios da ciência pode estar próximo de uma explicação. Por anos os cientistas estão intrigados sobre como os buracos negros supermassivos conseguem matéria suficiente para atingirem seus tamanhos. A resposta pode estar em um disco de estrelas encontrado próximo ao centro da galáxia de Andrômeda, um fenômeno que pode ser mais comum do que se pensava.
galáxia de andrômeda
© NASA / ESA (Galáxia de Andrômeda)
Buracos negros que tem massas milhões ou até bilhões de vezes maiores que a do Sol ficam no centro de galáxias, inclusive na nossa. Esses buracos negros foram englobando gigantescos amontoados de gás que propiciaram aumento de suas massas, mas os astrônomos não sabem como esse gás fazia a última parte da migração, um caminho por dezenas ou centenas de anos-luz, para ser acumulado.
Os astrônomos Philip Hopkins e Eliot Quataert da Universidade de Berkeley, no Estado americano da Califórnia, sugerem que a formação de um disco de estrelas facilita o curso do gás, formando um caminho pela espiral até o buraco negro.
De acordo com simulações dos cientistas, quando há gás suficiente para a formação de um amontoado de estrelas orbitando um buraco negro, essas estruturas se alinham em forma de um disco elíptico que pode se estender por dezenas de anos-luz do centro da galáxia.
Essa estrutura oval acaba por atrair gás, criando diversos fluxos. O gás perde força ao longo do processo e, finalmente, acaba por ser "engolido" pelo buraco negro. Dessa forma, os buracos negros poderiam consumir 10 vezes a massa do Sol por ano, segundo os cientistas. Os pesquisadores ainda dizem que no auge da captura de matéria dos buracos negros, há 10 bilhões de anos, essa maneira seria suficiente para alimentar esses gordões do espaço.
Os astrônomos afirmam que uma evidência para esta teoria pode ser encontrada em Andrômeda, uma galáxia vizinha que tem um espécie de núcleo duplo, ou seja, dois pontos brilhantes no seu centro, junto ao que parece ser um sinal de um disco oval de estrelas e gás.
Um experimento vai tentar observar se outras galáxias possuem essa característica de um disco de estrelas no seu centro.
Fonte: New Scientist

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sonda da Nasa envia imagens inéditas do Sol

A sonda da Nasa, a agência espacial americana, lançada para estudar o Sol, enviou as primeiras imagens do astro. Chamada de Observatório de Dinâmica Solar (SDO), a nave enviou imagens de explosões gigantescas e grandes arcos de gases. A alta resolução das imagens enviadas pela sonda deve ajudar os cientistas a compreender a atividade solar e o impacto desta atividade na Terra.
sol visto pelo sdo da nasa
© NASA (Sol visto pelo Observatório de Dinâmica Solar)
O SDO foi lançado do Cabo Canaveral em fevereiro de 2010, custou US$ 800 milhões e deve operar até pelo menos os próximos cinco anos. Os pesquisadores esperam que, com este prazo de funcionamento da sonda, eles consigam prever o comportamento do Sol da mesma forma que meteorologistas conseguem prever o clima da Terra.
A atividade solar tem uma influência profunda na Terra. Grandes erupções de partículas carregadas e a emissão de radiação intensa podem interferir no funcionamento de satélites, sistemas de comunicação além de significar um risco à saúde de astronautas.
O SDO está equipado com instrumentos para investigar o funcionamento dentro, na superfície e na atmosfera do Sol. A sonda consegue imagens completas do Sol com uma resolução dez vezes melhor do que a média conseguida por uma câmera de televisão de alta definição. Isto permite que a escolha de imagens de aspectos na superfície do Sol e em sua atmosfera cujo tamanho pode chegar até 350 km. Outra vantagem é que as imagens são enviadas rapidamente, em segundos.
Os instrumentos do SDO operam em comprimentos de onda diferentes, com isso os cientistas poderão estudar a atmosfera do Sol em camadas. Mas, o grande desafio para a sonda será analisar o funcionamento do dínamo solar, uma profunda rede de correntes de plasma que geram o campo magnético do Sol. É este dínamo que, em última análise, é o responsável por todas as formas de atividade solar, desde as explosões na atmosfera do Sol até as áreas da estrela relativamente mais frias, chamadas também de manchas solares. Ss imagens recebidas abrem caminho para novas descobertas sobre a estrela central do sistema solar.
Fonte: NASA e BBC Brasil

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O VISTA focaliza maternidade de estrelas

A Nebulosa Pata de Gato, NGC 6334, é uma enorme maternidade estelar, local de nascimento de centenas de estrelas de grande massa. Em nova imagem divulgada pelo Observatório Europeu do Sul, ESO, obtida pelo telescópio de rastreio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) situado no Observatório do Paranal, no Chile, a radiação infravermelha penetra no gás brilhante e nas nuvens de poeira que encobrem a imagem fazendo com que algumas das estrelas jovens escondidas possam ser observadas.
nebulosa pata de gato
© ESO (nebulosa pata de gato)
Localizada na direção do centro da Via Láctea, a 5.500 anos-luz da Terra, na constelação do Escorpião, a Nebulosa Pata de Gato estende-se ao longo de 50 anos-luz. Em radiação visível, o gás e poeira são iluminados por estrelas quentes jovens, criando estranhas formas avermelhadas que dão ao objeto o seu nome. Uma imagem recente do WFI do ESO (Wide Field Imager), em operação no Observatório de La Silla capturou esta luz visível em grande detalhe. A NGC 6334 é uma das maternidades de estrelas de grande massa mais ativas da nossa galáxia.
telescópio vista
© ESO (telescópio VISTA)
O VISTA, a mais recente adição ao Observatório do Paranal, no deserto chileno do Atacama, é o maior telescópio de rastreio do mundo. Trabalha nos comprimentos de ondas infravermelhas, o que o torna capaz de observar através de muita poeira. Deste modo podemos observar objetos até então invisíveis. A radiação visível tende a ser absorvida pela poeira interestelar, mas esta poeira é praticamente transparente à radiação infravermelha.
Fonte: ESO