Uma nova imagem obtida com o Very Large Telescope (VLT) do ESO mostra a galáxia NGC 1187.
© ESO (galaxia NGC 1187 e supernova SN 2007Y)
Esta espiral impressionante situa-se a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância na constelação do Eridano, o Rio. A NGC 1187 foi descoberta em Inglaterra por William Herschel em 1784. Duas explosões de supernova já foram observadas na NGC 1187 nos últimos trinta anos, sendo a última em 2007. Esta nova imagem da galáxia é a mais detalhada obtida até agora.
Vemos a galáxia NGC 1187 praticamente de face nesta nova imagem do VLT, o que nos dá uma perspectiva muito boa da sua estrutura em espiral. Podemos observar cerca de meia dúzia de braços espirais proeminentes, cada um contendo enormes quantidades de gás e poeira. As regiões azuladas nos braços em espiral indicam a presença de estrelas jovens nascidas de nuvens de gás interestelar.
Se olharmos na direção das regiões centrais, podemos ver o brilho amarelado do bojo da galáxia. Esta parte é praticamente toda constituída por estrelas velhas, gás e poeira. No caso da NGC 1187, em vez de um bojo redondo, temos uma sutil estrutura central barrada. Tais estruturas barradas atuam como um mecanismo que encaminha o gás dos braços espirais para o centro, aumentando a formação estelar nessa região.
Em torno do exterior da galáxia podemos observar muitas outras galáxias mais tênues e distantes. Algumas até brilham através do disco da própria NGC 1187. As suas tonalidades, principalmente vermelhas, contrastam com os aglomerados estelares de cor azul pálida pertencentes ao objeto muito mais próximo.
A NGC 1187 parece tranquila e imutável, no entanto viu já acontecer duas explosões de supernova desde 1982. As supernovas são explosões estelares muito violentas, que resultam da morte de uma estrela de elevada massa ou de uma anã branca num sistema binário. Uma classe de explosões de supernova ocorre no final da vida de uma estrela de elevada massa - estrelas com mais de oito massas solares - quando o seu combustível nuclear se esgota e a estrela já consegue contrabalançar o colapso gravitacional, produzindo assim uma explosão violenta. Alternativamente, pode também ocorrer uma explosão de supernova num sistema estelar binário, onde a anã branca rica em carbono-oxigénio suga matéria da sua estrela companheira de massa mais elevada. Se for transferida massa suficiente, a estrela começará a colapsar, produzindo uma explosão de supernova. As supernovas encontram-se entre os fenômenos mais energéticos do Universo e são tão brilhantes que muitas vezes se tornam, brevemente, mais brilhantes que toda a galáxia, antes de se desvanecerem ao longo de várias semanas ou meses. Durante esse curto espaço de tempo, uma supernova emite tanta energia como o Sol emitirá ao longo de toda a sua vida.
Em Outubro de 1982, a primeira supernova observada em NGC 1187, a SN 1982R, foi descoberta no Observatório de La Silla do ESO, e mais recentemente, em 2007, o astrônomo amador Berto Monard na África do Sul, descobriu outra supernova nesta galáxia, a SN 2007Y. Uma equipe de astrônomos posteriormente estudou detalhadamente e monitorizou a SN 2007Y durante um ano, utilizando muitos telescópios diferentes. Esta nova imagem da NGC 1187 foi produzida a partir de observações obtidas no âmbito deste estudo e podemos ver a supernova, muito depois do brilho máximo, próximo da parte de baixo da imagem.
Fonte: ESO
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