Cientistas que estudaram as manchas solares durante os últimos 20 anos concluíram que o campo magnético do Sol que as origina está diminuindo.
© NASA (mancha solar)
Se a tendência atual continuar, por volta de 2016 o Sol pode ficar totalmente sem manchas e assim permanecer ao longo de décadas.
Um fenômeno semelhante, que ocorreu no século 17, coincidiu com um período prolongado de resfriamento na Terra.
Conhecido como "Pequena Era do Gelo", o maior Mínimo Solar já registrado durou 70 anos. O chamado Mínimo de Maunder durou de 1645 a 1715, com a Terra experimentando temperaturas muito baixas.
Embora os mínimos solares normalmente durem cerca de 16 meses, o atual se estendeu por 26 meses, o mais longo em um século.
As manchas solares surgem quando ressurgências do campo magnético do Sol aprisionam plasma ionizado em sua superfície. Normalmente, o gás superaquecido, eletricamente carregado, libera seu calor e mergulha de volta abaixo da superfície. Mas o campo magnético inibe este processo.
Em artigo publicado na revista Science, Phil Berardelli relata o trabalho dos astrônomos Matthew Penn e William Livingston, do Observatório Nacional Solar em Tucson, Arizona, que vêm estudando as manchas solares desde 1990.
Usando uma técnica de medição chamada Separação de Zeeman, os astrônomos analisaram mais de 1.500 manchas solares e concluíram que a intensidade do campo magnético das manchas solares caiu de uma média de cerca de 2.700 gauss para cerca de 2.000 gauss. A intensidade média do campo magnético da Terra tem menos de 1 gauss.
Eles não sabem explicar as razões para tal diminuição. Mas se a tendência continuar, a força do campo magnético das manchas solares vai cair para uma média de 1.500 gauss já em 2016. A seguir um gráfico mostrando o campo magnético total do Sol em função do tempo.
© NSO (campo magnético total do Sol em função do tempo)
Como 1.500 gauss é o mínimo necessário para produzir manchas solares, os astrônomos afirmam que elas poderão não ser mais geradas a partir de então. Foi justamente isso o que aconteceu durante o Mínimo de Maunder. Mas Livingston adverte que a previsão de zero manchas solares pode ser prematura.
As manchas solares recentemente não possuem fortes pontos rodeados por halos, chamados penumbras, como se viu durante o último máximo solar, a maior parte da safra atual apresenta poucas ou nenhuma penumbra.
Mas há quem discorde deles. O físico David Hathaway, do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, achou o estudo interessante, mas acha que os dois astrônomos podem ter deixado de lado pequenas manchas solares, o que pode ter elevado a média registrada.
Fonte: National Solar Observatory
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