segunda-feira, 28 de maio de 2018

Segredos ocultos de uma região de formação estelar massiva

Os berçários estelares são locais nebulosos e poeirentos que brilham intensamente na luz infravermelha.

G305

© ESA/Herschel (G305)

O complexo de formação de estrelas G305 não é uma exceção. Este apresenta um número de nuvens de gás brilhantes e intrincadas, aquecidas por estrelas jovens no meio delas. Nesta espetacular imagem do observatório espacial Herschel da ESA, estes pontos quentes de formação estelar destacam-se num tom azul, que contrasta com o vermelho-acastanhado das regiões mais frias.

Embora existam vários locais de formação de estrelas espalhados por esta imagem, os mais impressionantes cercam a área escura em forma de coração, no canto superior direito da imagem. Escondido no centro da região escura, encontra-se a enorme estrela WR48a e os seus dois vizinhos, os aglomerados estelares Danks 1 e 2. Os três desempenham um papel importante no desencadeamento da formação de novas estrelas, mesmo que eles próprios sejam objetos relativamente jovens, alguns milhões de anos (para comparação, o Sol tem cerca de 4,6 bilhões de anos).

Fortes ventos e radiação da WR48a, juntamente com as estrelas de alta massa nos dois aglomerados, afastaram os restos de gás da nuvem de onde se originaram. O gás arrastado, reunido na borda da bolha em forma de coração, está agora formando novas estrelas.

Através do Herschel, os astrônomos identificaram 16 locais onde estrelas de alta massa estão se formando neste berçário estelar. A região é um dos mais brilhantes e abundantes complexos de formação estelar da Via Láctea, e uma região ideal para observar e estudar estrelas massivas em diferentes estágios de formação e evolução.

O complexo G305 fica a cerca de 12.000 anos-luz de distância e recebe o nome da sua localização, em torno de 305º de longitude no plano da nossa galáxia. No céu noturno, aparece perto da Nebulosa Saco de Carvão, uma grande nuvem interestelar de poeira, visível a olho nu, e localizada na constelação de Crux, a Cruz do Sul. Uma nebulosa escura muito proeminente, o Saco de Carvão aparece nos céus do sul como uma mancha preta contra o pano de fundo brilhante e estrelado da Via Láctea.

Esta imagem, obtida como parte do Herschel Infrared Galactic Plane Survey (Hi-GAL), combina observações em três diferentes comprimentos de onda: 70 mícrons (azul), 160 mícrons (verde) e 250 mícrons (vermelho).

Lançado em 2009, o Herschel operou durante quatro anos, observando os comprimentos de onda do infravermelho distante e do submilímetro. Esta faixa espectral permitiu observar o brilho da poeira em nuvens de gás onde as estrelas nascem, para investigar este processo e observar a sua evolução inicial.

Fonte: ESA

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