sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Novas imagens da aurora de Saturno

Novas imagens artificialmente coloridas da aurora brilhante de Saturno, feitas ao longo de dois dias, estão ajudando os cientistas a entenderem o que causa alguns dos shows de luzes mais impressionante do Sistema Solar.
aurora de Saturno
© NASA (aurora de Saturno)
As imagens são parte de um novo estudo que, pela primeira vez, extrai informações sobre as características da aurora de Saturno tomadas a bordo da nave Cassini da NASA. Os resultados preliminares foram apresentados pelo cientista Tom Stallard no Congresso Europeu de Ciência Planetária, em Roma.
Nas imagens, o fenômeno da aurora varia significativamente ao longo de um dia de Saturno, que dura em torno de 10 horas e 47 minutos. Ao meio-dia e à meia-noite, a aurora pode ser vista iluminada por várias horas, sugerindo que o clareamento é conectado com o ângulo do Sol. Outra característica pode ser vista com a rotação do planeta, quando a aurora reaparece na mesma hora e no mesmo local, no segundo dia, sugerindo que ela está diretamente controlada pela orientação do campo magnético de Saturno.
"As auroras de Saturno são muito complexas e nós estamos apenas começando a compreender todos os fatores envolvidos. Este estudo irá proporcionar uma visão mais ampla da grande variedade de características da aurora, e nos permitirá compreender melhor o que controla essas mudanças em sua aparência", diz Stallard.
As auroras ocorrem de forma semelhante às luzes do norte e do sul da Terra. Partículas do vento solar são canalizadas pelo campo magnético de Saturno para os pólos do planeta, onde eles interagem com partículas eletricamente carregadas na atmosfera superior e emitem luz. Em Saturno, no entanto, as características da aurora também podem ter relação com ondas eletromagnéticas geradas quando as luas do planeta se movem através do plasma que ocupa a magnetosfera de Saturno.
Fonte: European Planetary Science Congress

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Explosão catastrófica pode ter dado origem a uma das luas de Marte

Cientistas encontraram sinais de que Fobos, uma das duas luas de Marte, formou-se relativamente perto de sua localização atual, por meio da aglomeração de material lançado na órbita marciana por um evento catastrófico.
cratera stickney
© NASA (cratera Stickney, a maior encontrada na lua Fobos)
Duas abordagens independentes, realizadas pela sonda  Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Mars Global Surveyor, da Nasa, produziram resultados similares, apresentados no Congresso Europeu de Ciência Planetária, que acontece em Roma.
A origem das duas luas de Marte, Fobos e Deimos, é um antigo enigma para a ciência. Uma hipótese propõe que ambas seriam asteroides capturados pela gravidade marciana.
Outros cenários propõem que ambas as luas se formaram onde estão, por meio da aglomeração de material expelido do planeta após um grande impacto ou dos restos de uma lua destruída pela atração de Marte.
Segundo pesquisadores, uma compreensão da composição das luas é fundamental para excluir algumas dessas propostas.
Observações anteriores de Fobos haviam sido interpretadas como sugerindo a presença de condritos carbonáceos, um material primitivo associado a asteroides. Essa descoberta viria a apoiar a ideia do asteroide capturado.
Mas novas observações, feitas pela Mars Express, não combinam bem com a proposta dos condritos, e favorecem a hipótese da origem local. Entre as descobertas, há sinais de que parte do material que compõe a lua teria interagido com água antes de ser incorporado a Fobos.
Outras observações indicam uma identidade com materiais encontrados na superfície marciana.
Fonte: European Planetary Science Congress

sábado, 18 de setembro de 2010

Manchas solares poderão sumir em breve

Cientistas que estudaram as manchas solares durante os últimos 20 anos concluíram que o campo magnético do Sol que as origina está diminuindo.
mancha solar
© NASA (mancha solar)
Se a tendência atual continuar, por volta de 2016 o Sol pode ficar totalmente sem manchas e assim permanecer ao longo de décadas.
Um fenômeno semelhante, que ocorreu no século 17, coincidiu com um período prolongado de resfriamento na Terra.
Conhecido como "Pequena Era do Gelo", o maior Mínimo Solar já registrado durou 70 anos. O chamado Mínimo de Maunder durou de 1645 a 1715, com a Terra experimentando temperaturas muito baixas.
Embora os mínimos solares normalmente durem cerca de 16 meses, o atual se estendeu por 26 meses, o mais longo em um século.
As manchas solares surgem quando ressurgências do campo magnético do Sol aprisionam plasma ionizado em sua superfície. Normalmente, o gás superaquecido, eletricamente carregado, libera seu calor e mergulha de volta abaixo da superfície. Mas o campo magnético inibe este processo.
Em artigo publicado na revista Science, Phil Berardelli relata o trabalho dos astrônomos Matthew Penn e William Livingston, do Observatório Nacional Solar em Tucson, Arizona, que vêm estudando as manchas solares desde 1990.
Usando uma técnica de medição chamada Separação de Zeeman, os astrônomos analisaram mais de 1.500 manchas solares e concluíram que a intensidade do campo magnético das manchas solares caiu de uma média de cerca de 2.700 gauss para cerca de 2.000 gauss. A intensidade média do campo magnético da Terra tem menos de 1 gauss.
Eles não sabem explicar as razões para tal diminuição. Mas se a tendência continuar, a força do campo magnético das manchas solares vai cair para uma média de 1.500 gauss já em 2016. A seguir um gráfico mostrando o campo magnético total do Sol em função do tempo.
campo magnético total do Sol em função do tempo
© NSO (campo magnético total do Sol em função do tempo)
Como 1.500 gauss é o mínimo necessário para produzir manchas solares, os astrônomos afirmam que elas poderão não ser mais geradas a partir de então. Foi justamente isso o que aconteceu durante o Mínimo de Maunder. Mas Livingston adverte que a previsão de zero manchas solares pode ser prematura.
As manchas solares recentemente não possuem fortes pontos rodeados por halos, chamados penumbras, como se viu durante o último máximo solar, a maior parte da safra atual apresenta poucas ou nenhuma penumbra.
Mas há quem discorde deles. O físico David Hathaway, do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, achou o estudo interessante, mas acha que os dois astrônomos podem ter deixado de lado pequenas manchas solares, o que pode ter elevado a média registrada.
Fonte: National Solar Observatory

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Novo mapa de crateras da Lua

As marcas na superfície da Lua são testemunha da barragem de impactos de cometas, asteroides e outros detritos espaciais que atingiram o satélite durante boa parte de sua história. Como o registro geológico de muito dessa sequência permanece intacto, cientistas tem contado com a Lua para reconstituir o passado caótico do Sistema Solar.
mapa topográfico da Lua
© NASA (mapa topográfico da Lua)
Este é o primeiro catálogo uniforme e completo das grandes crateras lunares, algo que poderá lançar luz sobre o bombardeamento planetário que caracterizava o Sistema Solar interior há mais de 4 bilhões de anos.
A equipe de pesquisadores da Universidade Brown, do MIT e da Nasa usou dados do Altímetro Laser Orbital Lunar, um dos instrumentos a bordo da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa, para identificar e mapear 5.185 crateras com 20 km de diâmetro ou mais.
A partir da contagem e da análise das crateras foi possível determinar que as regiões mais antigas da Lua são o sul do lado próximo e o centro-norte do lado oculto. O grupo também confirmou que a Bacia Aitken-Polo Sul é a depressão mais antiga, o que significa que amostras trazidas de missões futuras, robóticas ou tripuladas, serão inestimáveis para a compreensão da Lua e do Sistema Solar interior.
Uma importante descoberta trata da corrente de objetos que colidia pelo Sistema Solar interior nos primórdios. Por anos, a teoria predominante  era a de que a Lua tinha sido atingida por projéteis que mantinham uma proporção constante entre objetos grandes e pequenos, o que os cientistas chamam de "distribuição tamanho-frequência".
Em 2005, essa distribuição foi questionada por um artigo na Science, o geólogo da Universidade do Arizona Robert Strom  levantou a hipótese de que a taxa entre objetos grandes e pequenos atingindo a Lua teria variado durante seu primeiro bilhão de anos de existência.
O novo trabalho apoia essa hipótese. Os pesquisadores estudaram crateras formadas no início da história da Lua e as compararam com crateras posteriores, e determinaram que as superfícies mais antigas apresentavam um número maior de marcas de impacto de grandes objetos.
Fonte: Science

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Júpiter mais brilhante ao aproximar da Terra

Se você olhar para cima em qualquer noite de céu claro de Setembro, um astro celeste brilhante chamará sua atenção. Ela estará baixa no lado leste do céu pouco depois do crepúsculo e alta no lado sudeste do céu à medida que a noite avançar. Ela irá completamente se sobressair em comparação com qualquer outra estrela do céu.
júpiter
© Babak A. Tafreshi (planeta Júpiter no céu)
O que você está observando na verdade é o planeta Jupiter. Júpiter está fazendo sua passagem mais próxima da Terra no ano. E essa passagem é a mais próxima que Júpiter chegará entre os anos de 1963 e 2022.
Júpiter estará mais próximo da Terra na noite de segunda-feira 20 de Setembro de 2010: 592 milhões de quilômetros de distância. Ele permanecerá próximo dessa distância durante toda a última parte do mês de Setembro.
Na última vez que Júpiter esteve próximo da Terra, que aconteceu em Agosto de 2009, o planeta estava 2% mais apagado do que dessa vez. Na sua próxima passagem próximo da Terra ele estará um pouco mais de 1% mais distante do que agora.
Em adição à distância entre Júpiter e a Terra que será a menor nesse período, o planeta estará 4% mais brilhante do que o normal pois um de seus cinturões de nuvens marrons estará escondido. Por aproximadamente um ano o gigantesco cinturão equatorial sul, que normalmente é observado por meio de pequenos telescópios estará escondido por uma camada de nuvens mais brilhantes constituídas de amônia.
Coincidentemente, Júpiter também passará quase em frente ao planeta Urano. Urano está cinco vezes mais distante e quase 3000 vezes mais apagado e por isso é invisível a olho nu. Mas por meio de binóculos e de telescópios será possível ver Urano a menos de 1 grau de distância de Júpiter. Essa maior aproximação acontecerá na noite de 24 de Setembro.
No outro lado da escala de brilho, a Lua cheia irá se juntar a essa cena celeste mais ou menos nas mesmas datas, ela irá brilhar acima de Júpiter na noite de 22 de Setembro de 2010 e a esquerda do planeta na noite de 23 de Setembro de 2010.
Mais coincidências também acontecerão aqui. Júpiter e Urano encontram-se próximos do ponto no céu conhecido como ponto vernal, onde o Sol cruza o equador celeste no primeiro dia da primavera para o hemisfério norte. Estas aproximações ocorrem a todo instante no céu, porém algum arranjo particular pode não surgir por séculos.
E tudo acontecerá por volta da mesma data já que o início da primavera acontecerá no dia 22 de Setembro de 2010.
Boa primavera!
Fonte: Sky & Telescope

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Estrela devorando outra e gerando planetas

Uma equipe de astrônomos pode ter flagrado uma estrela no ato de devorar outra e criando uma segunda geração de planetas a partir do disco residual.
ilustração de BP Piscium
© NASA (ilustração de BP Piscium)
Usando dados do Observatório de Raios X Chandra, o grupo de Joel Kastner, do Instituto de Tecnologia de Rochester, encontrou sinais de que uma estrela variável na constelação de peixes, BP Piscium, não é a estrela jovem que aparenta ser, mas sim uma gigante vermelha que engoliu uma estrela ou planeta da vizinhança, diz nota divulgada pelo instituto.
Desde que foi descoberta há 15 anos, a estrela vem confundindo os cientistas, ao apresentar características tanto de um astro jovem quando de uma estrela velha.
A juventude enganosa da estrela é atribuída a duas coisas: um disco de material que lembra os discos onde se formam planetas ao redor de estrelas novas e os jatos de material que partem dos polos do astro. Uma estrela jovem acumula material do disco, que cai em sua direção, absorvendo cerca de 90% do que cai e reciclando o restante para o espaço, através dos jatos. Outros detalhes, no entanto, apontam na direção oposta. Por exemplo, a estrela existe isolada, enquanto que a maioria das estrelas jovens se formam em aglomerados.
Os dados do Chandra mostram que a estrela é uma fonte pobre de raios X, o que vai contra a hipótese de juventude. A taxa de emissão é compatível com a de estrelas velhas que giram rapidamente, de uma classe que, acredita-se, surge quando uma estrela engole outra.
"As companheiras dessas estrelas gigantes caíram dentro delas e fazem com que girem mais rápido. Nossa hipótese de trabalho é que estamos olhando para a estrela bem no ponto em que ela acabou de engolir a companheira e, assim, formou o disco. Parte do material que compunha a companheira caiu na estrela, e parte foi expelido em alta velocidade, e é a isso que estamos assistindo", explica Kastner.
Embora planetas próximos que eventualmente existissem tenham sido engolidos quando a estrela se tornou uma gigante vermelha, uma segunda rodada de formação de planetas pode estar em andamento no disco, centenas de milhões de anos após a primeira.
Outro artigo científico, baseado em dados do telescópio espacial Spitzer, indica evidência de um planeta gigante no disco. Esse pode ser um novo exoplaneta, ou um que sobreviveu ao cataclismo.
Fonte: Astrophysical Journal Letters

Achados 14 novos objetos transnetunianos

Para além da órbita de Netuno existem inúmeras rochas geladas conhecidas como objetos transnetunianos (TNOs). Um dos maiores, Plutão, é classificado como um planeta anão. A região também abriga cometas como o famoso Cometa Halley. A maioria dos TNOs é pequena e recebe pouca luz solar, tornando-os fracos e difíceis de detectar.
objeto transnetuniano
© NASA (ilustração de um objeto transnetuniano)
Agora, astrônomos acrescentaram 14 novos objetos ao catálogo, por meio de arquivos de dados do Telescópio Espacial Hubble Space, da Nasa. Esse método promete identificar centenas de outros TNOs.
"Objetos transnetunianos nos interessam porque são blocos que sobraram da formação do sistema solar", explicou o autor do estudo, Cesar Fuentes, da Northern Arizona University.
Como os TNOs orbitam lentamente o Sol, eles se movem contra o manto de estrelas, aparecendo como raios de luz em fotografias. A equipe desenvolveu um software para analisar centenas de imagens do Hubble. Depois de candidatos promissores serem sinalizados, as imagens foram avaliadas visualmente para confirmar ou refutar cada descoberta.
A maioria TNOs está localizada perto da eclíptica, a linha no céu que marca o plano do sistema solar (desde que o sistema solar se formou a partir de um disco de material). Portanto, a equipe procurou dentro de 5 graus da eclíptica para aumentar suas chances de sucesso.
Dos 14 objetos encontrados, inclui-se um binário: dois TNOs orbitando como um sistema Plutão-Caronte em miniatura. Todos têm um brilho muito fraco, mais de 100 milhões de vezes menor que o de objetos visíveis a olho nu, e medem de 4km a 10 km de diâmetro.
Ao medir o movimento desses objetos no céu, os astrônomos calculam a órbita e a distância de cada um. Combinando distância e brilho, eles puderam estimar o tamanho dos TNOs.
Ao contrário dos planetas, que tendem a ter órbitas muito planas, alguns TNOs têm órbitas muito inclinadas. A equipe analisou a distribuição de tamanho de TNOs com órbitas de baixa inclinação versus alta para ter pistas sobre como os objetos evoluíram ao longo dos últimos 4,5 bilhões de anos.
Geralmente, os menores objetos transnetunianos são os destroços de TNOs maiores. Ao longo de bilhões de anos, esses objetos se chocaram, moendo uns aos outros. Os astrônomos descobriram que a distribuição de tamanho de TNOs com órbitas de baixa inclinação versus alta é a mesma à medida que os objetos ficam mais fracos e menores. Portanto, ambas as populações (de baixa e alta inclinação) têm histórias colisionais semelhantes.
Esse estudo inicial examinou apenas um terço de um grau quadrado do céu, o que significa que há muito mais área a ser pesquisada. Outras centenas de TNOs podem esconder-se nos arquivos do Hubble em latitudes eclípticas mais elevadas. Fuentes e os colegas pretendem continuar a pesquisa.
Fonte: Astrophysical Journal

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Encontrado exoplaneta sem metano

A falta de metano na composição do GJ 436b, um exoplaneta localizado a 36 anos-luz da constelação de Leão, desafia a teoria de cientistas sobre exoplanetas, já que é composto apenas de hidrogênio, carbono e oxigênio. Os astrônomos estudam o planeta por meio do Telescópio Espacial Splitzer, da Nasa, agência espacial americana.
exoplaneta GJ 436b
© NASA (ilustração do exoplaneta GJ 436b)
Exoplanetas são aqueles que se localizam fora do Sistema Solar, portanto, extrassolares. Os primeiros exoplanetas foram descobertos apenas na década de 1990. De acordo com os cientistas, para seguir uma lógica, o GJ 436b deveria ter uma grande quantidade de metano e pouco monóxido de carbono. Mas as observações do Spitzer, que captou a luz do planeta em seis comprimentos de infravermelho, mostram justamente o contrário.
A Nasa disse em seu site que o estudo sobre o GJ 436b demonstra que é necessário pesquisar mais sobre a diversidade dos exoplanetas. O metano está presente na Terra e também em todos os planetas gigantes do nosso sistema solar.
Fonte: NASA

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meteorito que caiu na França tem vestígios de supernova

Um meteorito que caiu na Terra há quase 150 anos parece conter estilhaços microscópicos de uma estrela que explodiu quando surgiu o sistema solar.
meteorito de Orgueil
© MNHN (condrito carbonáceo de Orgueil)
Os meteoritos oferecem-nos a rara oportunidade de examinarmos compostos orgânicos de origem extraterrestre. De grande interesse para os investigadores da origem da vida são os meteoritos carbonáceos que, como vimos, constituem uma pequena percentagem de todos os meteoritos conhecidos. Chamam-se assim por conterem côndrulos e uma quantidade variável de compostos orgânicos que em alguns casos pode ultrapassar os 5% do peso total da amostra. Um dos mais notáveis condritos carbonáceos é o meteorito de Orgueil que caiu no Sul de França em 14 de Maio de 1864. Cerca de vinte pedras, a maior do tamanho da cabeça de um de um homem, espalharam-se numa área de cerca de 3 Km2, perto da aldeia de Orgueil. Quase 12 quilos foram recolhidos logo após a queda, e mais de 9 estão no Museu de História Natural de Paris. A composição química do meteorito Orgueil indica que uma estrela explodiu e formou uma supernova há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando os planetas estavam se formando ao redor do Sol.
A partir dos restos encontrados no meteorito francês, os cientistas quiseram determinar que tipo de estrela explodiu e se foi gerada uma supernova tipo 1 ou tipo 2.
A supernova tipo 1 ocorre com a morte de uma estrela anã-branca pequena, mas extremamente densa. Já a supernova tipo 2 se forma quando uma estrela gigante (pelo menos nove vezes mais pesada que o Sol) queima quase todo o seu combustível, o que desencadeia um colapso interno seguido de uma explosão.
Grãos de supernova tipo 2 já foram encontrados em meteoritos antes, mas, até agora, nenhum marcador de supernova tipo 1 havia sido achado.
A grande quantidade de cálcio 48 encontrada no meteorito Orgueil levou os cientistas a acreditarem que ele foi originado de uma supernopva tipo 1. Isso porque o cálcio 48 é gerado em grandes quantidades na supernova tipo 1, mas é inexistente na supernova tipo 2.
O estudo pode, ainda, resolver o mistério de variação da quantidade de elementos químicos entre planetas e entre meteoritos.
Antes, os cientistas acreditavam que os elementos químicos foram distribuídos uniformemente por uma espécie de nuvem de gás e poeira que entrou em colapso para formar o nosso sistema solar.
Agora, com a descoberta da composição do meteorito Orgueil, a expectativa é que a distribuição de elementos metálicos não tenha sido tão uniforme assim.
Os resultados sugerem que a supernova lançou os grãos desordenadamente no espaço e que esses grãos foram incorporados em meteoritos, como o Orgueil, e em planetas que estavam começando a se formar em torno do Sol.
Os grãos analisados têm menos de 100 nanômetros de diâmetro, ou seja, cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.
O estudo do meteorito foi liderado por Nicolas Dauphas, pesquisador da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Fonte: Astrophysical Journal

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Nasa divulga nova imagem de erupção solar

A Nasa (Agência Espacial Americana) divulgou imagem em que mostra uma grande erupção solar, na região chamada de 1105. A área é conhecida por registrar ativamente este tipo de evento.
erupção solar
© NASA/SDO (erupção solar)
Segundo informações da NASA, a erupção também ejetou grande quantidade de matéria no espaço. A erupção, além de ir em direção contrária à Terra, não se dirigiu a nenhum planeta. A seguir, veja o video da erupção solar obtida pela SDO (Solar Dynamic Observatory) da NASA.
Fonte: NASA

Astrônomos amadores realizam observação inédita de Júpiter

Astrônomos amadores conseguiram uma grande façanha com seus pequenos telescópios, que pela primeira vez capturaram o impacto de um objeto relativamente pequeno com um planeta gigante.
impactos na superfície de Júpiter
© NASA (impactos na superfície de Júpiter)
Os fanáticos por astronomia foram os primeiros a detectar dois objetos "relativamente pequenos", segundo a Nasa, que se desintegraram ao entrar na atmosfera de Júpiter formando uma bola de fogo, usando telescópios instalados em suas próprias residências.
Os impactos aconteceram nos dias 3 de junho e 20 de agosto, segundo os cientistas da Nasa, que acompanharam as observações e confirmaram que foram corretas.
Os especialistas calcularam que o objeto observado em 3 de junho tinha entre 8 e 13 metros de diâmetro, comparável ao asteroide RF12, que passou perto da Terra na última quarta-feira.
Anthony Wesley, da Austrália, foi quem o avistou primeiro. O astrônomo amador já descobriu em julho de 2009 uma mancha escura em Júpiter que os cientistas não tinham detectado até então.
O segundo objeto, detectado em agosto, foi descoberto primeiro pelo japonês Masayuki Tachikawa, e pouco mais tarde confirmado por Aoki Kazuo e Masayuki Ishimaru.
Eles tinham seus telescópios apontando para o planeta gigante naquele dia pois sabiam que estavam em meio à "temporada de Júpiter", quando o planeta está mais alto no céu e é visto maior da Terra.
Fonte: NASA/EFE

Sonda revela visão da Lua impossível de se obter da Terra

A Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), sonda na Nasa em órbita da Lua, produziu um mosaico de imagem que mostra todo o hemisfério leste do satélite natural da Terra, revelando metade do lado próximo e metade do lado oculto da Lua. Essa combinação nunca é vista a partir da superfície terrestre.

mosaico da superfície lunar

© NASA/ U. Arizona (mosaico da superfície lunar)

As legendas do mosaico ortográfico são: Se=Mare Serenitatis, T=Mare Tranquillitatis, F=Mare Frigoris, C=Mare Crisium, M=Mare Marginis, S=Mare Smythii, A=Mare Australe, Ts=Mare Tsiolkovskiy, Mv=Mare Moscoviense.

A metade esquerda da imagem mostra parte do lado próximo, que é a face que a Lua mantém permanentemente voltada para a Terra, com as grandes plantícies de lava, ou "mares", que  são sua característica mais marcante.

Já a metade direita mostra parte do lado oculto, que só foi visto pela primeira vez no século passado, em imagens de sondas espaciais.

O "mar" que aparece na altura da linha do equador, perto da margem esquerda, é o Mar da Tranquilidade, onde a Apollo 11 pousou em 1969, no lado próximo da Lua.

Já as duas depressões circulares e escuras que surgem perto da borda direita são o Mar de Moscou (no alto) e o Mar de Tsiolkovsky (abaixo), batizados depois de serem descobertos por uma sonda soviética, a priemira a fazer fotos do lado oculto.

Lançada em 2009, a LRO circunda a Lua numa órbita que passa sobre os polos do satélite, a cerca de  50 km de altitude. As lacunas na imagem correspondem a áreas que ainda não foram integragas ao mosaico.

Fonte: NASA

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Planetas gigantes podem ter vida curta

A maioria dos "Jupíteres quentes" que os astrônomos buscam em aglomerados de estrelas provavelmente já foram destruídos há tempos. Os autores do artigo, John Debes e Brian Jackson, da Nasa, levantam a hipótese para explicar por que nenhum planeta de trânsito (planeta que cruza a linha de visão entre sua estrela e a Terra) jamais foi observado em aglomerados estelares.
planeta sendo destruído pela gravidade estelar
© NASA (ilustração de planeta sendo destruído por estrela)
A pesquisa prevê que a busca por planetas atualmente em curso com a missão Kepler terá mais sucesso em aglomerados jovens.
Quando astrônomos começaram a buscar planetas nos aglomerados globulares de estrelas, há cerca de uma década, havia a esperança de que muitos novos mundos fossem encontrados. Esperava-se que uma busca realizada no aglomerado 47 Tucanae, por exemplo, encontrasse pelo menos uma dezena de planetas entre 34.000 estrelas candidatas. Mas nada foi achado.
Segundo Debes, a grande maioria dos mais de 450 planetas encontrados fora do Sistema Solar estão em órbita de estrelas solitárias, fora dos aglomerados.
A grande densidade de estrelas nos aglomerados sugere que os planetas podem ser arremessados para fora de seus sistemas solares pela gravidade de astros próximos. Além disso, os aglomerados se mostram pobres em metais que são a matéria prima dos planetas.
Debes e Jackson propõem que Jupíteres quentes, planetas gigantes que têm órbitas muito próximas a suas estrelas, são rapidamente destruídos. Nessas órbitas estreitas, a atração gravitacional entre estrela e planeta reduz a energia da órbita planetária, o que faz com que o planeta chegue cada vez mais perto do astro. Ao longo de bilhões de anos, o planeta acaba mergulhando na estrela ou destroçado por ela.
Fonte: Astrophysical Journal

Água interagiu com a superfície de Marte

Dados da sonda Phoenix, que atuou perto do polo norte de Marte em 2008, sugere que água em estado líquido interagiu com a superfície marciana ao longo da história do planeta, e até tempos modernos. A pesquisa também oferece evidência de que Marte teve atividade vulcânica até poucos milhões de anos atrás.
sonda phoenix
© NASA (sonda Phoenix em Marte)
Embora a sonda Phoenix não esteja mais operando, cientistas continuam a analisar os dados reunidos pela missão. As descobertas anunciadas baseiam-se em informações sobre o dióxido de carbono que compõe 95% da atmosfera do planeta.
"Dióxido de carbono atmosférico é como um espião. Ele se infiltra em cada pedaço  da superfície, e pode indicar a presença de água, e sua história", disse o cientista Paul Niles, da Nasa.
A Phoenix mediu em detalhes os isótopos de carbono e oxigênio da atmosfera marciana. No artigo da revista Science, Niles explica a proporção dos isótopos estáveis e sua implicação para a história do planeta.
As assinaturas químicas produzidas pelos isótopos sugerem que água em estado líquido existiu principalmente em temperaturas próximas ao congelamento, e que sistemas hidrotermais, como nascentes de água quente, foram raras durante o passado marciano.
As medições do dióxido de carbono também revelam que Marte foi um planeta muito mais ativo no passado do que se imaginava. Os resultados implicam que Marte repôs sua atmosfera de CO2 em um período relativamente recente, e que o dióxido de carbono reagiu com o líquido na superfície.
O fato de Marte ter baixa gravidade e não contar com, um campo magnético faz com que a atmosfera de CO2 se perca lentamente para o espaço. O processo favorece a perda do isótopo mais leve, o carbono 12, em comparação com o carbono 13. Se a perda estivesse ocorrendo sem reposição, a taxa de C-12 para C-13 seria muito mais baixa que a medida pela Phoenix.
Isso sugere que a atmosfera marciana foi reabastecida por meio de vulcões, e num tempo geologicamente próximo.
No entanto, a assinatura vulcânica não aparece quando se avalia a proporção de dois outros isótopos, oxigênio 18 e oxigênio 16, que também compõem o CO2 marciano. Isso indica que o dióxido de carbono reagiu com água no passado recente, e acabou enriquecido em O-18.
Fonte: Science

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Observatório capta imagem de galáxia a 6 milhões de anos-luz

A galáxia espiral NGC 300, objeto localizado a 6 milhões de anos-luz na direção da constelação do Escultor, foi fotografada pelo observatório La Silla, no Chile.
NGC 300
© ESO (galáxia NGC 300)
O prédio faz parte do European South Observatory (ESO). A imagem foi gerada a partir de filtros de luz verde, azul e vermelha. Para obter a foto, foram necessárias 50 horas de exposição. A galáxia apresenta ainda um buraco negro de grandes dimensões, descoberto recentemente pela equipe do ESO, e está em processo de fusão com outro astro, NGC 55.
Fonte: ESO