terça-feira, 14 de setembro de 2010

Encontrado exoplaneta sem metano

A falta de metano na composição do GJ 436b, um exoplaneta localizado a 36 anos-luz da constelação de Leão, desafia a teoria de cientistas sobre exoplanetas, já que é composto apenas de hidrogênio, carbono e oxigênio. Os astrônomos estudam o planeta por meio do Telescópio Espacial Splitzer, da Nasa, agência espacial americana.
exoplaneta GJ 436b
© NASA (ilustração do exoplaneta GJ 436b)
Exoplanetas são aqueles que se localizam fora do Sistema Solar, portanto, extrassolares. Os primeiros exoplanetas foram descobertos apenas na década de 1990. De acordo com os cientistas, para seguir uma lógica, o GJ 436b deveria ter uma grande quantidade de metano e pouco monóxido de carbono. Mas as observações do Spitzer, que captou a luz do planeta em seis comprimentos de infravermelho, mostram justamente o contrário.
A Nasa disse em seu site que o estudo sobre o GJ 436b demonstra que é necessário pesquisar mais sobre a diversidade dos exoplanetas. O metano está presente na Terra e também em todos os planetas gigantes do nosso sistema solar.
Fonte: NASA

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meteorito que caiu na França tem vestígios de supernova

Um meteorito que caiu na Terra há quase 150 anos parece conter estilhaços microscópicos de uma estrela que explodiu quando surgiu o sistema solar.
meteorito de Orgueil
© MNHN (condrito carbonáceo de Orgueil)
Os meteoritos oferecem-nos a rara oportunidade de examinarmos compostos orgânicos de origem extraterrestre. De grande interesse para os investigadores da origem da vida são os meteoritos carbonáceos que, como vimos, constituem uma pequena percentagem de todos os meteoritos conhecidos. Chamam-se assim por conterem côndrulos e uma quantidade variável de compostos orgânicos que em alguns casos pode ultrapassar os 5% do peso total da amostra. Um dos mais notáveis condritos carbonáceos é o meteorito de Orgueil que caiu no Sul de França em 14 de Maio de 1864. Cerca de vinte pedras, a maior do tamanho da cabeça de um de um homem, espalharam-se numa área de cerca de 3 Km2, perto da aldeia de Orgueil. Quase 12 quilos foram recolhidos logo após a queda, e mais de 9 estão no Museu de História Natural de Paris. A composição química do meteorito Orgueil indica que uma estrela explodiu e formou uma supernova há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando os planetas estavam se formando ao redor do Sol.
A partir dos restos encontrados no meteorito francês, os cientistas quiseram determinar que tipo de estrela explodiu e se foi gerada uma supernova tipo 1 ou tipo 2.
A supernova tipo 1 ocorre com a morte de uma estrela anã-branca pequena, mas extremamente densa. Já a supernova tipo 2 se forma quando uma estrela gigante (pelo menos nove vezes mais pesada que o Sol) queima quase todo o seu combustível, o que desencadeia um colapso interno seguido de uma explosão.
Grãos de supernova tipo 2 já foram encontrados em meteoritos antes, mas, até agora, nenhum marcador de supernova tipo 1 havia sido achado.
A grande quantidade de cálcio 48 encontrada no meteorito Orgueil levou os cientistas a acreditarem que ele foi originado de uma supernopva tipo 1. Isso porque o cálcio 48 é gerado em grandes quantidades na supernova tipo 1, mas é inexistente na supernova tipo 2.
O estudo pode, ainda, resolver o mistério de variação da quantidade de elementos químicos entre planetas e entre meteoritos.
Antes, os cientistas acreditavam que os elementos químicos foram distribuídos uniformemente por uma espécie de nuvem de gás e poeira que entrou em colapso para formar o nosso sistema solar.
Agora, com a descoberta da composição do meteorito Orgueil, a expectativa é que a distribuição de elementos metálicos não tenha sido tão uniforme assim.
Os resultados sugerem que a supernova lançou os grãos desordenadamente no espaço e que esses grãos foram incorporados em meteoritos, como o Orgueil, e em planetas que estavam começando a se formar em torno do Sol.
Os grãos analisados têm menos de 100 nanômetros de diâmetro, ou seja, cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.
O estudo do meteorito foi liderado por Nicolas Dauphas, pesquisador da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Fonte: Astrophysical Journal

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Nasa divulga nova imagem de erupção solar

A Nasa (Agência Espacial Americana) divulgou imagem em que mostra uma grande erupção solar, na região chamada de 1105. A área é conhecida por registrar ativamente este tipo de evento.
erupção solar
© NASA/SDO (erupção solar)
Segundo informações da NASA, a erupção também ejetou grande quantidade de matéria no espaço. A erupção, além de ir em direção contrária à Terra, não se dirigiu a nenhum planeta. A seguir, veja o video da erupção solar obtida pela SDO (Solar Dynamic Observatory) da NASA.
Fonte: NASA

Astrônomos amadores realizam observação inédita de Júpiter

Astrônomos amadores conseguiram uma grande façanha com seus pequenos telescópios, que pela primeira vez capturaram o impacto de um objeto relativamente pequeno com um planeta gigante.
impactos na superfície de Júpiter
© NASA (impactos na superfície de Júpiter)
Os fanáticos por astronomia foram os primeiros a detectar dois objetos "relativamente pequenos", segundo a Nasa, que se desintegraram ao entrar na atmosfera de Júpiter formando uma bola de fogo, usando telescópios instalados em suas próprias residências.
Os impactos aconteceram nos dias 3 de junho e 20 de agosto, segundo os cientistas da Nasa, que acompanharam as observações e confirmaram que foram corretas.
Os especialistas calcularam que o objeto observado em 3 de junho tinha entre 8 e 13 metros de diâmetro, comparável ao asteroide RF12, que passou perto da Terra na última quarta-feira.
Anthony Wesley, da Austrália, foi quem o avistou primeiro. O astrônomo amador já descobriu em julho de 2009 uma mancha escura em Júpiter que os cientistas não tinham detectado até então.
O segundo objeto, detectado em agosto, foi descoberto primeiro pelo japonês Masayuki Tachikawa, e pouco mais tarde confirmado por Aoki Kazuo e Masayuki Ishimaru.
Eles tinham seus telescópios apontando para o planeta gigante naquele dia pois sabiam que estavam em meio à "temporada de Júpiter", quando o planeta está mais alto no céu e é visto maior da Terra.
Fonte: NASA/EFE

Sonda revela visão da Lua impossível de se obter da Terra

A Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), sonda na Nasa em órbita da Lua, produziu um mosaico de imagem que mostra todo o hemisfério leste do satélite natural da Terra, revelando metade do lado próximo e metade do lado oculto da Lua. Essa combinação nunca é vista a partir da superfície terrestre.

mosaico da superfície lunar

© NASA/ U. Arizona (mosaico da superfície lunar)

As legendas do mosaico ortográfico são: Se=Mare Serenitatis, T=Mare Tranquillitatis, F=Mare Frigoris, C=Mare Crisium, M=Mare Marginis, S=Mare Smythii, A=Mare Australe, Ts=Mare Tsiolkovskiy, Mv=Mare Moscoviense.

A metade esquerda da imagem mostra parte do lado próximo, que é a face que a Lua mantém permanentemente voltada para a Terra, com as grandes plantícies de lava, ou "mares", que  são sua característica mais marcante.

Já a metade direita mostra parte do lado oculto, que só foi visto pela primeira vez no século passado, em imagens de sondas espaciais.

O "mar" que aparece na altura da linha do equador, perto da margem esquerda, é o Mar da Tranquilidade, onde a Apollo 11 pousou em 1969, no lado próximo da Lua.

Já as duas depressões circulares e escuras que surgem perto da borda direita são o Mar de Moscou (no alto) e o Mar de Tsiolkovsky (abaixo), batizados depois de serem descobertos por uma sonda soviética, a priemira a fazer fotos do lado oculto.

Lançada em 2009, a LRO circunda a Lua numa órbita que passa sobre os polos do satélite, a cerca de  50 km de altitude. As lacunas na imagem correspondem a áreas que ainda não foram integragas ao mosaico.

Fonte: NASA

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Planetas gigantes podem ter vida curta

A maioria dos "Jupíteres quentes" que os astrônomos buscam em aglomerados de estrelas provavelmente já foram destruídos há tempos. Os autores do artigo, John Debes e Brian Jackson, da Nasa, levantam a hipótese para explicar por que nenhum planeta de trânsito (planeta que cruza a linha de visão entre sua estrela e a Terra) jamais foi observado em aglomerados estelares.
planeta sendo destruído pela gravidade estelar
© NASA (ilustração de planeta sendo destruído por estrela)
A pesquisa prevê que a busca por planetas atualmente em curso com a missão Kepler terá mais sucesso em aglomerados jovens.
Quando astrônomos começaram a buscar planetas nos aglomerados globulares de estrelas, há cerca de uma década, havia a esperança de que muitos novos mundos fossem encontrados. Esperava-se que uma busca realizada no aglomerado 47 Tucanae, por exemplo, encontrasse pelo menos uma dezena de planetas entre 34.000 estrelas candidatas. Mas nada foi achado.
Segundo Debes, a grande maioria dos mais de 450 planetas encontrados fora do Sistema Solar estão em órbita de estrelas solitárias, fora dos aglomerados.
A grande densidade de estrelas nos aglomerados sugere que os planetas podem ser arremessados para fora de seus sistemas solares pela gravidade de astros próximos. Além disso, os aglomerados se mostram pobres em metais que são a matéria prima dos planetas.
Debes e Jackson propõem que Jupíteres quentes, planetas gigantes que têm órbitas muito próximas a suas estrelas, são rapidamente destruídos. Nessas órbitas estreitas, a atração gravitacional entre estrela e planeta reduz a energia da órbita planetária, o que faz com que o planeta chegue cada vez mais perto do astro. Ao longo de bilhões de anos, o planeta acaba mergulhando na estrela ou destroçado por ela.
Fonte: Astrophysical Journal

Água interagiu com a superfície de Marte

Dados da sonda Phoenix, que atuou perto do polo norte de Marte em 2008, sugere que água em estado líquido interagiu com a superfície marciana ao longo da história do planeta, e até tempos modernos. A pesquisa também oferece evidência de que Marte teve atividade vulcânica até poucos milhões de anos atrás.
sonda phoenix
© NASA (sonda Phoenix em Marte)
Embora a sonda Phoenix não esteja mais operando, cientistas continuam a analisar os dados reunidos pela missão. As descobertas anunciadas baseiam-se em informações sobre o dióxido de carbono que compõe 95% da atmosfera do planeta.
"Dióxido de carbono atmosférico é como um espião. Ele se infiltra em cada pedaço  da superfície, e pode indicar a presença de água, e sua história", disse o cientista Paul Niles, da Nasa.
A Phoenix mediu em detalhes os isótopos de carbono e oxigênio da atmosfera marciana. No artigo da revista Science, Niles explica a proporção dos isótopos estáveis e sua implicação para a história do planeta.
As assinaturas químicas produzidas pelos isótopos sugerem que água em estado líquido existiu principalmente em temperaturas próximas ao congelamento, e que sistemas hidrotermais, como nascentes de água quente, foram raras durante o passado marciano.
As medições do dióxido de carbono também revelam que Marte foi um planeta muito mais ativo no passado do que se imaginava. Os resultados implicam que Marte repôs sua atmosfera de CO2 em um período relativamente recente, e que o dióxido de carbono reagiu com o líquido na superfície.
O fato de Marte ter baixa gravidade e não contar com, um campo magnético faz com que a atmosfera de CO2 se perca lentamente para o espaço. O processo favorece a perda do isótopo mais leve, o carbono 12, em comparação com o carbono 13. Se a perda estivesse ocorrendo sem reposição, a taxa de C-12 para C-13 seria muito mais baixa que a medida pela Phoenix.
Isso sugere que a atmosfera marciana foi reabastecida por meio de vulcões, e num tempo geologicamente próximo.
No entanto, a assinatura vulcânica não aparece quando se avalia a proporção de dois outros isótopos, oxigênio 18 e oxigênio 16, que também compõem o CO2 marciano. Isso indica que o dióxido de carbono reagiu com água no passado recente, e acabou enriquecido em O-18.
Fonte: Science

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Observatório capta imagem de galáxia a 6 milhões de anos-luz

A galáxia espiral NGC 300, objeto localizado a 6 milhões de anos-luz na direção da constelação do Escultor, foi fotografada pelo observatório La Silla, no Chile.
NGC 300
© ESO (galáxia NGC 300)
O prédio faz parte do European South Observatory (ESO). A imagem foi gerada a partir de filtros de luz verde, azul e vermelha. Para obter a foto, foram necessárias 50 horas de exposição. A galáxia apresenta ainda um buraco negro de grandes dimensões, descoberto recentemente pela equipe do ESO, e está em processo de fusão com outro astro, NGC 55.
Fonte: ESO

Dois asteroides passarão próximo à Terra

Dois asteroides com até 20 metros de diâmetro e em órbitas diferentes vão se aproximar da Terra nesta quarta-feira, de acordo com dados fornecidos pela Nasa (Agência Espacial Americana). Apesar de passarem bem mais perto que a Lua, nenhum deles deve atingir o planeta, garante a Nasa.
asteroides aproximando-se da Terra
© NASA (trajetória dos asteroides)
Ambos os corpos cósmicos poderão ser vistos por meio de telescópios amadores com capacidade moderada de aproximação, quando estiverem mais próximos do planeta.
Os asteroides, batizados de "2010 RX30", com dimensões entre 10 e 22 metros, e "2010 RF12", com tamanho entre 6 e 13 metros, devem passar a aproximadamente 250 mil quilômetros e 78 mil quilômetros de distância, respectivamente, da Terra.
O asteroide 2010 RX30, deve alcançar o ponto mais próximo da Terra às 9h51min, horário de Brasília, com velocidade de 10 km/s. E o asteroide 2010 RF12, passará às 21h12min, com velocidade de 6 km/s.
Os objetos foram descobertos no domingo pelo telescópio Catalina Sky Survey (CSS), no Arizona, durante uma observação de rotina do céu. Aproximadamente 50 milhões de asteroides se aproximam da Terra a uma distância lunar diariamente. A cada 10 anos, um deles chega à atmosfera terrestre.
Fonte: NASA

sábado, 4 de setembro de 2010

Cassini envia imagens de sobrevoo de Dione

A Nasa está publicando as primeiras imagens do sobrevoo que a sonda Cassini fez de Dione, uma das quatro luas do planeta Saturno descobertas pelo cientista italiano Giovanni Domenico Cassini no século XVII. O planeta Saturno ao menos 47 luas conhecidas e pelo menos 7 anéis.

Dione

© NASA/Cassini (imagem da superfície de Dione)
A imagem foi feita pela sonda neste sábado quando a sonda estava a 40.000 km de Dione, e então transmitidas para a Terra à velocidade da luz. Os dados levaram pouco menos de duas horas para chegar.
A Nasa informa que a imagem ainda precisa passar por um processo de calibragem antes de ser validada para uso científico, o que só deve ocorrer em 2011. Dione tem pouco mais de 1.000 km de diâmetro e está há cerca de 400.000 km de Saturno.
A sonda Cassini foi lançada em 15 de outubro de outubro de 1997, em uma viagem de sete anos a Saturno, planeta ao qual chegou em julho de 2004. Ela completou sua primeira missão de exploração de Saturno, de quatro anos, em 2008. A prorrogação atual, chamada Missão Equinócio, se encerra em setembro deste ano.
Fonte: NASA

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Hubble desvenda interior de supernova

Observações feitas com o Telescópio Espacial Hubble de uma supernova próxima estão permitindo que astrônomos meçam a velocidade e a composição do material do interior da estrela que é ejetado ao espaço após a explosão.
supernova 1987A
© NASA/ESA (supernova 1987A)
Uma equipe da Universidade do Colorado em Boulder detectou um aumento significativo no brilho emitido pela supernova 1987A, o que é consistente com previsões teóricas da interação das supernovas com a vizinhança galáctica.
Descoberta em 1987, essa supernova é a mais próxima da Terra a ser detectada desde 1604, e fica na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã vizinha da Via-Láctea. 
A equipe observou a supernova em luz visível, ultravioleta e infravermelho, mapeando o jogo entre a explosão estelar e o famoso "colar de pérolas", um anel brilhante com 9 trilhões de quilômetros  de diâmetro que cerca o remanescente da supernova e que foi energizado por raios X.
O anel de gás provavelmente foi expelido 200.000 anos antes da supernova explodir, e ondas de choque partindo do remanescente fizeram brilhar de 30 a 40 "pérolas" nele, objetos que provavelmente vão se fundir no futuro, gerando um anel  contínuo.
"As novas observações nos permitem medir com precisão a velocidade e a composição das 'vísceras estelares' ejetadas, que nos falam a respeito da disposição de energia e elementos pesados na galáxia hospedeira", disse, o pesquisador  Kevin France.
"As observações não só nos dizem quais elementos estão sendo reciclados na Grande Nuvem de Magalhães, mas como isso muda o ambiente na escala de tempo da vida humana", afirmou.
Além de ejetar grandes quantidades de hidrogênio, 1987A eliminou hélio, oxigênio, nitrogênio e elementos pesados mais raros, como enxofre, silício e ferro.
Fonte: Science

Vapor de água estelar

Vapor de água a uma temperatura de cerca de 700º C foi detectado no espectro de uma estrela rica em carbono. Essa descoberta surpreendente indica a presença de água próxima a uma estrela, na região quente de seu envelope gasoso (entorno).
vapor de água em estrela
© NASA (ilustração do vapor de água em estrela)
A descoberta, segundo seus autores, reforça que o conhecimento sobre a química das estrelas mais evoluídas “ainda é rudimentar”. Vapor de água no envelope da estrela gigante em questão, conhecida como IRC+10216, havia sido identificado em 2001, mas os astrônomos achavam que seria originário de corpos com gelo, como cometas.
A presença de vapor em temperatura tão elevada altera o conhecimento atual sobre química estelar, uma vez que em um ambiente com muita presença de carbono, em equilíbrio termodinâmico, não se esperava que moléculas cheias de oxigênio (com exceção de monóxido de carbono) estivessem próximas.
detecção de água com o telescópio Herschel na estrela IRC  10216
© Nature (detecção de água na estrela IRC +10216)
A descoberta também contradiz a ideia de que vapor de água não poderia originar dos entornos de uma estrela, mas apenas a partir de regiões mais frias e distantes.
Leen Decin, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e colegas, por meio do observatório espacial Herschel, lançado em maio de 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA), identificaram dezenas de linhas de vapor no espectro da IRC+10216 (também chamada de CW Leonis).
Segundo descrevem os cientistas, algumas das linhas são produzidas por transições de estados altamente excitados que, ao serem analisados, indicaram uma temperatura de cerca de 700º C.
Isso significa que a água não deriva da vaporização de gelo de outros corpos, mas que deve estar presente no envelope interno da estrela que está a 650 anos-luz da Terra.
Os cientistas sugerem que uma explicação possível para a presença de vapor é a produção fotoquímica de água por meio da ação de fótons ultravioleta, caso o envelope da estrela tenha uma estrutura que permita a penetração da luz até as regiões mais próximas em seu entorno. Esses fótons ultravioleta teriam origem na estrela ou, mais provavelmente, no espaço interestelar.
Fonte: Nature

A diversidade dos asteroides

Observações do telescópio Spitzer, da NASA (agência espacial americana), indicam que a diversidade na composição e cores de asteroides é maior do que se pensava. Foram observados 100 asteróides próximos à Terra e o estudo encontrou desde asteroides escuros até outros muito claros e luminosos.
asteroide Eros
© NASA (asteroide Eros)
O estudo colabora com os cientistas no entendimento de objetos que rondam a Terra em geral. "Os asteróides estão nos ensinando de que local do universo eles vieram", disse David Trilling, autor do artigo sobre a pesquisa e professor na Universidade do Norte do Arizona, nos Estados Unidos, em declaração divulgada pela NASA.
Depois de quase seis anos de operação no espaço, em 2009 o Spitzer esgotou o líquido usado para resfriar seus detectores de luz infravermelha. Com isso, o telescópio entrou na chamada "fase quente" de sua missão, embora sua temperatura ainda seja de 30 Kelvin, ou cerca de -243ºC.
Uma das metas da desta fase é inspecionar aproximadamente 700 objetos próximos da Terra, catalogando as características de cada um. Observando em infravermelho, o Spitzer complementa os dados obtidos com base em luz visível.
Por exemplo, luz visível não permite distinguir asteroides grandes e escuros de outros que sejam pequenos  e brilhantes, já que os dois tipos refletem a mesma quantia de luz. Os dados sobre infravermelho permitem ler a temperatura do objeto, o que ajuda a determinar detalhes sobre os asteroides.
Os dados obtidos até agora mostram que alguns dos menores objetos têm uma capacidade surpreendentemente alta de refletir luz. Como os asteroides tendem a escurecer com o tempo, a presença de superfícies brilhantes pode ser um sinal de relativa juventude.
A grande diversidade de características pode ainda indicar uma diversidade de origens. Alguns podem ter vindo do cinturão de rochas que existe entre Marte e Júpiter e outros, de regiões ainda mais distantes.
Há, atualmente, por volta de 7 mil asteroides próximos à Terra.
Fonte: Astronomical Journal