terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Descoberto o mistério da coroa solar ser mais quente que a superfície

Um dos maiores mistérios do Sol acaba de ser solucionado: o fato de sua coroa ser milhões de graus mais quente que sua superfície. Cientistas descobriram a maior fonte de gás quente que reabastece a coroa lançando jatos de plasma acima da superfície solar.
espículas no Sol observadas pela sonda SDO
© NASA (espículas no Sol observadas pela sonda SDO)
A descoberta foi publicada na revista Science e chama atenção para uma questão fundamental na astrofísica: como a energia se move do interior do Sol para criar calor na atmosfera.
"Sempre foi um quebra-cabeças descobrir por que a atmosfera solar é mais quente que a superfície", diz Scott McIntosh, físico solar do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica). Identificar como esses jatos inserem plasma na atmosfera solar aumenta o conhecimento sobre a sutil influência do Sol na atmosfera terrestre.
"Estas observações fornecem uma nova compreensão sobre a produção de energia do Sol e outras estrelas", diz Rich Behnke, da Divisão de Ciências Atmosféricas e Geoespaciais.
A pesquisa estava focada em jatos de plasma conhecidos como espículas, fontes de plasma propagados da superfície solar para a atmosfera. Por décadas os cientistas acreditaram que as espículas poderiam mandar calor para a coroa, até a década de 80, quando se descobriu que as espículas não alcançavam as temperaturas da coroa.
O aquecimento das espículas a milhões de graus nunca foi diretamente observado, então seu papel no aquecimento da coroa foi abandonado.
Em 2007, De Pontieu, McIntosh, e seus colegas identificaram uma nova classe de espículas que se moviam muito mais rápido, frequentemente a 100 Km por segundo, e tinham uma vida média menor que as tradicionais.
O rápido desaparecimento desses jatos sugeriram que o plasma carregado poderia ser muito quente, mas a observação desse processo estava faltando. Os pesquisadores usaram então a observação da sonda SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA.
A alta resolução espacial e temporal dos novos instrumentos foi crucial para revelar, pela primeira vez, a conexão entre o plasma a milhões de graus e as espículas que inserem esse plasma na coroa.
Fonte: Science

Telescópio Hubble detecta estrelas jovens dentro de bolha verde

O telescópio espacial Hubble registrou a primeira imagem de uma bolha de gás verde, gigante e misteriosa, e descobriu que ela é estranhamente "viva". A foto foi divulgada pela NASA durante uma reunião na Sociedade Astronômica Americana, em Seattle, Washington.
IC 2497
© NASA/Hubble (IC 2497)
A bolha brilhante e bizarra, que tem o tamanho da Via Láctea e está a 650 milhões de anos-luz de distância da Terra (cada ano-luz equivale a cerca de 9,46 trilhões de quilômetros), dá à luz novas estrelas, algumas com "apenas" 2 milhões de anos, em áreas remotas do Universo onde os astros normalmente não se formam.
Essa "mancha verde" foi descoberta pela primeira vez em 2007, pela professora holandesa Hanny van Arkel, e chamada de Hanny's Voorwerp, ou seja, objeto de Hanny. Segundo a professora, quando ela viu o estranho objeto há mais de três anos, ele parecia azul e menor. A foto do Hubble fornece uma imagem mais clara e melhor explicação para o que está acontecendo ao redor da bolha. "Na verdade, parecia uma mancha azul. Agora parece um sapo dançando no céu, porque é verde", compara Hanny.
Partes da bolha estão em colapso, e a consequente pressão no local acaba gerando as estrelas. Os berçários estelares estão localizados fora de uma galáxia normal, que é geralmente onde os astros vivem. Isso faz com que eles sejam "estrelas recém-nascidas extremamente solitárias", localizadas "no meio do nada", classifica o astrônomo Bill Keel, da Universidade do Alabama, que examinou a bolha.
A mancha é formada na maior parte por gás hidrogênio, que gira no encontro de duas galáxias. A região brilha porque é iluminada por um quasar, objeto luminoso e cheio de energia alimentado por um buraco negro, em uma das galáxias.
Desde a descoberta da holandesa, os astrônomos têm procurado por bolhas de gás semelhantes e encontraram 18 delas, mas todas têm cerca da metade do tamanho da Voorwerp.
Fonte: NASA

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sonda Kepler da NASA descobre o menor exoplaneta

A missão da sonda Kepler da NASA detectou o menor planeta já descoberto fora do Sistema Solar. Chamado de Kepler 10-b, o exoplaneta é rochoso, mede 1,4 vez o tamanho da Terra, tem massa de 4,6 vezes da Terra e densidade média de 8,8 gramas por centímetro cúbico, similar à de um haltere de ferro.
 ilustração do exoplaneta Kepler-10b
© NASA (ilustração do exoplaneta Kepler-10b)
O achado baseia-se em 8 meses de dados coletados pela sonda, entre maio de 2009 e janeiro de 2010. "Todas as melhores ferramentas da Kepler convergiram para produzir a primeira evidência sólida de um planeta rochoso que orbita uma estrela diferente do Sol", disse Natalie Batalha, da equipe do Centro de Pesquisas Ames, órgão ligado à NASA.
Em 2010, a equipe da sonda assumiu o compromisso de encontrar rastros de pequenos planetas nos dados obtidos, e agora surgiram os primeiros resultados.
O fotômetro ultrapreciso da Kepler mede a pequena diminuição no brilho de uma estrela quando um planeta passa na frente dela. O tamanho do planeta pode ser derivado dessas depressões periódicas no brilho. A distância entre o planeta e a estrela é calculada medindo o tempo entre essas sucessivas oscilações enquanto o planeta orbita a estrela.
A Kepler é a primeira missão da NASA capaz de encontrar planetas do tamanho da Terra dentro ou perto da zona considerada habitável, região em um sistema planetário onde a água líquida pode existir na superfície. No entanto, uma vez que mantém uma órbita de 0,84 dia (o que significa que completa uma volta em torno de sua estrela principal, a Kepler 10, a cada 20 horas), o exoplaneta Kepler 10-b está mais do que 20 vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do Sol, ou seja, fora da zona habitável.
A Kepler 10 é a primeira estrela identificada que poderia abrigar um planeta em trânsito de pequeno porte, o que a coloca no topo da lista de observações terrestres feitas pelo telecópio de 10 metros do Observatório W.M. Keck, no Havaí.
A descoberta do exoplaneta Kepler 10-b, embora não esteja na zona habitável,  é um marco significativo na busca por planetas semelhantes ao nosso, graças à missão da sonda.
Fonte: Astrophysical Journal

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nebulosa do Caranguejo tem erupções de raios gama inesperadas

A Nebulosa do Caranguejo (M1), uma das nossas vizinhas mais conhecidas e mais estáveis, foi o primeiro objeto astronômico catalogado em 1771 por Charles Messier.
nebulosa do Caranguejo
© NASA/ESA (nebulosa do Caranguejo)
Ela está intrigando os cientistas com sua propensão a erupções de raios gama pelas partículas mais energéticas já ligadas a um objeto astronômico específico. A descoberta feita por cientistas trabalhando com dois telescópios em órbita, leva os pesquisadores a repensar suas ideias sobre como as partículas cósmicas são aceleradas.
Os pesquisadores utilizaram o Large Area Telescope (LAT), um dos principais instrumentos a bordo do Telescópio Espacial Fermi de Raios Gama , para confirmar uma erupção e descobrir mais uma. O trabalho foi apresentado hoje na Science Express online.
A nebulosa, e a estrela de nêutrons que gira rapidamente e dá força ao objeto, são restos da explosão de uma supernova documentada pelos astrônomos chineses em 1054. Depois de derramar muito de seus gases e poeira, a estrela entrou em colapso e se tornou um pulsar, uma esfera de nêutrons muito densa que gira rapidamente e emite um pulso regular de radiação a cada 33 milissegundos.
A quantidade de energia que o pulsar libera é enorme, iluminando a Nebulosa do Caranguejo até que ela brilhe 75.000 vezes mais que o Sol. A maior parte dessa energia está no vento de partículas, de elétrons e pósitrons que viajam perto da velocidade da luz. Esses elétrons e pósitrons interagem com os campos magnéticos e fótons de baixa energia para produzir a famosa poeira brilhante que confundiu Messier com um cometa há 300 anos.
As partículas são até mesmo suficientemente fortes para produzir raios gama que o LAT normalmente observa durante suas varreduras habituais do céu, mas essas partículas não causam erupções dramáticas.
Cada uma das duas erupções que o LAT observou durou dias antes que a nebulosa retornasse leituras anormais de raios gama. A curta duração das erupções é a causa da radiação síncrotron ou radiação emitida por elétrons acelerando no campo magnético da nebulosa.
Fonte: SLAC (National Accelerator Laboratory)

Lua possui núcleo similar ao da Terra

A NASA através de uma pesquisa indica que a Lua possui núcleo similar ao do planeta Terra. Desvendar detalhes sobre o núcleo lunar é de grande importância para o desenvolvimento exato de modelos da formação lunar.
Experimento Sísmico Passivo da Apollo
© NASA (Experimento Sísmico Passivo da Apollo)
As descobertas da equipe de pesquisadores sugerem que a Lua possui um núcleo interior sólido e rico em ferro, com raio de aproximadamente 277 km e núcleo externo rico em ferro líquido com raio de aproximadamente 279 km. O que difere o núcleo do da Terra é uma camada fundida de raio estimado em 555 km.
A pesquisa indica que o núcleo contém pequena porcentagem de elementos como enxofre, o que confere com estudos recentes sobre o núcleo terrestre que apontam a existência de enxofre e oxigênio em uma camada em volta do núcleo.
Os dados forão coletados durante a época de missões da nave Apollo na Lua. O Experimento Sísmico Passivo da Apollo consistiu em quatro sismômetros deixados na Lua entre 1969 e 1972, que coletaram dados sobre a atividade sísmica lunar até 1977.
A equipe analisou os sismômetros utilizando processo vetorial, com técnicas que identificam e distinguem sinais de tremores na Lua e outras atividades sísmicas. Os cientistas identificaram como e em que local ondas sísmicas passaram ou foram refletidas por elementos do interior da Lua, dando significado a composição e ao estado das camadas internas. Imagens sofisticadas de satélite também contribuíram de forma significante para o estudo.
Antiga limitação aos estudos sísmicos sobre a Lua era o ruído causado pelos sinais repetidamente captados das estruturas lunares. Mas a equipe produziu um equipamento chamado de pilhas de sismômetros, que trabalhou de forma digital. Essa pilha melhorou o recebimento dos sinais e permitiu monitorar de forma mais clara os sinais, de que local surgiam e por onde passavam.
Participaram da pesquisa a líder do estudo e cientista da NASA Renee Weber e outros cientistas do Centro Espacial Marshall, em Huntsville, nos Estados Unidos, da Universidade da Califórnia e do Instituto de Paris, na França.
Fonte: Science

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A evolução da Nebulosa da Lagoa

O telescópio VISTA do ESO (Observatório Europeu do Sul) registrou nova imagem da Nebulosa da Lagoa, também chamada de Messier 8, situada a cerca de 5 mil anos-luz de distância da Terra, na constelação de Sagitário.
© ESO (M8 - nebulosa da Lagoa)
A imagem foi obtida durante estudo da Via Láctea que durará cinco anos e que está sendo realizado com o telescópio, instalado no Observatório do Paranal, em La Silla, no Chile. A imagem mostra pequena parte da região que rodeia a nebulosa, tanto no visível como no infravermelho.
Este estudo tem como objetivo observar detalhadamente as regiões centrais da Via Láctea procurando objetos e mapeando sua estrutura de maneira nunca antes realizada.
As estrelas formam-se tipicamente em grandes nuvens moleculares de gás e poeira, as quais colapsam sob o seu próprio peso. No entanto, a Nebulosa da Lagoa alberga igualmente alguns dos chamados glóbulos de Bok, regiões muito mais compactas de gás e poeira em colapso gravitacional. Estas nuvens escuras são tão densas que, mesmo no infravermelho, conseguem bloquear a radiação das estrelas de fundo. O telescópio VISTA, por utilizar luz infravermelha, permite a observação por trás da poeira que impede a visualização de objetos no Universo.
A característica mais famosa da Nebulosa da Lagoa é a região de poeira em forma de lagoa que se entrelaça por entre nuvem de gás brilhante dentro da nebulosa. As estrelas jovens quentes, que irradiam fortemente no ultravioleta, são responsáveis pelo intenso brilho da nebulosa. Ela é habitada por estrelas muito mais jovens do que as encontradas na maioria das nebulosas existentes.
Essas estrelas soltam jatos de matéria de seus pólos, e quando este material atinge o gás que circunda a nebulosa são formados objetos conhecidos como Herbig-Haro, rastros brilhantes de curta duração, que torna as estrelas recém-nascidas facilmente detectáveis.
Fonte: ESO

Nova luz da galáxia de Andrômeda

Imagens combinadas do telescópio espacial de infravermelho Herschel e do XMM-Newton de raios X, apresentado pela ESA (agência espacial europeia), mostram o ciclo vital das estrelas, desde a formação até sua morte.
M31 - galáxia de Andrômeda
© ESA (M31 - galáxia de Andrômeda)
As imagens são da galáxia de Andrômeda e foram tiradas no dia do Natal de forma quase simultânea pelos dois observatórios. A ESA mostrou uma série de fotos, as do Herschel, as do XMM-Newton, uma combinação de ambas, outras ópticas e uma mistura de todas.
As que foram tiradas pelo Herschel mostram o pó frio da galáxia que se acende depois de ser aquecido pelas estrelas nascentes e acaba formando círculos de cor cobre.
Nas imagens em raios X captadas pelo XMM-Newton se vê o ponto final da evolução estelar: por um lado, restos da explosão de uma estrela (supernova), por outro, objetos que evoluem em um sistema binário, dois corpos celestes tão próximos que acabam ligados pela força gravitacional.
Alguns destes objetos são buracos negros formados após o desaparecimento de um sol de grandes proporções que gravita em torno de uma estrela normal.
Em raios X, Andrômeda aparece como um conjunto de luzes azuis, muito concentradas em um ponto central que é onde as estrelas têm maior densidade.
Na imagem combinada aparece uma luz vermelha cuja fonte são objetos de pouca massa que emitem raios X de pouca intensidade.
Estes objetos podem ser o que se conhece como estrelas novas, que na realidade são sóis em processo de explosão cuja luminosidade aumenta consideravelmente; por isso foram chamadas estrelas novas, porque com um telescópio tradicional não eram vistas até que explodiam e pareciam que estavam nascendo.
Ao lado destas estrelas novas aparecem as anãs brancas, um remanescente estelar que gradualmente atrai o material de sua companheira de maior tamanho.
A nossa galáxia vizinha que se aproximará num futuro longínquo da Via Láctea continua mostrando seu esplendor.
Fonte: ESA

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Estrelas massivas são formadas por densos berçários cósmicos?

Novos estudos indicam que as estrelas mais massivas do Universo podem se formar basicamente em qualquer lugar, mesmo sem a presença de outras estrelas nas proximidades, ou seja, também podem surgir fora dos densos berçários estelares.
NGC 3603 - região de ativa formação estelar
© ESO (NGC 3603 - região de ativa formação estelar)
Os astrônomos julgavam que as dimensões das estrelas supermassivas, cuja massa pode variar entre 20 e 150 vezes a massa do Sol, podem ser determinadas pelo meio ambiente onde se formam, em geral, os densos aglomerados estelares. Pensava-se que quanto maior o aglomerado, mais gás e poeira estariam disponíveis para construir as estrelas gigantes.
Agora, novas observações feitas a partir do Telescópio Espacial Hubble apoiam uma teoria fundamentalmente oposta: as estrelas mais massivas podem nascer de forma aleatória em todo o Universo, incluindo locais remotos e aglomerados estelares muito pequenos.
De fato, são as estrelas mais massivas que conduzem a evolução das galáxias. O vento estelar e a radiação que emitem dão forma ao gás interestelar e promovem o nascimento de novas estrelas. Suas violentas explosões de supernovas criam todos os elementos pesados, essenciais para a vida. Os astrônomos ainda estão tentando compreender como essas raras estrelas se formam, pois se trata de um processo mais complexo devido à sua curta duração e seus potentes ventos.
No novo estudo, foi empregado o Hubble para dar um zoom em oito estrelas que a partir dos telescópios na superfície da Terra, parecem estar sozinhas no espaço. Estas estrelas residem na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã vizinha bem próxima da Via Láctea.
estrelas alvo da pesquisa
© J. B. Lamb (estrelas alvo da pesquisa)
As imagens acima foram capturadas pelo telescópio espacial Hubble das 8 estrelas alvo da pesquisa, com a identificação da estrela do catálogo Azzopardi & Vigneau (1975). O círculo corresponde a um raio de 1 parsec. As duas imagens dos painéis inferiores são das estrelas fugitivas.
Mesmo a partir do ponto de vista do Hubble, 5 das estrelas não possuíam vizinhos grandes o suficiente para serem resolvidos. As outras 3 pareciam estar em grupos pequenos de 10 estrelas ou menos, de acordo com o estudo, que é o mais detalhado já realizado sobre estas estrelas massivas.
Os pesquisadores reconheceram a possibilidade de que algumas das estrelas migraram a partir das vizinhanças onde nasceram. De fato, duas estrelas dentro da amostra examinada foram reconhecidas como estrelas fugitivas que foram expulsas dos seus grupos de nascimento.
Mas em vários casos, os astrônomos encontraram evidências da existência de restos de gás nas proximidades, o que reforça a possibilidade de que as estrelas estão ainda nos lugares isolados em que nasceram.
Fonte: Astrophysical Journal

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pulsar emite radiação mais veloz que a luz

Os dados observacionais de nove pulsares, inclusive do pulsar da nebulosa do Caranguejo (PSR B0531+21), sugere que estes astros estão girando velozmente e a fonte de emissão está viajando mais rápido que a velocidade da luz.
pulsar do Caranguejo
© Hubble e Chandra (pulsar do Caranguejo)
O pulsar do Caranguejo tem aproximadamente 25 km de diâmetro e  gira uma vez a cada 33 milisegundos. O período de rotação do pulsar está desacelerando na taxa de 38 nano-segundos por dia devido às grandes quantidades de energia levadas pelo vento do pulsar. Este vento relativístico transbordante da estrela de nêutrons gera emissão síncrotron, que produz a maior parte da emissão da nebulosa, desde ondas de rádio a raios gama.
Um pulsar emite ondas de rádio incrivelmente regulares, gerando correntes de polarização superluminal que são perturbações na sua atmosfera de protoplasma.
As correntes de polarização nestas emissões saltam ao redor do pulsar através de um mecanismo comparado a um síncrotron, onde as fontes poderiam estar trafegando com velocidade seis vezes da luz, ou seja 18 milhões de quilômetros por segundo, de acordo com o modelo superluminal de pulsar descrito por John Singleton e Andrea Schmidt do Laboratório Nacional de Los Alamos. Porém, embora a fonte da radiação exceda a velocidade de luz, as viagens de radiação emitidas ocorrem na velocidade de luz normal quando emergem da fonte, não violando a teoria da Relatividade Especial de Albert Einstein.
Fonte: Los Alamos National Laboratory

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Foi indentificada a época em que os buracos negros crescem

A maioria das galáxias do Universo, incluindo a Via Láctea, é um local de estadia para buracos negros supermassivos, que variam de cerca de 1 milhão de vezes a 10 bilhões de vezes a massa do Sol.
ilustração de um buraco negro
© NASA (ilustração de um buraco negro)
Os astrônomos procuram pela enorme quantidade de radiação emitida por gás que cai nos buracos negros quando querem encontrá-los. Durante o tempo que os buracos negros são “ativos”, eles incorporaram matéria. Este gás dentro dos buracos negros provavelmente é o meio pelo qual eles crescem.
Agora, astrônomos determinaram que a época do crescimento rápido dos maiores buracos negros ocorreu quando o Universo tinha apenas cerca de 1,2 bilhões de anos, e não 2 a 4 bilhões de anos atrás, como se acreditava anteriormente.
O novo estudo é resultado de um projeto de 7 anos que acompanhou a evolução dos maiores buracos negros e os comparou com a evolução das galáxias em que residem. A pesquisa se baseou nas observações de alguns dos maiores telescópios terrestres do mundo. Os dados obtidos com a instrumentação avançada mostram que os buracos negros que estavam ativos quando o Universo tinha 1,2 bilhões de anos são cerca de dez vezes menores do que os maiores buracos negros vistos mais tarde. No entanto, eles estão crescendo muito rápido.
A taxa de crescimento medida permitiu que os cientistas estimassem o que aconteceu com esses objetos no passado. A equipe descobriu que os primeiros buracos negros, que iniciaram o processo de crescimento quando o Universo tinha apenas algumas centenas de milhões de anos, tinham massas apenas 100 a 1000 vezes a massa do Sol.
Esses primeiros buracos negros podem estar relacionados com as primeiras estrelas do Universo. Eles também descobriram que o período subsequente de crescimento desses buracos negros, após os primeiros 1,2 bilhões anos, durou apenas 100 a 200 anos.
Fonte: ScienceDaily

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sonda Cassini captura imagem de tempestade em Saturno

A sonda espacial Cassini, que foi lançada em 1997 e chegou a Saturno em 2004, capturou a imagem de uma gigantesca tempestade em Saturno. A foto obtida no dia 24 de dezembro mostra em branco a tormenta no hemisfério norte do planeta.
tempestade em Saturno
© NASA/Cassini (tempestade em Saturno)
Esta tempestade tem sido avistada por astrônomos amadores durante as últimas semanas, mas a sonda Cassini finalmente ficou numa posição para obter uma série de esplêndidas imagens. As tormentas em Saturno são comuns, mas a tempestade captada pela sonda Cassini é maior que o normal e brilha mais que os próprios anéis do planeta.
Fonte: NASA

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O buraco negro do centro da Via Láctea poderá ser super ativo?

Um novo estudo dos cientistas do Observatório de Raios-X Chandra da NASA busca calcular a frequência pela qual os maiores buracos negros galácticos conhecidos têm sido ativos nos últimos bilhões de anos. Os resultados foram publicados na edição de 10 de novembro da revista Astrophysical Journal.
galáxias Abell 644 e galáxia SDSS J1021+131
© NASA/Chandra (galáxias Abell 644 e galáxia SDSS J1021+131)
Esta descoberta esclarece a forma pela qual os buracos negros podem crescer e pode trazer implicações para a maneira pela qual o buraco negro gigante no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, poderá se comportar no futuro.
A maioria das galáxias, incluindo a nossa, contêm buracos negros supermassivos em seus centros, com massas variando de milhões a bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Por razões ainda não totalmente compreendidas, os astrônomos descobriram que esses buracos negros apresentam uma grande variedade de níveis de atividades: desde aqueles que estão literalmente adormecidos, passando pelos que estão em estágio letárgico até chegar aos de atividade hiper violenta.
Os mais ativos buracos negros supermassivos produzem os denominados “núcleos galácticos ativos” (em inglês “active galactic nucleus” – sigla AGN), processando grandes quantidades de gás. O que alimenta o buraco negro central é o gás que espirala em queda em torno da singularidade em velocidades altíssimas. Assim, o gás é ionizado, aquecido e brilha intensamente emitindo radiação no espectro dos raios-X.
Foi descoberto que apenas cerca de 1% das grandes galáxias, com massa semelhante a da Via Láctea, contêm buracos negros supermassivos em sua fase mais ativa. Buscar descobrir quantos desses buracos negros tem se mantido ativos ao longo do tempo é importante para a compreensão de como os buracos negros crescem dentro das galáxias e como este crescimento é afetado pelo seu ambiente.
Este novo estudo envolve a pesquisa chamada ChaMP (Chandra Multiwavelength Project), que abrange 30 graus quadrados do céu, a maior área do céu de estudo que o observatório espacial Chandra de raios-X já cobriu. Combinando as imagens de raios-X do Chandra com as imagens óticas do SDSS (Sloan Digital Sky Survey), cerca de 100 mil galáxias foram analisadas. Um pequeno grupo da amostra, em torno de 1.600 galáxias, brilha intensamente nos raios-X, sinalizando a possível atividade de seus núcleos, ou seja, a existência de AGN.
Os astrônomos consideram que somente galáxias que residem até a distância de 1,6 bilhões de anos-luz da Terra podem significativamente ser comparadas com a Via Láctea. Mesmo assim, galáxias distantes até 6,3 bilhões de anos luz também foram estudadas. As galáxias primariamente isoladas ou as “galáxias de campo” foram incluídas e as galáxias em aglomerados ou grupos foram desconsideradas.
Um objetivo essencial é entender como a atividade dos AGNs tem afetado o crescimento das galáxias. Uma correlação notável entre a massa dos buracos negros gigantes e a massa das regiões centrais da sua galáxia anfitriã sugere que o crescimento de buracos negros supermassivos e suas galáxias estão fortemente ligados. Determinar a fração de AGNs no Universo local é crucial para auxiliar este modelo de crescimento paralelo.
Um dos resultados deste estudo é que a fração de galáxias que contêm AGN depende da massa da galáxia. As galáxias mais massivas têm maior probabilidade de sediar um AGN, enquanto que as galáxias que têm apenas um décimo da massa da Via Láctea tem uma chance cerca de dez vezes menor de conter um AGN.
Outro resultado é que uma diminuição gradual da fração de AGNs é notada ao longo do tempo cósmico desde o Big Bang, confirmando o trabalho feito por outros pesquisadores. Isto implica que tanto o abastecimento de combustível ou do mecanismo de alimentação de combustível para os buracos negros tem mudado com o tempo.
O estudo também tem implicações importantes para a compreensão de como as vizinhanças das galáxias afetam o crescimento de seus buracos negros, porque a fração de AGNs para as galáxias de campo foi considerada indistinguível da fração em galáxias contidas nos aglomerados densos.
É possível que a fração de AGNs tenha evoluído ao longo do tempo cósmico, tanto nos aglomerados galácticos densos como nas galáxias de campo, mas com diferentes taxas. Se a fração de AGNs em aglomerados começou acima das galáxias de campo, como alguns resultados têm sugerido, mas depois diminuiu mais rapidamente, em algum ponto da evolução do Universo a fração dos aglomerados pode ter se tornado igual à fração nas galáxias de campo. Isso pode explicar o que está sendo visto no Universo local.
A Via Láctea contém um buraco negro supermassivo conhecido como Sagittarius A* (Sgr A*). Embora os astrônomos tenham testemunhado uma pequena atividade no Sgr A* usando o Chandra e outros telescópios ao longo dos anos, este buraco negro apresenta um nível muito baixo de atividade. Se a Via Láctea segue as tendências verificadas no levantamento da pesquisa ChaMP, o buraco negro Sgr A* deverá ser cerca de um bilhão de vezes mais brilhante na emissão de raios-X durante aproximadamente 1% do tempo de vida restante do Sol, em torno de 5 bilhões de anos. No entanto, provavelmente, tal atividade deve ter sido mais comum no passado distante.
Sagittarius A
© NASA/Chandra (Sagittarius A)
No entanto nós aqui da Terra não deveríamos nos preocupar com os riscos, se Sgr A* tornar-se um AGN não sofreríamos ameaças para a vida em nosso planeta. Contudo observaríamos um show espetacular de raio-X e ondas de rádio. No entanto, todos os mundos que residem próximos do centro da galáxia, ou diretamente na linha de fogo, receberiam grandes quantidades potencialmente danosas da radiação.
Fonte: NASA

O pôr do Sol em Marte é azul!

Um vídeo do um pôr do Sol marciano foi capturado pela sonda Opportunity da NASA. Apesar da maioria dos vídeos codificar as cores de Marte como vermelhas, o pôr do Sol brilha na cor azul.
© NASA (o pôr do Sol em Marte)
O planeta Marte é conhecido por ser o Planeta Vermelho. A ferrugem na poeira da sua superfície dá ao planeta sua aparência avermelhada e marrom. Suas áreas vastas, secas e poeirentas lembram os desertos da Terra, onde o Sol vermelho-laranja ilumina a areia amarela. Então, quando pensamos no pôr do Sol de Marte, pensamos que ele seja bem avermelhado.
O vídeo, recentemente lançado pela NASA, mostra exatamente o oposto. O Sol emite um brilho azul e frio quando se põe no céu de Marte. É um erro de percepção, e acontece justamente por causa da famosa poeira vermelha.
Na Terra, as partículas da atmosfera dispersam a luz azul. Quando um raio de luz atinge essas partículas, os comprimentos de onda da cor azul são desviados do caminho e são atirados para fora, de forma aleatória. À medida que saem da atmosfera, esses comprimentos de onda atingem outras partículas no ar, e parte volta para a superfície da Terra. Quem está na superfície olha para o céu, vê a luz que está se espalhando para baixo, e diz que o céu é azul. Enquanto isso, a luz direta do Sol perdeu seu comprimento de onda da cor azul: eles se espalharam pelo céu. Aí sobram apenas os comprimentos de onda com cores mais quentes do espectro de luz, então o Sol possui uma cor amarelada. Quando chega o pôr do Sol, a atmosfera filtra mais as cores azuladas, então o Sol parece ficar mais avermelhado.
Em Marte, exatamente o oposto acontece. A poeira vermelha na atmosfera dispersa a luz vermelha, então quem estiver em Marte estará vendo um céu vermelho. Enquanto isso, os comprimentos de onda vermelhos são filtrados e retirados da luz vinda do Sol, deixando a luz com cores mais frias do espectro de luz. Então quem vê o Sol vai achar que ele é azul.
Fonte: NASA

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Imagem com milhões de galáxias

A 2MASS (Two Micron All Sky Survey) fundada pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e NSF (National Science Fundation) gerou uma imagem espetacular em larga escala do Universo contendo 1,6 milhões de galáxias.
2mass - milhões de galáxias © 2MASS (1,6 milhões de galáxias)
A imagem obtida da maioria destas galáxias é na região infravermelha do espectro, descrevendo a formação e a evolução da estrutura do Universo. Muitas galáxias se uniram devido a atração gravitacional para formar aglomerados. Em contraste, nota-se na imagem que estrelas muito luminosas dentro de nossa própria galáxia produz a faixa vertical azulada.
Fonte: NASA

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Plutão pode ter oceano abaixo de camada de gelo

Um estudo de cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que o planeta anão Plutão pode abrigar um oceano abaixo de sua camada de gelo.
Plutão e as luas Charon & Nix & Hydra
© NASA (Plutão e as luas Charon, Nix e Hydra)
Mesmo possuindo temperaturas extremamente frias, Plutão aparenta ficar aquecido graças a este oceano abaixo da superfície, que preservaria o calor vindo da radioatividade do núcleo do planeta anão. E esse oceano não seria pequeno, de acordo com Guillaume Robuchon, pesquisador da universidade.
O oceano teria entre 100 e 170 km de espessura, estando 200 km abaixo da camada de gelo. Se confirmado, Plutão entra na lista de corpos do Sistema Solar em que se acredita haver água líquida, como exemplos da lista, estão as luas Titã e Enceladus, de Saturno.
A superfície de Plutão, acredita-se, é provavelmente mais fria do que -230°C. O interior de Plutão, sendo formado por este núcleo quente, facilitaria a produção de um oceano abaixo do gelo, também porque as pedras do núcleo do planeta anão contêm aproximadamente 100 partes por bilhão de potássio radioativo. Para um oceano existir, as pedras de Plutão devem se concentrar em um núcleo, com água e gelo na superfície.
Em 2015, a sonda New Horizons chegará a Plutão e ajudará a descobrir se realmente há um oceano no planeta anão.
Fonte: National Geographic