O núcleo da maior parte das galáxias contém um buraco negro massivo.
© SSRO (NGC 1365)
Na nossa Via Lactea, por exemplo, o buraco negro nuclear contém cerca de quatro milhoes de vezes a massa do Sol, e em outras galáxias estima-se que os buracos negros tenham centenas de milhões de vezes a massa do sol, ou até mais. Em casos dramáticos, como os quasares, esses buracos negros são suspeitos de guiarem os jatos bipolares de partículas que são observados sendo expelidos numa velocidade próxima da velocidade da luz. Como eles fazem isso ainda é desconhecido, mas acredita-se que a rotação do buraco negro tenha uma função fundamental nesse fenômeno.
Um buraco negro pode ser completamente descrito apenas por três parâmetros: sua massa, sua rotação e a sua carga elétrica. Mesmo que ele possa ter se formado por uma mistura complexa de matéria e energia, todos os outros detalhes especificos são perdidos quando o objeto se colapsa num ponto singular. Os astrônomos estão trabalhando na medição da rotação de buracos negros em galáxias ativas para poderem pesquisar as conexões entre a rotação e as propriedades dos jatos.
Um método para se medir a rotação de um buraco negro é o seu espectro de raios X, procurando por distorções na forma das linhas de emissão atômicas do gás extremamente quente no disco de crescimento de material ao redor do buraco negro. Efeitos devido a relatividade em ambientes extremos podem alargar linhas de emissão estreitas em perfis característicos que dependem do valor de rotação do buraco negro.
Os astrônomos do CfA, Guido Risaliti, Laura Brenneman e Martin Elvis, juntamente com seus colegas, usaram observações integradas do NuSTAR e do XMM-Newton para examinar a variação temporal da forma espectral dos átomos de ferro altamente excitados no núcleo da galáxia NGC 1365, uma galáxia ativa muito bem estudada, localizada a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância da Terra e conhecida por exibir perfis de linhas que variam com o tempo. A equipe obteve quatro observações de alta qualidade da fonte, registrando um intervalo nunca antes obtido de estados de absorção, incluindo um com uma absorção na linha de visão do núcleo central. Todas as observações, apesar da variação de absorções, mostraram marcas das regiões mais internas do fluxo de crescimento. Existiam desentendimentos dentro da comunidade sobre a confiabilidade de se atribuir as formas das linhas observadas à rotação do buraco negro, ao invés de se atribuir a outros efeitos do núcleo, mas esse novo resultado não somente demonatra que isso é possível, mas também mostra que mesmo observações de um única época fornecem medidas confiáveis, propiciando a tarefa de se estudar outros sistemas semelhantes.
Fonte: Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics
Nenhum comentário:
Postar um comentário